Mostrar código-fonte de Castelo de Portalegre

{{revisar|data=outubro de 2018}}
{{Info/Edifício
|nome        =Castelo de Portalegre
|imagem      =Muralha e Museu do Castelo de Portalegre (pormenor).jpg
|imagem-tamanho =300px
|legenda        =
|latd=39 |latm=17 |lats=28 |latNS=N
|longd=7 |longm=25 |longs=51 |longEW=W
|coord_sufixo =type:castle
|coord_título =s
|mapa    =Portugal Continental
|cidade  =[[Portalegre (Portugal)|Portalegre]]
|país    ={{POR}}
|tipo    =[[Castelo]]
|estilo_arquitetônico =[[Arquitetura gótica em Portugal|Gótico]]
|data_início    ={{séc|XIII}}
|função_inicial =Militar
|função_atual   =Cultural
|classificação_pt =[[Classificação do património em Portugal#Monumento Nacional|Monumento Nacional]]
|ano_de_classificação =1922<ref name=pcu>{{Citar web|url=http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70706|titulo=Muralhas do Castelo de Portalegre|publicado=Direção-Geral do Património Cultural. www.patrimoniocultural.pt|acessodata=3 de abril de 2016}}</ref>
|website     =[http://www.cm-portalegre.pt/es/atividade-municipal/cultura/museus www.cm-portalegre.pt]
}}
O '''Castelo de Portalegre''' localiza-se na freguesia da [[Sé e São Lourenço]], cidade e [[Município#Portugal|município]] de [[Portalegre (Portugal)|Portalegre]], [[Portugal]].<ref>[http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=3243 Ficha na base de dados SIPA]</ref>

Em posição dominante sobre a povoação, destaca-se pelo contraste entre a cor escura das suas muralhas e o branco da [[cal]] das casas em redor. A sua primitiva função era a defesa da raia alentejana, frente a [[Reino de Castela|Castela]].

O que resta do Castelo de Portalegre está classificado como [[Monumento Nacional]] desde 1922.<ref name=Dgpc>[http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70706 Ficha na base de dados da DGPC]</ref>

==História==
===Antecedentes===
O nome de Portalegre terá tido origem em ''Portus Alacer'' (''porto'', ponto de passagem, e ''alacer'', alácre), ou mais simplesmente porto alegre.<ref name=palacer>{{citar web|url=http://portusalacer.blogspot.com/2009/09/curiosidades-origem-do-nome-portus.html |título=A origem do nome "Portus Alacer" |acessodata=2009-11-12 |último =Pires |primeiro =Filipe |data=2009-09-09 |publicado=Atlético Clube Portus Alacer |arquivourl=http://www.webcitation.org/5lDnl5bWo |arquivodata=2009-11-12}}</ref>{{
NotaNT|
1=No seu livro ''Tratado da Cidade de Portalegre'', o Padre Diogo Pereira Sotto Maior ({{séc|XVI}}) conta: ''«Dizem que esta cidade foi primeiro situada em üas vendas que estavam por cima dos Portelos, junto à ermida de San Bartolomeu e contra a Porta da devesa que se chamavam as Vendas dos Portelos e que daqui tomou depois o nome de Portalegre…E porque sua vista é alegre e aprazível aos olhos de quem nele os punha, vieram chamar-lhe porto alegre, donde depois vem a chamar-se Porto alegre, derivado de Portelos.»''<ref>Sotto Maior, Diogo Pereira, [http://books.google.pt/books?id=66FAGQAACAAJ&dq=tratado+de+portalegre ''Tratado da Cidade de Portalegre''], {{séc|XVI}}</ref>}}

Não existem muitas informações acerca da primitiva ocupação humana de seu sítio. Segundo [[Frei Amador Arrais]], no {{séc|XVI}} ainda existiriam ruínas de um templo dedicado ao deus [[Invasão romana da Península Ibérica|romano]] [[Baco]] no local onde hoje se encontra a Igreja de [[São Cristóvão]], na parte mais alta da cidade,<ref name=arrais2>{{citar web|url=http://books.google.pt/books?id=0i_NNYyMoAEC&dq=frei+amador+arrais+di%C3%A1logos&printsec=frontcover&source=bl&ots=9j5kjfJnS9&sig=kd-y9yo3ze6CPs3c8UsPGst4g_c&hl=pt-PT&ei=jnL7StjYINzMjAf7qLmSBQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=10&ved=0CCQQ6AEwCQ |último =Arrais|primeiro =Frey Amador|título=Diálogos|publicado=books.google.pt |acessodata=2009-11-12}}, citado em por Maria de Lourdes C. Tavares, ''Municipium de Ammaia, Património Romano no Nordeste Alentejano''.</ref> o que poderia eventualmente indicar a existência de algum povoado importante nos primeiros séculos da nossa era.

