Mostrar código-fonte de Cantábria

{{Mais notas|data=novembro de 2022}}
{{Info/Comunidade autónoma da Espanha
|nome        =Cantábria
|nome_es     =Cantabria
|imagens_tamanho =300
|coord_título=s
|latd=43 |latm=20
|longd=4
|mapa        =Localización de Cantabria.svg
|escudo      =Escudo de Cantabria (oficial).svg
|bandeira    =Flag of Cantabria (Official).svg
|capital     =[[Santander (Espanha)|Santander]]
|gentílico   =cantábrico, -a<ref name=plp1/><br>''cântabro, -a''<br>''montañés, -a''
|população   =582905
|pop_pc      =1,23
|censo       =2020
|hino        =''Himno a la Montaña''<br /> {{smaller|"Hino a Montanha"}}<div style="display:inline-block;margin-top:0.4em;">
[[File:Himno de Cantabria.wav|center]]</div>
|área        =5321
|área_pc     =1,05
|estatuto    =11 de janeiro de 1982<ref name=eaut1/>
|províncias  =1
|idiomas     ={{ling|es}}
|iso         =ES-S
|congresso   =5
|senado      =5
|presidente  =[[María José Sáenz de Buruaga]]
|partido     =[[Partido Popular (Espanha)|PP]]
|website     ={{URL|http://www.cantabria.es}}
|imagem=Lamedo.jpg}}
[[Imagem:Acantilados de Alfoz de Lloredo (Toñanes), Camino del norte costero.jpg|thumb|308px|Toñanes, no município de [[Alfoz de Lloredo]]]]

[[Imagem:Physical map of Cantabria - Spain.png|thumb|308px|Mapa físico da Cantábria]]

A '''Cantábria''' é uma [[Comunidades autónomas da Espanha|comunidade autónoma]] localizada no norte de [[Espanha]]. É limitada a leste pelo [[Comunidade Autónoma do País Basco|País Basco]], a sul por [[Castela e Leão]], a [[oeste]] pelas [[Astúrias]] e a norte pelo [[golfo da Biscaia]] (do [[mar Cantábrico]]). A capital é [[Santander (Espanha)|Santander]] e a cidade mais povoada. Tem {{fmtn|5321|[[Quilómetro quadrado|km²]]}} de área e em 2020 tinha {{formatnum:582905}} habitantes ({{Densidade populacional|582905|5321}}). A comunidade autónoma é composta por uma só [[Províncias da Espanha|província]], também chamada Cantábria, por 10&nbsp;[[Comarcas da Espanha|comarcas]] e por 102&nbsp;[[municípios da Espanha|municípios]],  sendo um deles — o [[Valle de Villaverde|Vale de Vilaverde]] — um [[enclave]] na [[Biscaia]].

Definida no seu {{ilc|estatuto de autonomia|Estatuto de autonomia da Cantábria|lk=Estatuto de autonomia}} como uma "[[Nacionalidades históricas da Espanha|comunidade histórica]]",<ref name=eaut1/><ref name=eaut2/> a atual entidade político-administrativa tem os seus antecedentes no [[Ducado da Cantábria]], nas {{ilc||Astúrias de Santillana|Asturias de Santillana|owl=es|owa=Asturias de Santillana}}, na {{ill|es|Irmandade das Quatro Vilas|Hermandad de las Cuatro Villas}} e na {{ill|es|Província dos Nove Vales|Provincia de los Nueve Valles}}. A primeira referência a este território é do início do {{-séc|II}} A província moderna da Cantábria foi constituída em 28 de julho de 1778 em {{ilink condicional|pag1=Puente San Miguel (Reocín)|pag2=Puente San Miguel|lktxt=Puente San Miguel}}, a capital no município de [[Reocín]],{{sfn|Baró Pazos|1994|p=104}}{{sfn|Casado Soto|1979|p=88}}<ref name=histpc/><ref name=sen1/><ref name=reoc/> um evento comemorado anualmente pelo {{ilc|nlk=x|Dia das Instituições da Cantábria}},<ref name=reoc/>{{
nre|O Dia das Instituições da Cantábria é, na prática o feriado oficial da Cantábria, embora nunca tenha sido declarado como tal.
}} não obstante a atual configuração territorial da comunidade autónoma corresponder à extinta [[Província de Santander]], {{ilc|nlk=x|estabelecida em 1833|Divisão territorial de Espanha em 1833|Divisão territorial da Espanha em 1833}}.

A Lei Orgânica do Estatuto de Autonomia da Cantábria foi aprovada em 30 de dezembro de 1981, dotando deste modo a comunidade autónoma de organismos de [[autogoverno]], nomeadamente uma [[Parlamento|assembleia legislativa]], o [[Parlamento da Cantábria]], e um [[Poder Executivo|órgão executivo]], o [[Governo da Cantábria]].<ref name=eaut2/> Em 2021, o Presidente da Cantábria (líder do governo autonómico) era [[Miguel Ángel Revilla]], secretário-geral do [[Partido Regionalista da Cantábria]], que foi reeleito em 2019 com o apoio do [[Partido Socialista da Cantábria]].

A Cantábria situa-se na [[cornija Cantábrica]], o nome dado à faixa de terra entre o mar Cantábrico e a [[cordilheira Cantábrica]], no norte da [[Península Ibérica]]. Tem um [[clima oceânico]] húmido, com temperaturas moderadas, muito influenciado pelos ventos do [[oceano Atlântico]] que encontram as montanhas. A [[Precipitação (meteorologia)|precipitação]] média anual é de 1200&nbsp;mm, o que permite o crescimento de vegetação frondosa. O seu ponto mais elevado é o {{ilc|nlk=x|pico da Torre Branca|Torre Blanca (Los Urrieles)|Torre Branca (Picos da Europa)|Torre Branca (montanha)}}, com {{fmtn|2619|m.}}<ref name=menk1/>{{
nre|A Torre Branca ({{fmtn|1619|m}}) situa-se na divisória entre a Cantábria e a província de [[Leão (província)|Leão]], pelo que tradicionalmente é comum considerar a {{ilc|nlk=x|Peña Vieja}} ({{fmtn|1617|m}}) a montanha mais alta da Cantábria, por se encontrar totalmente dentro do território cântabro. Ambas as montanhas fazem parte do maciço central (dos Urrieles) dos [[Picos da Europa]], na parte ocidental da Cantábria.
}} A região é rica em lugares de interesse [[Arqueologia|arqueológico]] do [[Paleolítico Superior]], embora os primeiros vestígios de ocupação humana datem do [[Paleolítico Inferior]]. Destacam-se neste aspeto as [[Pintura rupestre|pinturas rupestres]] da [[caverna de Altamira]], de há {{formatnum:37000}} anos e classificadas como [[Património Mundial]] pela [[UNESCO]] em 1985.<ref name=dm1/> O área abrangida pelo sítio do Património Mundial "[[Caverna de Altamira e arte rupestre paleolítica do norte da Espanha]]" foi ampliado em 2008, passando a incluir um total de 10 cavernas da Cantábria com vestígios arqueológicos do Paleolítico, nomeadamente as [[Cavernas de Monte Castillo|quatro situadas no monte Castillo]], no município de [[Puente Viesgo]].<ref name=pm1/>{{
nre|Além da caverna de Altamira, estão classificadas como Património Mundial as seguintes cavernas da Cantábria: Chufín, Hornos de la Peña,
[[Caverna de El Castillo|El&nbsp;Castillo]],
[[Caverna de Las Monedas|Las&nbsp;Monedas]],
[[Caverna de La Pasiega|La&nbsp;Pasiega]],
[[Caverna de Las Chimeneas|Las&nbsp;Chimeneas]],
[[Caverna de El Pendo|El&nbsp;Pendo]],
{{ilc|nlk=x|La&nbsp;Garma|Complexo cárstico do monte de La Garma|Caverna de La Garma|Complexo cárstico do Monte de La Garma|Complexo de cavernas de La Garma|Complexo kárstico do monte de La Garma|Complexo kárstico do Monte de La Garma|owl=es|owa=Complejo kárstico del monte de La Garma}} e
Covalanas.
O sítio "[[Caverna de Altamira e arte rupestre paleolítica do norte da Espanha]]" inclui também 3 cavernas no [[Comunidade Autónoma do País Basco|País Basco]] e 5 nas [[Astúrias]].
}} Com a extensão de 2015 do sítio "[[Caminhos de Santiago|Caminhos de Santiago de Compostela: Caminho francês e Caminhos do Norte de Espanha]]", a Cantábria passou a ter também classificados como Património Mundial as partes dessa rota de peregrinação milenar que passam pelo seu território.<ref name=pm2/>{{
nre|A Cantábria é percorrida pelo {{ilc|nlk=x|Caminho de Santiago da Costa||Caminho de Santiago do Norte|owl=es|owa=Camino de Santiago de la Costa}} que, proveniente da parte ocidental da [[França]], começa em [[Irun]] e vai até [[Arçua]] (na [[Galiza]]), onde desemboca no [[Caminho Francês]]. Um dos seus ramos é o {{ilc|nlk=x|Caminho de Liébana||Caminho Lebaniego|owl=es|owa=Camino Lebaniego}}, que vai desde [[San Vicente de la Barquera]] até [[Mosteiro de São Turíbio de Liébana|São Turíbio de Liébana]]. Alguns dos bens individuais na Cantábria que fazem parte da classificação são a {{ilc|nlk=x|Igreja de Santa Maria da Assunção|Igreja de Santa Maria da Assunção (Castro-Urdiales)|owl=es|owa=Iglesia de Santa María de la Asunción (Castro-Urdiales)}} em [[Castro-Urdiales]], a {{ilc|nlk=x|Colegiada de Santa Juliana|Colegiada de Santillana del Mar|Colegiada de Santa Juliana|owl=es|owa=Colegiata de Santillana del Mar}} em [[Santillana del Mar]] e o Mosteiro de São Turíbio de Liébana. Este último é um local santo do [[cristianismo]] e destino de peregrinação nos Anos Jubilares Lebaniegos, instituídos por [[Bula pontifícia|bula papal]] de 1512.
}}

== Etimologia ==
Os diversos autores que estudaram a origem [[etimologia|etimológica]] do nome da Cantábria — como [[Isidoro de Sevilha]] {{nwrap|c.|560|636}}, [[Aureliano Fernández-Guerra]] {{nwrap||1816|1894}}, [[Adolf Schulten]] {{nwrap||1870|1960}}, [[Julio Caro Baroja]] {{nwrap||1914|1995}} ou {{ilc|nlk=x|Joaquín González Echegaray}} {{nwrap||1930|2013}}, entre outros — não chegaram a um consenso sobre o tema. A opinião mais aceite eplos estudiosos, ainda que insegura, é que o [[Toponímia|topónimo]] deriva da [[Radical (linguística)|raiz]] ''cant-'', de origem [[Línguas celtas|celta]] ou [[Língua lígure antiga|lígure antiga]], que significa "rocha" ou "pedra"; e do [[sufixo]] ''-abr'', frequente nas regiões [[celtas]]. Daqui se deduz que "[[cântabros|cântabro]]" significaria "povo que habita nas montanhas" ou "montanhês", uma clara referência ao território abrupto e montanhoso da Cantábria.<ref name=ech93/>

A Cantábria é uma das comunidades autónomas espanholas com a toponímia mais antiga, dado que o termo "cântabros" aparece pela primeira vez em fontes [[Roma Antiga|romanas]] do {{-séc|II}}, do autor {{lknb|Catão, o|Velho}}, embora nessa altura ainda não existisse uma entidade política unida no território, que era habitado por diversos povos.<ref name=ech93/> No capítulo VII da sua obra ''Origines'', de {{AC|195|n}}, Catão fala da [[Nascente (hidrografia)|nascente]] do [[rio Ebro]] na ''"terra de cântabros"'': «[…] ''fluvium Hiberum: is oritur ex Cantabris, magnus atque pulcher, pisculentus'' ("o rio Ebro: nasce em terra de cântabros, grande o belo, abundante em peixes")».

Popularmente, a Cantábria é também chamada ''La Montaña'' ("A Montanha") e ''La Tierruca''. O primeiro é um topónimo histórico, com uso muito comum até à criação da [[Província de Santander]] em 1833. O segundo é uma designação principalmente afetiva (o sufixo ''-uca'' é um [[diminutivo]] do [[dialeto]] [[Dialeto cântabro|cântabro]] que que pode denotar uma certa nostalgia).

== Geografia ==
A comunidade autónoma tem {{fmtn|5321|[[Quilómetro quadrado|km²]]}} de área e 284&nbsp;km de costa. O [[Cabo (geografia)|cabo]] mais saliente e mais setentrional é o cabo de Ajo, no município de [[Bareyo]]. Há três âmbitos geográficos bem diferenciados: a ''{{ilc|nlk=x|La&nbsp;Marina|A Marina (Cantábria)|Marina (Cantábria)|La Marina (Cantábria)|La Marina|owl=es|owa=La Marina (Cantabria)}}'', ''{{ilc|nlk=x|La&nbsp;Montaña|A Montanha (Cantábria)|Montanha (Cantábria)|La Montaña (Cantábria)|owl=es|owa=La Montaña}}'' e [[Campoo-Los Valles|Campoo]], os quais pertencem às [[Bacia hidrográfica|bacias hidrográficas]] dos rios [[Rio Ebro|Ebro]] e [[Rio Douro|Douro]]. A presença predominante das montanhas e a difícil [[orografia]] do terreno explicam que historicamente se conheça toda região cantábrica como "A&nbsp;Montanha".

A Cantábria situa-se no setor central da costa do [[mar Cantábrico]], que constitui o seu limite a norte. A oeste limita com as [[Astúrias]], a leste com o [[Comunidade Autónoma do País Basco|País Basco]] e a sul com [[Castela e Leão]]. Existe um exclave cântabro na província basca da [[Biscaia]] — [[Valle de Villaverde]], a leste — e três enclaves da província de [[Palência (província)|Palência]] na Cantábria — [[Cezura]], [[Lastrilha]] e [[Berzosilla|Berçosilha]], a sul. A maior parte da região faz parte da [[cordilheira Cantábrica]]. Na parte ocidental encontram-se os maciços dos [[Picos da Europa]], com numerosos cumes com mais de {{fmtn|2000|m}} de altitude.

=== Relevo ===
{{Panorama|Panoramica Santa Marina Cantabria.jpg|850px|Panorâmica em direção a sul desde a aldeia de Santa Marina, no município de [[Entrambasaguas]], onde se observa como os relevos suaves da ''Marina'' se torna mais abrupto, até alcançar as montanhas da [[cordilheira Cantábrica]], que separam a Cantábria da [[Meseta Central]]}}

A Cantábria é uma região de carácter montanhoso e costeiro, com um importante património natural. O seu relevo faz com que 40% da sua superfície se situe acima dos 700 metros de altitude, 75% a mais de 200&nbsp;m e 33% tem declives de mais de 30%.<ref name=eur1/> É a quarta província mais montanhosa da Espanha em termos de desnível do terreno.<ref name=goer/> Nela distinguem-se três grandes áreas bem diferenciadas morfologicamente:

[[Imagem:Hills of La Marina (Cantabria).jpg|thumb|308px|Paisagem da ''Marina'' perto de [[San Vicente de la Barquera]], com uma [[ria]] em primeiro plano]]

* {{ilc|nlk=x|A ''Marina''|A Marina (Cantábria)|Marina (Cantábria)|La Marina (Cantábria)|La Marina|owl=es|owa=La Marina (Cantabria)}} — É uma faixa costeira de vales baixos, amplos e de formas suaves, com cerca de 10&nbsp;km de largura, cuja altitude raramente ultrapassa os 500&nbsp;m. É limitada a norte pelo mar por intermédio de uma linha de {{ilc|nlk=x|plataformas litorais|Plataforma litoral|Plataforma de abrasão|Plataforma de erosão|owl=es|owa=Rasa mareal}}, com penhascos alcantilados que são abertos pelas [[foz]]es de [[Curso de água|cursos de água]], que formam [[ria]]s  e praias. No litoral da comunidade destaca-se a [[baía de Santander]]. A sul, a ''Marina'' limita com a "Montanha", fixando-se tradicionalmente a divisória na {{ill|es|serra do Escudo de Cabuérniga|Sierra del Escudo de Cabuérniga}}.

* {{ilc|nlk=x|A ''Montaña''|A Montanha (Cantábria)|Montanha (Cantábria)|La Montaña (Cantábria)|owl=es|owa=La Montaña}} — É uma larga barreira de montanhas abruptas, paralela ao mar, que constitui uma parte  da cordilheira Cantábrica. As montanhas são maioritariamente de rocha [[Calcário|calcária]], afetadas por fenómenos [[Carste|cársticos]], e cobrem a maior parte do território da comunidade. Formam vales profundos, dispostos na direção norte-sul, com encostas íngremes, escavados por rios de [[Torrente|carácter torrencial]] de grande poder [[Erosão fluvial|erosivo]] e curtos devido à pouca distância entre as [[Nascente (hidrografia)|nascentes]] e as desembocaduras. Os vales configuram várias comarcas naturais , que são bem delimitadas pelas cadeias montanhosas: [[Liébana]], {{ilcx|Vale do Nansa|Vale do {{ilc|Nansa|Rio Nansa}}|Valle del Nansa|owl=es|owa=Valle del Nansa}}, {{ilcx|Vale do Saja|Vale do {{ilc|Saja|Rio Saja}}|Valle del Saja|owl=es|owa=Valle del Saja}}, {{ilc|Vale do Besaya|lk=Besaya (comarca)}}, Vale do Pas-Pisueña (ou [[Vales Pasiegos]]), [[Vale do Miera]], {{ilcx|Vale do Asón|Vale do {{ilc|Asón|Rio Asón}}|Valle del Asón|owl=es|owa=Valle del Asón}}, {{ilcx|nlk=x|Vale do Gándara|Vale do {{ill|nlk=x|es|Rio Gándara|Río Gándara|Gándara}}}} e Campoo-Los Valles. À ''Montanha'' pertence igualmente a serra do Escudo de Cabuérniga, um cordão montanhoso com altitudes máximas entre 600 e 1000&nbsp;m, que na parte oriental da Cantábria segue paralela à costa, a cerca de 15 a 20&nbsp;km dela. As montanhas mais altas encontram-se à medida que se avança para sul, com um alinhamento de cristas que limitam os vales das bacias hidrográficas dos rios Douro, Ebro e dos que desaguam no mar Cantábrico. Em geral, têm mais de {{fmtn|1500|m}} de altitude, desde o {{ill|nlk=x|es|porto de San Glorio|Puerto de San Glorio}} ({{fmtn|1609|m}}), a oeste, até ao {{ill|nlk=x|es|porto de Los Tornos|Puerto de Los Tornos}} (920&nbsp;m), na parte oriental: {{ill|nlk=x|es|Peña Labra}} ({{fmtn|2018|m}}), {{ilc|nlk=x|porto de Sejos|||Portos de Sejos|owl=es|owa=Puertos de Sejos}} ({{fmtn|1900|m}}), {{ilc|nlk=x|porto do Escudo||Porto del Escudo|owl=es|owa=Puerto del Escudo}} ({{fmtn|1011|m}}), {{ill|nlk=x|es|Castro Valnera}} ({{fmtn|1718|m}}) e {{ilc|nlk=x|portillo de La Sía||Porto da Sía|Porto de La Sía|owl=es|owa=Portillo de La Sía}} ({{fmtn|1246|m}}). Destacam-se ainda os grande maciços calcários dos [[Picos da Europa]], na parte sudoeste da região, com numerosos cumes que ultrapassam os {{fmtn|2500|m}} e onde a presença da moldagem [[Vale glaciar|glaciar]] na sua [[geomorfologia]] é mais acentuado. É lá que se situa o ponto mais alto da Cantábria, o cume da {{ilc|nlk=x|Torre Branca|Torre Blanca (Los Urrieles)|Torre Branca (Picos da Europa)|Torre Branca (montanha)}} ({{fmtn|2619|m}}), na divisória com a província de [[Leão (província)|Leão]], embora tradicionalmente também se considere que é a {{ilc|nlk=x|Peña Vieja}} ({{fmtn|1617|m}}), que se situa no mesmo maciço (dos Urrieles), mas se encontra totalmente dentro do território cântabro.

* [[Campoo-Los Valles|Campoo e vales do sul]] — Situa-se no extremo sul da Cantábria. O seu clima, mais [[Clima continental|continentalizado]], é propício ao desenvolvimento de massas florestais de carvalho-negral ''[[Quercus pyrenaica]]''), as quais estão em expansão devido ao abandono das terras agrícolas. Também há extensos repovoamentos de pinheiro-nórdico (''[[Pinus sylvestris]]'') nas encostas suaves desta região.

