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Brasilianista: diferenças entre revisões

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De acordo com Moreira (200?) a maior contribuição considerada, contudo, é nesse processo de “desarteriosclerização” da memória nacional, em especial em relação ao início da participação do governo na preservação da memória documental do país, bem como o apoio às ciências sociais, o que se deu primeiramente pela pressão da comunidade acadêmica e, posteriormente, a sociedade em geral.
De acordo com Moreira (200?) a maior contribuição considerada, contudo, é nesse processo de “desarteriosclerização” da memória nacional, em especial em relação ao início da participação do governo na preservação da memória documental do país, bem como o apoio às ciências sociais, o que se deu primeiramente pela pressão da comunidade acadêmica e, posteriormente, a sociedade em geral.
É importante ressaltar que os trabalhos aqui apresentados foram amplamente criticados por José Carlos Sebe Bom Meihy (1991). O autor acredita que as Pontes (1989), Moreira(1989)e Massi(1989)utilizaram de seu “mimeo” para desenvolver uma série de críticas sobre o fenômeno do brasilianismo descrito em seu trabalho. Segundo ele, as autoras citam-se a si mesmas de forma a gerar uma confiabilidade acadêmica artificial e, inclusive, a ordem de apresentação dos artigos na revista foi feita de forma tendenciosa, buscando construir uma interpretação de conceitos implícitos. Ainda, ele estranha as colocações de Massi sobre o “brasilianismo histórico” e sua colocação de que o fenômeno é tão formalmente datado no tempo. Nesta linha de imprecisões, o autor menciona que Massi chega a um nível inimaginável de declarar que brasilianistas é “uma noção cunhada no Brasil, usada pela primeira vez em 1969 por Francisco de Assis Barbosa.” (MASSI, 1990, p. 29) Meihy (1991) diz que falta o mínimo de conhecimento a autora, pois o termo brasilianista deriva de sessões da Latin American Studies Association (LASA), criada em 1966.
É importante ressaltar que os trabalhos aqui apresentados foram amplamente criticados por José Carlos Sebe Bom Meihy (1991)<ref> Decifra-me ou Devoro-te, . Revista de História e Ciências Sociais, 1991</ref>. O autor acredita que as Pontes (1989), Moreira(1989)e Massi(1989)utilizaram de seu “mimeo” para desenvolver uma série de críticas sobre o fenômeno do brasilianismo descrito em seu trabalho. Segundo ele, as autoras citam-se a si mesmas de forma a gerar uma confiabilidade acadêmica artificial e, inclusive, a ordem de apresentação dos artigos na revista foi feita de forma tendenciosa, buscando construir uma interpretação de conceitos implícitos. Ainda, ele estranha as colocações de Massi sobre o “brasilianismo histórico” e sua colocação de que o fenômeno é tão formalmente datado no tempo. Nesta linha de imprecisões, o autor menciona que Massi chega a um nível inimaginável de declarar que brasilianistas é “uma noção cunhada no Brasil, usada pela primeira vez em 1969 por Francisco de Assis Barbosa.” (MASSI, 1990, p. 29) Meihy (1991) diz que falta o mínimo de conhecimento a autora, pois o termo brasilianista deriva de sessões da Latin American Studies Association (LASA), criada em 1966.


Pontes (1990) coloca que Meihy (1991) comete erros ao considerar que a produção estrangeira sobre o Brasil foi realizada na mesma linha, ou seja, portugueses, franceses, ingleses, todos eles tinham uma certa visão “contínua” sobre o Brasil, sendo considerados como antepassados recentes dos “brasilianistas históricos”.
Pontes (1990) coloca que Meihy (1991) comete erros ao considerar que a produção estrangeira sobre o Brasil foi realizada na mesma linha, ou seja, portugueses, franceses, ingleses, todos eles tinham uma certa visão “contínua” sobre o Brasil, sendo considerados como antepassados recentes dos “brasilianistas históricos”.

Revisão das 10h10min de 15 de julho de 2011

Segundo Massi(1989)[1] e Moreira (1989)[2] o fenômeno “brasilianismo” tem seu surgimento datado nos anos 60 e seu contexto histórico embebido na Revolução Cubana, que influenciou no aumento significativo de recursos norte-americanos às pesquisas destinadas ao estudo da América Latina. Assim, o interesse pela preservação de documentos e patrimônios brasileiros teria aflorado e culminaria no estudo do perfil da nação brasileira. Entretanto, para Pontes (1989)[3], o brasilianismo surgiu a partir dos anos 30, visto que este período foi o marco inicial no cenário brasileiro da produção das ciências sociais. Ainda, neste mesmo período, datam-se as leituras recorrentes de descobertas e redescobertas do Brasil, chamado de “eterno retorno”, por Meyer (200?). Encontra-se, também, o aparecimento de inúmeros retratos do Brasil que irão, por fim, ser empregados em grande parte das obras estrangeiras e de autoria brasileira que descreviam o Brasil.

