Mostrar código-fonte de Críticas à Igreja Católica

{{Igreja Católica sidebar}}
'''Críticas à Igreja Católica''' é uma denominação abrangente para as diversas observações [[crítica]]s feitas a respeito das posições atuais ou históricas da [[Igreja Católica]]. Uma vez que a Igreja Católica é a maior das [[Cristianismo|igrejas cristãs]], representando mais de metade de todos os cristãos,<ref name='Britannica'>{{citar livro | autor= Marty, Martin E., Chadwick, Henry, Pelikan, Jaroslav Jan |título="Christianity" in the Encyclopædia Britannica Millennium Edition |editora=Encyclopædia Britannica Inc. |ano=2000|citação=The Roman Catholics in the world outnumber all other Christians combined. }}</ref> e de um sexto da população do mundo.<ref name="Zenit">{{citar web| sobrenome =| título =Number of Catholics and Priests Rises| publicado =| editora =Zenit News Agency| data =2007-02-12| url =http://www.zenit.org/article-18894?l=english| acessodata =2008-02-21| arquivourl =https://web.archive.org/web/20080225194908/http://www.zenit.org/article-18894?l=english| arquivodata =2008-02-25| urlmorta =yes}}</ref> estas críticas podem não representar a opinião maioritária de todos os crentes cristãos, existindo um certo pluralismo entre os próprios [[Teologia|teólogos]], [[padre]]s, e [[bispo]]s.

A Igreja Católica, durante a sua longa história, tem sido várias vezes sujeita a críticas relativamente a várias crenças e práticas, com relevo para a Inquisição. Dentro da Igreja, isto inclui diferenças de opinião relativamente ao uso do latim na Missa, e ao tema do celibato clerical. No passado, diferentes interpretações das escrituras e críticas ao laxismo e opulência clerical contribuíram para separações como o cisma com a Igreja Ortodoxa Oriental e a Reforma Protestante. A Igreja Católica também tem sido criticada pelos seus esforços activos para influenciar decisões políticas, tais como a promoção das Cruzadas pela Igreja e o seu envolvimento com vários regimes ditatoriais. Críticas mais recentes centram-se em alegados escândalos no seio da Igreja, em particular a alegada corrupção financeira e os escândalos de abuso sexual da Igreja Católica.

== O catolicismo e sua relação com outras religiões e sociedades ==
=== Relações com a maçonaria ===
A pertença à Maçonaria é condenada pela Igreja, constituindo um pecado grave.<ref>http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_19831126_declaration-masonic_po.html</ref> Historicamente, as relações entre o catolicismo e a [[maçonaria]] são muito difíceis. [[Papa Clemente XII|Clemente XII]] foi o primeiro [[papa]] a confrontar abertamente a Maçonaria, através de sua [[bula pontifícia]] ''[[In Eminenti]]''.<ref name="in-eminenti">{{citar web
| url = http://www.papalencyclicals.net/Clem12/c15inemengl.htm
| titulo = In Eminenti - On Freemasonry
| autor = Papa Clemente XII| autorlink = Papa Clemente XII
|data=28 de Abril de 1738
|acessodata=31 de Dezembro de 2007
| lingua = en
}}</ref> Após ele, diversos papas se opuseram à maçonaria, dentre os quais podemos citar [[Papa Bento XIV|Bento XIV]], [[Papa Pio VII|Pio VII]], [[Papa Leão XII|Leão XII]], [[Papa Pio VIII|Pio VIII]], [[Papa Gregório XVI|Gregório XVI]], [[Papa Pio IX|Pio IX]] e [[Papa Leão XIII|Leão XIII]].<ref name="humanum-genus">{{citar web
| url = http://www.vatican.va/holy_father/leo_xiii/encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_18840420_humanum-genus_po.html
| titulo = Humanum Genus
| autor = Papa Leão XIII| autorlink = Papa Leão XIII
|data=20 de abril de 1884
| lingua = Português
|acessodata=31 de dezembro de 2007
}}</ref> [[Papa Bento XVI|Bento XVI]], em [[1983]], quando ainda era [[cardeal]] e prefeito da [[Congregação para a Doutrina da Fé]], explicitou a posição da Igreja Católica que classifica a Maçonaria como "associação que maquina contra a Igreja".<ref name="aci:catolico-nao-macom">{{citar web
| url = http://www.acidigital.com/controversia/catolicomacom.htm
| titulo = Porque um católico não pode ser maçom?
|acessodata=31 de Dezembro de 2007
| lingua = Português
}}</ref>