Até ao princípio do {{séc|XX}}, debateu-se se as cidades [[Invasão romana da Península Ibérica|romana]] da [[Amaia]] ou [[Medóbriga]], referidas em várias fontes históricas, se poderiam ter localizado na zona actualmente ocupada por Portalegre, mas há muito que nenhum estudioso dá grande crédito a essa hipótese,<ref name=ltavares>{{citar web|url=http://cienciasdonossotempo.no.sapo.pt/cidade_de_ammaia.htm |título=Municipium de Ammaia, Património Romano no Nordeste Alentejano |acessodata=2009-11-12 |último =Tavares |primeiro =Maria de Lourdes C. |coautor=José M. Da Costa Têso |publicado=cienciasdonossotempo.no.sapo.pt |arquivourl=http://www.webcitation.org/5lDhMZ64A |arquivodata=2009-11-12 }}</ref> embora se admita tradicionalmente que o lugar, estratégico na rota de sul para norte, possa ter sido um entreposto em que o alojamento e abastecimento de viajantes constituía uma actividade importante (daí o nome de ''porto'', ponto de passagem ou abastecimento). É provável que no {{séc|XII}} existisse um povoado no vale a leste da Serra da Penha. Sendo o local aprazível (''alegre''), nomeadamente pelo contraste das suas encostas e vales verdejantes com a paisagem mais árida e monótona a sul e norte, a povoação prosperou e sabe-se que em 1129 era uma vila do concelho de [[Marvão]], passando a sede de [[Município|concelho]] em 1253.<ref name=cm349>{{citar web|url=http://cm-portalegre.pt/page.php?page=349 |título=As origens da cidade de Portalegre |acessodata=2009-11-12 |último =Ventura |primeiro =António |data=2009-09-09 |publicado=Câmara Municipal de Portalegre |arquivourl=http://www.webcitation.org/5lDtBhzpz |arquivodata=2009-11-12 }}</ref>

===O castelo medieval===
As informações históricas remontam apenas à época da [[Reconquista]] [[Cristianismo|Cristã]] da [[Península Ibérica]], quando [[Afonso III de Portugal|D.&nbsp;Afonso&nbsp;III]] {{nwrap|r.|1248|1279}} concedeu o primeiro [[aforamento|foral]] à vila (1259) e terá mandado construir as primeiras fortificações, as quais não chegaram a ser completadas.{{
NotaNT|1=Admite-se que a torre ou [[atalaia (arquitetura)|atalaia]] que domina a cidade, conhecida pelo nome de ''[[Torre do Atalaião|Atalaião]]'', seja um pouco anterior à fortificação de D. Afonso III.<ref name=cm349 />}}

O seu filho e sucessor [[Dinis I de Portugal|D.&nbsp;Dinis]] {{nwrap|r.|1279|1325}} procedeu ao reforço dessa defesa a partir de 1290, assim como a construção da cerca da vila, motivado tanto pelo aumento dos limites urbanos, quanto pelas necessidades de defesa da fronteira frente aos domínios de Castela. D.&nbsp;Dinis viria a assediar a vila com o auxílio de forças da [[Ordem dos Templários]] e da [[Ordem de Avis]] nesse mesmo ano durante 5 meses, no decurso da guerra civil que o opôs ao seu irmão [[Afonso de Portugal, Senhor de Portalegre|D.&nbsp;Afonso]], o senhor da vila.