Quanto à definição do termo “brasilianistas”, as autoras convergem ao designá-los pesquisadores estrangeiros, em sua maioria americanos, instalados no Brasil para o estudo do país. Estes estudiosos devidamente financiados e gradualmente mais bem preparados, levantaram questões diversas e precisas a respeito do Brasil, o que os tornavam passíveis de críticas. Pesquisadores americanos ainda, mais do que os próprios brasileiros, detinham um amplo acesso a documentos e dados arquivados colocando os intelectuais brasileiros em uma situação de inferioridade (MOREIRA, 200?).

Se o interesse pelo Brasil como objeto de estudo pôde ser visto como motivo de orgulho nacional, também foram demarcadas suas características negativas. Em certos campos, os americanos que aqui se espalhavam obtinham informações minuciosas sobre aspectos específicos – que nem o governo brasileiro tivera conhecimento – e a apresentada realidade gerava medo. Portanto, a noção de “Brasilianista”, que até 1960 era utilizada para indicar uma especialidade, progressivamente, o termo se transforma em um rótulo pejorativo (MASSI, 1991)[4] É inegável a ajuda que as pesquisa estrangeiras representaram aos brasileiros, pois disponibilizaram a esses últimos, novos levantamentos históricos, acessos a arquivos políticos privados e uma “vivificação da memória”, segundo o autor. Os brasilianistas demonstravam uma importante conexão entre estudos arquivados e estudos da sociedade atual. Dessa forma, os centros de pesquisa e documentação que foram criados ao longo dos anos 70 tinham primordialmente a função de resguardar documentações contemporâneas e privadas e levantar novas documentações do país, visto que até então, os arquivos históricos além de serem pouco acessíveis, eram remetidos praticamente apenas ao período Republicano.

De acordo com Moreira (200?) a maior contribuição considerada, contudo, é nesse processo de “desarteriosclerização” da memória nacional, em especial em relação ao início da participação do governo na preservação da memória documental do país, bem como o apoio às ciências sociais, o que se deu primeiramente pela pressão da comunidade acadêmica e, posteriormente, a sociedade em geral. É importante ressaltar que os trabalhos aqui apresentados foram amplamente criticados por José Carlos Sebe Bom Meihy (1991)[5]. O autor acredita que as Pontes (1989), Moreira(1989)e Massi(1989)utilizaram de seu “mimeo” para desenvolver uma série de críticas sobre o fenômeno do brasilianismo descrito em seu trabalho. Segundo ele, as autoras citam-se a si mesmas de forma a gerar uma confiabilidade acadêmica artificial e, inclusive, a ordem de apresentação dos artigos na revista foi feita de forma tendenciosa, buscando construir uma interpretação de conceitos implícitos. Ainda, ele estranha as colocações de Massi sobre o “brasilianismo histórico” e sua colocação de que o fenômeno é tão formalmente datado no tempo. Nesta linha de imprecisões, o autor menciona que Massi chega a um nível inimaginável de declarar que brasilianistas é “uma noção cunhada no Brasil, usada pela primeira vez em 1969 por Francisco de Assis Barbosa.” (MASSI, 1990, p. 29) Meihy (1991) diz que falta o mínimo de conhecimento a autora, pois o termo brasilianista deriva de sessões da Latin American Studies Association (LASA), criada em 1966.

Pontes (1990) coloca que Meihy (1991) comete erros ao considerar que a produção estrangeira sobre o Brasil foi realizada na mesma linha, ou seja, portugueses, franceses, ingleses, todos eles tinham uma certa visão “contínua” sobre o Brasil, sendo considerados como antepassados recentes dos “brasilianistas históricos”.

É válido para a produção acadêmica a promoção e análise de ângulos diferenciados sobre o brasilianismo, e não apenas discussões inconsistentes que se concentram na derrubada de conceitos já existentes, onde o nacionalismo traz sérios prejuízos aos debates intelectuais coerentes.


Algumas Obras sobre o Brasilianismo:

1. Livros e artigos publicados em revistas acadêmicas


BEIGUELMAN, Paula. 1987. "Cultura acadêmica nacional e brazilianismo, em BOSI, Alfredo, Cultura brasileira, temas e situações. São Paulo, Ática. p.199-207.

DA MATTA, Roberto. 1982. "As raízes da violência no Brasil: reflexões de um antropólogosocial", em - et alii, A violência brasileira. São Paulo, Brasiliense. p. 11-44.

FAUSTO, Béris. 1988. "Organizando a história geral da civilização brasileira", EstudosHistóricos, Rio de Janeiro, Vértice/n.1, p.71.