A Igreja criticava os posicionamentos dos maçons contra alguns Estados no [[século XIX]], a defesa da separação entre Igreja e [[Estado]] e a visão que Leão XIII chamava de "naturalista".<ref name="humanum-genus" /> A Igreja também critica o caráter semissecreto da maçonaria.<ref name="in-eminenti" /><ref name="humanum-genus" /> Em tempos passados os católicos eram proibidos de pertencerem a Maçonaria, sob pena de excomunhão;<ref name="in-eminenti" /> ainda hoje a Igreja Católica mantém sua posição em relação à instituição,<ref name="aci:catolico-nao-macom"/> embora pertencer à associação ainda se caracterize "pecado grave", mas não mais sujeito a excomunhão, mas tem restrita a sua participação nos [[Sacramento (cristianismo)|sacramentos]].<ref name="shalom:catolico-macom-possivel">{{citar web
| url = http://www.comunidadeshalom.org.br/formacao/seitas/catolico_marcom.html
| titulo = Católico e Maçom, é possível?
| autor = Felipe Aquino
| obra = Entrai pela porta Estreita
|acessodata=31 de Dezembro de 2007
| lingua = Português
}}</ref>

Apesar da proibição oficial, há membros da igreja na maçonaria. Vários académicos, incluindo alguns estudiosos próximos do [[catolicismo tradicionalista]], afirmam que os Papas [[Papa João XXIII|João XXIII]] e [[Papa Paulo VI|Paulo VI]] seriam ligados a certas [[loja maçônica|lojas maçônicas]], ou mesmo filiados à Maçonaria.<ref name="montfort:joao-xxiii">{{citar web
| url = http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=papa&artigo=20051228141726&lang=bra
| titulo = João XXIII, Paulo VI e a Maçonaria
| autor = Orlando Fedeli
|acessodata=31 de Dezembro de 2007
| lingua = Português
}}</ref> Também há de se notar que vários maçons e católicos (principalmente os tradicionalistas) consideraram o [[Concílio Vaticano II]] como responsável por uma maior tolerância, ou mesmo aproximação, entre Maçonaria e Igreja Católica.<ref name="montfort:macons-comunistas">{{citar web
| url = http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=apologetica&artigo=20060707163639&lang=bra
| titulo = Maçons e Comunistas se rejubilaram com o Concílio Vaticano II
| autor = Orlando Fedeli
|acessodata=31 de dezembro de 2007
| lingua = Português
}}</ref><ref name="derradeiro:motivo">{{citar web
| url = http://www.devilsfinalbattle.com/port/ch6.htm
| titulo = O motivo consolida-se
| obra = O Derradeiro Combate do Demônio
|acessodata=31 de dezembro de 2007
| lingua = Português
}}</ref>

=== Relações com o protestantismo ===
{{Artigo principal|Controvérsias no Protestantismo}}
Os [[protestantismo|protestantes]] e os católicos sempre entraram em controvérsia quanto à [[veneração]], [[purgatório]], [[primazia papal]], [[justificação pela fé]] e outras doutrinas, fazendo acusações mútuas de [[heresia]]. Apenas pelos esforços ecumênicos, a tese da justificação pela fé foi esclarecida, e não é mais um ponto controverso entre protestantes [[luterano]]s históricos e católicos.<ref>{{citar web | autor= CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A PROMOÇÃO DA UNIDADE DOS CRISTÃOS e FEDERAÇÃO LUTERANA MUNDIAL | titulo= Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação | publicado = Santa Sé | url= http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/documents/rc_pc_chrstuni_doc_31101999_cath-luth-joint-declaration_po.html | ano= 1999 | acessodata= 4 de Junho de 2009}}</ref>

