Calhetas

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 Nota: Para outros significados, veja Calhetas (desambiguação).
 Nota: Para Calheta no singular, veja Calheta.
Portugal Portugal Calhetas 
  Freguesia  
Ruas coloridas de Calhetas
Ruas coloridas de Calhetas
Ruas coloridas de Calhetas
Símbolos
Brasão de armas de Calhetas
Brasão de armas
Gentílico calhetense
Localização
Localização no município de Ribeira Grande
Localização no município de Ribeira Grande
Localização no município de Ribeira Grande
Calhetas está localizado em: Açores
Calhetas
Localização de Calhetas nos Açores
Coordenadas 37° 49' 22" N 25° 36' 46" O
Região Açores
Município Ribeira Grande
História
Fundação 30 de Janeiro de 1924
Administração
Tipo Junta de freguesia
Presidente Cátia Sofia Costa Tavares (PSD)
Características geográficas
Área total 4,70 km²
População total (2021) 910 hab.
Densidade 193,6 hab./km²
Outras informações
Orago Nossa Senhora da Boa Viagem
Vista aérea da freguesia de Calhetas e costa Norte da ilha de São Miguel - Açores, Portugal

Calhetas é uma freguesia rural açoriana do município da Ribeira Grande, situada na costa norte da ilha de São Miguel. A freguesia tem 4,70 km2 de área e 910 habitantes (2021), o que corresponde a uma densidade populacional de 210,2 hab/km2. A localidade dista 9 km da sede de concelho a que pertence e 11,4 km de Ponta Delgada, a principal cidade da ilha. Confronta a norte com o mar e a sul e leste com o concelho de Ponta Delgada. Foi inicialmente um lugar da freguesia de Rabo de Peixe, e posteriormente parte da freguesia do Pico da Pedra, da qual foi desanexada a 30 de Janeiro de 1924[1].

Topónimo[editar | editar código-fonte]

O nome desta freguesia resulta da configuração da sua costa que apresenta pequenas enseadas de rocha ou calhaus, denominadas calhetas, existindo mesmo um pequeno porto, hoje zona balnear, onde em tempos se praticou a pesca artesanal.

História[editar | editar código-fonte]

A povoação de Calhetas esteve anexada ao Pico de Pedra, povoação esta que então fazia parte da freguesia do Senhor Bom Jesus de Rabo de Peixe. Em 1924, o lugar de Calhetas, então já parte da freguesia do Pico da Pedra, foi elevada a Freguesia.

Logo se construiu a Igreja do Bom Jesus de Rabo de Peixe com quatro ermidas: Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora dos Prazeres, S.Sebastião e Nossa Senhora da Boa Viagem, como o lugar das Calhetas seja sufragâneo desta igreja, de que fica muito distante, por ter muitos fogos e gente, o Bispo D. Fr. Lourenço de Castro, no tempo que esteve na ilha, criou sua ermida da Boa-Viagem um novo curado que cedo será freguesia.

Como nota curiosa nota-se que em 1960 atingiu o seu auge demográfico com 875 residentes. No decénio seguinte havia 616 e em 1970, registavam-se apenas 603 com 206 fogos. Note-se ainda que em 1913 contava então com 402 almas. Em 1981 tinha 531 pessoas reunidas em 138 famílias. Conta com 183 edifícios residenciais. Contrariando a tendência de emigração para o Canada, Estados Unidos e Bermudas a densidade demográfica desta freguesia tem tido uma evolução gradual. Calhetas contava com um total de 595 habitantes, de acordo com os censos realizados no ano de 1991. Em 2001, a população sofreu um pequeno crescimento, totalizando os 780 populares. Verifica-se que a densidade demográfica é muito elevada, pois trata-se de uma região predominantemente rural. Actualmente a população deve totalizar os 1000 habitantes.

