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Cerca seiscentista de Faro

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Cerca seiscentista de Faro
Início da construção 1660
Promotor(a) Martim Correia da Silva, Portugal Reino de Portugal
Estado de conservação Vestígios
Geografia
Cidade Faro


Em 1660, nos últimos anos da Guerra da Restauração, o Governador Militar do Algarve, Martim Correia da Silva, ordenou que se edificasse uma cerca muralhada em torno de Faro, para proteger a cidade de eventuais ataques do exército espanhol pelo lado de terra. Composta por "seis fachadas que integravam cinco baluartes e dois meios-baluartes com extensas linhas de tiro", a cerca abrangia um perímetro com mais de 2800 metros, protegendo "os conventos e edifícios notáveis da cidade" (LOBO, 2006, p. 47).

Na realidade, e embora a Coroa portuguesa tivesse investido numa renovação da defesa costeira no período pós-Restauração, o Algarve e as suas fortalezas foram "esquecidos", sendo "verdadeiramente lamentável o estado em que encontravam durante a Guerra da Restauração as defesas costeiras desta região" (C.P.Calisto, in MOREIRA, 1986, p. 80).

Por isso, a cerca muralha de Faro é um dos poucos exemplares da arquitectura militar da Restauração em território algarvio. Devido à urgência da necessidade de defesa da cidade, que os militares locais defendiam ser da maior importância, e talvez também à escassez de meios financeiros, "o muro, com pelo menos quatro metros de altura, e provavelmente, a estrutura interior em terra - o reparo, nunca foi concluído" (LOBO, 2006, p. 47), pelo que em meados da centúria seguinte, e com os estragos provocados pelo terramoto de 1755, os baluartes estavam já muito deteriorados, conforme confirmam as "Memórias Paroquiais de 1758". Durante as Guerras Liberais a estrutura da cerca foi reforçada, o que não impediu que voltasse a danificar-se.

Actualmente, subsistem metade das estruturas de três baluartes, e alguns vestígios arqueológicos de outro baluarte, assim como um troço do pano de muralhas, ao qual o crescimento da cidade durante os séculos XIX e XX trouxe alterações profundas que destruíram irremediavelmente a sua linha de implantação, com a abertura de vias e a edificação de casas adossadas à cortina.

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