=== Clima ===
[[Imagem:Paisaje de prados de siega en Cantabria (España). Monte (Riotuerto), Barrio de Idiopuerta.jpg|thumb|esquerda|Início do outono na área de [[Riotuerto]]]]

Devido à [[corrente do Golfo]], a Cantábria tem temperaturas mais amenas do que as regiões situadas à mesma latitude na [[América do Norte]] ([[Nova Escócia]]). O clima da região é do tipo [[clima oceânico|oceânico]] húmido, com verões amenos e invernos não muito frios, embora haja algumas zonas com [[clima mediterrânico]]. As [[Precipitação (meteorologia)|precipitações]] médias anuais são cerca de {{fmtn|1200|mm}} na costa, aumentando nas zonas montanhosas até aos {{fmtn|2400|mm}}, colocando a região na chamada "Espanha húmida" (ou "Espanha verde").

A temperatura média anual é cerca de 14&nbsp;[[Grau Celsius|°C]]. A [[neve]] é frequente nas partes altas entre os meses de novembro e março. Os meses mais secos são julho e agosto, embora geralmente não existam períodos de seca propriamente dita, pois há sempre uma precipitação mínima e as temperaturas nunca são muito elevadas, exceto em algumas zonas de clima mediterrânico ou [[Clima temperado|temperado]] submediterrânico. Em algumas áreas dos Picos da Europa com [[clima alpino]], acima dos {{fmtn|2500|m}}, há [[nevado]]s durante todo o ano.

Em alguns casos, há diferenças significativas de clima entre algumas regiões. As situadas mais longe do litoral, como Liébana ou Campoo, têm clima de tipo mediterrânico continentalizado. Em isso deve-se a um [[microclima]] e em Campoo devido à sua proximidade da [[Meseta Central]].

A influência do relevo montanhoso no clima é importante, sendo a causa principal de fenómenos atmosféricos peculiares, como as chamadas ''{{ilc|nlk=x|suradas|Ábrego|owl=es|owa=Ábrego}}'' (vento do sul), provocados pelo [[efeito Föhn]]. O vento do sul é forte e seco, aumentando a temperatura à medida que nos aproximamos da costa; provoca uma diminuição significativa da [[humidade relativa]] do ar e a ausência de precipitação. Estas condições contrastam com as vertentes meridionais da cordilheira Cantábrica, onde o vento é mais fresco e húmido e pode estar a chover quando nas vertentes nortes não chove. Estas situações são mais frequentes no outono e no inverno, quando por vezes se registam temperaturas anormalmente altas de mais de 28&nbsp;°C. Por vezes há incêndios que são avivados por este vento, como o que {{ilc|nlk=x|arrasou a cidade de Santander no inverno de 1941|Incêndio de Santander de 1941|Fogo de Santander de 1941|owl=es|owa=Incendio de Santander de 1941}}.

Por outro lado, as zonas costeiras estão frequentemente sujeitas as ventos constantes provenientes do [[oceano Atlântico]], que muitas vezes são bastante fortes. Em condições muito particulares, mais frequentes nos meses abril, maio, setembro e outubro, os [[ventos do oeste]] podem tornar-se ''{{ilc|nlk=x|galernas|Galerna|owl=es|owa=Galerna}}'' (temporais súbitos e violentos).

<gallery mode="packed" heights="175">
Ficheiro:Distribución espacial de la temperatura media anual en Cantabria.png|Distribuição espacial da temperatura média anual na Cantábria
Ficheiro:Regimen temporal termométrico de Cantabria.png|Regime temporal termométrico da Cantábria
Ficheiro:Pluvio-anua1981-2010.png|Distribuição espacial da precipitação média anual na Cantábria
</gallery>

=== Hidrografia ===
[[Imagem:Ria de San Vicente de la Barquera.jpg|thumb|Vista aérea da desembocadura da {{ilcx|Ria de San Vicente de la Barquera|Ria de [[San Vicente de la Barquera]], na qual desaguam os rios Escudo e Gandarilla]]

Os rios cântabros são curtos, rápidos e pouco caudalosos, percorrendo declives consideráveis devido à proximidade das suas nascentes nas montanhas das [[foz]]es no mar Cantábrico. Os seus percursos são geralmente perpendiculares à costa, à exceção do [[rio Ebro]], e o seu caudal é persistente ao longo de todo o ano, devido à precipitação ser quase constante. A rapidez das águas, causada pelos desníveis consideráveis dos leitos, faz com que tenham um grande poder [[Erosão|erosivo]], formando os vales em forma de "V" característicos da [[cornija Cantábrica]]. Em geral o estado e conservação dos rios cantábricos é aceitável, mas a atividade humana, cada vez mais abundante devido ao aumento constante da população nos vales, exerce um forte pressão [[Antropia|antrópica]].

Os principais rios que dividem a região em várias [[Bacia hidrográfica|bacias hidrográficas]], as quais geralmente são divididas em três grande grupos: a Bacia Norte (''Cuenca Norte''), uma designação dada ao conjunto das bacias  hidrográficas dos rios que desaguam no mar Cantábrico; a bacia do Ebro (que desagua no [[Mar Mediterrâneo|Mediterrâneo]]); e a bacia do [[rio Douro|Douro]] (que desagua no [[oceano Atlântico]]). Nesta última bacia destaca-se o {{ill|es|Rio Camesa|Río Camesa|Camesa}}. Na bacia do Ebro, além do próprio [[Rio Ebro|Ebro]] destaca-se o {{ill|nlk=x|es|Rio Híjar|Río Híjar|Híjar}}. Entre os rios da Bacia Norte destacam-se o {{ill|es|Rio Agüera|Río Agüera|Agüera}}, {{ill|es|Rio Asón|Río Asón|Asón}}, {{ill|nlk=x|es|Rio Besaya|Río Besaya|Besaya}}, [[Rio Deva (Cantábria e Astúrias)|Deva]], {{ill|nlk=x|es|Rio Escudo|Río Escudo|Escudo}}, [[Rio Miera|Miera]], {{ill|es|Rio Nansa|Río Nansa|Nansa}}, {{ill|es|Rio Pas|Río Pas|Pas}}, {{ill|nlk=x|es|Rio Pisueña|Río Pisueña|Pisueña}} e o {{ill|es|Rio Saja|Río Saja|Saja}}.

As três bacias convergem no {{ilc|nlk=x|Pico Três Mares||Pico Tres Mares|Pico Tresmares|owl=es|owa=Pico Tres Mares}} ({{fmtn|2172.6|m}}), na comarca de Campoo-Los Valles, no limite com a [[Palência (província)|província de Palência]] ([[Castela e Leão]]). Nas suas vertentes nascem os rios Híjar, Pisuerga e Nansa, que vertem, respetivamente, para o Mediterrâneo, Atlântico e Cantábrico. Além de Castela e Leão, a Cantábria é a única comunidade autónoma cujos rios desembocam em cada um dos três mares que rodeiam a [[Península Ibérica]].

{| class="sortable wikitable"
|+ Principais rios da Cantábria e localidades por onde passam
|-
! style="text-align:left" | Rio
! Comprimento<br>(km)
! style="text-align:left" | Nascente
! style="text-align:left" | Foz
! style="text-align:left" | Localidades da Cantábria
|-
| {{ill|es|Rio Asón|Río Asón|Asón}}
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 39
| {{ilcx|Parque Natural Collados del Asón|Collados del Asón|Collados del Asón|owl=es|owa=Parque Natural Collados del Asón}}, em [[Soba (Cantábria)|Soba]]
| {{ilcx|Ria de Limpias|Ria de [[Limpias]]}}, {{ill|nlk=x|es|baía de Santoña|Bahía de Santoña}}
| [[Arredondo]], [[Ruesga]], [[Ramales de la Victoria]], [[Ampuero]], [[Colindres]]
|-
| {{ill|es|Rio Agüera|Río Agüera|Agüera}}
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 21
| Contrafortes do {{ilc|nlk=x|Burgueño}}
| {{ilcx|Ria de Oriñón|Ria de Oriñón (entre [[Castro-Urdiales]] e [[Guriezo]]|owl=es|owa=Ría de Oriñón}}
| {{ilcx|La Matanza (Cantábria)|lk1=La Matanza|txt2=La Matanza ([[Valle de Villaverde]])}}, {{ilink condicional|El Puente (Cantábria)|lk1=El&nbsp;Puente|txt2=El&nbsp;Puente ([[Guriezo]])}}, {{ilcx|Oriñón|Oriñón ([[Castro-Urdiales]])}}
|-
| {{ill|nlk=x|es|Rio Besaya|Río Besaya|Besaya}}
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 58
| {{ilc|nlk=x|Cueto Ropero}}, em {{ilcx|Aradillos|Aradillos ([[Campoo de Enmedio]])}}
| {{ill|nlk=x|es|Ria de San Martín de la Arena|Ría de San Martín de la Arena|Ria de San Martín}}, em [[Suances]]{{
nre|name=rsm|O rio Besaya conflui com o rio Saja em [[Torrelavega]].}}
| [[Los Corrales de Buelna|Corrales de Buelna]], {{ilink condicional|pag1=Puente San Miguel (Reocín)|pag2=Puente San Miguel|lk1=Puente San Miguel|txt2=Puente San Miguel ([[Reocín]])}}, [[Torrelavega]], [[Bárcena de Pie de Concha]]
|-
| {{ill|es|Rio Camesa|Río Camesa|Camesa}}
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 18
| {{ill|es|Serra de Híjar|Sierra de Híjar}}, em [[Brañosera]]
| [[Rio Pisuerga]], em [[Aguilar de Campoo]]
| {{ilcx|Mataporquera|Mataporquera ([[Valdeolea]])}}
|-
| [[Rio Deva (Cantábria e Astúrias)|Deva]]
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 64
| [[Circo glaciar]] de [[Fuente Dé]]
| {{ill|nlk=x|es|Ria de Tina Mayor|Ría de Tina Mayor}}, em {{ilcx|Unquera|Unquera ([[Val de San Vicente]])}}
| [[Potes]], {{ilink condicional|pag1=Tama (Cantábria)|pag2=Tama (Espanha)|lk1=Tama|txt2=Tama ([[Cillorigo de Liébana]])}}, {{ilcx|La Hermida|La Hermida ([[Peñarrubia]])}}
|-
| [[Rio Ebro|Ebro]]
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 930
| Fontes do Híjar, {{ilcx|Fontibre|Fontibre ([[Hermandad de Campoo de Suso|Campoo de Suso]])}}
| {{ilc|nlk=x|Delta do Ebro||Parque Natural do Delta do Ebro|Parque natural do Delta do Ebro}}, em [[Deltebre]] ([[Catalunha]])
| Fontibre, [[Reinosa]], {{ilcx|Polientes|Polientes ([[Valderredible]])}}
|-
| {{ill|nlk=x|es|Rio Escudo|Río Escudo|Escudo}}
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 21
| {{ill|es|Serra do Escudo de Cabuérniga|Sierra del Escudo de Cabuérniga}}
| {{ill|nlk=x|es|Ria de San Vicente de la Barquera|Ría de San Vicente de la Barquera}}
| {{ilcx|Roiz|Roiz ([[Valdáliga]])}}, [[San Vicente de la Barquera]]
|-
| {{ill|nlk=x|es|Rio Híjar|Río Híjar|Híjar}}
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 20
| {{ilc|nlk=x|Pico Três Mares||Pico Tres Mares|Pico Tresmares|owl=es|owa=Pico Tres Mares}}
| Rio Ebro em [[Reinosa]]
| {{ilcx|Brañavieja|Brañavieja ([[Hermandad de Campoo de Suso|Campoo de Suso]])|Alto Campoo}}, {{ilcx|Espinilla (Cantábria)|Espinilla (Campoo de Suso)|Espinilla (Espanha)|Espinilla}}
|-
| [[Rio Miera|Miera]]
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 41
| {{ilc|nlk=x|Portillo de Lunada||Lunada (Burgos)|Lunada (Espanha)|Lunada (montanha)}}
| {{ill|nlk=x|es|Ria de Cubas|Ría de Cubas}}, [[baía de Santander]]
| [[San Roque de Riomiera]], [[Liérganes]], {{ilcx|La Cavada|La Cavada ([[Riotuerto]])}}, {{ilcx|Ceceñas|Ceceñas ([[Medio Cudeyo]])}}, {{ilcx|Solares|Solares ([[Medio Cudeyo]])}}
|-
| {{ill|es|Rio Nansa|Río Nansa|Nansa}}
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 46
| {{ilc|nlk=x|Serra da Peña Labra||Serra de Peña Labra|Peña Labra|owl=es|owa=Peña Labra}}, [[Polaciones]]
| {{ill|nlk=x|es|Ria de Tina Menor|Ría de Tina Menor}}, em {{ilcx|Pesués|Pesués ([[Val de San Vicente]])}}
| {{ilcx|Lombraña|Lombraña (Polaciones)}}, {{ilcx|Santotís|Santotís ([[Tudanca]])}}, {{ilcx|Puentenansa|Puentenansa ([[Rionansa]])}}, Pesués
|-
| {{ill|es|Rio Pas|Río Pas|Pas}}
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 57
| Contrafortes de {{ill|nlk=x|es|Castro Valnera}}
| {{ill|nlk=x|es|Ria de Mogro|Ría de Mogro}}, nos municípios de [[Piélagos]] e [[Miengo]]
| [[Vega de Pas]], {{ilcx|Ontaneda|Ontaneda ([[Corvera de Toranzo]])}}, [[Puente Viesgo]], {{ilink condicional|pag1=Vargas (Cantábria)|pag2=Vargas (Espanha)|lk1=Vargas|txt2=Vargas (Puente Viesgo)}}, {{ilcx|Oruña|Oruña (Piélagos)}}
|-
| {{ill|nlk=x|es|Rio Pisueña|Río Pisueña|Pisueña}}
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 36
| Pisueña, no município de [[Selaya]]
| Rio Pas, em Vargas (Puente Viesgo)
| Selaya, [[Villacarriedo]], {{ilcx|Pomaluengo|Pomaluengo ([[Castañeda]])}}, Vargas
|-
| {{ill|es|Rio Saja|Río Saja|Saja}}
| style="text-align:right; padding-right:2em" | 67
| Parte norte da {{ilc|Serra do Cordel||Serra del Cordel|owl=es|owa=Sierra del Cordel}}
| {{ill|nlk=x|es|Ria de San Martín de la Arena|Ría de San Martín de la Arena|Ria de San Martín}}, em [[Suances]]<ref group=lower-alpha name=rsm/>
| [[Cabezón de la Sal]], [[Torrelavega]], {{ilcx|Requejada|Requejada ([[Polanco]])}}, Suances
|}
=== Vegetação ===
[[Imagem:ColladosAson.JPG|thumb|{{ilc|Parque Natural de Collados del Asón||Parque Natural Collados del Asón|Parque natural de Collados del Asón|Parque natural Collados del Asón|Collados del Asón|owl=es|owa=Parque natural Collados del Asón}} em junho de 2006]]

[[Imagem:Prau.JPG|thumb|Prado no município de [[Valdáliga]]]]

Segundo o "Plano Estratégico Regional sobre o Meio Natural" do [[Governo da Cantábria]], os [[Espaço natural|espaços naturais]], nomeadamente os [[floresta]]is, têm uma grande importância na comunidade autónoma, não só quantitativa (a superfície florestal ocupa cerca de 67,5% do território), mas também qualitativa, sendo fundamentais para a conservação da [[biodiversidade]]. Eses espaços albergam [[habitat]]s representativos de [[flora]] e [[fauna]] silvestre, contribuem para a manutenção de processos [[Ecologia|ecológicos]] essenciais para a vida e para o [[meio ambiente]], constituem uma parte substancial da paisagem rural e fornecem produtos naturais renováveis indispensáveis para o desenvolvimento socioeconómico do [[meio rural]] cantábrico.<ref name=plest/>

Do ponto de vista da sua flora, a Cantábria situa-se entre duas [[Região biogeográfica|regiões biogeográficas]] — a maior parte do território pertence à {{ilc|nlk=x|região biogeográfica euro-siberiana||Euro-siberiana (região biogeográfica)|Vegetação euro-siberiana|Região euro-siberiana|Euro-Siberiana (região biogeográfica)}} mas a extremidade meridional pertence à região mediterrânica. Esta situação fronteiriça tem um efeito direto nas características da paisagem vegetal da região, onde se misturam espécies mediterrânicas e atlânticas, que enriquecem a composição botânica dos diversos [[ecossistema]]s existentes. A vegetação das áreas da euro-siberiana caracteriza-se por [[bosque]]s de [[espécie]]s frondosas e [[caducifólia]]s, como [[carvalho]]s e [[Fagus|faias]]. A ação humana desde tempos remotos tem favorecido a criação de [[pastagem|pastagens]], existindo grandes superfícies de [[Pradaria|prados]] onde se alimenta [[gado bovino]]. Os prados são intercalados com plantações de eucaliptos (''[[Eucalyptus globulus]]'') e pequenas massas de bosques autóctones de carvalhos e [[Fraxinus|freixos]]. Na parte meridional da Cantábria, na comarca de Campoo, junto à meseta [[Região histórica de Castela|castelhana]], caracteriza-se por uma paisagem de transição para vegetação seca, onde variedades típicas de [[clima atlântico]] coexistem com variedades de [[clima mediterrânico]]. A sua diversidade vegetal deve-se à sua localização no [[Ecótono|limite do domínio biogeográfico]] mediterrânico, o que faz com que existam espécies próprias desse bioclima, como a [[azinheira]] e o [[medronheiro]], que crescem em solos [[calcário]]s pouco desenvolvidos e de humidade escassa.

As diversas altitudes da comunidade, que em pouca distância vão desde o nível do mar aos {{fmtn|2600|m}} da ''Montanha'', também contribuem para que a diversidade vegetal seja grande e exista um amplo número de [[biótopo]]s.

Na Cantábria podem diferenciar-se vários níveis florísticos. Na franja litoral, representada por areais e [[duna]]s com vegetação reduzida e, junto deles, escarpas com [[vegetação herbácea]] exclusiva dessas zonas. Na ''{{ilc|nlk=x|Marina|A Marina (Cantábria)|Marina (Cantábria)|La Marina (Cantábria)|La Marina|owl=es|owa=La Marina (Cantabria)}}'', a franja costeira que vai até aos 500&nbsp;m de altitude, originalmente estava coberta por bosques de caducifólias, com espécies mistas como [[Fraxinus|freixos]], [[Tilia|tílias]], [[loureiro]]s, [[Avelã|avelaneiras]], [[Acer (botânica)|bordos]], [[carvalho]]s, [[Populus|choupos]], [[bétula]]s, [[azinheira]]s, etc. As margens fluviais eram povoadas por bosques ribeirinhos de [[Alnus|amieiros]] e [[salgueiro]]s. Atualmente, esses bosques primitivos desapareceram quase completamente, apenas restando algumas massas florestais autóctones de carácter residual em áreas de difícil cultivo. Em sua substituição há agora prados, zonas de pastagem muito produtivas graças ao clima benigno, que sustentam a economia rural cantábrica. Junto a esses prados há extensos repovoamentos monoespécie de eucaliptos, destinados à indústria de [[papel]], que em alguns contextos têm vindo a ser questionadas.

Os "níveis médios de montanha", entre 500 a 1100&nbsp;m de altitude, são povoados por bosques monoespécie de [[carvalho-roble]] e (''Quercus robur'') e carvalho-branco (''[[Quercus petraea]]'') nas encostas mais ensolaradas. Nas zonas de sombra, sobretudo acima dos 800&nbsp;m, destacam-se os bosques de faia-europeia ''[[Fagus sylvatica]]'', sendo também relativamente frequente o azevinho (''[[Ilex aquifolium]]''), que produz frutos comestíveis no inverno, que são quase o único sustento de muitas espécies animais.

No "nível subalpino", em cotas já muito altas, a vegetação é composta por [[bétula]]s, [[Matagal|matagais]] e [[Erva|herbáceas]] como as [[Poaceae|gramíneas]], que são de especial importância na economia [[pecuária]] durante o verão, pois funcionam como pastagens de altitude (chamadas na região ''brañas'' ou ''branizas'') onde se alimenta gado bovino e [[Equidae|equino]].