Há [[Ecumenismo|esforços ecumênicos]] para deixarem de lado as diferenças. Porém são criticados por alguns{{quem?|data=Maio de 2009}} membros de ambos os lados: para o lado protestante, há a acusação de a Igreja Católica "não mudar"; e para o lado católico, há a acusação de que o verdadeiro ecumenismo não se dá abandonando a [[Revelação divina|verdade revelada]], mas seguindo-a plenamente através da "''Igreja do Deus Vivo, Coluna e sustentáculo da Verdade''" (I Tim 3:15), a qual os católicos creem ser a Igreja Católica. Além disso, o [[Dogmas da Igreja Católica|dogma católico]] "''[[Doutrina da Igreja Católica#Salva.C3.A7.C3.A3o para os n.C3.A3o-cat.C3.B3licos|fora da Igreja não há salvação]]''" é considerado pelos protestantes como uma barreira que impede a eficácia de um ecumenismo de "mão-dupla". Mas, a Igreja Católica afirma também que todos os não-católicos podem ser salvos, desde que "''procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da [[graça]], se esforçam por cumprir a sua vontade''".<ref name="ForaIgrejanaosalv">{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=Compêndio do Catecismo da Igreja Católica|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|isbn= 972-603-349-7|páginas='''N. 171'''}}</ref> Mas, ela defende que todas as pessoas (católicas ou não) que obtiveram a salvação é, de alguma forma, por causa da Igreja Católica, porque a [[salvação]] só se tornou possível pelo [[Mistério Pascal|sacrifício pascal]] de [[Jesus Cristo]], o fundador e [[Corpo místico de Cristo|cabeça da Igreja]].<ref name="ForaIgrejanaosalv" /><ref>{{citar livro|autor=GEORGE WEIGEL|título= A Verdade do Catolicismo |subtítulo= Resposta a Dez Temas Controversos|local=Lisboa|editora=Bertrand Editora|ano=2002|isbn= 972-25-1255-2|páginas='''págs. 145 - 147'''}}</ref>

=== Relações com cultos afro-brasileiros ===
{{Artigoprincipal|[[Preconceito contra religiões afro-brasileiras]]}}
Ainda sob outras denominações, a Umbanda estava incluída na lista dos inimigos do catolicismo já nos anos 1940 do século XX.<ref>SAMPAIO, Dilane Soares. "De Fora do Terreiro". O Discurso Católico e Kardecista Sobre a Umbanda entre 1940 e 1965. Disponível em http://www.bdtd.ufjf.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=196 {{Wayback|url=http://www.bdtd.ufjf.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=196 |date=20091219024645 }}. Acesso em 04 de novembro de 2009. p. 58.</ref>

Devido ao surgimento e proliferação da Umbanda, a Igreja criou em [[1952]] um Secretariado Especial da [[Conferência Nacional dos Bispos do Brasil]], com o objetivo de enfrentar o crescimento do número de fiéis da Umbanda e demais "cultos mediúnicos". Tal subdivisão foi denominada de ''Secretariado Nacional de Defesa da Fé''.<ref name="bmgil.tripod.com">ISAIA, Artur César. A Umbanda: as imagens do inimigo no discurso católico de meados do século XX. Disponível em http://bmgil.tripod.com/iac29.html e http://www.imaginario.com.br/artigo/ {{Wayback|url=http://www.imaginario.com.br/artigo/ |date=20090604063315 }} a0031_a0060/a0056-01.shtml, acesso em 04/11/2009.</ref>