Após [[Fernando I de Portugal|D. Fernando]] ter morrido em 1383 sem deixar herdeiros masculinos, [[Leonor Teles de Meneses|D. Leonor Teles]] assumiu a [[regência (sistema de governo)|regência]] do Reino ao mesmo tempo que se amantizava com o [[João Fernandes Andeiro|Conde Andeiro]], um fidalgo [[Galiza|galego]]. Esta situação inquietou grande parte do [[povo]], [[burguesia]] e uma parte da [[Nobreza de Portugal|nobreza]], pois temia-se que esta situação reforçasse as pretensões ao trono português de [[João I de Castela|D. João I]] de [[Região histórica de Castela|Castela]], o qual era casado com [[Beatriz de Portugal|D. Beatriz]], a filha de D. Fernando e D. Leonor. Esta crise dinástica, que envolveu uma guerra civil com contornos de guerra entre Portugal e Castela, viria a ficar conhecida como a [[Crise de 1383—1385 em Portugal|crise de 1383—1385]]. O partido mais forte de entre os que se opunham às pretensões ao trono de D. João de Castela e D. Beatriz apoiava a coroação do [[João I de Portugal|Mestre de Avis]]. Entre os nobres que apoiaram o Mestre de Avis contava-se [[Nuno Álvares Pereira]], irmão do então [[alcaide]] de Portalegre, [[Pedro Álvares Pereira]], [[Prior do Crato]] (líder da [[Ordem dos Hospitalários]] em Portugal), o qual era acérrimo partidário de D. Leonor. Esta posição do alcaide provocou a revolta do povo de Portalegre, que cercou o castelo e obrigou D. Pedro a fugir para o [[Crato (Portugal)|Crato]]. O ex-alcaide viria a morrer em 1385 na [[Batalha de Aljubarrota]], onde combateu do lado contrário do seu irmão Nuno. A mãe dos irmãos Álvares Pereira, Fria Gonçalves, vivia nesse tempo no "Corro" (actual Praça da República).<ref name=cm349 />

Durante a [[Idade Moderna]], a cerca amuralhada da vila sofreu obras de reforço. No {{séc|XVI}} foi reconstruída a [[abóbada]] da [[torre de menagem]], agora com estrutura polinervada, supõe-se que substituindo o primitivo sistema, [[Arquitetura gótica|gótico]], de cruzaria, então arruinado.{{Carece de fontes|pt|data=abril de 2016}}

===Da Guerra da Restauração aos nossos dias===
No contexto da [[Guerra da Restauração]], a defesa deste trecho da fronteira readquiriu importância estratégica. Por esta razão, foram iniciadas obras de modernização e reforço do conjunto defensivo, que se desenvolveram entre 1641 e 1646, adaptando-o aos tiros da [[artilharia]] da época.{{Carece de fontes|pt|data=abril de 2016}}

Durante a [[Guerra da Sucessão Espanhola]], as defesas da vila mostraram-se insuficientes, vindo a mesma a ser ocupada por tropas hispano-francesas em 1704.{{Carece de fontes|pt|data=abril de 2016}}

Em 1801 Portalegre é conquistada pelos [[Espanha|espanhóis]] durante a ''[[Guerra das Laranjas]]''.{{Carece de fontes|pt|data=abril de 2016}}

Aquando da [[Guerra Peninsular]], Portalegre revoltou-se contra tropas [[Napoleão Bonaparte|napoleônicas]] invasoras estacionadas na região em 1808 comandadas pelo [[general]] [[França|francês]] [[Louis Henri Loison|Loison]] (alcunhado ''"o maneta"'').{{Carece de fontes|pt|data=abril de 2016}}

Entre os séculos XVII e XVIII, a prosperidade da vila é atestada pelas suas construções civis e religiosas em [[estilo barroco]]. O crescimento urbano impôs, a partir do {{séc|XIX}}, o abandono, ruína e destruição de diversos troços do conjunto militar, classificado no {{séc|XX}} como [[Monumento Nacional]] por decreto publicado em {{DtExt|29|6|1922}}. A intervenção do poder público, entretanto, fez-se sentir apenas na década de 1960, com obras de consolidação, restauro e reconstrução a cargo da [[DGEMN]]. Foram então demolidas diversas construções adossadas aos antigos muros, reconstituindo-se em diversos troços os [[parapeito]]s e as [[ameia]]s.{{Carece de fontes|pt|data=abril de 2016}}

O [[Núcleo Museológico do Castelo (Portalegre)|Núcleo Museológico do Castelo]] foi fundado em 1999, por iniciativa da [[Região de Turismo de São Mamede]] e da [[Câmara municipal (Portugal)|Câmara Municipal]] de Portalegre, expondo peças de armaria, do {{séc|XV}} até à [[Primeira Guerra Mundial]].

o monumento foi alvo de uma intervenção superior a dois milhões de euros, entre 2003 e 2006. Houve intervenções em algumas partes das muralhas, que passaram ficar mais acessíveis ao público, nomeadamente um troço imediatamente a norte do castelo e outro troço junto à Rua da Figueira, abaixo do Palácio Amarelo.{{Carece de fontes|pt|data=abril de 2016}}

Em 2016 o Estado pretende concessionar o edifício a privados com o compromisso de reabilitação, preservação e conservação por parte dos investidores.