Além destes níveis florísticos, cabe mencionar também as peculiaridades da comarca de [[Liébana]], que por ter um [[microclima]] particular semelhante ao [[clima mediterrânico|mediterrânico]], ali crescem [[sobreiro]]s (''Quercus suber''), [[vinha]]s e [[oliveira]]s (''Olea europaea''), e onde o grau de degradação devido à atividade humana é muito baixo.

<gallery caption="" mode="packed" widths="400px">
Relieve karstico-Karst topography.jpg|Panorâmica desde o Alto de Brenas (579&nbsp;m de altitude), em [[Riotuerto]], da [[cordilheira Cantábrica]] (à esquerda) e da ''{{ilc|nlk=x|Marina|A Marina (Cantábria)|Marina (Cantábria)|La Marina (Cantábria)|La Marina|owl=es|owa=La Marina (Cantabria)}}'', com a cidade de Santander ao fundo e à direita
Pico Tordias.jpg|''Brañas'' (pastagens de altitude) vistas desde o Pico Tordias (968&nbsp;m), em [[Arenas de Iguña]]
</gallery>
=== Fauna ===
A [[fauna]] da Cantábria é rica, tanto em número de espécies como na importância e singularidade de algumas delas, devido ao ainda baixo nível de [[antropização]], à variedade de meios e à sua situação geográfica. Tal como ocorre com a flora, a situação de fronteira entre as regiões biogeográficas euro-siberiana e mediterrânica contribui para que se encontrem espécies típicas da região atlântica em áreas onde também se encontram espécies típicas da região mediterrânica. Estão contabilizadas pelo menos 280 espécies de [[vertebrados]] que se reproduzem na região, das quais 73 espécies de [[mamíferos]], agrupadas em 20 [[Família (biologia)|famílias]], 156 espécies de aves que se reproduzem na região, a que se somam outras espécies visitantes,<ref name=loct/> e 25 espécies de [[peixe]]s de água doce.<ref name=dr2014a/> Alguns dos mamíferos são [[Endemismo|endémicos]] da [[Península Ibérica]],<ref name=loct/> como a {{famesp2|toupeira-ibérica|Talpa|occidentalis}}, a toupeira-d'água (''[[Toupeira-da-água|Galemys pyrenaicus]]''), lebre-ibérica (''[[Lepus granatensis]]'') e a lebre-cantábrica (''[[Lepus castroviejoi]]''); outras são [[Espécie introduzida|espécies introduzidas]], como a gineta (''[[Gineta|Genetta genetta]]''), o vison-americano (''[[Vison-americano|Neovison vison]]'') e o ratão-do-banhado (''[[Myocastor coypus]]'').<ref name=loct/>

=== Subdivisões ===
=== Espaços naturais protegidos ===
{| style="width:100%"
|- style="vertical-align:top"
|
{| class="wikitable sortable"
! colspan="4" | [[Parque nacional|Parques nacionais]], [[Parque natural|parques naturais]] e [[Monumento natural|monumentos naturais]] {{nobold|<ref name=dr2014b/>}}
|-
! class="unsortable" | {{ref label2|‽}}
! style="text-align:left" | Nome e coordenadas
! style="width:1em" | Área<br>([[Hectare|ha]])
! style="width:1em" | Ano de<br>criação
|-
| 1
| data-sort-value="Picos Eur" | [[Parque Nacional dos Picos da Europa]]<br>&nbsp;&nbsp;{{coor dms|1=43.21|5=-4.84|small=s|escala=2500000|título=Parque Nacional dos Picos da Europa}}
{{td fmtn|15381}}
| style="text-align:center" | 1995 {{ref label2|♦}}
|-
| 2
| data-sort-value="Lienc" | {{ilc|Parque Natural das Dunas de Liencres||Parque natural das Dunas de Liencres|Dunas de Liencres|owl=es|owa=Parque natural de las Dunas de Liencres}}<br>&nbsp;&nbsp;{{coor dms|1=43.44781|5=-3.96263|small=s|escala=2500000|título=Parque Natural das Dunas de Liencres}}
{{td fmtn|195}}
| style="text-align:center" |1986
|-
| 3
| data-sort-value="Oyambre" | {{nowrap|{{ilc|Parque Natural de Oyambre||Parque natural de Oyambre|Oyambre|owl=es|owa=Parque natural de Oyambre}}}}<br>&nbsp;&nbsp;{{coor dms|1=43.38659|5=-4.36535|small=s|escala=2500000|título=Parque Natural de Oyambre}}
{{td fmtn|5758}}
| style="text-align:center" |1988
|-
| 4
| data-sort-value="Saja Bes" | {{ilc|Parque Natural do Saja-Besaya||Parque natural do Saja-Besaya|owl=es|owa=Parque natural del Saja-Besaya}}<br>&nbsp;&nbsp;{{coor dms|1=43.154|5=-4.191|small=s|escala=2500000|título=Parque Natural do Saja-Besaya}}
{{td fmtn|24500}}
| style="text-align:center" |1988
|-
| 5
| data-sort-value="Pena Cabarga" | {{ilc|Parque Natural do Maciço de Peña Cabarga||Parque natural do maciço de Peña Cabarga|Parque natural maciço de Peña Cabarga|Parque Natural Maciço de Peña Cabarga|Peña Cabarga|owl=es|owa=Parque natural Macizo de Peña Cabarga}}<br>&nbsp;&nbsp;{{coor dms|1=43.3704|5=-3.8076|small=s|escala=2500000|título=Parque Natural do Maciço de Peña Cabarga}}
{{td fmtn|2588}}
| style="text-align:center" | 1989 {{ref label2|♥}}
|-
| 6
| data-sort-value="Collados Ason" | {{ilc|Parque Natural de Collados del Asón||Parque Natural Collados del Asón|Parque natural de Collados del Asón|Parque natural Collados del Asón|Collados del Asón|owl=es|owa=Parque natural Collados del Asón}}<br>&nbsp;&nbsp;{{coor dms|1=43.19479|5=-3.59768|small=s|escala=2500000|título=Parque Natural de Collados del Asón}}
{{td fmtn|4740}}
| style="text-align:center" |1999
|-
| 7
| data-sort-value="Sequoias Monte Cab" | {{ilc|Monumento Natural Sequóias do Monte Cabezón||Monumento Natural das Sequóias do Monte Cabezón|Sequóias do monte Cabezón|Sequóias do Monte Cabezón|Sequoias do monte Cabezón|Sequoias do Monte Cabezón|Monumento natural das sequóias do monte Cabezón|owl=es|owa=Secuoyas del Monte Cabezón}}<br>&nbsp;&nbsp;{{coor dms|1=43.31992|5=-4.25864|small=s|escala=2500000|título=Monumento Natural Sequóias do Monte Cabezón}}
{{td fmtn|2.4}}
| style="text-align:center" |2003
|-
| 8
| data-sort-value="Marismas Santona" | {{ilc|Parque Natural das Marismas de Santoña, Victoria e Joyel||Parque natural das marismas de Santoña, Victoria e Joyel|Marismas de Santoña, Victoria e Joyel|owl=es|owa=Parque natural de las Marismas de Santoña, Victoria y Joyel}}<br>&nbsp;&nbsp;{{coor dms|1=43.43278|5=-3.4825|small=s|escala=2500000|título=Parque Natural das Marismas de Santoña, Victoria e Joyel}}
{{td fmtn|6979}}
| style="text-align:center" |2006
|-
! colspan="2" style="text-align:left" | Total:
! style="text-align:right" | {{formatnum:601434}} !! &nbsp;
|}
| style="padding-top:14px" | {{Mapa dinâmico
|align  =center
|zoom   =8
|width  =500
|height =500
|marker-size   =small
|marker-symbol =-number
|marker-color  =#34A853

|title1        =Parque Nacional dos Picos da Europa
|coordinates1  =43.21, -4.84

|title2        =Parque Natural das Dunas de Liencres
|coordinates2  =43.44781, -3.96263

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|coordinates3  =43.38659, -4.36535

|title4        =Parque Natural do Saja-Besaya
|coordinates4  =43.154, -4.191

|title5        =Parque Natural do Maciço de Peña Cabarga
|coordinates5  =43.3704, -3.8076

|title6        =Parque Natural de Collados del Asón
|coordinates6  =43.19479, -3.59768

|title7        =Monumento Natural Sequóias do Monte Cabezón
|coordinates7  =43.31992, -4.25864

|title8        =Parque Natural das Marismas de Santoña, Victoria e Joyel
|coordinates8  =43.43278, -3.4825
}}
|-
| colspan="2" |
{{note label2|‽|Número no mapa}}
{{note label2|♦|Foi criado em 1918, mas durante muitas décadas o seu território só incluía uma zona nas [[Astúrias]]. A área refere-se à parte que se situa na Cantábria, pois há partes do parque que ficam nas Astúrias e em [[Castela e Leão]]. A área total é {{fmtn|67127|ha}}.}}
{{note label2|♥|Em termos legais não é considerado um parque natural, pois a declaração do Governo da Cantábria foi anulado por ordem judicial por não haver plano de ordenação. Desde então ficou num limbo jurídico; em janeiro de 2019 foi anunciado que a sua área iria finalmente ser classificada como [[paisagem protegida]].<ref name=dm5/>}}
|}
{| style="width:99%"
|- style="vertical-align:top"
|
{| class="wikitable sortable" style="width:480px"
! colspan="3" | [[Zona de Proteção Especial|Zonas de proteção especial para aves]] {{nobold|<ref name=dr2014b/>}}
|-
! style="width:1em;text-align:left" | Nome
! style="width:1em" | Área<br>([[Hectare|ha]])
! style="width:1em" | Ano de<br>criação
|-
| {{ilc|Barragem do Ebro||Represa do Ebro|Albufeira do Ebro|Pântano do Ebro|Pântano de Reinosa|owl=es|owa=Embalse del Ebro}} |{{td fmtn|6711}} ||2000
|-
| data-sort-value="Hermida" | [[Desfiladeiro de La Hermida]] |{{td fmtn|6350}} ||2000
|-
| ''Hoces'' do Ebro |{{td fmtn|4080}} ||2000 {{ref label2|◊}}
|-
| [[Liébana]] |{{td fmtn|29071}} ||2000
|-
| Marismas de Santoña, Victoria y Joyel |{{td fmtn|6904}} ||1994
|-
| data-sort-value="Serra Cord" style="white-space:nowrap" | {{ilc|Serra do Cordel||Serra del Cordel|owl=es|owa=Sierra del Cordel}} e cabeceiras do {{ill|es|Rio Nansa|Río Nansa|Nansa}}<br>e do {{ill|es|Rio Saja|Río Saja|Saja}} |{{td fmtn|16244}} ||&nbsp;
|-
| data-sort-value="Serra Hij" | {{ill|es|Serra de Híjar|Sierra de Híjar}} |{{td fmtn|4730}} ||2000
|-
| data-sort-value="Serra Pena Sag" | {{ilc|Serra de Peña Sagra||Peña Sagra|owl=es|owa=Sierra de Peña Sagra}} |{{td fmtn|5020}} ||2000
|-
! style="text-align:left" | Total:
! style="text-align:right" | {{formatnum:79110}} !!&nbsp;
|-
! colspan="3" style="text-align:left; font-size:small; font-weight:normal; background:#F8F9FA" |
{{Note label2|◊|Esta área protegida tem continuidade a sul no {{ilc|Parque Natural das Hoces do Alto Ebro e Rudrón|Parque natural das Hoces do Alto Ebro e Rudrón|Parque natural de las Hoces del Alto Ebro y Rudrón|owl=es|owa=Parque natural de las Hoces del Alto Ebro y Rudrón}}, na província de [[Burgos (província)|Burgos]]. ''Hoce'' é uma forma em desuso de ''hoz'',{{ref rae.es|hoce}} que significa "parte estreita de um vale profundo" (onde corre um rio, cujo leito estreita ao passar entre duas montanhas),{{ref rae.es|nl=s|hoz}} ou seja é um [[desfiladeiro]] onde corre um rio.}}
|}
{| class="wikitable sortable" style="width:480px"
! colspan="2" | [[Sítio de Importância Comunitária|Sítios de importância comunitária]] {{nobold|<ref name=dr2014b/>}}
|-
! style="text-align:left" | Nome
! style="width:1em" | Área<br>([[Hectare|ha]])
|-
| Vales altos do Nansa e Saja e Alto Campoo |{{td fmtn|51098}}
|-
| Liébana |{{td fmtn|42546}}
|-
| {{ilink condicional|pag1=Zona especial de conservação Montanha Oriental|pag2=Montanha oriental (Cantábria)|pag3=Montanha Oriental (Cantábria)|lktxt=Montanha oriental|owl=es|owa=Zona especial de conservación Montaña Oriental}}
{{td fmtn|21679}}
|-
| {{ilcx|Rio e barragem do Ebro|Rio e Barragem do Ebro|Zona Especial de Conservação rio e barragem do Ebro|Zona Especial de Conservação Rio e Barragem do Ebro|owl=es|owa=Zona Especial de Conservación Río y Embalse del Ebro}}
{{td fmtn|7685}}
|-
| Marismas de Santoña, Victoria y Joyel |{{td fmtn|3701}}
|-
| {{ill|es|Serra do Escudo|Sierra del Escudo}} |{{td fmtn|3198}}
|-
| {{ilcx|Rias ocidentais e duna de Oyambre|[[Ria]]s ocidentais e duna de Oyambre|Rias Ocidentais e Duna de Oyambre|owl=es|owa=Rías Occidentales y Duna de Oyambre}} |{{td fmtn|1272}}
|-
| {{ill|es|Rio Pas|Río Pas}} |{{td fmtn|957}}
|-
| {{ill|es|Serra do Escudo de Cabuérniga|Sierra del Escudo de Cabuérniga}} |{{td fmtn|787}}
|-
| Dunas do {{ilc|nlk=x|Puntal|Praia de El Puntal (Cantábria)|El Puntal (Cantábria)|Puntal (Cantábria)|Praia de El Puntal|owl=es|owa=Playa de El Puntal (Cantabria)}} e {{ill|nlk=x|es|Ria de Cubas|Ría de Cubas|estuário do Miera}} |{{td fmtn|675}}
|-
| {{ill|es|Rio Nansa|Río Nansa|Nansa}} |{{td fmtn|569}}
|-
| Dunas de {{ill|nlk=x|es|Liencres}} e estuário do Pas |{{td fmtn|544}}
|-
| {{ill|es|Rio Asón|Río Asón}} |{{td fmtn|530}}
|-
| Costa central e {{ill|es|ria de Ajo|Ría de Ajo}} |{{td fmtn|444}}
|-
| [[Rio Deva (Cantábria e Astúrias)|Rio Deva]] |{{td fmtn|397}}
|-
| [[Rio Miera]] |{{td fmtn|395}}
|-
| {{ill|es|Rio Saja|Río Saja}} |{{td fmtn|321}}
|-
| {{ill|es|Rio Camesa|Río Camesa}} |{{td fmtn|245}}
|-
| {{ill|es|Rio Agüera|Río Agüera}} |{{td fmtn|214}}
|-
| Caverna no município de [[Val de San Vicente]] |{{td fmtn|180}}
|-
| Caverna nos municípios de [[Santillana del Mar]] e [[Alfoz de Lloredo]]|{{td fmtn|112}}
|-
! style="text-align:left" | Total:
! style="text-align:right" | {{formatnum:138523}}
|}
| [[Imagem:Picos de Europa desde Ganzo.jpg|thumb|upright=1.18|Vista em janeiro de 2021 desde {{ilc|nlk=x|Ganzo}}, no município de [[Torrelavega]], do maciço oriental (de Ándara) dos Picos da Europa (à esquerda) e de parte do maciço central (dos Urrieles; à direita)]]

[[Imagem:La Liébana 1979 02.jpg|thumb|upright=1.18|O vale do rio Bullón, com os Picos da Europa ao fundo, visto do miradouro de Piedrasluengas, [[Pesaguero]], Liébana]]

[[Imagem:Nacimiento del río Asón (Cantabria).jpg|thumb|upright=1.18|[[Nascente (hidrografia)|Nascente]] do rio Asón, no Parque Natural de Collados del Asón]]

[[Imagem:Ria de La Rabia, Comillas.jpg|thumb|upright=1.18|{{ilc|Parque Natural de Oyambre||Parque natural de Oyambre|Oyambre|owl=es|owa=Parque natural de Oyambre}} em Trasvía, [[Comillas]]]]
|}
==== Comarcas ====
{|  style="float:right"
| [[Imagem:Comarcas administrativas de Cantabria.svg|thumb|315px|
{| style="white-space:nowrap"
|+ '''Mapa dos municípios e comarcas da Cantábria'''
|- style="vertical-align:top"
| style="width:35%" | &nbsp;
|{{Legenda|#FF0000| [[Asón-Agüera]] }}
{{Legenda|#D40055| [[Besaya (comarca)|Besaya]] }}
{{Legenda|#D4AA00| [[Campoo-Los Valles]] }}
{{Legenda|#00AA00| [[Costa Ocidental (Cantábria)|Costa Ocidental]]}}
{{Legenda|#892CA0| [[Costa Oriental (Cantábria)|Costa Oriental]] }}
| style="width:25%" | &nbsp;
| {{Legenda|#AA0000| [[Liébana]] }}
{{Legenda|#CCFF00| [[Saja-Nansa]] }}
{{Legenda|#808000| [[Santander (comarca)|Santander]] }}
{{Legenda|#66FF00| [[Trasmiera]] }}
{{Legenda|#008080| [[Vales Pasiegos]] }}
| style="width:25%" | &nbsp;
|}
]]
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{| class="sortable wikitable" style="margin-left:2.4em"
! colspan="3" | 20 municípios da Cantábria com mais habitantes em {{População municípios Espanha|TXT=año}} {{nobold|<ref name=pop1/>}}
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! style="width:1em" | &nbsp;
! style="text-align:left; width:5em" | Município
! style="text-align:right; width:2em" | Núm. de<br>habitantes
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| 1 || [[Santander (Espanha)|Santander]] |{{Td população-es|39075}}
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| 2 || [[Torrelavega]] |{{Td população-es|39087}}
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| 3 || [[Castro-Urdiales]] |{{Td população-es|39020}}
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| 4 || [[Camargo (Espanha)|Camargo]] |{{Td população-es|39016}}
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| 5 || [[Piélagos]] |{{Td população-es|39052}}
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| 6 || [[El Astillero]] |{{Td população-es|39008}}
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| 7 || [[Santa Cruz de Bezana]] |{{Td população-es|39073}}
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| 8 || [[Laredo (Espanha)|Laredo]] |{{Td população-es|39035}}
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| 9 || [[Santoña]] |{{Td população-es|39079}}
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| 10 || style="white-space:nowrap" | [[Los Corrales de Buelna]] |{{Td população-es|39025}}
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| 11 || [[Reinosa]] |{{Td população-es|39059}}
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| 12 || [[Santa María de Cayón]] |{{Td população-es|39074}}
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| 13 || [[Suances]] |{{Td população-es|39085}}
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| 14 || [[Cabezón de la Sal]] |{{Td população-es|39012}}
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| 15 || [[Colindres]] |{{Td população-es|39023}}
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| 16 || [[Reocín]] |{{Td população-es|39060}}
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| 17 || [[Medio Cudeyo]] |{{Td população-es|39042}}
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| 18 || [[Polanco]] |{{Td população-es|39054}}
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| 19 || [[Cartes]] |{{Td população-es|39018}}
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| 20 || [[Marina de Cudeyo]] |{{Td população-es|39040}}
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===== Comarcas tradicionais =====
A Lei 8/1999 da Comunidade Autónoma da Cantábria, de 28 de abril de 1999, estabelece que a [[Comarcas da Espanha|comarca]] é uma entidade da organização territorial da comunidade autónoma. Esta lei abriu caminho à ''comarcalização'' (divisão em comarcas), cuja criação passou a ser incentivada. No entanto, a obrigatoriedade de todo o território estar ''comarcalizado'' só está prevista quando 70% do território já pertença a comarcas. A mesma lei estabelece que a cidade de Santander não se vai reger pela lei de ''comarcalização'' e que em vez disso deverá constituir a sua própria [[área metropolitana]].

As comarcas não têm carácter administrativo oficial e as únicas comarcas que funcionam de modo semelhante ao das comarcas administrativas de outras partes de Espanha e que estão claramente definidas são as de Liébana (nos [[Picos da Europa]]), Trasmiera e Campoo (no [[vale do Ebro]]).

A comarca de [[Asón-Agüera]] situa-se na parte oriental da comunidade e tem um carácter fundamentalmente rural. Nela se encontram os cursos altos dos rios {{ill|es|Rio Asón|Río Asón|Asón}} e {{ill|es|Rio Agüera|Río Agüera|Agüera}}, junto ao limite com a [[Biscaia]]. A sua sede comarcal é [[Ramales de la Victoria]].