{{quote2|''A Umbanda é a revivescência das crendices absurdas que os infelizes escravos trouxeram das selvas de sua martirizada pátria africana. Favorecer a Umbanda é involuir, é aumentar a ignorância, é agravar doenças.''<ref>SCHERER, D. Vicente. Hospital de Umbanda. Unitas. Porto Alegre, 46 (3):191-4, 1957, p. 193.</ref>}}

A Igreja Católica, alegava publicamente que a Umbanda negava importantes fatores sociais, assim o catolicismo vinculava a Umbanda a práticas supersticiosas e sincréticas.<ref name="bmgil.tripod.com"/>

[[Boaventura Kloppenburg]], considerado o mais conhecido e influente intelectual católico do período, assim descrevia os cultos afro-brasileiros:

{{Quote|"Perguntamos, anos atrás, a um grupo de médicos psiquiatras e especialistas em doenças nervosas se é aconselhável, sob o ponto de vista psíquico e médico, "desenvolver a mediunidade" ou "provocar fenômenos espíritas". E todos, com absoluta unanimidade, responderam negativamente, declarando que semelhantes práticas são "nocivas", "prejudiciais", "perigosíssimas", etc. (…) São clamores das autoridades competentes a gritar que as práticas espíritas e umbandistas contrariam a ordem pública, e que, por isso, são contra a Constituição que veda expressamente o exercício da "religião" que "contraria a ordem pública".<ref>KLOPPENBURG, Boaventura. Umbanda no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1961, p. 195-7.</ref>}}

=== Relações com a Ciência e os pensadores laicos ===
{{Vertambém|Ceticismo científico}}
[[Ficheiro:Augustine of Hippo.jpg|thumb|right|[[Santo Agostinho]] (354-430), dizia que a [[Bíblia]] deveria ser interpretada à luz da [[ciência]].]]

Um tema sustentando entre estudiosos na cultura ocidental desde o [[Iluminismo]] no [[século XVIII]], é que a religião católica "é inimiga do progresso científico",<ref>[http://www.eternamisericordia.com.br/artigo/o-teste-da-ciencia-e-da-religiao O teste da ciência e da religião - Comunidade Eterna Misericórdia]</ref> e muitos consideram que a Igreja e o cristianismo aprovam a "repressão científica". Críticas católicos argumentam, contrariamente que a Igreja Católica teve um papel fundamental no desenvolvimento do pensamento ocidental, uma vez que após a queda do [[Império Romano]], foi a principal responsável pela preservação de textos da [[Antiguidade Clássica]] na [[Europa Ocidental]].<ref name="teach12-1210">[http://www.teach12.com/ttc/Assets/courseDescriptions/1210.asp History of Science: 1700–1900]. Lectures by Frederick Gregory - University of Florida - Ph.D., Harvard University. Ouvir palestras 12 (The End of the Classical World) e 13 (Early Christianity and Science)</ref> [[Monge]]s e religiosos católicos foram um dos principais grupos de tradutores de textos antigos gregos para o latim.<ref>[http://www.teach12.com/ttc/Assets/courseDescriptions/1210.asp History of Science: 1700–1900]. Lectures by Frederick Gregory - University of Florida - Ph.D., Harvard University. Ouvir palestra 17 (The Latin West Reawakens)</ref><ref>[[Thomas Woods]], ''How the Catholic Church Built Western Civilization'', (Washington, DC: Regenery, 2005), ISBN 0-89526-038-7</ref> Ademais, [[Santo Agostinho]] já afirmava, no [[século V]], que as [[Bíblia|Escrituras]] deveriam ser interpretadas de acordo com os conhecimentos disponíveis em cada época sobre o mundo natural<ref name="asa3.org">{{citar web
| url = http://www.asa3.org/aSA/PSCF/1988/PSCF3-88Young.html
| titulo = The Contemporary Relevance of Augustine's View of Creation
| primeiro =  Davis
| ultimo = A. Young
| obra = Perspectives on Science and Christian Faith
|acessodata=1 de abril de 2009
|data=Março de 1988| lingua = en
}}</ref> declarando que a [[Criação (teologia)|Criação do mundo e do homem]], conforme narrada no [[Livro de Gênesis]], possuía elementos metafóricos. [[São Tomás de Aquino]], no [[século XIII]], defendeu também que a [[fé]] e a [[razão]] são complementares, porque "''provêm ambas de Deus''".<ref>{{citar web | autor=JOÃO PAULO II| autorlink=Papa João Paulo II | titulo= Fides et Ratio | publicado = [[Santa Sé]] | url= http://www.vatican.va/edocs/POR0064/_INDEX.HTM | ano= 1998 | formato= '''n. 43''' | acessodata= 4 de Junho de 2009}}</ref> A Igreja também pediu desculpas por alguns crimes cometidos no passado por homens católicos contra cientistas.<ref name="Desculpasciencia1" />