O Castelo de Portalegre é dotado de um piso inferior, um núcleo central com um átrio, uma receção e uma bilheteira.

No piso um, uma sala polivalente funciona com uma galeria de exposições temporárias, ao passo que o piso dois é dedicado a áreas de trabalho.

O último piso, pela vista panorâmica que possui sobre a cidade, tinha espaços dedicados às atividades sociais e de restauração.

O equipamento conta ainda com um anfiteatro para atividades culturais diversas.

Em novembro de 2021, foi encerrado devido ao risco de queda de peças de madeira<ref>{{citar web|url=https://odigital.sapo.pt/castelo-de-portalegre-encerrado-devido-ao-risco-de-queda-de-pecas-de-madeira/|título=Castelo de Portalegre encerrado devido ao risco de queda de peças de madeira|autor=|data=|publicado=|acessodata=|arquivourl=|arquivodata=|urlmorta=}}</ref>.

==Características==
O [[castelo]], de [[planta (geometria descritiva)|planta]] no formato de um polígono octogonal, irregular, ergue-se na parte leste da parte mais antiga da cidade. Nele destaca-se a [[Torre de Menagem]], de planta quadrangular, integrada na [[muralha]], protegendo o portão principal. Marcada hoje por elementos do estilo gótico, ela se divide internamente em dois pavimentos recobertos por [[abóbada]]s, rasgados por [[porta]]s e [[janela]]s. Fronteiro a esta torre, abre-se a praça das armas, delimitada por duas torres nos ângulos das cortinas, e na qual se identificam vestígios de edificações.{{Carece de fontes|pt|data=abril de 2016}}

A dupla muralha da vila, de planta ovalada irregular, edificada por D. Dinis e posteriormente modificada, era reforçada por doze [[torre]]s, e nela se rasgavam sete portas (''do Postigo'', ''de Alegrete'', ''de Elvas'', ''da Devesa'', ''do Espírito Santo'', ''do Bispo'' e ''de São Francisco''), das quais restam apenas três: a ''Porta de Alegrete'', a ''Porta do Crato'' e a ''Porta da Devesa''. Embora descaracterizada em diversos trechos, o seu circuito é ainda identificável pelo traçado das ruas.{{Carece de fontes|pt|data=abril de 2016}}

Do reforço defensivo erguido em meados do {{séc|XVII}}, são testemunhos o ''Fortim de São Cristóvão'', o ''Fortim de São Pedro'' e o ''Fortim da Boavista'', diante das muralhas medievais às quais se ligavam, conferindo à defesa o formato de um polígono estrelado, em voga à época.{{Carece de fontes|pt|data=abril de 2016}}

==Bibliografia==
*{{citar livro|título=Cidades e Vilas de Portugal - Portalegre|data=1988|local=Lisboa|autor =Paulo Pereira e Jorge Rodrigues}}
*{{citar livro|título=Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses|local=Lisboa|data=1948|último =Almeida|primeiro =João de}}
*{{citar livro|título=Inventário Artístico de Portugal - vol. I (Distrito de Portalegre)|local=Lisboa|data=1943|último =Keil|primeiro =Luís}}
*{{citar livro|título=Portalegre na História militar de Portugal|local=Coimbra|data=1950|último =Silva|primeiro =Aurélio Nunes}}
*{{citar livro|título=Herança cultural e práticas do restauro arquitectónico em Portugal durante o Estado Novo: intervenção nas fortificações do Distrito de Portalegre|local=Évora|data=2000|último =Bucho|primeiro =Domingos}}
*{{citar livro|título=O centro histórico da cidade de Portalegre|local=Portalegre|data=202|último =Garraio|primeiro =Isilda}}
*{{citar livro|título=Subsídios para uma monografia de Portalegre|local=Portalegre|data=1997|último =Transmontano|primeiro =Maria Tavares}}

{{Notas|grupo=nt}}
{{Referências}}
== Ver também ==
{{Commonscat}}
* [[Lista de património edificado no distrito de Portalegre]]

{{Castelos de Portugal/Distrito de Portalegre}}

{{controlo de autoria}}
{{DEFAULTSORT:Castelo Portalegre}}
[[Categoria:Sé (Portalegre)]]
[[Categoria:Património edificado em Portalegre]]
[[Categoria:Castelos classificados como monumento nacional em Portugal|Portalegre]]
[[Categoria:Monumentos nacionais no distrito de Portalegre]]
[[Categoria:Castelos no distrito de Portalegre]]