Carukia barnesi

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como ler uma infocaixa de taxonomiaCarukia barnesi
Carukia barnesi por Lis-ann Gershwin
Carukia barnesi por Lis-ann Gershwin
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Sub-reino: Eumetazoa
Filo: Cnidaria
Classe: Cubozoa
Ordem: Carybdeida
Família: Carukiidae
Género: Carukia
Espécie: C. barnesi
Nome binomial
Carukia barnesi
Southcott, 1967

Carukia barnesi (Southcott, 1967)[1] é uma cubomedusa, oceânica, planctônica, (Cubozoa) da família Carukiidae que inflige uma picada potencialmente fatal que causa a síndrome de Irukandji.[2] C. barnesi também é conhecida pelos nomes populares Irukandji e vespa-marinha, apelidos dados a outras espécies de cubomedusas também (e.g. Malo kingi). É uma medusa de tamanho diminuto, seu sino mede no máximo 30 mm, com tentáculos que podem se estender até 75 cm de comprimento, encontrada nas águas dos Oceanos Pacífico e Índico, principalmente na costa norte da Austrália, em clima tropical e sub-tropical.[3]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O nome C. barnesi (Southcott, 1967) foi dado em homenagem a John (Jack) Handyside Barnes (1922–1985),[4] médico e toxicologista. Intrigado com as pesquisas de seu colega Hugo Flecker sobre Chironex fleckeri nas praias de North Queensland, Austrália, Barnes, em 1958, aceitou pesquisar sobre as espécies de águas-vivas possíveis causadoras da Síndrome de Irukandji para a Associação Médica Britânica.[5] Em dezembro de 1961, logo após o relato de casos de síndrome de Irukandji acontecendo na mesma área, Barnes e seus ajudantes identificaram dois espécimes de uma água-viva candidata a agente causador. Barnes só foi capaz de ver o corpo do primeiro espécime quando ele o colocou em contato com o vidro de sua máscara de mergulho. O segundo exemplar foi capturado pelo salva-vidas Don Ludbey, que só notou a água-viva porque estava presa por um único tentáculo a um peixe nadando erraticamente. Os espécimes eram uma cubomedusa do tamanho de uma unha e, para avaliar os sintomas, Barnes aplicou o veneno em si, em seu filho de 9 anos e em um salva-vidas local voluntário.[6] Todos descreveram a dor tardia, mas excruciante. R. V. Southcott, seu colaborador, descreveu e nomeou a nova espécie para a ciência.

Descrição[editar | editar código-fonte]

A morfologia de C. barnesi segue a morfologia básica das cubomedusas. A medusa possui um sino translúcido, de formato cúbico, coberto de verrugas de nematocistos, com 4 tentáculos que se estendem de um pedalium preso em cada canto do sino. Os tentáculos têm um padrão alternado de aglomerados de nematocistos grandes e pequenos, frequentemente referidos como anéis ou crescentes de nematocistos.[7]

Referências

  1. Southcott, R.V. (1967). «Revision of some Carybdeidae (Scuphozoa : Cubomedusae) including a description of the jellyfish responsible for the 'Irukandji syndrome'». Australian Journal of Zoology. 15 (3): 651-671. doi:10.1071/ZO9670651 
  2. Fenner, P.J. (1999). «The Irukandji syndrome. A devastating syndrome caused by a north Australian jellyfish» (PDF). Aust Fam Physician. 28 (11): 1131-1137. PMID 10615756 
  3. Gershwin, L.; et al. (2003). «Biology and Ecology of Irukandji Jellyfish (Cnidaria: Cubozoa)». In: Michael Lesser (ed).  Advances in Marine Biology. 66. [S.l.]: Academic Press. p. 1-85. 328 páginas. ISBN 9780124079038. PMID 24182899. doi:10.1016/B978-0-12-408096-6.00001-8 
  4. Baker, J. (2007). «Barnes, John Handyside (Jack) (1922–1985)». Australian Dictionary of Biography. National Centre of Biography, Australian National University 
  5. Barnes, J.H. (1960). «Observations on jellyfish stingings in North Queensland». The Medical Journal of Australia. 2 (26): 993-999. PMID 13687108. doi:10.5694/j.1326-5377.1960.tb24003.x 
  6. Barnes, J.H. (1964). «Cause and Effect in Irukandji Stingings». The Medical Journal of Australia. 1 (24): 897-904. PMID 14172390 
  7. Underwood, A.H.; Seymour, J.E. (2007). «Venom ontogeny, diet and morphology in Carukia barnesi, a species of Australian box jellyfish that causes Irukandji syndrome». Toxicon. 49 (8): 1073–1082. PMID 17395227. doi:10.1016/j.toxicon.2007.01.014