A comarca de [[Besaya (comarca)|Besaya]] situa-se no centro da comunidade e a sua sede é [[Torrelavega]]. Estende-se ao longo do vale do {{ill|nlk=x|es|rio Besaya|Río Besaya}}, que funciona como eixo ou corredor pelo qual passam as principais vias de comunicação. É uma das zonas mais industrializadas da Cantábria.

A comarca de [[Campoo-Los Valles]], também conhecida simplesmente como Campoo, situa-se na parte sul da comunidade, abarcando toda a cabeceira do [[vale do Ebro]]. O seu núcleo de serviços à população é [[Reinosa]]. Tem um carácter marcadamente rural, à exceção das zonas industriais de Reinosa e de {{ilcx|Mataporquera|Mataporquera (a capital do município de [[Valdeolea]])}} e nos últimos anos tem passado por um processo significativo de despovoamento e [[desindustrialização]].

A comarca da [[Costa Ocidental (Cantábria)|Costa Ocidental]] situa-se na parte noroeste da comunidade, estendendo-se ao longo da costa desde [[Santillana del Mar]] até ao limite com as Astúrias. Tem um carácter principalmente urbano e turístico. A sua sede comarcal é [[San Vicente de la Barquera]].

A comarca da [[Costa Oriental (Cantábria)|Costa Oriental]] estende-se desde [[Colindres]] até ao limite com a [[Biscaia]] (no [[Comunidade Autónoma do País Basco|País Basco]]); a sul vai até às montanhas pré-litorais. Tem um carácter principalmente urbano e turístico.

A comarca de [[Liébana]] é a mais ocidental da Cantábria, situada entre os [[Picos da Europa]] e a {{ilc|serra de Peña Sagra||Peña Sagra|owl=es|owa=Sierra de Peña Sagra}}. A sua [[orografia]], basicamente uma grande cova entre paredes de [[calcário]], torna a comarca melhor definida da Cantábria. Tradicionalmente isolada, é uma região rural cuja sede é [[Potes]] e atrai muitos turistas devido ao seu património natural e histórico.

A comarca de [[Saja-Nansa]] estende-se a sul da Costa Ocidental desde a comarca de Besaya até ao limite com as Astúrias e com Liébana. A sul confronta a comarca de Campoo. Ou seja, vai desde a ''{{ilc|nlk=x|Marina|A Marina (Cantábria)|Marina (Cantábria)|La Marina (Cantábria)|La Marina|owl=es|owa=La Marina (Cantabria)}}'' até ás montanhas da Peña Sagra e da cordilheira Cantábrica. Tem carácter eminentemente rural e a sua sede comarcal é [[Cabezón de la Sal]].

A comarca de [[Santander (comarca)|Santander]] é de carácter claramente industrial e urbano. Nela se concentra praticamente metade da população da Cantábria. É constituída pelos municípios a oeste e a sul [[baía de Santander]] e pelo município de [[Penagos]], estendendo-se a sul até a {{ilc|nlk=x|serra da Matanza||Sierra de la Matanza}}. A sua sede é [[Santander (Espanha)|Santander]].

A comarca de [[Trasmiera]] abarca a área desde a baía de Santander até [[Santoña]], a sua sede comarcal, junto à Costa Oriental, estendendo-se a sul até à comarca de Asón-Agüera. Tradicionalmente era uma comarca rural, mas nas últimas décadas tem vindo a tornar-se uma zona turística e registou um aumento considerável da sua população, devido à sua proximidade de Santander.

A comarca dos [[Vales Pasiegos]], também conhecida como Pas-Miera e Pas-Pisueña-Miera, situa-se a sul da comarca de Santander e é limitada a oeste pela comarca de Besaya, a leste pela de Asón-Agüera e a sul por Castela e Leão. Abarca os cursos altos dos rios {{ill|es|Rio Pas|Río Pas|Pas}} e do [[Rio Miera|Miera]], onde se encontram também os vales de [[Vale de Toranzo|Toranzo]], {{ilc|nlk=x|Carriedo|Vale de Carriedo|Vale do Carriedo}}, {{ilc|nlk=x|Cayón|Vale de Cayón|Vale do Cayón}} e do [[Vale do Pas]] (ou vale ''Pasiego''); este último destaca-se pelas suas características históricas. A sua sede comarcal é [[Villacarriedo]].

===== Comarcas naturais e históricas =====
Em termos de características físicas do ambiente natural é comum dividir a Cantábria em três "franjas" e dez comarcas ou regiões naturais. Na chamada franja ou faixa costeira, encontra-se a ''{{ilc|nlk=x|Marina|A Marina (Cantábria)|Marina (Cantábria)|La Marina (Cantábria)|La Marina|owl=es|owa=La Marina (Cantabria)}}''. Na franja intermédia, constituída pelos vales cantábricos perpendiculares à costa, encontram-se [[Liébana]] e os vales {{ilink condicional|Vale do Nansa|lk1=do Nansa|3=do {{ilc|Nansa|Rio Nansa}}|owl=es|owa=Valle del Nansa}}, {{ilink condicional|Vale do Saja|lk1=do Saja|3=do {{ilc|Saja|Rio Saja}}|owl=es|owa=Valle del Saja}}, {{ilc|do Besaya|Vale do Besaya|lk=Besaya (comarca)}}, [[Vales Pasiegos|do Pas-Pisueña]], [[Vale do Miera|do Miera]], {{ilink condicional|Vale do Asón|lk1=do Asón|3=do {{ilc|Asón|Rio Asón}}|owl=es|owa=Valle del Asón}}-{{ilc|nlk=x|Gándara|Rio Gándara}} e {{ill|nlk=x|es|Vale de Soba|Valle de Soba|de Soba}} (este último é uma parte do vale do Gándara). Na franja meridional, constituída pelas [[Bacia hidrográfica|bacias hidrográficas]] dos rios [[Rio Ebro|Ebro]] e [[Rio Douro|Douro]], correspondente à comarca tradicional de Campoo-Los Valles, distinguem-se duas comarcas ditas naturais: a de Campoo e a dos vales do sul (nos municípios de [[Valderredible]], [[Valdeolea]] e [[Valdeprado del Río|Valdeprado]]).

A partir do século XIII a organização territorial da Cantábria em vales, típica de todo o norte de Espanha, foi substituída pelas cidades, vilas ou comarcas históricas que agrupavam vales: Liébana, {{ilc||Astúrias de Santillana|Asturias de Santillana|owl=es|owa=Asturias de Santillana}}, Trasmiera, Campoo-Los Valles e Valderredible.

==== Municípios ====
{{AP|Lista de municípios da Cantábria}}

=== Demografia ===
[[Imagem:Piramid Population Cantabria 2006.png|thumb|[[Pirâmide etária]] da Cantábria em 2006]]

Em 2020 a Cantábria tinha {{formatnum:582905}} habitantes ({{Densidade populacional|582905|5321}}), segundo o [[Instituto Nacional de Estatística (Espanha)|Instituto Nacional de Estatística]] espanhol, o que representava 1,25% da população de Espanha. Em termos demográficos, só há três regiões autónomas espanholas mais pequenas do que a Cantábria: a comunidade autónoma da [[La Rioja (Espanha)|Rioja]] ({{formatnum:319653}} habitantes em 2020) e as cidades autónomas de [[Ceuta]] ({{fmtn|83842|hab.}}) e [[Melilha]] ({{fmtn|87076|hab.}}). A Cantábria ocupa o 28.ª lugar das 50 províncias espanholas em número de habitantes.

A [[esperança de vida]] é{{quando}} de 80 anos para os homens e 87 anos para as mulheres.{{Carece de fontes|geo-eu|data=janeiro de 2022}} Em termos nacionais, a esperança de vida na Espanha em 2005 era de 80,3 anos (76,9 para os homens e 83,6 para as mulheres).<ref name=oms1/> Comparativamente a outras regiões espanholas, a Cantábria tem taxas de [[imigração]] relativamente baixas: em 2017, os imigrantes constituíam 4,99% da população, quando no mesmo 9,79% da população de Espanha eram imigrantes. As nacionalidades predominantes em 2017 eram a [[Romênia|romena]], [[Moldávia|moldava]], [[Marrocos|marroquina]], [[Colômbia|colombiana]], [[peru]]ana, [[República Dominicana|dominicana]], [[Equador|equatoriana]] e [[brasil]]eira.<ref name=icane1/>

As principais povoações cantábricas encontram-se na zona litoral, onde se tem assistido a grande desenvolvimento urbanístico e aumento de população, ao passo que as zonas interiores sofrem de elevado despovoamento. Entre as principais cidades da comunidade autónoma destacam-se a capital, [[Santander (Espanha)|Santander]], com {{POB-ES|39075}} habitantes em {{População municípios Espanha|TXT=año}}, [[Torrelavega]] ({{POB-ES|39087}}&nbsp;hab.; o segundo núcleo urbano e industrial da Cantábria) e [[Castro-Urdiales]] ({{POB-ES|39020}}&nbsp;hab.). As duas primeiras são os núcleos principais da [[conurbação]] denominada área metropolitana de Santander-Torrelavega. A província da Cantábria é a 23.ª da Espanha na qual existe uma maior percentagem de habitantes concentrados na capital (29,56%; o total nacional é 31,96%).

Em 2011, a [[delinquência]] na região era significativamente mais baixa do que a média espanhola, com uma taxa de delitos de 29,5 infrações penais por cada mil habitantes, em contraste com a média espanhola de 45,1 e cerca de 70 da União Europeia.<ref name=dm2/>

<gallery mode="packed" heights="150px">
Map of population of Cantabria 2005.png|Mapa demográfico por núcleos ubanos em 2005
Cantabria Densidad 2018.png|Densidade populacional por município em 2018
Cantabria Crecimiento 2008-2018.png|Crescimento populacional por município em 2018
Demografia Cantabria 2009.svg|Crescimento demográfico por município em 2009{{Legenda|#FF0000|Crescimento negativo}}{{Legenda|#000080|Crescimento positivo}}
</gallery>

==== Línguas ====
A [[língua oficial]] da Cantábria é o {{ling|es}}, que é falado em toda a comunidade. Também existe o [[Dialeto cântabro|cântabro]] (ou montanhês), um [[dialeto]] de transição entre o [[asturo-leonês]] e o {{ling|es|nome}}, que atualmente está praticamente desaparecido, só sendo usado em algumas zonas rurais do interior por pessoas de idade avançada. Recentemente foram realizadas algumas iniciativas para preservar o cântabro, o qual não tem qualquer tipo de reconhecimento oficial ou proteção institucional.{{Carece de fontes|geo-eu|data=janeiro de 2022}}

==== Religião ====
Entre 2010 e 2012, o {{ilc|nlk=x|Centro de Investigações Sociológicas||Centro de Investigaciones Sociológicas}} (CIS) espanhol realizou um estudo na Cantábria que incluiu a entrevista a {{formatnum:1398}} pessoas, o qual conclui que 75,1% dos habitantes da comunidade autónoma eram [[Cristianismo|cristãos]] [[Igreja Católica|católicos]] (37,1% afirmaram não ser praticantes), 1,8% eram de outras religiões, 15% não estavam afiliados a qualquer religião e 8,1% eram [[Ateísmo|ateus]].

== História ==
=== Pré-história e Antiguidade ===
[[Imagem:10 Bisonte Magdaleniense.jpg|thumb|esquerda|Pintura de [[bisonte]] [[Cultura Magdaleniana|magdaleniano]] na [[caverna de Altamira]]]]

A presença humana mais antiga conhecida na [[cornija Cantábrica]] data de há {{formatnum:200000}} anos ([[Paleolítico]]). Os ''[[Homo erectus]]'', que surgiram na região durante um [[período interglaciar]], organizavam-se em [[clã]]s [[Nomadismo|seminómadas]] de [[Caçador-coletor|caçadores-recoletores]] que fabricavam [[biface]]s. Durante a [[glaciação de Würm]] o [[homem de Neandertal]] ocupou [[caverna]]s e desenvolveu uma importante [[indústria lítica]] ([[Ponta lítica|pontas]], {{ill|es|Rascador|Raedera|rascadores}}, [[raspador]]es, {{ill|es|Denticulado|Denticulado|denticulados}}, etc.), que será levada ao seu auge pelo ''[[Homo sapiens]]'' durante o [[Paleolítico Superior]] (com [[azagaia]]s e {{ill|es|Bastão perfurado|Bastón perforado|bastões perfurados}}, por exemplo).

A arte desenvolvida por esses homens das cavernas, [[arte rupestre|rupestre]] e [[Arte móvel pré-histórica|móvel]], é encontrada em numerosas cavernas cantábricas, como [[Caverna de Altamira|Altamira]], [[Caverna de El Castillo|El&nbsp;Castillo]], [[Caverna de La Pasiega|La&nbsp;Pasiega]], [[Caverna de Las Monedas|Las&nbsp;Monedas]], {{ilc|nlk=x|Covalanas|Caverna de Covalanas|owl=es|owa=Cueva de Covalanas}}, {{ilc|nlk=x|Hornos de la Peña|Caverna de Hornos de la Peña|owl=es|owa=Cueva de Hornos de la Peña}} e [[Caverna de El Pendo|El&nbsp;Pendo]], entre muitas outras. Os humanos que nelas viviam produziam gravuras, pinturas e alguns arremedos de escultura, representando as suas presas de caça (como [[veado]]s, [[cavalo]]s, [[bisonte]]s e [[rena]]s), motivos geométricos e simbólicos, mas raramente figuras humanas e nunca os seus inimigos predadores.

A [[revolução neolítica]], que marcou o aparecimento de sociedades agrícolas, iniciada no [[Oriente]], chegou às costas do [[mar Cantábrico]] com um acentuado desfasamento cronológico em relação ao [[Mar Mediterrâneo|Mediterrâneo]]. Durante muito tempo essa área da [[Península Ibérica]] foi uma região marginal, onde coexistiram sociedades caçadoras-recoletoras e sociedades produtoras (agrícolas e pecuárias). Em termos culturais, destaca-se nessa época o [[megalitismo]], ligado à [[Transumância|pecuária transumante]].

Os [[Roma Antiga|romanos]] encontraram na Cantábria uma sociedade dividida em clãs, sem unidade política, que vivia em [[castro]]s (povoados fortificados) e praticava [[Pilhagem|pilhagens]] na [[Meseta Central]] para equilibrar as sua frágil economia. Para pôr termo às pilhagens, explorar os [[recursos minerais]], alargar e consolidar as fronteiras do [[Império Romano]] e obter honras de vitórias militares, em {{AC|29|c=c}} [[Augusto]] iniciou as [[Guerras Cantábricas]] com o objetivo de tomar o controlo dos territórios dos [[cântabros]] e [[ástures]], que duraram dez anos. A [[romanização]] da Cantábria foi tardia, centrando-se na [[Mineração|exploração mineira]] e pecuária, que definiu a disposição das vias de comunicação, adequando-as ao transporte das mercadorias. As únicas urbes que se destacaram foram [[Julióbriga]] (geralmente identificada com as ruínas existentes em {{ilcx|Retortillo (Campoo de Enmedio)|Retortillo|Retortillo (Cantábria)}}, no município de [[Campoo de Enmedio]]) e [[Flavióbriga]] (provavelmente a atual Castro-Urdiales).

=== Idade Média ===
[[Imagem:PeñaAmaya002 Entrada.JPG|thumb|Trincheira de acesso ao [[castro]] de [[Amaya (Espanha)|Amaya]], que no {{+séc|VI}} se tornou a capital do [[Ducado da Cantábria]] do [[Reino Visigótico]]]]

[[Imagem:Santo-Toribio.jpg|thumb|[[Mosteiro de São Turíbio de Liébana]], cuja fundação é tradicionalmente atribuída a [[Turíbio de Astorga]] {{nwrap|m.|460 ou 476}}]]

Aos romanos sucederam os [[visigodos]]. Em 574, o rei [[Leovigildo]] consolidou o seu domínio na cordilheira Cantábrica conquistando a praça de [[Amaya (Espanha)|Amaya]], que  poucos anos depois seria a capital do [[Ducado da Cantábria]], uma província do [[Reino Visigótico]]. No início do {{séc|VIII}}, a [[Invasão muçulmana da Península Ibérica|invasão muçulmana]] chegou a Amaya, provocando a fuga de muitos hispanogodos para norte.<ref name=ech98/> Em 722, a vitória de [[Pelágio das Astúrias|Pelágio]] frente aos [[mouros]] na [[Batalha de Covadonga]] permitiu a criação do [[Reino das Astúrias]], a entidade política na qual se configurou a sociedade cantábrica medieval, a qual passou por assentamento de aldeias nos vales, implantação duma economia agrária baseada nos [[Cereal|cereais]], [[Vitis|vinha]] e frutas. O [[cristianismo]] triunfou e foi introduzido o [[feudalismo]], desenvolvendo-se [[Senhoria|senhorios]] religiosos vinculados aos primeiros [[mosteiro]]s, onde floresceu a chamada [[arte de repovoação]], nomeadamente [[Mosteiro de São Turíbio de Liébana|São Turíbio de Liébana]], {{ilc|Santa Maria de Piasca||Igreja de Santa Maria (Piasca)|Igreja de Santa María (Piasca)|Igreja de Santa Maria de Piasca|owl=es|owa=Iglesia de Santa María (Piasca)}}, {{ilc|nlk=x|Santa Juliana|Mosteiro de Santa Juliana (Cantábria)|Santa Juliana (Cantábria)}} (atual {{ilcx|Colegiada de Santillana del Mar|Colegiada de [[Santillana del Mar]]|owl=es|owa=Colegiata de Santillana del Mar}}), {{ilc|nlk=x|Santo Emetério e São Celedónio|Abadia dos Corpos Santos|owl=es|owa=Abadía de los Cuerpos Santos}} (no local da atual [[Catedral de Santander]]), {{ilc|São Pedro de Cervatos|Colegiada de São Pedro de Cervatos|Colegiada de San Pedro de Cervatos|Colegiada de São Pedro (Cervatos)|owl=es|owa=Colegiata de San Pedro de Cervatos}} e {{ilc|São Martinho de Elines|Colegiada de São Martinho de Elines|Colegiada de São Martinho (Elines)|Colegiada de San Martín de Elines|lk=San Martín de Elines|owl=es|owa=Colegiata de San Martín de Elines}}.

O avanço da [[Reconquista]] para sul provocou novamente a marginalização da região, que só voltaria a ter um papel histórico relevante a partir do {{séc|XII}}, com a concessão de [[Foral|forais]] às vilas marítimas ([[San Vicente de la Barquera]], [[Santander (Espanha)|Santander]], [[Laredo (Espanha)|Laredo]] e [[Castro-Urdiales]]) pela [[Coroa de Castela|coroa castelhana]], com o objetivo de impulsionar o comércio de [[lã]] com as cidades do norte da Europa e assegurar as fronteiras do reino. As vilas registaram um crescimento demográfico e desenvolvimento urbano notável, prosperando graças à pesca e ao comércio. O [[Arte gótica|gótico]] foi introduzido na região (onde se destacam as quatro grandes [[Catedral|catedrais]]). A sua prosperidade leva essas vilas a confederar-se, formando a {{ill|es|Irmandade das Quatro Vilas|Hermandad de las Cuatro Villas}} e depois, em 1296, a {{ilc|Irmandade das Vilas da Marina de Castela com Vitória||Irmandade das Vilas da Marina de Castela com Vitoria|Hermandad de las Villas de la Marina de Castilla con Vitoria|Hermandad de las Marismas|owl=es|owa=Hermandad de las Marismas}}, também conhecida como ''Hermandad de las Marismas'', da qual faziam parte, além das quatro vilas costeiras cantábricas, [[Vitoria-Gasteiz|Vitória]], [[Getaria]], [[San Sebastián]], [[Bermeo]] e [[Hondarribia]]. O objetivo dessas federações era fortalecer a posição comercial em relação à competição do outro lado do [[golfo da Biscaia]], sobretudo o comércio de lã e [[farinha]] com a [[Condado da Flandres|Flandres]] e a [[Inglaterra]]. No {{séc|XIII}}, essas irmandades apoiaram a coroa na conquista de cidades [[Andaluzia|andaluzas]].