A Igreja Católica oficialmente considera que alguns trechos das Escrituras são alegorias, portadoras de ''[[teologia|verdade teológica]]'', mas não ''[[história|verdade histórica]]''.<ref>[http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/pcb_documents/rc_con_cfaith_doc_19930415_interpretazione_po.html Artigo "A Interpretação da Bíblia da Igreja" publicado pela Pontifícia Comissão Bíblica do Vaticano]</ref> Motivo pelo qual muitos teólogos consideram que a criação do homem, narrada no Gênesis é alegórica, e aceitam o [[evolucionismo]]. Não obstante começando em 1950 com o [[Papa Pio XII]], por meio da encíclica Humani Generis, a Igreja assumiu uma posição neutra com relação à evolução,<ref>[http://www.vatican.va/holy_father/pius_xii/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_12081950_humani-generis_en.html]</ref> porém, alguns setores católicos, notadamente tradicionalistas, se demonstram céticos na aceitação da teoria.<ref>[http://www.montfort.org.br/index.php/multimidia/video-radio/videos-montfort/filosofia/aula-07-o-evolucionismo-de-charles-darwin-sentido-historia-e-erros-filosoficos-profa-marina-vanini/ O evolucionismo de Charles Darwin: sentido, história e erros filosóficos (Professora Marina Vanini) – MONTFORT]</ref> No entanto, a Igreja também afirma que o [[criacionismo]] e o [[design inteligente]], não são teorias científicas nem teológicas.<ref>{{citar web | url = http://www.msnbc.msn.com/id/29484902/ | titulo = Vatican official calls atheist theories 'absurd' / Cardinal Levada: No conflict between evolution science and faith in God | publicado= [[MSNBC]] |data=3 de Março de 2009 |acessodata=3 de Junho de 2009 |  lingua = inglês}}</ref>

Por outro lado, a [[Igreja Católica]] e a Ciência continuam a discordarem-se em questões mais teológicas relacionadas com a [[Infalibilidade bíblica|infalibilidade]] e a autenticidade da [[Revelação divina]] contida nas [[Bíblia|Escrituras]] e na [[Tradição]] oral; com a não aceitação da existência de [[Deus]] e da [[alma]] (e da sua [[imortalidade]]) por ausência completa de evidências; com os momentos exactos do princípio e do fim da vida humana; e com as implicações [[ética]]s da [[clonagem]], da [[contracepção]] ou [[fertilização]] artificiais, da [[engenharia genética|manipulação genética]] e do uso de [[célula-tronco|células-tronco]] [[embrião|embrionárias]] na investigação científica.<ref>{{citar web | titulo= Science and the Church | publicado = Newadvent.org | url=http://www.newadvent.org/cathen/13598b.htm | ano= 1913 |  lingua= inglês | autor=CATHOLIC ENCYCLOPEDIA| autorlink=Enciclopédia Católica |acessodata=9 de Junho de 2009}}</ref><ref>{{citar web | autor=CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ| autorlink=Congregação para a Doutrina da Fé | titulo= Dignitas Personae | publicado = [[Santa Sé]] | url=http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20081208_dignitas-personae_po.html | ano= 2008 | acessodata=9 de Junho de 2009}}</ref>