Era natural das Calhetas o dr. António da Silva Cabral, descendente de um antigo partidário de D. Miguel I de Portugal, que se refugiou em São Miguel por questões políticas. Concluiu a sua formatura em Medicina na Universidade de Coimbra, tendo-se fixado em Vila Franca do Campo, onde exerceu a clínica no respectivo hospital. Era presidente da Câmara Municipal daquele concelho quando a 18 de Março de 1900 foi inaugurada a iluminação eléctrica daquela vila, a primeira dos Açores a dispor dessa tecnologia. No jardim público à entrada de Vila Franca do Campo há um busto do dr. António da Silva Cabral, mandado levantar pelo município, como justa homenagem da exaltação e reconhecimento à sua memória.


Foi no início da segunda metade do século XIX que se introduziu nos Açores, especialmente em São Miguel, a cultura industrial do chá, embora seja tradição que nos fins do século XVII a planta já existisse no arquipélago. Segundo um apontamento do dr. Carreiro da Costa, o chá teria começado em São Miguel com a vinda por volta de 1820 de algumas sementes trazidas do Brasil pelo micaelense Jacinto Leite que as utilizou numa propriedade sua, nas Calhetas

Turismo - alojamento[editar | editar código-fonte]

A nível de alojamento turistico, a freguesia possui algumas unidades onde podmos destacar:

ENTRE MUROS - Turismo Rural Unidades de alojamento rural exclusivas, com terraços e alpendre inseridos num espaço de natureza que mergulham na deslumbrante envolvência com o mar.[2]

Casa das Calhetas - casa do século XVIII (1723): casa de turismo de habitação, antigo solar do século XVIII (1723).

Hotel Pedras do mar

População[editar | editar código-fonte]

População da freguesia de Calhetas [3]
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011 2021
747 650 645 690 793 834 614 531 595 780 988 910
Distribuição da População por Grupos Etários
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 228 148 349 55 29,2% 19,0% 44,7% 7,1%
2011 239 153 544 52 24,2% 15,5% 55,1% 5,3%

Educação[editar | editar código-fonte]

Data de 1871 o pedido de criação da primeira escola pública no lugar das Calhetas, então para o sexo masculino, uma vez que só mais tarde é que as do sexo feminino, tiveram cabimento.

Este pedido foi feito pelo então Comissário de Estudos Dr.Eugénio Canto, tendo em vista que bons resultados do ensino como meio de moralizar o povo. Oficialmente a primeira escola primária é criada em 7 de Julho de 1943, funcionando também em 1959 um posto escolar.

Presentemente a freguesia das Calhetas dispõe de um edifício escolar de 4 salas de aula, frequentado aproximadamente por 60 alunos.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Situada na costa norte da ilha, esta é a freguesia mais pequena do Concelho da Ribeira Grande, possuindo uma igreja cujo orago é Nossa Senhora da Boa Viagem (festejos no 4.º domingo de Setembro), uma associação juvenil "Os Valentes", com uma equipa de futebol, um convento da Ordem das Clarissas denominado Mosteiro de Nossa Senhora das Mercês, um salão de devoção Baptista e um cemitério.

A nível de recreio e interesse turístico, a freguesia possui uma casa de turismo de habitação, antigo solar do século XVIII (1723).

O mar banha as costas pelo Norte; a Sul, fica o Pico da Pedra; a leste, Rabo de Peixe e a oeste Fenais da Luz.

O lugar das Calhetas, então pertencente a Rabo de Peixe, é uma povoação situada sobre a rocha na costa norte da ilha a quem o mar tem vindo a roubar, constantemente as suas casas, e mesmo segundo frei Agostinho de Montalverne, a primitiva ermida da Boa Viagem. Ainda hoje os calhetenses chamam a esses calhaus em pleno mar a Pedra da Boa Viagem.

Patrimóni0[editar | editar código-fonte]

  • Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem
  • Miradouro
  • Campo de Golfe da Batalha
  • Portinho das Calhetas
  • Zona balnear - Piscinas Naturais "Calhau da Furna"
  • Mosteiro de Nª Senhora das Mercês [./Https://www.clarissasacores.pt/ Clarissas Açores]. Construção, do século XX, alberga em clausura irmãs Clarissas que se dedicam à contemplação e a trabalhos piedosos.
  • Casa das Calhetas - casa do século XVIII (1723) - Turismo de Habitação
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Notas

Referências[editar | editar código-fonte]

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