A crise do {{séc|XIV}} refletiu-se nas {{ill|es|guerras de bandos}}, provocadas pelas diversas famílias que compunham a estrutura senhorial da Cantábria, que procuravam ampliar o seu património, nomeadamente os {{ill|es|Casa de la Vega|Casa de la Vega|La Vega}}, os {{ill|es|Casa de Manrique de Lara|Casa de Manrique de Lara|Manrique}} e os {{ill|es|Casa de Velasco|Casa de Velasco|Velasco}}. Estes conflitos feudais assolaram a Cantábria durante praticamente um século, só terminando com a imposição da autoridade real durante o reinado dos [[Reis Católicos]] {{nwrap|r.|1474|1504}}.<ref name=cas89/>

Durante a Idade Média, a estrutura administrativa cantábrica baseou-se em [[concelho]]s, juntas (também chamadas ''valles'') e [[merindade]]s, conforme está descrito no ''“Livro das [[Merindade]]s de Castela”'' (conhecido como ''“{{ilc|Becerro de las Behetrías||Becerro de las Behetrías de Castilla|owl=es|owa=Becerro de las Behetrías de Castilla}}”''),{{
Nre|1=O termo ''{{ill|es|behetría}}'' está ligado ao direito de poder eleger o [[Senhoria|senhor]] (que em condições normais era imposto, sem que os submetidos tivessem opção de escolha).{{ref rae.es|nl=s|behetría}} Num sentido mais estrito designava uma terra cujo cultivador tem a liberdade de escolher o seu senhor.{{sfn|Alvar Ezquerra|2001|p=92}}
}} de 1352.{{sfn|Coterillo del Río|1976-1977|pp=145-170}} Posteriormente foram criados os [[corregimento]]s como organismos de controlo estatal: um para as comarcas das  {{ilc||Astúrias de Santillana|Asturias de Santillana|owl=es|owa=Asturias de Santillana}}, [[Campoo-Los Valles|Campoo]] e [[Liébana]]; e outro para as Quatro Vilas e [[Trasmiera]].

=== Idade Moderna ===
[[Imagem:Hermandad de las Cuatro Villas.svg|thumb|Principais rotas comerciais e [[Pesca|pesqueira]] da {{ill|es|Irmandade das Quatro Vilas|Hermandad de las Cuatro Villas}} nos séculos XV e XVI]]

O fim da Idade Média, no {{séc|XV}}, não alterou a situação de desintegração político-administrativa da Cantábria, que continuou dividida em vilas e vales, [[reguengo]]s e senhorios, litorial e interior. No {{séc|XVI}} as vilas de pescadores entraram em crise, devido às distorções económicas causadas pelas guerras de hegemonia dos {{ilc|Áustria|Casa dos Áustria (Espanha)|Casa de Áustria (Espanha)|Casa da Áustria (Espanha)|Casa de Habsburgo (Espanha)|Habsburgo espanhóis|lk=Casa da Áustria}} e pelas sucessivas crises de fome e [[peste]] entre o final do século e a primeira metade do {{séc|XVII}}. Por outro lado, a introdução de novos produtos agrícolas provenientes da [[América]], especialmente o [[milho]], melhorou a precária dieta alimentar das populações, possibilitando uma recuperação demográfica que continuou ao longo do {{séc|XVIII}}. A abertura do {{ill|es|Caminho das Farinhas|Camino de las Harinas}} em 1753 converteu Santander no principal [[porto (transporte)|porto]] da [[Coroa de Castela]] de ligações com a América, conforme estabelecido nos Reais Decretos de 1765 e 1778, o que fez com que a cidade registasse um grande desenvolvimento das suas atividades comerciais. Em 1754 a capital cantábrica foi elevada a [[Diocese|sede episcopal]], em 1755 recebeu o título de cidade e em 1785 foi criado o [[Consulado do Mar]] local.

À medida que se aproximava o fim da [[Idade Moderna]], os projetos de unidade das comarcas cantábricas foram ganhando força, seguindo duas correntes distintas. Uma, mais tradicional, protagonizada pela {{ill|es|Irmandade das Quatro Vilas|Hermandad de las Cuatro Villas}}, que estava interessada especialmente na defesa das suas isenções fiscais, e pela {{ill|es|Província dos Nove Vales|Provincia de los Nueve Valles}}, daria origem à criação da {{ill|es|Província da Cantábria de 1778|Provincia de Cantabria de 1778}}. Outra corrente, ligada à burguesia santaderina, seria a triunfante, resultando na criação da [[Província de Santander]] em 1801, que depois foi definitivamente restaurada em 1833, no âmbito do {{ilc|nlk=x|esquema territorial|Divisão territorial de Espanha de 1833|Divisão territorial da Espanha de 1833|Divisão territorial de Espanha em 1833|Divisão territorial da Espanha em 1833}} implantado por {{ill|es|Javier de Burgos}}.

=== Séculos XIX e XX ===
Durante o século XIX foram iniciados vários processos que iriam configurar a Cantábria contemporânea. Em termos administrativos ocorreu a unificação territorial, com a formação da Província de Santander, o que, não obstante, não acabou com os problemas de desintegração e de comunicação que afetavam grande parte do território. Economicamente, assiste-se ao triunfo da [[Mercantilismo|economia mercantil]] santanderina até à segunda metade do século, quando o declínio do comércio [[Antilhas|antilhano]] levou a que houvesse uma reorientação da produção, com a produção de [[gado bovino]] e a [[Mineração|exploração mineira]] a antecederam o notável crescimento industrial do {{séc|XX}}.

[[Imagem:Santander Casino - panoramio.jpg|thumb|esquerda|O {{ilc|nlk=x|Gran Casino|Gran Casino Sardinero|Gran Casino del Sardinero|owl=es|owa=Gran Casino Sardinero}} (1916), no [[El Sardinero]]. Este bairro e a {{ilc|nlk=x|península da Madalena||Península de La Magdalena|Real Sitio de La Magdalena}}, onde se situa um [[Palácio da Madalena|antigo palácio real]] (1912), são dois dos símbolos da prosperidade da burguesia de Santander no início do {{séc|XX}}.]]

Em termos sociais, é o século da hegemonia da [[burguesia]], que fez surgir uma nova [[classe média]] e uma incipiente [[classe operária]], com a progressiva introdução de atividades industriais. É também nesse século que se iniciou o despovoamento dos vales interiores, com uma acentuada [[emigração]] da população para a costa e para os núcleos urbano-industriais, como a [[baía de Santander]], a bacia do {{ilc|nlk=x|Besaya|Rio Besaya}}, a foz do {{ill|es|Rio Asón|Río Asón|Asón}}, [[Castro-Urdiales]], e para fora da região, nomeadamente para a América e para a [[Andaluzia]].{{
nre|No final do {{séc|XIX}} e início do {{séc|XX}}, os habitantes do norte de Espanha que emigravam para a América e voltavam ricos ficaram conhecidos como ''{{ilc|indianos|Indiano (Espanha)|Indiano (emigrante)|owl=es|owa=Indiano}}''. Os emigrantes da Cantábria na Andaluzia e os seus descendentes são conhecidos como ''{{ill|es|jándalos}}''.
}} Politicamente, triunfou o [[liberalismo]] dinástico, com a consolidação da Província, que conseguiu estabelecer de forma estável o [[turismo]] durante a [[Restauração Bourbon na Espanha|Restauração Bourbon]] {{nwrap||1874|1931}}, graças às redes [[Clientelismo|clientelares]] tecidas por um caciquismo que encontra um ambiente favorável no espaço cantábrico rural e compartimentado. Nos centros urbanos desenvolveu-se um vigoroso [[republicanismo]] e no final do século surgiram as primeiras organizações operárias.

As mudanças iniciadas no {{séc|XIX}} aprofundaram-se e foram aceleradas no  {{séc|XX}}. Demograficamente acentua-se o despovoamento quase total das montanhas e vales do interior, distantes dos principais centros urbanos e das vias de comunicação, com a população a concentrar-se ainda mais na costa e áreas urbanas. Economicamente consolida-se o desenvolvimento industrial baseado na produção de [[laticínios]],  [[pesca]], [[Indústria química|química]] e [[metalurgia]], atingindo a sua máxima expressão em meados do século; a partir de então iniciou um lento declínio que acabaria por desembocar na crise grave e consequente reconversão das década de 1970 e 1980, um período crítico, que teve influência na complexa estabilização da autonomia.

Socialmente assistiu-se a uma significativa [[proletarização]], criando-se um forte contraste entre áreas industriais e zonas agrárias, que nos anos 1930 foi uma das principais causas para confrontos durante a [[Guerra Civil Espanhola]]. A [[desindustrialização]] do último terço do século alterou o perfil socioprofissional da região, diminuindo ainda mais a população agrária, reduzindo a população operária e impulsionando o [[setor terciário]]. Além disso, desde os anos 1960, desenvolve-se o [[turismo]] com excessiva sazonalidade.

[[Imagem:Santoña,Penal de el Dueso.jpg|thumb|{{ilc|nlk=x|Penal de El Dueso}}, nas imediações de [[Santoña]], que foi um [[Campos de concentração franquistas|campo de concentração]] [[Fação nacionalista|franquista]] durante a [[Guerra Civil Espanhola]]{{nre|Na [[penitenciária]] de El Dueso chegaram a estar presos mais de {{formatnum:3000}} [[Facção republicana|republicanos]], muitos deles condenados à morte. Só no outono de 1937 foram ali pronunciadas 510 sentenças de morte.}}]]

Politicamente, os impulsos [[Democracia|democratizadores]] surgem no primeiro terço do século, consolidando-se durante a [[Segunda República Espanhola|Segunda República]], um período de intensa atividade política. A imposição da [[Espanha Franquista|ditadura franquista]] eliminou as organizações democráticas, com o regime a ser sustentado por redes caciquistas renovadas. A [[Transição Espanhola|recuperação da democracia]] a partir de 1975 — que na Cantábria é inseparável da conquista da autonomia — consolidou-se, embora persistam traços do antigo caciquismo, agora envolto num certo discurso [[Regionalismo (política)|regionalista]] algo vago, que é sustentado por ligações entre a classe política e a promoção imobiliária, que fomenta redes clientelares. A política regional é predominantemente [[Conservadorismo|conservadora]], para o que contribuiu o longo e traumático processo de desindustrialização.

Na sequência da aprovação da [[constituição espanhola de 1978]], foi aberta a porta para a autonomia das regiões espanholas. A incipiente comunidade de [[Castela e Leão]] começou por pretender integrar a antiga Província de Santander no seu projeto estatutário, mas as pressões dos municípios e autoridades cantábricas impulsionaram um projeto de estatuto para a região, que foi aprovado pela assembleia regional e por 87 dos 102 municípios da Cantábria. À semelhança de [[Comunidade de Madrid|Madrid]] e da [[La Rioja (Espanha)|Rioja]], foi concedido à Cantábria a chamada pré-autonomia por um decreto-lei.<ref name=apar/> Em 1979 foi iniciada a redação do {{ilc|Estatuto de Autonomia|Estatuto de autonomia da Cantábria|lk=Estatuto de autonomia}}, que seria aprovado pelas [[Cortes Gerais (Espanha)|Cortes Gerais]] em 1981. Finalmente, em 1 de fevereiro de 1982, entrou em vigor o Estatuto de Autonomia, que converteu oficialmente a antiga [[Província de Santander]] na [[Comunidades autónomas da Espanha|comunidade autónoma]] da Cantábria. O estatuto foi reformado em 1998, suprimindo-se a possibilidade de incorporação da Cantábria em Castela e Leão (artigo 58) e a região passa a ser denominada "[[Nacionalidades históricas da Espanha|comunidade histórica]]".<ref name=eaut2/>

== Governo e administração ==
[[Imagem:Parlacan exterior 02.jpg|thumb|left|Sede [[Parlamento da Cantábria]], instalada no antigo {{ilc|nlk=x|Hospital de São Rafael||Hospital de São Rafael (Santander)|Hospital de San Rafael (Santander)|Hospital de San Rafael|Hospital de São Rafael|owl=es|owa=Hospital de San Rafael (Santander)}} de Santander]]

O Estatuto de Autonomia da Cantábria, aprovado a 30 de dezembro de 1981, estabelece que as instituições políticas da comunidade autónoma respeitam os [[direitos fundamentais]] e as liberdades públicas, ao mesmo tempo que garantem o impulsionamento do desenvolvimento regional na base de relações democráticas. Nesse documento são  enumeradas e descritas as competências que o governo espanhol deve transferir para a comunidade autónoma, as quais nem todas foram ainda transferidas, à semelhança do que acontece com outras comunidades autónomas.

O [[Parlamento da Cantábria]] é a principal instituição de [[autogoverno]] da comunidade autónoma, sendo o órgão representativo do povo cantábrico. É constituído por 35 a 45 [[deputado]]s, eleitos por [[sufrágio universal]] [[Sufrágio direto|direto]], livre e [[Voto secreto|secreto]]. As principais funções do parlamento são exercer o [[poder legislativo]], aprovar os orçamentos da comunidade autónoma, promover e controlar a ação governamental e desenvolver as demais competências que lhe são conferidas pela constituição espanhola, pelo estatuto de autonomia e pelas demais regras do ordenamento jurídico. Além disso, é o parlamento elege o seu presidente.

O {{ilc|nlk=x|Presidente da Cantábria}} detém a mais representação da comunidade autónoma, além de representar o Estado na mesma e presidir, dirigir e coordenar a sua atuação. É eleito pelo parlamento entre os seus membros, após consulta às forças políticas nele representadas, e nomeado pelo rei. Após a sua nomeação, apresenta o seu programa no plenário da câmara parlamentar e para se manter no cargo o programa deverá ser aprovado por maioria [[Maioria simples|simples]] ou [[Maioria absoluta|absoluta]].

O [[Governo da Cantábria]] é o órgão encarregado de dirigir a ação política e exerce a [[Poder Executivo|função executiva]] e a autoridade reguladora de acordo com a constituição, o estatuto de autonomia e as restantes leis. É composto pelo residente da Cantábria, pelo vice-presidente (a quem o presidente pode delegar temporariamente as suas funções executivas e representativas) e pelos conselheiros, que são nomeados e demitidos pelo presidente.

=== Eleições ===
[[Imagem:Santander - Gobierno de Cantabria.jpg|thumb|upright|Sede do [[Governo da Cantábria]]]]

As eleições autonómicas (regionais) ocorrem a cada quatro anos, coincidindo com as eleições municipais. Nelas são eleitos os deputados do Parlamento da Cantábria. As primeiras foram realizadas a 8 de maio de 1983.

Após várias [[legislatura]]s presididas pelo {{ilc|nlk=x|Partido Popular da Cantábria||Partido Popular de Cantábria|owl=es|owa=Partido Popular de Cantabria}} (PPC; a federação regional do [[Partido Popular (Espanha)|Partido Popular]]) ou pela [[União para o Progresso de Cantábria]] de {{ilc|nlk=x|Juan Hormaechea}}, entre 2003 e 2011 o Governo da Cantábria foi dirigido por uma [[Coligação política|coligação]] entre o [[Partido Regionalista da Cantábria]] (PRC) e o [[Partido Socialista da Cantábria]] (PSC-PSOE; a federação regional do [[Partido Socialista Operário Espanhol]]), quando o Presidente da Cantábria foi [[Miguel Ángel Revilla]] (do PRC) e a vice-presidente foi [[María Dolores Gorostiaga|Dolores Gorostiaga]] (do PSC-PSOE). Após as eleições de 2011, o PPC conseguiu pela primeira vez uma maioria absoluta no parlamento regional, elegendo 20 deputados, e o seu líder {{ilc|nlk=x|Ignacio Diego}} foi eleito Presidente da Cantábria. Após as eleições de 2015 voltou ao poder a coligação PRC-PSOE e Revilla voltou a ocupar a presidência.

Em termos ideológicos, a Cantábria é uma comunidade conservadora quando comparada com outras regiões espanholas. Desde o restabelecimento da democracia nos anos 1970 que em quase todas as eleições os partidos conservadores, nomeadamente o [[Partido Popular (Espanha)|Partido Popular]] e, na década de 1980, a {{ilc|Coligação Popular|Coligação Popular (Espanha)|Coalición Popular|owl=es|owa=Coalición Popular}}, foram os mais votados, apesar de em algumas ocasiões pactos entre outros partidos tenham feito com que o governo ficasse na posse de outras forças políticas. Para esta tendência contribui muito o peso eleitoral da capital Santander, tradicionalmente muito conservadora. Em geral, as áreas onde os partidos menos conservadores têm mais votos são as zonas industriais da comunidade, como [[Torrelavega]] o [[Reinosa]], bem como algumas povoações costeiras com população mais jovem.
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{| style="margin-left:0.75em; margin-right:0.75em; float:left"
|+ style="font-size:110%; font-weight:bolder" | Resultados das eleições regionais entre 2003 e 2019
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{| class="wikitable"
|+ 25 de maio de 2003
|-
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|}
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|+ 27 de maio de 2007
|-
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|-
| colspan="4" | Presidente eleito: Miguel Ángel Revilla (PRC)
|}
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|+ 22 de maio de 2011
|-
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|-
| colspan="4" | Presidente eleito: Ignacio Diego (PP)
|}
| style="width:3em" | &nbsp; ||
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|+ 22 de maio de 2015
|-
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|-
| colspan="4" | Presidente eleito: Miguel Ángel Revilla (PRC)
|}
{| class="wikitable" style="width:100%; margin-top:30px"
|+ 26 de maio de 2019
|-
! style="text-align:left" | Partido
! style="text-align:right" | Votos
! style="text-align:right" | %
! style="text-align:right" | Deputados
|-
| style="background:#32CD32" | '''PRC'''
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| style="background:#1E90FF" | '''PP'''
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| style="background:#63BE21" | '''[[Vox (partido político)|Vox]]'''
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|-
| colspan="4" | Presidente eleito: Miguel Ángel Revilla (PRC)
|}
|}
| &nbsp;&nbsp; ||
{| style="font-size:90%; text-align:center; background:#F8F9FA; width:250px"
| style="border:1px solid darkgrey" | [[Imagem:Miguel Ángel Revilla 2019 (cropped).jpg|110px|border|center]]<br><!--
-->[[Miguel Ángel Revilla]], Presidente da Cantábria em 2003–2011 e 2015–2023; antes foi membro do governo autonómico entre 1995 e 2003
|}
|}
== Economia ==
[[Imagem:Santander.Banco.Santander.jpg|thumb|esquerda|Sede do [[Banco Santander]], uma das maiores instituições financeiras do mundo, em Santander]]

De acordo com a "Contabilidade Regional" realizada pelo [[Instituto Nacional de Estatística (Espanha)|Instituto Nacional de Estatística]] espanhol, em 2008 o [[produto interno bruto]] da Cantábria foi estimado em {{formatnum:13217617}} milhões de [[euro]]s.<ref name=icane2/> Em 2018 o [[PIB per capita]] foi {{formatnum:23817}} [[euro]]s, 8% inferior à média nacional espanhola.<ref name=icane3/> No terceiro trimestre de 2021 a [[taxa de desemprego]] era 10%, inferior à média espanhola de 14,6%.<ref name=icane4/>

Entre 1994 e os últimos anos da década de 2000{{
nre|name=ndad1|Não foram procurados dados mais recentes.
}} os indicadores económicos da região aproximaram-se gradualmente das regiões europeias mais desenvolvidas, o que foi possível graças a ter sido incluída durante seis anos na lista de regiões do "Objetivo&nbsp;1" da [[União Europeia]] (UE), o que lhe permitiu receber subsídios a fundo perdido para se desenvolver. No período anterior, em 1992 e 1993, parte do território cantábrico foi região Objetivo&nbsp;2 e outra parte, entre 1991 e 1993, Objetivo&nbsp;5.<ref name=coreu1/> O sucesso económico foi acompanhado pela perda progressiva dos {{ilc|nlk=x|fundos de coesão||Fundo de Coesão|Fundo de coesão}} da UE. No período 2006–2007, a Cantábria foi excluída do Objetivo&nbsp;1, mas a controvérsia que essa decisão gerou devido à ultrapassagem do limite de 75% do PIB per capita médio europeu ter sido muito ligeiro levou a que fosse considerada uma região do Objetivo&nbsp;1 "em situação transitória".{{
nre|Para a controvérsia contribui o facto do método de cálculo do PIB per capita para [[paridade do poder de compra]], o que prejudicava claramente a região. Pelo  novo método, o PIB per capita médio dos últimos três anos nessa época passou a ser 75,67% da média europeia, quando pelo método anterior era 69,57%.<ref name=coreu1/>
}} Em 2007 os subsídios do [[Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional]] diminuíram 46,2%{{
nre|No Objetivo 1 a região recebia anualmente mais de 30&nbsp;milhões de euros.
}} em consequência do período transitório de saída do Objetivo&nbsp;1 e a entrada no Objetivo&nbsp;2.<ref name=dm3/>

Na Cantábria o [[setor primário]] estava em retrocesso no final da década de 2000,<ref group=lower-alpha name=ndad1/> quando empregava cerca de 6% da [[população ativa]], principalmente na pecuária de [[gado bovino]], [[laticínios]], agricultura (principalmente [[milho]], [[batata]], [[hortaliça]]s, [[Forragem animal|forragem]]), [[pesca]], [[mineração]] de [[zinco]] e [[pedreira]]s. O [[setor secundário]] ocupava 30% da população ativa. As principais indústrias eram a [[Siderurgia|siderúrgica]], [[Indústria química|química]], de [[papel]], [[indústria têxtil|têxtil]], [[Indústria farmacêutica|farmacêutica]] e equipamentos industriais e de transporte. O ramo mais importante do setor era a [[construção]], embora na época desse sinais de estagnação.