MASSI, Femanda Peixoto. 1989. "Franceses e norte-americanos nas ciências sociais brasileiras(1930-1960)". em MICELI, Sérgio. História das ciências sociais no Brasil. São Paulo,Vértice/FINEP/IDESP. vol.1.

MICELI, Sérgio. 1989. "A desilusão americana - relações acadêmicas e intelectuais entre o Brasile os Estados Unidos", São Paulo, IDESP.

NOVAIS, Fernando & CARDOSO, Femando Henrique. 1982. "Anotações para um preâmbulo aquatro mãos", em LOVE, J. A locomotiva, São Paulo na federação brasileira, Rio de Janeiro,Paz e Terra.

PONTES, Heloisa. 1990. "Brasil com z", Estudos Históricos, Rio de Janeiro, Associação de Pesquisa e Documentação Histórica. Vol. 3, n. 5.

RODRIGUES, José Honório. 1976. "Os estudos brasileiros e os brazilianists”, Revista de História, São Paulo, USP, vol.54. n. 107, p.189-219.

SEBE, José Carlos. 1984. Introdução ao nacionalismo acadêmico – os brasilianistas, São Paulo, brasiliense.

SEBE, José Carlos.1988. Os brasilianismos, s.ed.mimeo.

SOARES, Gláucio A. D. 1988. Entrevista concedida à equipe do projeto "História das CiênciasSociais no Brasil", São Paulo, IDESP


2. Artigos de jornais e revistas


FOLHA DE SÃO PAULO


1977. "Os porquês do Brasil, entrevista com Michel Shoyans", Folhetim, rn. 43.

1984. AUGUSTO, Sérgio. "Os brasilianistas estão descobrindo nosso cinema". 16 jul.

1987. "Expressão e pensamento na América Latina". Ilustrada, 11 jul., p.A-26.


JORNAL DO BRASIL


1978. SCHILD, Susan. "Kenneth Maxwell um brasilianista nas eleições". 15 nov.

s.d. VILLAS-BOAS, Luciana. "É tempo de vasculhar nossos arquivos e nossa cultura".


JORNAL DA TARDE


1978. SCHIEL, Berta. "Missão especial para o brasilianista: as eleições brasileiras". 18 nov.

Entrevista com Kenneth Maxwell.

1979. "Uma 'brazilianist'. Mas um pouco além do rótulo". 19 mar.


O ESTADO DE SÃO PAULO


1974. "Cai o interesse por nossa história". 1 set P.5.

1980. MEDINA. Cremilda. “Regionalismo em debate por três 'brazilianists.” 17 out.

1981. "Próximo assunto do 'brazilianist' Robert Levine: a história do futebol brasileiro". 20 abr.


PASQUIM


1977. Entrevista com Ralph Della Cava. 17 nov.


VEJA


1973. "Últimas novidades", 16 maio.

1975. "História esquecida", 11 jun., p. 42.

1975a. 'Preste atenção em Campinas", 4 jun., p. 60-4.

1975b. "Uma cultura de ideologias - entrevista com Carlos Guilherme Mota". 2 jul.

1975c. GAJARDONI, Almyr. "Conjunto completo", 8 out.

1976. "No tempo de padre Cícero - entrevista com Ralph Della Cava". 24 nov.

1976a. "Uma paixão pelo trópico - entrevista com Charles Wagley". 10 mar.

1977. "Brasil para estrangeiros". 11 maio, p. 91.


3. Imprensa alernativa


MOVIMENTO


1975. NOGUEIRA, Marco Aurélio. "As lutas do poder civil". N. 8.

1975a. SODRÉ, Nelson W. "A invasão do conhecimento". n. 3, 21 jul.

1977. MENDES Jr. Antônio; MARANHÃO, Ricardo & MAAR, W. Leo. "Os livros de março".n. 94.

1977a. DÓRIA, Carlos A. "Um brazilianista no planalto". n. 79, 3 jan.

1981. Nosso programa. 23-30 nov.


OPINIÃO


1976. RODRIGUES, José Honório. "Os brasilianistas europeus". n. 174, 5 mar


Referências

  1. MASSI, Fernanda P. 1989. "Franceses e norte-americanos nas ciências sociais brasileiras(1930-1960)". em MICELI, S. (org.), op. cit p.410-59.
  2. BRASILIANISTAS,HISTORIOGRAFIA E CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO
  3. PONTES, Heloisa. 1990. "Brasil com z", Estudos Históricos, Rio de Janeiro, Associação de Pesquisa e Documentação Histórica. Vol. 3, n. 5.
  4. BRASILIANISMO, ‘BRAZILIANISTS’ E DISCURSOS BRASILEIROS. Revista de História e Ciências Sociais, 1991
  5. Decifra-me ou Devoro-te, . Revista de História e Ciências Sociais, 1991

<References>