==== Galileu Galilei ====
{{Artigo principal|[[Galileu Galilei]]}}
[[Ficheiro:Galileo.arp.300pix.jpg|thumb|right|[[Galileu Galilei|Galileu]]: católico convicto, foi condenado a prisão domiciliar perpétua pela Inquisição pelas suas ideias científicas.]]
Provavelmente, o caso mais famoso de atrito entre um pensador e a Igreja Católica é o de [[Galileu Galilei]], mas historiadores e cientistas modernos {{nota de rodapé|A título de exemplo, estes historiadores e cientistas modernos incluem David C. Lindberg, Ronald Numbers,<ref>{{citar livro|autor=DAVID C. LINDBERG e RONALD NUMBERS|título=God and Nature |subtítulo= Historical Essays on the Encounter between Christianity and Science|idioma=inglês|local=Berkeley|editora=University of California Press|ano=1986|isbn= 978-0520055384|páginas=10}}</ref><ref>{{citar livro|autor=DAVID C. LINDBERG e RONALD NUMBERS|título=When Science and Christianity Meet|idioma=inglês|local=Chicago|editora=University of Chicago Press|ano=2003|isbn= 978-0226482149|páginas=57-58}}</ref> Craig Rusbult,<ref>{{citar web | titulo= Science and Christianity: Are they compatible? | autor= Craig Rusbult | url=http://www.asa3.org/ASA/education/science/faith-science.htm#i | lingua= inglês | acessodata=16 de Outubro de 2010}}</ref> Russell Maatman,<ref>{{citar web | titulo= The Galileo Incident | autor= Russell Maatman | url=http://www.asa3.org/ASA/PSCF/1994/PSCF3-94Maatman.html.ori | lingua= inglês | acessodata=21 de Outubro de 2010}}</ref> Owen Gingerich,<ref name="gingerich">{{citar web | titulo= Truth in Science: Proof, Persuasion, and the Galileo Affair | autor= Owen Gingerich | ano= 2003 | url=http://asa3.org/ASA/PSCF/2003/PSCF6-03Gingerich.pdf | lingua= inglês | acessodata=16 de Outubro de 2010}}</ref> Thomas E. Woods Jr.<ref>{{citar livro|autor=THOMAS E. WOODS JR.|título=How the Catholic Church Built Western Civilization |idioma=inglês|editora=Regnery Publishing, Inc.|ano=2005|isbn= 978-0895260383}}. ''Nota'': uma sinopse do livro pode ser encontrado neste site de língua inglesa.</ref> e Jerome J. Langford.<ref>{{citar livro|autor=JEROME L. LANGFORD|título= Galileo, Science, and the Church|idioma=inglês|editora=St. Augustine's Press|edição=3|ano=1998|isbn= 978-1890318253}}</ref>}} veem o caso de Galileu como algo mais complexo do que apenas um confronto entre ciência e religião.<ref>{{citar web | titulo= Christianity, Roman Catholic, Issues in Science and Religion | url=http://www.enotes.com/science-religion-encyclopedia/christianity-roman-catholic-issues-science | lingua= inglês | acessodata=16 de Outubro de 2010}}</ref><ref name="galileuency">{{citar web | titulo= Galileo Galilei | publicado = Newadvent.org | url=http://www.newadvent.org/cathen/06342b.htm | ano= 1913 | lingua= inglês | autor= CATHOLIC ENCYCLOPEDIA | acessodata=3 de Outubro de 2010}}</ref> Galileu era um grande [[físico]] e [[astrônomo]] de [[Pisa]], e um dos mais importantes personagens da [[Revolução Científica]].