No início da década de 2010, o [[sector terciário]] dava emprego a cerca de 63% da população ativa, um facto sintomático da concentração da população nos centros urbanos e da importância do turismo (nomeadamente o [[Turismo rural|rural]]). No [[setor bancário]], destaca-se a liderança na [[banca de retalho]] do {{ilc|nlk=x|Unicaja Banco}}, devido à integração da antiga {{ilc|nlk=x|Caja Cantabria}}, cujo volume de negócios na região era aproximadamente {{formatnum:11000}} milhões de euros.{{Carece de fontes|geo-eu|data=janeiro de 2022}} O [[Grupo Santander]], do qual faz parte o Banco Santander, foi fundado e tem a sua sede na capital cantábrica. Em 2021 era quarto maior banco da [[Zona Euro]]<ref name=fint/> e um dos dez maiores entidades financeiras mundiais. Tem cerca de {{formatnum:129000}} empregados, 66&nbsp;milhões de clientes, {{formatnum:10200}} sucursais e 2,4&nbsp;milhões de [[acionista]]s em todo o mundo.

=== Transportes e comunicações ===
[[Imagem:Viaducto de Montabliz 2007-05-08.jpg|thumb|Construção do {{ilcx|viaduto de Montabliz|[[viaduto]] de Montabliz, nos municípios de [[Molledo]] e [[Bárcena de Pie de Concha]]}}, na Autovia Cantábria-Meseta (A-67), um exemplo da grande complexidade que envolve a construção de infraestruturas de comunicação na Cantábria. Com 198&nbsp;m de altura máxima, quando foi inaugurado em 2008, era a ponte mais alta de Espanha e a sexta da Europa.]]

O relevo muito acentuado e complicado do território cantábrico faz com que existam muitas barreiras topográficas que condicionam decisivamente o traçado das infraestruturas de comunicações, tanto na direção norte-sul (nas ligações com a [[Meseta Central|meseta castelhana]] como na direção leste-oeste, na ligação entre vales e com as Astúrias e País Basco, bem como os seus elevados custos de construção e manutenção.{{Carece de fontes|geo-eu|data=janeiro de 2022}} As insuficiências de dotação das infraestruturas de transporte da competência do governo espanhol, principalmente no que se refere às ligações à meseta [[Estrada|rodoviárias]]<ref name=sen2/> e [[Ferrovia|ferroviárias]],<ref name=ya1/> e o elevado custo por quilómetro implicou um défice significativo nas comunicações da região com o exterior.<ref name=eur2/> A Cantábria foi a última comunidade autónoma a ser ligada a [[Madrid]] através da rede radial de [[autoestrada]]s da "Rede de Interesse Geral do Estado", o que só ocorreu em julho de 2009. Segundo o Ministério do Fomento (responsável pelas [[Obra pública|obras públicas]]) espanhol, a região tem{{quando}} {{fmtn|2393|km}} de estradas convencionais e 206&nbsp;km de autoestradas.

O {{ilc|nlk=x|Aeroporto Seve Ballesteros|Aeroporto Seve Ballesteros–Santander|Aeroporto de Santander}} {{códigos aeroporto nb|SDR|LEXJ}}, o único [[aeródromo]] da Cantábria destinado ao tráfego regular de passageiros, foi inaugurado em 1977. Até 2003 tinha muito poucos voos, o que fazia com que os potenciais passageiros usassem o [[Aeroporto de Bilbau]]. Nesse ano a [[companhia aérea de baixo custo]] irlandesa [[Ryanair]] começou a operar voos no aeroporto na sequência de um acordo com o governo regional, que envolveu um avultado subsídio, e nos anos seguintes o tráfego cresceu enormemente (148% nos primeiros quatro anos).<ref name=dm4/> Em 2019 o o número de passageiros foi {{formatnum:1174999}} (+6,5% do que no ano anterior), dos quais {{formatnum:689785}} (58,7%) foram internacionais e {{formatnum:481321}} (41,3%) nacionais. No ano anterior o crescimento do número de passageiros tinha sido 17,7%.<ref name=aena1/> Em 2021 tinha voos regulares para vários destinos nacionais e internacionais.

;Principais infraestruturas de comunicações
[[Imagem:Puerto de Santander, panoramica.jpg|thumb|Porto de Santander, um dos mais importantes do norte da Espanha]]

*Aeroporto de Santander
*{{ilc|nlk=x|A-8/AP-8||Autovia/Autopista do Cantábrico|Autovia do Cantábrico|Autopista do Cantábrico|A-8 (Espanha)|AP-8|owl=es|owa=Autovía/Autopista del Cantábrico}} (Autovia/Autopista do Cantábrico) — percorre praticamente toda a costa norte espanhola, desde a fronteira francesa junto a [[Irun]], tendo continuidade na {{ilc|nlk=x|autoestrada A63 francesa|Autoestrada A63 (França)|A63 (França)|A63}}, passando, de leste para oeste, por [[San Sebastián]], [[Bilbau]], Santander, [[Gijón]] e terminando no município [[Galiza|galego]] de [[Begonte]], onde tem continuidade na [[Autovía del Noroeste|A-6]], que liga [[Madrid]] à [[Corunha]], passando por [[Astorga (Espanha)|Astorga]] e [[Lugo (Galiza)|Lugo]].
*{{ilc|nlk=x|A-67|Autovia Cantábria-Meseta|Autoestrada Cantábria-Meseta|A-67 (Espanha|owl=es|owa=Autovía Cantabria-Meseta}} (Autovia Cantábria-Meseta) — liga Santander à província de [[Palência (província)|Palência]], no norte de [[Castela e Leão]], onde tem continuidade na [[Autovia de Castela|A-62]], que segue para sudoeste até à fronteira portuguesa de [[Vilar Formoso]]; perto de [[Valladolid]] cruza-se com a A-601, que segue para [[Segóvia]] e mais a sul desemboca na A-6, que vai até Madrid.
*[[Caminho de ferro de via estreita|Ferrovia de via estreita]] Santander–[[Oviedo]], operada pela {{ilc|Renfe Cercanías AM|lk=Ferrocarriles de Vía Estrecha}}.
*{{ilc|nlk=x|Linha férrea Santander–Bilbau||Linha Santander–Bilbau|Linha Santander-Bilbau}}, operada pela Renfe Cercanías AM
*{{ilc|nlk=x|Linha Palência–Santander||Linha Palência-Santander|Linha Palencia–Santander|Linha Palencia-Santander}}, operada pela [[Renfe Operadora]]
*{{ill|es|Porto de Santander|Puerto de Santander}}
** Linha da {{ill|en|Brittany Ferries}} Santander–[[Plymouth]]

== Meios de comunicação ==
=== Imprensa escrita ===
[[Imagem:Vendedoraselcantabrico.jpg|thumb|esquerda|Vendedoras de jornais do ''El&nbsp;Cantábrico'' ou do ''El&nbsp;Pueblo Cántabro'' em Santander no início do {{séc|XX}}]]

Na década de 2000 o número de leitores de [[imprensa]] escrita na Cantábria era superior à média nacional espanhola, com mais de 100 exemplares por cada mil habitantes. Os principais [[Jornal|jornais]] diários da região são, respetivamente, o ''{{ilc|nlk=x|El&nbsp;Diario Montañés|El Diario Montañés}}'', fundado em 1902, e o ''{{ilc|nlk=x|Alerta|Alerta (jornal)|Alerta}}'', fundado em 1937. O primeiro tinha uma tiragem média de quase {{formatnum:25000}} exemplares em 2017{{Carece de fontes|geo-eu|data=janeiro de 2022}} e em 2018 estimava-se que tivesse cerca de {{formatnum:149000}} leitores;<ref name=aimc/> em 1998 detinha mais de 60% do mercado cantábrico.<ref name=fobreg/> Em 2008 o jornal diário ''[[El Mundo (Espanha)|El Mundo]]'' lançou uma edição regional para a Cantábria — ''El&nbsp;Mundo Hoy en Cantabria''<ref name=elm1/> — e em 2010 o Grupo Digital 2006, com sede em Santander, lançou o ''Aquí Diario Cantabria'', tentando cobrir a procura de media [[Progressismo|progressista]] na região.<ref name=abc1/>

A imprensa local é muito mais lida na região do que a imprensa com cobertura nacional, sendo a Cantábria uma das regiões espanholas onde essa ocorrência é mais acentuada. Alguns estudiosos correlacionam a maior penetração dos [[Meios de comunicação social|media]] locais em relação aos media nacionais com índices maiores de leitura nas regiões onde isso ocorre, que têm uma infraestrutura informativa mais desenvolvida, o que coincide com uma diferenciação cultural regional mais acentuada, o que origina uma maior resistência à oferta informativa externa.<ref name=fobreg/>

O primeira [[publicação periódica]] da Cantábria, ''La Gazeta de Santander'', da qual se conhecem apenas dois números, data de 1809. Em 1813 foi criado o semanário ''El&nbsp;Montañés'' e na mesma década houve mais umas quantas publicações efémeras. O primeiro diário, ''El Boletín de Comercio'', foi criado em 1839. Ao longo do {{séc|XIX}}, principalmente a partir da década de 1850, houve numerosas publicações periódicas na Cantábria. No final da década de 1930 a [[Guerra Civil Espanhola]] provocou o encerramento de muitos jornais diários, que nas seis décadas anteriores eram muito mais numerosos. Três dos grandes jornais cantábricos de referência — ''El&nbsp;Cantábrico'', ''La&nbsp;Región'' e ''La&nbsp;Voz de Cantabria'' — desapareceram nessa altura; todos eles eram [[republicanismo|republicanos]] e regionalistas, embora o último, resultante da fusão do ''La&nbsp;Atalaya'' e do ''El&nbsp;Pueblo Cántabro'', fosse [[conservadorismo|conservador]].<ref name=apc/>

Nas décadas mais recentes, aproveitando as facilidades de difusão oferecida pelas novas tecnologias, surgiram na comunidade novas alternativas de [[jornalismo digital]], quer na forma de edições ''online'' de jornais impressos quer pela criação de outros novos que usam a [[Internet]] o seu único canal de difusão. Seguindo o exemplo do resto da Espanha e da Europa, surgiram também alguns [[Imprensa gratuita|jornais gratuitos]].

=== Rádio e televisão ===
Ao contrário do que se tem passado com a imprensa escrita, nas últimas décadas a [[Radiodifusão|rádio]]  tem vindo a crescer na Cantábria. As estações pioneiras foram a Radio Santander e a Radio Torrelavega. Mais tarde, nos anos 1960 e 1970, chegaram à região a [[Cadena de Ondas Populares Españolas|COPE]] (antiga Radio Popular) e a [[Rádio Nacional de Espanha]]. Na década de 1990 surgiram a [[Onda Cero]] e numerosas rádios locais e regionais. Algumas destas rádios eram de legalidade no mínimo duvidosa e usavam [[Radiofrequência|frequências]] e potências não autorizadas, além de em alguns casos emitirem em locais não autorizados. Isso fez com que chegasse a haver denúncias da Direção Geral de Aviação Civil devido a [[interferência]]s nas frequências usadas na [[navegação aérea]].

Ao contrário do que acontece noutras comunidades autónomas, a Cantábria não tem um canal de [[televisão]] regional público. Em 1989 o governo regional adquiriu equipamento destinado a criar um centro de produção e emissão de televisão, mas o elevado custo levou a que o governo seguinte abortasse o projeto. Em 1984 a [[Televisión Española|TVE]], a emissora estatal espanhola, instalou um centro regional na Cantábria e em 1996 surgiram os primeiros canais de televisão local, que desapareceram quando se finalizou a [[transição para a televisão digital]], no final da década de 2000. Em 2021  só havia um canal regional na Cantábria, o Cantabria&nbsp;7 Televisión, sucessor da primeira estação de TV regional, a VegaVision, fundada em 1999.

== Cultura ==
[[Imagem:SanAntonio(Soba)CANTABRIA.JPG|thumb|upright|Casas tradicionais ''montañesas'', na aldeia de Asón do município de [[Soba (Espanha)|Soba]]]]

Apesar de haver algumas diferenças regionais, a Cantábria pertence a uma unidade cultural comum constituída pelas regiões do norte de Espanha banhadas pelo [[mar Cantábrico]]. Essa unidade cultural tem raízes na [[Povos ibéricos pré-romanos|época pré-romana]] e foi reconhecida no {{séc|I}} pelo [[geógrafo]] [[Grécia Antiga|grego]] [[Estrabão]]: ''«Assim é a vida dos montanheses, isto é, das [[tribo]]s que habitam o norte da Ibérica: os [[galaicos]], [[ástures]] e [[cântabros]], até ao país dos [[Vascões (povo)|vascões]] e ao [[Pirenéus]]. Porque é idêntica a vida de todos eles.»''<ref>{{citar estrabão|3|3|7}}</ref>

Esta unidade cultural da fachada atlântica não significa que haja uma homogeneidade cultural das sociedades deste âmbito geográfico. A Cantábria tem uma personalidade [[Etnografia|etnográfica]] própria, que a distingue dos asturianos a oeste, dos [[bascos]] a leste e dos [[Castela e Leão|castelhanos]] a sul. Para se compreender em detalhe a estrutura cultural regional tem que se entender a natureza do seu território, dividido em vales, mais ou menos isolados entre si. A acentuada compartimentação do território, devido à orografia, originou uma marcada divisão interna da Cantábria, com as comunicações difíceis entre vales, sendo este um aspeto imprescindível para se poderem entender as tradições e costumes da região. O relevo abrupto e o consequente tipo de exploração que os cantábricos exercem desde tempos imemoriais do território constituem um dos fatores distintivos na definição da realidade cultural da Cantábria: povoações que tendem a concentrar-se nas zonas centrais e ocidentais, muito dispersas na zona oriental, especialmente na [[Vales Pasiegos|região pasiega]], ou seja, nas cabeceiras dos rios {{ilc|Pas|Rio Pas}} e [[Rio Miera|Miera]].<ref name=echblog/>

Uma das particularidades mais características da Cantábria é o modelo, muito bem definido, das casas tradicionais de montanha ({{ilc|nlk=x|casas ''montañesas''|Casa montanhesa (Espanha)|Casa montañesa|Casa montanhesa|owl=es|owa=Casa montañesa}}), com telhado de duas águas, com [[Beiral|beirais]] por cima da fachada principal. Nelas é muito frequente a ''solana'', uma [[Terraço|varanda]]  corrida de madeira, protegida sob o beiral. Este modelo, que tem variantes conforme as regiões, deu origem aos típicos "casarões de montanha" ({{ill|nlk=x|es|Casona montañesa|Casona montañesa|''casonas montañesas''}}), [[Mansão|mansões]] senhoriais rurais que inspiraram o chamado estilo regionalista montanhês, uma variante do [[arquitetura historicista|estilo historicista]] em voga na Cantábria no início do {{séc|XX}}. Um dos elementos desses edifícios é o [[Portal (arquitetura)|portal]], geralmente com um [[brasão]], que dá acesso ao [[curral]]. Mas também existem outros modelos de casas, nomeadamente a singular {{ilc|nlk=x|cabaña pasiega}}, com a fachada principal na [[empena]].<ref name=echblog/>

Em relação ao modos de produção tradicionais, as suas formas não diferem muito do que é comum às restantes regiões do quadrante noroeste da Península Ibérica. Em meados do século {{séc|XX}} teve início uma profunda mudança na [[economia agrária]] da ''{{ilc|nlk=x|Marina|A Marina (Cantábria)|Marina (Cantábria)|La Marina (Cantábria)|La Marina|owl=es|owa=La Marina (Cantabria)}}'' e nos vales pré-costeiros, quando os habitantes do meio rural começaram a deixar de dedicar-se predominantemente à agricultura para se dedicarem a uma atividade [[pecuária]] extensiva de baixos rendimentos, sustentada num território em que os terrenos agrícolas são extremamente fragmentados, uma situação que teve poucas mudanças até há algumas décadas.{{sfn|Gómez Pellón|1999|p=217}}

Nesse âmbito, cabe mencionar, por ser muito característico, o uso de um modelo peculiar de ''carro chillón'' (à letra "carro ou [[carroça]] estridente barulhenta"), um carro de bois com o seu típico [[jugo]] ''cornal'', bem como o uso da ''basna'' (caixa de carga). Também relacionado com o trabalho agrícola, destaca-se o artesanato de utensílios e outros objetos agrícolas, muitas vezes realizado com verdadeiro gosto artístico, como é o caso das {{ilc|nlk=x|alparcas cântabras||Alparca cântabra|Albarca cántabra|owl=es|owa=Albarca cántabra}} ([[Tamanco|socas]] de madeira) e das ''colodras'' (recipiente de madeira ou [[corno]] com água que se pendura`na cintura, usada para carregar a [[Pedra de amolar|pedra de afiar]] a [[foice]] ou [[gadanha]]).{{ref rae.es|nl=s|colodra}}

<gallery mode="packed" heights="155px">
Museo Etnográfico de Cantabria 128.jpg|''Basna'' ou ''corzón''
Museo Etnográfico de Cantabria 100.jpg|Alparcas cântabras
Carro chillón 01.jpg|''Carro chillón'' con jugo ''cornal''
Colodra grabada.jpg|''Colodra'' de corno de boi
</gallery>

Possivelmente é na cultura imaterial que talvez se mais se destaque a peculiaridade cultural da Cantábria. Além das [[crença]]s, [[mito]]s e [[Superstição|superstições]], cabe mencionar a grande diversidade da rica [[literatura oral]], composta de [[conto]]s, [[lenda]]s, [[Romance (poesia)|romances]], [[trova]]s, [[Ditado popular|adágios]], adivinhas e [[reza]]s. O património musical também é rico e inclui várias formas: [[Cantiga de ninar|canções de embalar]], ''{{ill|es|Canto de ronda|Canto de ronda|cantares de ronda}}'', {{ilc|nlk=x|canções infantis||Canção infantil|Cantiga infantil|Canto infantil}}, ''{{ill|es|Tonada|Tonada|tonadas}}'', ''[[Jota (música)|jotas]]'', ''{{ilc|picayos|Picayos (dança)|Picayos (folclore)|Picayos|owl=es|owa=Picayos (danza)}}'' (género [[de dança folclórica]]), ''{{ilc|marzas||Martzak|owl=es|owa=Marzas}}'' (cantos de primavera), etc. Muitas dessas melodias são acompanhadas por [[dança]]s, destacando-se as modalidades de baile ''a lu altu'' e ''a lu baju'', nomeadamente a {{ill|es|baila de Ibio}}.<ref name=echblog/>

=== Olaria e cerâmica ===
[[Imagem:Ánfora vinaria.jpg|thumb|Restos de uma [[ânfora]] romana encontrada em Julióbriga]]

Historicamente na Cantábria houve locais em que a [[olaria]] foi uma atividade importante, como é comprovado pelos achados nas [[Escavação|escavações]] na cidade [[Império Romano|romana]] de [[Julióbriga]]. Em épocas posteriores Cos (no município de [[Mazcuerras]]) e nos [[Vales Pasiegos]] foram também locais onde o fabrico de olaria foi significativo.{{sfn|Seseña|1997|pp=152-155}}<ref name=vpas1/> A indústria de [[loiça]] fina, instalada nos séculos XVIII e XIX junto à costa e às vias de comérico marítimo, foi ainda mais importante.<ref name=barqr/> A principal fábrica dessa indústria foi uma em Galizano (no município de [[Ribamontán al Mar]]), mas também existiram outras em {{ilink condicional|Isla (Cantábria)|lk1=Isla|3=Isla (no município de [[Arnuero]])}}, Barcenilla (no município de [[Piélagos]]) e, com menos relevância, em [[Noja]] e Las Llamas (Santander). Todas elas tentaram competir com as loiças importadas do estrageiro, mas o elevado preço do [[chumbo]] e do [[estanho]] usados nos banhos [[Esmalte|esmaltadores]] dificultou-lhes o negócio.{{sfn|Pérez Vidal|1983|pp=42-43}}

