Canela preta (galináceo)

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Galinha canela preta é uma raça de galináceos domésticos (Gallus gallus domesticus) surgida no Brasil e presente, em sua maioria, no nordeste brasileiro.[1]

História[editar | editar código-fonte]

A raça descende de galinhas trazidas pelos portugueses para o Brasil ao longo da colonização.[1] Nas últimas décadas, com a promessa de elevar a produtividade, foram introduzidas linhagens de granja para pequenos produtores, o que causou declínio e levou quase à extinção das verdadeiras galinhas caipiras, inclusive a raça Canela-Preta, porém, como todas as galinhas caipiras, por ser muito rústica e de pouca dependência de insumos, conseguiu resistir ao declínio e agora tem voltado a ser uma opção para produção sustentável, principalmente, para a agricultura familiar.[2]

Características raciais[editar | editar código-fonte]

As galinhas Canela-Preta têm o seguinte padrão fenotípico qualitativo: tipo de crista: serra ou noz e suas variações; cor da crista: vermelha ou escura; cor dos olhos: vermelho-alaranjado, amarelo, pardo, marrom ou preto; cor do bico: amarelo ou escuro; cor da barbela: vermelha ou escuro; ausência de topete; tipo de penas: lisas; ausência de patas plumadas; cor das canelas predominantemente pretas; coloração da plumagem: preta; coloração do pescoço: varia entre branco, preto, dourado. Possuem características fenotípicas quantitativas de elevado, médio e pequeno coeficiente de variação, mas com homogeneidade suficiente para ser considerada uma raça definida. Tem porte físico classificado como médio, com média de peso 1,890 kg para fêmeas e 2,200 kg para machos, as qualificando dentro da exigência do padrão comercial de aves no Brasil.

Resumo: A raça tem porte médio,[3] é extremamente rústica[4] e tem como característica seus tarsos e falanges serem pretos, além do que sua carne ser mais escura e com sabor característico.[2][5][6]

Importância econômica e familiar[editar | editar código-fonte]

As raças ou linhagens exóticas ou estrangeiras, na grande maioria das vezes, não conseguem se adaptar bem a região do nordeste e suas peculiaridades de clima e bioma, dependem muito de insumos e consequentemente apresentam elevados custos de produção. Já no caso da galinha caipira da raça Canela-Preta, por já ser adaptada às condições de criação tradicionais, se torna, novamente, uma alternativa viável para criação de famílias e pequenos produtores rurais pelo seu custo extremamente baixo de manutenção.[1][2][5]

Melhoramentos genéticos[editar | editar código-fonte]

As raças nativas de galinhas brasileiras que até agora não tiveram reconhecimento oficial estão em processo de conhecimento, estudo e recuperação destes animais. Com a recuperação, pesquisadores pretendem, através de cruzamentos cuidadosos, melhorar as características genéticas destes animais, incluindo a galinha canela preta.[1][5][6]

No caso da raça Canela-Preta, já foram realizados todos os estudos necessários e foi confirmada como um legitima raça caipira.

Valor genético[editar | editar código-fonte]

A conservação destes animais permite identificar a composição de seus genes e seu uso naquelas características consideradas vantajosas, aprimorando os próprios animais, outras raças ou a criação de novas raças adaptadas a diferentes finalidades ou biomas.[7]

Referências

  1. a b c d «Pela preservação da galinha caipira - Nossa Ciência». Nossa Ciência 
  2. a b c «Galinha Canela-Preta - Slow Food Brasil». Slow Food Brasil. Consultado em 3 de outubro de 2018 
  3. Carvalho, D. A.; Bonafé, C. M.; Almeida, M. J. O.; Rodriguez-Rodriguez, M. P.; Sarmento, J. L. R.; Silva, M. A.; Oliveira, M. B.; Sousa, P. R.; Carvalho, A. A. (15 de abril de 2017). «Padrão racial fenotípico de galinhas brasileiras da raça Canela-Preta». Archivos de Zootecnia (em espanhol). 66 (254): 195–202. ISSN 1885-4494 
  4. «Agroin Comunicação - Galinha caipira». Agroin Comunicação. Consultado em 3 de outubro de 2018 
  5. a b c «AGERP». www.agerp.ma.gov.br. Consultado em 3 de outubro de 2018 
  6. a b «Pesquisa da UFPI busca origem das galinhas nativas brasileiras». CidadeVerde.com (em inglês) 
  7. «Raças nativas são ameaçadas». Agência Multiciência. Consultado em 27 de setembro de 2018