À época, o modelo [[cosmologia|cosmológico]] mais aceito e proclamado pela Igreja e pelo mundo medieval era o de [[Ptolomeu]], que afirmava que a Terra era o centro do [[universo]] e os [[corpo celeste|astros]] a orbitavam. Porém, quase um século antes de Galileu, o [[cónego]] [[Nicolau Copérnico]] (1473-1543) propõe a teoria [[heliocentrismo|heliocêntrica]], segundo a qual a Terra, na verdade, gira à volta do [[Sol]], e não o contrário. Naquela altura, as discussões cosmológicas eram favorecidas por certos membros importantes da Igreja, que ficaram positivamente impressionados pelo heliocentrismo e insistiram que essas ideias fossem melhor desenvolvidas. O próprio [[Roberto Bellarmino|Cardeal Bellarmino]], uma figura importante da [[Cúria Romana]], defendeu a possibilidade da reinterpretação da Bíblia, caso o heliocentrismo fosse provado como cientificamente verdadeiro.<ref name="gingerich" />

As experiências de Galileu levam-no a defender a veracidade do heliocentrismo, apesar das suas provas experimentais e teóricas não serem totalmente conclusivas.<ref name="gingerich" /><ref name="bettencourt1">[http://melhorsobre.blogspot.com/2007/03/cincia-e-f-coprnico-e-galileu-lanados.html Ciência e Fé: Copérnico e Galileu lançados na fogueira?], de D. Estêvão Bettencourt (1999)</ref>  Porém, Galileu foi demasiado longe na sua defesa do heliocentrismo: ele chegou a reinterpretar e usar várias passagens bíblicas para defender o heliocentrismo. Naquela época, a Igreja Católica, opondo-se ao [[protestantismo]], defende que a interpretação da Bíblia era um trabalho exclusivamente reservado para os teólogos, sendo estes supervisionados pelo [[Santo Ofício]].<ref name="bettencourt1" /><ref>[http://bip.blogs.sapo.pt/168164.html Galileu Galilei (1564 a 1642)]</ref><ref name="casoGalileuII">[http://www.clerus.org/clerus/dati/2009-01/02-13/O_CASO_GALILEU_II.html O Caso Galileu (II)], de Joaquim Blessmann]</ref>

A princípio, a Igreja Católica não é contra o heliocentrismo, mas em [[1615]] o [[Tribunal do Santo Ofício]] declara o heliocentrismo [[heresia|herético]] e a teoria de que a Terra se move "teologicamente errada". Esta condenação do Santo Ofício mostra que a discussão em torno do heliocentrismo, que deveria ser de caráter científico e filosófico, passou a incluir a [[exegese]] bíblica e a [[teologia]].<ref name="casoGalileuII" /> O principal livro de Copérnico entra para o [[Index Librorum Prohibitorum|index]] e é proibida a defesa da validade física (mas não da hipótese [[matemática]]) do heliocentrismo. Galileu, porém, não se restringe a trabalhar sobre a hipótese, mas defende que a Terra orbita o Sol. Como consequência, é proibido de expressar suas opiniões em relação ao heliocentrismo.

Em [[1623]], [[Urbano VIII]], amigo de Galileu, torna-se o novo [[Papa]]. Na década seguinte, concede a Galileu a oportunidade de escrever um livro dissertando sobre as duas teorias, dando-lhe uma oportunidade de defender o heliocentrismo como uma hipótese.  Galileu escreve, então, seu ''Diálogo sobre os dois grandes sistemas do mundo''. O caráter ácido do livro e alguns mal-entendidos levam o Papa a crer que Galileu aproveitou-se da oportunidade para ofendê-lo. A Inquisição, então, julga e condena Galileu a abjurar publicamente suas opiniões. Ademais, Galileu é condenado a prisão domiciliar por tempo indeterminado (durante a qual faleceu) e seus livros são postos no ''Index Librorum Prohibitorum''. Apesar disso, pôde continuar a trabalhar em outros estudos científicos que não estavam relacionados com a defesa da veracidade do heliocentrismo.