=== Literatura ===
Entre os muitos [[escritor]]es cantábricos ou de ascendência cantábrica de prestígio, podem destacar-se os seguintes, que ao longo da história, pela sua obra alcançaram renome nacional, quando não universal:

[[Imagem:Menendez y pelayo with a book.jpg|thumb|Estátua de [[Marcelino Menéndez Pelayo]] na [[Biblioteca Nacional da Espanha|Biblioteca Nacional de Espanha]], Madrid]]

* [[Félix Lope de Vega]] (1562–1635) — Alcunhado ''"Fénix dos Talentos"'', foi o renovador do [[teatro]] espanhol, um poeta lírico de grande talento e um dos grandes vultos do [[Século de Ouro Espanhol]]. Nasceu em [[Madrid]], mas os seus pais eram de {{ilcx|Vega de Villafufre|Vega de [[Villafufre]]}}.
* [[Francisco de Quevedo]] (1580–1645) — Igualmente madrileno de nascimento, a sua família era de Vejorís, no município de [[Santiurde de Toranzo]].
* [[Calderón de la Barca|Pedro Calderón de la Barca]] (1600–1681) — Outro madrileno cuja família era de Viveda, no município de  [[Santillana del Mar]].
* {{ill|nlk=x|es|Amós de Escalante}} (Santander, 1831 – Santander, 1902)
* {{ill|es|José María de Pereda}} ([[Polanco]], 1833 – Santander, 1906)
* [[Marcelino Menéndez Pelayo]] (Santander, 1856 – Santander, 1912) — Além de escritor, destacou-se como [[História das ideias|historiador das ideias]], [[Filologia|filólogo]] e [[Crítica literária|crítico literário]].
* {{ill|nlk=x|es|Enrique Menéndez Pelayo}} (Santander, 1861 – Santander, 1921) — Irmão de Marcelino Menéndez Pelayo.
* {{ill|es|Concha Espina}} (Santander, 1869 – Madrid, 1955) — membro da [[Geração de 98]]
* {{ill|es|José María de Cossío}} (1892–1977) — Embora fosse de [[Valladolid]], onde nasceu e morreu, esteve muito ligado à Cantábria. Escreveu sobre vários escritores cantábricos, nomeadamente Pereda, de quem editou as ''Obras Completas''. Foi também ser presidente do clube de futebol [[Real Racing Club de Santander|Real Racing]] de Santander.
* [[Gerardo Diego]] (Santander, 1896 – Madrid, 1987) — Membro da [[Geração de 27]].
* {{ill|nlk=x|es|Víctor de la Serna}} ([[Valparaíso (Chile)|Valparaíso]], 1896 – Madrid, 1958) — Filho de Concha Espina, cresceu em [[Cabezón de la Sal]].
* {{ill|nlk=x|es|Manuel Pombo Angulo}} (Santander, 1914 – Madrid, 1995)
* [[Álvaro Pombo]] (Santander, 1939) — Um dos escritores naturais da Cantábria mais reconhecidos da atualidade.

=== Monumentos e museus ===
Lista não exaustiva de alguns dos monumentos e museus mais relevantes da Cantábria:
* [[Caverna]]s com vestígios arqueológicos, nomeadamente [[arte rupestre]] — a mais conhecida é a [[caverna de Altamira]] (em [[Santillana del Mar]]), mas há outras, como a de {{ill|nlk=x|es|Caverna de Chufín|Cueva de Chufín|Chufín}} ([[Rionansa]]), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Caverna de Hornos de la Peña|Cueva de Hornos de la Peña|Hornos de la Peña}} ([[San Felices de Buelna]]), <!--
-->[[Caverna de El Castillo|El&nbsp;Castillo]] ([[Puente Viesgo]]), <!--
-->[[Caverna de Las Monedas|Las&nbsp;Monedas]] (Puente Viesgo), <!--
-->[[Caverna de La Pasiega|La&nbsp;Pasiega]] (Puente Viesgo), <!--
-->[[Caverna de Las Chimeneas|Las&nbsp;Chimeneas]] (Puente Viesgo), <!--
-->[[Caverna de El Pendo|El&nbsp;Pendo]] ([[Camargo (Espanha)|Camargo]]), <!--
-->{{ilc|nlk=x|La&nbsp;Garma|Complexo cárstico do monte de La Garma|Caverna de La Garma|Complexo cárstico do Monte de La Garma|Complexo de cavernas de La Garma|Complexo kárstico do monte de La Garma|Complexo kárstico do Monte de La Garma|owl=es|owa=Complejo kárstico del monte de La Garma}} ([[Ribamontán al Monte]] e [[Ribamontán al Mar]]), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Caverna de Covalanas|Cueva de Covalanas|Covalanas}} ([[Ramales de la Victoria]]; <!--
-->todas as cavernas anteriores estão incluídas no sítio do [[Património Mundial]] "[[Caverna de Altamira e arte rupestre paleolítica do norte da Espanha]]"), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Caverna de El Soplao|Cueva de El Soplao|El&nbsp;Soplao}} ([[Herrerías]], [[Valdáliga]] e Rionansa), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Caverna del Valle|Cueva del Valle|del Valle}} ([[Rasines]]), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Caverna de Morín|Cueva de Morín|Morín}} ([[Villaescusa (Cantábria)|Villaescusa]]), etc.

* Arquitetura civil — [[Palácio da Madalena]] (Santander), <!--
-->{{lknb|El|Capricho}} (da autoria de [[Antoni Gaudí|Gaudí]], em [[Comillas]]), <!--
-->Antigas instalações da [[Universidade Pontifícia Comillas]] (atualmente ocupadas pela {{ill|nlk=x|es|Fundação Comillas|Fundación Comillas}}, <!--
-->[[Palácio de Sobrellano]] (Comillas), <!--
-->{{ilc|nlk=x||Palácio da Bárcena|Palácio de la Bárcena|owl=es|owa=Palacio de la Bárcena}} ([[Ampuero]]), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Palácio de Soñanes|Palacio de Soñanes}} ([[Villacarriedo]]), <!--
-->{{ilc|nlk=x||Palácio dos Hornillos|Palácio de los Hornillos|Palácio de Las Fraguas|owl=es|owa=Palacio de los Hornillos}} ([[Arenas de Iguña]]), <!--
-->{{ilc|nlk=x|Palácio de Rugama||Palácio e Capela de Rugama|owl=es|owa=Palacio y Capilla de Rugama}} ([[Bárcena de Cicero]]), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Palácio de Elsedo|Palacio de Elsedo}} ([[Liérganes]]), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Castelo de Argüeso|Castillo de Argüeso}} ([[Hermandad de Campoo de Suso]]), <!--
-->{{ilc|nlk=x|Castelo de Agüero|Castelo de Agüero (Cantábria)|Castelo de Agüero|owl=es|owa=Castillo de Agüero (Cantabria)}} ([[Marina de Cudeyo]]).

* Arquitetura religiosa — [[Catedral de Santander]], <!--
-->{{ilc|nlk=x|Colegiada de Santa Juliana|Colegiada de Santillana del Mar|Colegiada de Santa Juliana|owl=es|owa=Colegiata de Santillana del Mar}} (Santillana del Mar), <!--
-->{{ilc|nlk=x|Colegiada de Santa Cruz|Colegiada de Santa Cruz de Castañeda||Colegiada de Santa Cruz (Socobio)|Colegiada de Santa Cruz (Castañeda)|Colegiada de Santa Cruz (Espanha)|Colegiada de Santa Cruz|owl=es|owa=Colegiata de Santa Cruz de Castañeda}} ([[Castañeda]]), <!--
-->{{ilc|nlk=x|Colegiada de São Martinho|Colegiada de São Martinho (Elines)|Colegiada de São Martinho de Elines|Colegiada de San Martín (Elines)|Colegiada de San Martín de Elines|owl=es|owa=Colegiata de San Martín de Elines}} ([[Valderredible]]), <!--
-->[[Mosteiro de São Turíbio de Liébana]] ([[Camaleño]]), <!--
-->{{ilc|nlk=x|Igreja de São Cristóvão|Igreja de São Cristóvão (Comillas)|Igreja de San Cristóbal (Comillas)|owl=es|owa=Iglesia de San Cristóbal (Comillas)}} (Comillas), <!--
-->[[Igreja de Santa Maria de Lebeña]] ([[Cillorigo de Liébana]]), <!--
-->{{ilc|nlk=x|Igreja de Santa Maria de Piasca|Igreja de Santa Maria (Piasca)|owl=es|owa=Iglesia de Santa María (Piasca)}} ([[Cabezón de Liébana]]), <!--
-->{{ilc|nlk=x|Igreja de Santa Maria do Porto||Igreja de Santa Maria del Puerto|Igreja de Santa Maria de Puerto|owl=es|owa=Iglesia de Santa María de Puerto}} ([[Santoña]]), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Igreja rupestre de Cadalso|Iglesia rupestre de Cadalso}} (Valderredible).

* Museus — [[Museu de Pré-história e Arqueologia da Cantábria]] (Santander), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Museu Marítimo do Cantábrico|Museo Marítimo del Cantábrico}} (Santander), <!--
-->{{ilc|nlk=x|Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Santander||Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Santander e da Cantábria|Museu Municipal de Belas Artes de Santander|owl=es|owa=Museo de Arte Moderno y Contemporáneo de Santander y Cantabria}}, <!--
-->{{ilc|nlk=x|Centro de Arte Farol de Cabo Mayor||Centro de Arte Faro de Cabo Mayor|owl=es|owa=Centro de Arte Faro de Cabo Mayor}} (Santander), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Centro Botín}} (Santander), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Museu Etnográfico da Cantábria|Museo Etnográfico de Cantabria}} (Camargo), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Museu da Natureza da Cantábria|Museo de la Naturaleza de Cantabria}} ([[Cabezón de la Sal]]), <!--
-->[[Museu Nacional e Centro de Pesquisa de Altamira]] (Santillana del Mar), <!--
-->{{ilcx|Museu da Real Fábrica de Artilharia de La Cavada|Museu da {{ilc|nlk=x|Real Fábrica de Artilharia de La Cavada}}|owl=es|owa=Museo de la Real Fábrica de Artillería de La Cavada}} ([[Riotuerto]]), <!--
-->{{ill|nlk=x|es|Torre de Pero Niño}} ([[San Felices de Buelna]]).

<gallery mode="packed" heights="150px">
El presidente del Gobierno visita Cantabria 02.jpg|A ''{{ill|nlk=x|es|neocueva}}'' (neocaverna), uma reconstituição de como seria a [[caverna de Altamira]] há {{formatnum:15000}} anos, parte do [[Museu Nacional e Centro de Pesquisa de Altamira|Museu de Altamira]]
Santa María de Lebeña 01.jpg|[[Igreja de Santa Maria de Lebeña]], um exemplo de [[arquitetura pré-românica]] e da [[arte de repovoação]] ou [[Arte moçárabe|moçárabe]]
2018-03-24 Hornillos Palace, Las Fraguas, Arenas de Iguña, Cantabria (1).JPG|O {{ilc|nlk=x|Palácio de los Hornillos|Palácio de Las Fraguas|owl=es|owa=Palacio de los Hornillos}}, em {{ilink condicional|pag1=Las Fraguas (Cantábria)|pag2=Las Fraguas|lk1=Las&nbsp;Fraguas|3=Las&nbsp;Fraguas, [[Arenas de Iguña]]}}
El Capricho Gaudí 02.jpg|''[[El Capricho]]'', da autoria de [[Antoni Gaudí|Gaudí]], em [[Comillas]]
</gallery>

=== Universidades ===
[[Imagem:Santander.Universidad.Pabellon.de.Gobierno-crop.jpg|thumb|Universidade da Cantábria, Santander]]

Na Cantábria funcionam seis instituições universitárias. A [[Universidade da Cantábria]] tem vários ''[[Campus|campi]]'' em Santander  e um em [[Torrelavega]];<ref name=uca1/> foi fundada em 1972 com o nome de Universidade de Santander; no ano letivo de 2017/2018 teve cerca de {{formatnum:8600}} alunos inscritos;<ref name=uca2/> no ano letivo seguinte tinha 1232 docentes.<ref name=uca3/> A {{ill|es|Universidade Internacional Menéndez Pelayo|Universidad Internacional Menéndez Pelayo}} foi fundada em 1932 como "Universidade Internacional de Verão de Santander"; embora a sua sede social seja em Madrid, a sua sede histórica é em Santander; além dos ''campi'' de Madrid e Santander tem instalações em mais onze cidades espanholas. A [[Universidade Nacional de Educação à Distância]] (UNED) tem um centro associado em Santander.<ref name=uned1/> A [[Universidade Europeia do Atlântico]] é uma universidade privada em Santander fundada em 2013; em 2018 tinha {{formatnum:1046}} alunos. O {{ill|nlk=x|es|Centro Universitário Cesine|Centro Universitario Cesine}} é outra universidade privada de Santander, fundada em 1993. O {{ilc|nlk=x|Centro Internacional de Estudos Superiores do Espanhol}} (CIESE) é um organismo da {{ilcx|Fundação Comillas|Fundação [[Comillas]]|owl=es|owa=Fundación Comillas}}<ref name=ciese/> que é associado da Universidade da Cantábria;<ref name=uca1/> a fundação foi fundada em 1993 e funciona nas antigas instalações da [[Universidade Pontifícia Comillas]], um estabelecimento da [[Companhia de Jesus|jesuíta]] fundado como seminário em 1890, cujos cursos universitários foram transferidos para Madrid em 1969.

=== Feiras e festividades ===
[[Imagem:Feria ganado Cieza.jpg|thumb|Feira de gado em [[Cieza (Cantábria)|Cieza]]]]

Na Cantábria são celebradas uma multitude de festas de padroeiros, feiras de origem comercial e festividades de origem [[Paganismo|pagão]] enraizadas no folclore tradicional. As festas religiosas mais frequentes estão relacionadas com [[João, o Evangelista|São João Evangelista]] e [[Miguel (arcanjo)|São Miguel]].

No segundo domingo de agosto celebra-se em [[Cabezón de la Sal]] o {{ill|nlk=x|es|Dia da Cantábria|Día de La Montaña}}, tradicionalmente conhecido como ''Día de La Montaña'', que inclui várias atividades tradicionais, como o {{ilink condicional|pag1=Bolos na Cantábria|pag2=Bolos (jogo da Cantábria)|pag3=Bolos (Cantábria)|lk1=jogo de ''bolos''|3=jogo de ''{{ilc|nlk=x|bolos|Bolos (jogo)|Jogo de bolos|owl=es|owa=Bolos}}''}} (com algumas semelhanças com o [[Boliche|bólingue]]), {{ilc|arrasto de bois||Arrasto de pedra|Idi probak|owl=es|owa=Arrastre de piedra}} (arrastamento de pedras por bois), mercados de artesanato, espetáculos de música e dança tradicional, etc; está classificada como {{ilc|nlk=x|Festa de Interesse Turístico Nacional}}. Apesar do seu nome, não é a festa oficial da Cantábria, pois essa figura legal não está instituída na comunidade autónoma. A festa mais similar às festividades oficiais de outras comunidades autónomas é o {{ilc|nlk=x|Dia das Instituições da Cantábria}},<ref name=reoc/> celebrado a 28 de julho em {{ilink condicional|pag1=Puente San Miguel (Reocín)|pag2=Puente San Miguel|lktxt=Puente San Miguel}}, a capital no município de [[Reocín]], que comemora a fundação da {{ill|es|Província da Cantábria de 1778|Provincia de Cantabria de 1778}}.

Entre as feiras tradicionais periódicas, destaca-se a feira de gado de Torrelavega, onde se negoceia todo o tipo de gado (principalmente bovino) da região e parte das regiões vizinhas. Por toda a comunidade autónoma há feiras de gado e de produtos típicos com periodicidade, semanal, mensal ou anual, que congregam os habitantes de cada comarca em que se realizam.

==== Festas de Interesse Turístico Nacional ====
[[Imagem:Trapajones.jpg|thumb|''Trapajones'' na ''{{ill|nlk=x|es|La Vijanera}}'']]

* {{ill|nlk=x|es|La Vijanera}} — É um [[carnaval]] com desfiles de homens [[máscara]]s tradicionais, em que são representadas cerca de 75 personagens. Provavelmente tem origem [[Paganismo|pagã]] e pré-romana, e está relacionado com os ritos [[celtas]] do [[solstício de inverno]]. No passado era celebrado nos vales de {{ill|nlk=x|es|vale de Iguña|Valle de Iguña|Iguña}}, [[Anievas]], [[Vale de Toranzo|Toranzo]], [[Cieza (Cantábria)|Cieza]], [[Luena (Cantábria)|Luena]] e Cinco Villas (atualmente parte dos municípios de [[Santiurde de Reinosa]], [[Pesquera]] e [[San Miguel de Aguayo]]), no dia 31 de dezembro, mas atualmente só se realiza em {{ilcx|Silió|Silió, uma localidade do vale de Iguña, do município de [[Molledo]]}}, no primeiro domingo do ano, exceto se este coincide com 1 de janeiro, passando nesse caso a realizar-se no domingo seguinte.

*Carnaval marinheiro de [[Santoña]] — Popularmente chamados "carnavais do norte", é uma festa que remonta a 1934, que se realiza a 24 de fevereiro, na qual participa uma parte considerável dos locais, que se mascaram de peixes. O momento alto da festa é o "julgamento no fundo do mar", no qual uma pessoa disfarçada de [[Goraz|besugo]] é julgada, com os participantes disfarçados de peixes acusando ou defendendo o besugo. O besugo é acusado de ter raptado uma [[sereia]] e por isso é condenado a ser queimado na baía.

*Paixão viva — É uma representação da [[Paixão (cristianismo)|Paixão de Cristo]] em que participam centenas de locais. Realiza-se em [[Castro-Urdiales]] na [[Sexta-feira Santa]].

*La Folía — É uma [[procissão]], normalmente realizada no domingo seguinte à [[Semana Santa]] em [[San Vicente de la Barquera]]. A Virgem de La Barquera é levada desde a sua igreja até ao porto velho, atravessando o centro da localidade. Durante o trajeto, forma-se uma comitiva de jovens vestidos de marinheiros e de dançarinos. Uma vez chegada ao embarcadouro, a imagem é levada numa procissão de barcos dos pescadores locais para o porto novo, entre cantos e aclamações.

*Coso Blanco — É uma das festas mais concorridas da Cantábria, que se celebra na primeira sexta-feira de julho em Castro-Urdiales. O principal evento é um desfile noturno de carroças decoradas artisticamente e charangas, acompanhado de numerosas bandas de música, que termina com um espetáculo de [[fogo de artifício]].

*Gala Floral — Desfile de carroças adornadas com flores, que se realiza em [[Torrelavega]] em agosto.

*{{ill|nlk=x|es|Batalha de Flores de Laredo|Batalla de Flores de Laredo|Batalha de Flores}} — Desfile de carroças engalanadas com flores, realizado na última sexta-feira de agosto em [[Laredo (Espanha)|Laredo]], após o qual há um espetáculo de fogo de artifício na praia da Salvé de Laredo.

*{{ill|nlk=x|es|Festa das guerras cântabras|Fiesta de las guerras cántabras}} — Diversas recriações fantasiadas de combates das [[Guerras Cantábricas]], entre [[Roma Antiga|romanos]] e [[cântabros]], nas quais participam mais de {{formatnum:1800}} figurantes. Realiza-se no último fim de semana de agosto e no primeiro fim de semana de setembro em [[Los Corrales de Buelna]].

*Dia de Campoo — Parte das festas em honra de [[Mateus (evangelista)|São Mateus]], decorre no último domingo de setembro em [[Reinosa]] e inclui uma exibição dos costumes tradicionais do povo de Campoo, mostras de gado e um mercado de produtos típicos e trajes tradicionais.

*Festa do Orujo — Durante as festas, que incluem espetáculos de música tradicional e mercados de produtos tradicionais, degusta-se o ''[[orujo]]''.{{
nre|name=oruj|Em sentido lato, em {{ling|es|nome}} ''orujo'' significa [[aguardente]] ou [[bagaço]] de [[uva]] ou [[azeitona]].{{ref rae.es|orujo}} Em sentido mais estrito refere-se a aguardente bagaceira e na Cantábria é comum designar vários tipos de [[licor]]es à base de aguardente.
}} Todos os anos é galardoado com o título de ''orujero mayor'' uma ou mais figuras públicas, que participam ativamente no festival em conferências e sobretudo no acendimento dos [[alambique]]s onde é destilado o ''orujo''. Realiza-se no segundo fim de semana de novembro em [[Potes]].

<gallery mode="packed" heights="155px">
La vijanera Asociación cultural amigos de la vijanera de silio.jpg|La Vijanera
Arasti asiste en Santoña a los actos del `Juicio en el Fondo del Mar' que ponen fin al carnaval marinero.jpg|"Julgamento no fundo do mar", ponto alto do carnaval marinheiro de Santoña
Pasión de Castro Urdiales 2016 04.jpg|Paixão viva em Castro-Urdiales
Laredo, Batalla de Flores 2012.jpg|Batalha de Flores em Laredo
</gallery>

=== Gastronomia ===
[[Imagem:Highlander stew.jpg|thumb|upright|Cozido montanhês]]

Possivelmente os pratos mais típicos da Cantábria são o {{ill|nlk=x|es|cozido montanhês|Cocido montañés}}, o {{ill|nlk=x|es|cozido lebaniego|Cocido lebaniego}}, as ''marmitas'' (nomeadamente a de [[Thunnus alalunga|albacora]], conhecida como ''{{ilc|nlk=x|sorropotún||Marmita de bonito|Marmitako|Marmitaco|owl=es|owa=Marmita de bonito}}'') e a ''olla ferroviaria'' ("panela ferroviária"). Cabe também fazer menção às ''[[empanada]]s'', ao ''[[bollu preñáu|bollo preñao]]'' ("bolo [[Gestação|prenho]]") e aos ''[[pincho]]s''.

O cozido montanhês é um prato à base de [[Phaseolus vulgaris|feijão]] e [[couve-galega]], a que se junta o ''{{ill|nlk=x|es|compango}}'', uma mistura de carnes de [[fumeiro]] procedentes da {{ilc|nlk=n|matança do porco}} (''matacíu del chon''), composto por [[chouriço]], [[morcela]], [[Costelinha de porco|costela]] e [[toucinho]]. Ao contrário de outros cozidos típicos espanhóis, não leva [[grão-de-bico]] e todos os ingredientes são comidos de uma vez, em vez de separar a sopa do resto.<ref name=dm6/>

O cozido lebaniego, semelhante ao [[cozido madrileno]], é à base dum tipo local de grão-de-bico, batata e couve-galega (que mais recentemente é por vezes substituída por [[repolho]]), a que se junta ''compango'' (chouriço, morcela, toucinho e osso de presunto), ossos de [[vitela]], ''relleno'' (miolo de pão com ovo chouriço e [[Salsa (planta)|salsa]]) e {{ilc|nlk=x|''cecina''|Cecina (charcutaria)|Cecina (carne)|Cecina (gastronomia)|owl=es|owa=Cecina}} ([[carne-seca|carne seca]]) de [[cabra]] ou vaca.<ref name=dm6/> A ''olla ferroviaria'' é um guisado de carne com batatas feito muito lentamente numa panela de barro ou loiça que se coloca num cilindro metálico com um tripé, no fundo do qual é colocado carvão. Foi inventado pelos trabalhadores ferroviários da linha [[Bilbau]]–[[La Robla]], inaugurada em 1894.<ref name=dm7/><ref name=revib/>

A ''marmita de bonito'' é um guisado de albacora (conhecido como atum branco ou bonito do norte localmente), com batata, cebola, [[Pimentão|pimento]]s e tomate, originalmente dos pescadores, não só cantábricos, mas também asturianos e bascos. Na parte ocidental da Cantábria é conhecido como ''sorropotún'', no país basco como ''marmitako'' e em {{ling|fr}} como ''marmite''. É consumido principalmente no verão, durante a época de pesca do bonito do norte no mar Cantábrico. Pode também ser elaborado com outras espécies de [[atum]] e até com outros peixes, como [[salmão]], [[Scomber scombrus|cavala]], [[Trachurus trachurus|chicharro]] ou até [[Lophiidae|tamboril]].<ref name=elesp/>

Nas carnes destacam-se as de boi,vaca, [[veado]], [[corça]] e [[javali]], as quais são grelhadas, [[Estufado|estufadas]] ou com legumes. A reputação da pecuária de bovinos da região está na origem da aprovação pela [[União Europeia]] da [[Indicação Geográfica Protegida]] "Carne da Cantábria", que inclui as raças autóctones {{ilc|Tudanca|Tudanca (raça bovina)|Tudanca (raça)|Raça Tudanca|owl=es|owa=Tudanca (raza bovina)}}, {{ilc|Monchina|Monchina (raça bovina)|Monchina (raça)|Behi montxina|Monchina|Montxina|owl=es|owa=Monchina (raza bovina)}}, {{ilc|Asturiana dos vales||Carreña (raça)|Raça carreña|Raça Carreña|Carreña|owl=es|owa=Asturiana de los valles}} (ou carreña) e {{ilc|Asturiana da montanha||Vaca casina|Casina (raça)|Raça casina|owl=es|owa=Asturiana de la montaña}} (ou Casina), além das introduzidas [[Limousin (raça bovina)|Limousin]] e {{ilc|Parda alpina|owl=es|owa=Parda alpina}} (Braunvieh).<ref name=alimc1/>

Nos peixes e mariscos cabe mencionar as [[anchova]]s (especialmente as de [[Santoña]], [[Colindres]],  [[Laredo (Espanha)|Laredo]] e [[Castro-Urdiales]]), [[Lophiidae|tamboril]], [[Merluccius merluccius|pescada]], [[Trachurus trachurus|chicharro]], [[Dicentrarchus labrax|robalo]], [[Engraulis encrasicolus|biqueirão]], [[linguado]], [[sardinha]], albacora (''[[Thunnus alalunga]]''), [[Sparus aurata|dourada]], [[Goraz|besugo]], {{ilc|rascasso-vermelho|Scorpaena scrofa|Rascasso-vermelho|Cantarilho-legítimo|owl=es|owa=Scorpaena scrofa}} (''Scorpaena scrofa''; ''cabracho'' localmente, usado por exemplo nos {{ilc|nlk=x|pastéis de cabracho|Pastel de cabracho|Pastel de escarapote|Pastel de cabrachu|Krabarroka budin|owl=es|owa=Pastel de cabracho}}), [[Mullus surmuletus|salmonete]], [[Calamares fritos|rabas]], ''cachón en su tinta'' ([[choco]] com tinta), [[amêijoa]], [[Mytilidae|mexilhão]], ''muergo'' ({{ilc|navalha|Ensis|Navalha (molusco)|Navalha (animal)|owl=es|owa=Ensis}}), [[berbigão]], [[Necora puber|navalheira]], [[Maja squinado|santola]], [[Pedunculata|percebes]], [[Nephrops norvegicus|lagostim]], [[Palinurus elephas|lagosta]] e [[Homarus|lavagante]]. Há ainda os peixes de rio [[truta]] e [[salmão]].

Na [[doçaria]] e pastelaria podem referir-se a queijada e o ''{{ill|es|sobao}} pasiego'', ''[[Frixuelu|frisuelos]]'' (semelhantes a [[crepe]]s) em Liébana, ''{{ill|es|corbatas|Corbata (repostería)}}'' em {{ilcx|Unquera|Unquera (município de [[Val de San Vicente]])}}, ''polkas'' em [[Torrelavega]] (ambos de [[massa folhada]]), ''sacristanes'' ("[[Sacristão|sacristões]]") em [[Liérganes]], ''{{ill|es|picatoste|Picatoste|picatostes}}'' ([[rabanada]]s) em [[Limpias]], [[mel]] de [[Campoo-Los Valles]] (especialmente de Mazandrero, no município de [[Hermandad de Campoo de Suso]]), ''cascadas del Alto Asón'' (massa com [[manteiga]] e doce de leite), ''palucos'' em [[Cabezón de la Sal]], ''{{ill|es|Pantortilla|Pantortilla|pantortillas}}'' em [[Reinosa]] e ''{{ill|es|Rosquilla|Rosquilla|rosquillas}}'' em Reinosa e [[Santillana del Mar]].

Nos queijos destacam-se, entre outros com [[denominação de origem]], o {{ilc|nlk=x|picón Bejes-Tresviso||Queijo picón|owl=es|owa=Picón Bejes-Tresviso}} (um [[queijo azul]] de Liébana), os {{ill|nlk=x|es|quesucos de Liébana}} e o {{ilc|nlk=x|queijo nata|Queijo nata da Cantábria|owl=es|owa=Queso nata de Cantabria}} (feito com leite de vacas [[Holstein-Frísia|frísias]] e no passado conhecido como "queijo da Cantábria").

Nas bebidas podem referir-se a [[sidra]], o ''[[orujo]]''<ref group=lower-alpha name=oruj/> de Liébana (de diversos tipos, como creme de ''orujo'', ''orujo'' com mel, ''orujo de ervas'', etc.), ''{{ill|es|chacolí}}'' ({{langx|eu|''txakolin''}}; um [[vinho]] ligeiro ligeiramente ácido) e ''tostadillo'' de Liébana ([[vinho licoroso]]). Há dois {{ilc|nlk=x|vinhos regionais|Vinho regional|Vinho Regional}} (''vino de la tierra'') com Indicação Geográfica Protegida: o ''Costa de Cantabria'' e o ''Liébana''.

<gallery mode="packed" heights="150px">
Orujo de hierbas-2.jpg|''Orujo de ervas''
Ollas ferroviarias.jpg|''Ollas ferroviarias'' {{ref label2|‡}}
Sobao pasiego2 crop.jpg|Sobao pasiego
Cocido lebaniego.jpg|thumb|Cozido lebaniego
Picón Bejes-Tresviso cheese.jpg|Queijo picón Bejes-Tresviso
</gallery>
{{note label2|‡|Recipientes onde são cozinhados os pratos homónimos}}

== Desporto ==
[[Imagem:Bolera de La Cavada.jpg|thumb|Campeonato de ''bolo palma'' da Cantábria em {{ilcx|La Cavada|La Cavada, [[Riotuerto]]}}]]

O desporto tradicional mais importante da Cantábria é o {{ilink condicional|pag1=Bolos na Cantábria|pag2=Bolos (jogo da Cantábria)|pag3=Bolos (Cantábria)|lk1=jogo de ''bolos''|3=jogo de ''{{ilc|nlk=x|bolos|Bolos (jogo)|Jogo de bolos|owl=es|owa=Bolos}}''}}, que tem algumas semelhanças com o [[Boliche|bólingue]] e tem quatro modalidades: ''bolo palma'' (a mais difundida e mais complexa de jogar, também praticada na zona oriental das Astúrias), ''{{ilc|pasabolo tablón||Oholtzar pasabolo|Oholtzar pasaboloa|owl=es|owa=Pasabolo tablón}}'' (também jogada no País Basco, onde é chamada ''oholtzar pasabolo''), ''pasabolo losa'' e ''bolo pasiego''. A existência de ''boleras'' (campos de ''bolo'', também conhecidos por ''corros'') é importante em todas as povoações da Cantábria, situando-se geralmente perto da igreja ou café principal. Desde o final da década de 1980 os ''bolos'' têm ganho popularidade, com a criação de escolas promovida por ''[[ayuntamiento]]s'' e instuições cantábricas, campeonatos regionais e nacionais e maior atenção mediática.

Como ocorre em toda a costa norte espanhola, especialmente na Cantábria e no País Basco, o [[remo]] é um desporto muito praticado nas localidades costeiras. As origens do remo na região remontam a vários séculos atrás, quando as [[traineira]]s de cada povoação disputavam a venda de peixe, que era reservada à embarcação que chegasse primeiro à [[Lota (pesca)|lota]]. No final do {{séc|XIX}} essa atividade converteu-se em desporto e começaram a ser organizadas [[regata]]s entre localidades do mar Cantábrico. Os clubes de remo da Cantábria, especialmente o {{ill|nlk=x|es|Sociedade Desportiva de Remo Castro Urdiales|Sociedad Deportiva de Remo Castro Urdiales|Castro}} (de [[Castro-Urdiales]]; fundado em 1879), o {{ill|nlk=x|es|Sociedade Desportiva de Remo Astillero|Sociedad Deportiva de Remo Astillero|Astillero}} (de [[El Astillero|Astillero]]), o {{ill|nlk=x|es|Sociedade Desportiva de Remo Pedreña|Sociedad Deportiva de Remo Pedreña|Pedreña}} (de {{ilcx|Pedreña|Pedreña, no município de [[Marina de Cudeyo]]}}; fundado em 1895) e o {{ilc|nlk=x|Cidade de Santander|Clube de Remo Cidade de Santander|Clube de Remo Ciudad de Santander|owl=es|owa=Club de Remo Ciudad de Santander}}, estão entre os clubes mais premiados de Espanha nas modalidades tradicionais de remo.

Outro desporto tradicional popular é o ''{{ill|nlk=x|es|salto pasiego}}'' (''saltu pasiegu'' em [[Dialeto cântabro|cântabro]]), mais um exemplo de uma habilidade técnica usada no trabalho que praticamente desapareceu com tal e passou a ser uma competição e jogo. Tem várias modalidades e tem origem nas técnicas usadas nos Vales Pasiegos para saltar os muros de pedras que limitavam os prados, cercas, passar valas, ribeiras, ravinas e outros obstáculos frequentes na topografia abruta das zonas altas da Cantábria, recorrendo a um pau ou vara de [[Avelã|avelaneira]] (o ''{{ilc|nlk=x|palu pasiego}}'', também chamado ''palancu pasiego'' e ''vela pasiega''). Tem algumas semelhanças com o {{ill|nlk=x|es|salto do pastor|Salto del pastor}} das [[Canárias]] e o ''[[fierljeppen]]'' da [[Frísia]].

Nos desportos de massas, a região marca presença em competições nacionais e até internacionais com clubes como o [[Real Racing Club de Santander|Racing de Santander]] (que em 2021-2022 competia na
[[Primera Federación|Primeira Divisão RFEF]], o 3.º nível do futebol profissional em Espanha) ou o [[Real Sociedad Gimnástica de Torrelavega|Gimnástica de Torrelavega]] (que em 2021-2022 competia na [[Tercera División|Terceira Divisão]], o 3.º nível do futebol espanhol) em [[futebol]]; o [[Balonmano Sinfín]] (de Santander; em 2022 na [[Campeonato Espanhol de Handebol Masculino|Liga ASOBAL]], a 1.ª divisão nacional), {{ill|es|Club Deportivo Torrebalonmano|Deportivo Torrebalonmano}} (de [[Torrelavega]]; em 2022 na Liga ASOBAL) no [[andebol]]; e o {{ilc|nlk=x|Deportivo Estela Santander|Club Deportivo Elemental Estela de Cantabria|Club Deportivo Estela|CD Estela|Club Deportivo Estela Santander|C.D. Estela Santander|owl=es|owa=Club Deportivo Elemental Estela de Cantabria}} (em 2020 na [[Liga Espanhola de Basquetebol (LEB Plata)|LEB Plata]]; 3.º nível) no [[basquetebol]]. De referir também os clubes já extintos [[Club Balonmano Cantabria|Balonmano Cantabria]] (ou Teka Santander ou Teka Cantabria), que obteve vários títulos nacionais e europeus em andebol, além de um [[IHF Super Globe|título mundial]], e o {{ill|nlk=x|es|Cantabria Baloncesto}}, também conhecido como Cantabria Lobos, que esteve vários anos nas divisões nacionais de basquetebol do primeiro e segundo nível.

O Rali da Cantábria, teve 40 edições, entre 1979 e 2019, e fez parte do campeonato espanhol de [[rali]] entre 1989 e 2019.

Os desportistas naturais da Cantábria obtiveram 23 [[Jogos Olímpicos|medalhas olímpicas]] para as [[Espanha nos Jogos Olímpicos|equipas nacionais espanholas]] em modalidades como o basquetebol, andebol, futebol, [[hipismo]], [[hóquei em campo]], [[Vela (desporto)|vela]] e [[polo aquático]]. A nível individual podem referir-se os seguintes desportistas cantábricos: <!--
-->[[Francisco Gento|Paco Gento]] {{nwrap||1933|2022}}, futebolista vencedor de 6 edições da [[Liga dos Campeões da UEFA|Liga dos Campeões da Europa]] e de 24 títulos nacionais espanhóis, entre os quais 12 edições do [[La Liga|campeonato espanhol]]; <!--
-->[[Carlos Alonso González|Santillana]] {{nwrap|n.|1952}}, uma das grande figuras do [[Real Madrid Club de Fútbol|Real Madrid]], considerado um dos melhores [[Atacante (futebol)|avançados]] de sempre do futebol espanhol; <!--
-->[[Severiano Ballesteros]] {{nwrap||1957|2011}}, [[Golfe|golfista]] vencedor de vários campeonatos mundiais; <!--
-->{{ill|es|José Manuel Abascal}} {{nwrap|n.|1958}}, [[atletismo|atleta]] [[Corridas de meio-fundo e fundo|meio-fundo e fundo]] que obteve várias medalhas nacionais internacionais, incluindo uma de ouro europeia em 1987 e uma olímpica de bronze [[Atletismo nos Jogos Olímpicos de Verão de 1984|em 1984]]; <!--
-->{{ill|es|María Pardo}} {{nwrap|n.|1976}}, [[Ginástica rítmica|ginasta rítmica]] detentora de várias medalhas dos campeonatos [[Campeonato Mundial de Ginástica Rítmica|mundial]] e [[Campeonato Europeu de Ginástica Rítmica|europeu]]; <!--
-->[[Óscar Freire]] {{nwrap|n.|1976}}, [[Ciclismo|ciclista]] com vários títulos internacionais, incluindo três [[Campeonato Mundial de Ciclismo em Estrada|mundiais em estrada]]; <!--
-->[[Ruth Beitia]] {{nwrap|n.|1979}}, atleta de [[salto em altura]], detentora de vários títulos europeus, duas medalhas olímpicas, uma delas de ouro, várias segundos e terceiros lugares em competições em [[Campeonato Mundial de Atletismo em Pista Coberta|campeonatos mundiais]] e vencedora da [[Liga de Diamante]] de [[Liga de Diamante de 2015|2015]]; <!--
-->[[Dani Sordo]] {{nwrap|n.|1983}}, [[automobilismo|automobilista]] que em 2021 tinha participado em 19 edições do [[Campeonato Mundial de Rali]], tendo alcançado o pódio 38 vezes, 3 das quais no primeiro lugar.

<gallery mode="packed" heights="165px">
Pedreña en la última regata de la liga ARC 1.jpg|Equipa da Sociedade Desportiva de Remo Pedreña numa regata
Día de las instituciones en Puente San Miguel.jpg|''Salto pasiego''
Andaralpalu.jpg|''Andar al palu''
Palacio de Deportes de Santander 2.jpg|{{ilc|nlk=x|Palácio de Desportos de Santander||Palácio de Desportos (Santander)|Palácio de Esportes de Santander|Palácio de Esportes (Santander)|owl=es|owa=Palacio de Deportes de Santander}}
</gallery>

== Notas e referências ==
{{InícioRef}}
*{{Tradução/ref2|Grande parte do texto foi inicialmente baseado|es|Cantabria|140503556}}
{{-fim}}
{{Reflist|colwidth=35em|grupo=lower-alpha}}

{{Referências|refs=

<ref name=plp1>{{Citar web |url=http://portaldalínguaportuguesa.org/index.php?action=toponyms&action=toponyms&act=list&letter=c|titulo=Dicionário de Gentílicos e Topónimos|acessodata=2022-01-01|website=portaldalínguaportuguesa.org}}</ref>

{{harvy|eaut1|name=eaut1|Estatuto de Autonomía para Cantabria}}

{{harvy|name=eaut2|eaut2|Carbajal Iranzo|2005–2007}}

{{harvy|name=histpc|histpc|Historia. Parlamento da Cantábria}}

{{harvy|name=sen1|sen1|Boletín Oficial de las Cortes Generales 28-12-1979}}

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{{Citar whc.unesco list|ref=pm1|310bis|Cueva de Altamira y arte rupestre paleolítico del norte de España|4 de janeiro de 2022}}

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{{sfn|name=ech93|González Echegaray|1993|p=277}}

{{harvy|name=eur1|eur1|Cantabria en la Comunidad Económica Europea 1999}}

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{{Comunidades autónomas da Espanha}}
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