Porém, com a diminuição das tensões e dos conflitos marcados pela [[Reforma protestante]], a Igreja Católica revê a sua posição quanto à teoria de Copérnico e Galileu. Em 1758, a Igreja retirou as obras heliocêntricas do ''[[Index Librorum Prohibitorum]]''.<ref>McMullin, Ernan ed. (2005), ''The Church and Galileo'', Imprensa da Universidade de Notre Dame, Notre Dame, ISBN 0-268-03483-4; pág. 307</ref> Em 1979, o [[Papa João Paulo II]] lamentou os sofrimentos de Galileu causados por católicos e organismos eclesiásticos e defendeu, mais uma vez, que as duas verdades, de fé e de ciência, não podem nunca contradizer-se, acabando por citar também uma afirmação do próprio Galileu: "''procedendo igualmente do [[Jesus|verbo divino]], a [[Bíblia|escritura santa]] e a [[natureza]], a primeira como ditada pelo [[Espírito Santo]], a segunda como executora fidelíssima das ordens de [[Deus]].''".<ref>{{citar web | autor= PAPA JOÃO PAULO II | titulo= Discurso do Papa João Paulo II à Pontifícia Academia das Ciências por ocasião do primeiro centenário do nascimento de Albert Einstein | publicado = Santa Sé | url=http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/1979/november/documents/hf_jp-ii_spe_19791110_einstein_po.html |ano=1979|acessodata= 3 de Outubro de 2010}}</ref> No ano [[2000]], o [[Papa João Paulo II]] emitiu finalmente um pedido formal de desculpas por todos os erros cometidos por alguns católicos nos últimos 2.000 anos de [[história da Igreja Católica]], incluindo o julgamento de Galileu Galilei pela Inquisição.<ref>[http://www.guardian.co.uk/world/2000/mar/13/catholicism.religion Pope says sorry for sins of church | World news | The Guardian]</ref><ref>[http://www.pbs.org/newshour/bb/religion/jan-june00/apology_3-13.html Online NewsHour: A Papal Apology, March 13, 2000]</ref>

== Críticas a eventos ocorridos na sua história ==
=== Inquisição ===
{{Artigo principal|[[Inquisição]]}}
Estudiosos protestantes a partir do [[século XVI]], e pensadores políticos e filosóficos do [[século XVII]], viam a Inquisição como "um símbolo ideal da [[intolerância religiosa]]", estes filósofos e políticos denunciaram a Inquisição, citando-a como a causa para todos as falhas políticas e econômicas em seus países, e a Igreja Católica foi considerada o pior mal religioso da Europa.<ref name="Peters">Peters, Edward. Inquisition. New York: The Free Press, 1988. 122, 155-154.</ref> Católicos por sua vez, destacam algumas singularidades dessa instituição, como o fato, de alegadamente ter sido criada principalmente para impedir a ação de abusos da população ou de governantes seculares,<ref name="Aquino">Prof. [[Felipe Aquino|Aquino, Felipe]]. ''Para entender a Inquisição''. Editora Cléofas. 2009. Pág.: 11-13, 98. ISBN 978-85-88158-56-6.</ref> como [[Frederico II, Sacro Imperador Romano-Germânico|Frederico II]], que executava hereges por questões políticas,<ref>{{Citar web| url= http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=historia&artigo=20040717160738&lang=bra | título = Os papas e a Inquisição|acessodata=2011-01-07 | obra = Site Montfort}}</ref> sendo que a Inquisição usaria  avançados meios judiciais para a época, opondo-se aos [[ordálios]] e outras superstições jurídicas.<ref name="Aquino"/> [[Walter Ullman]] está em desacordo: "Dificilmente há um item em todo o procedimento inquisitorial que possa ser enquadrado nas exigências da justiça; pelo contrário, cada um de seus itens é a negação da justiça ou uma caricatura hedionda dela [...] seus princípios são a própria negação das exigências feitas pelos conceitos mais básicos de natural justiça [...] Este tipo de procedimento já não tem nenhuma semelhança com um julgamento judicial, mas é antes a sua perversão sistemática e metódica."{{sfn|Saraiva|2001|p=61,62}}

Alguns historiadores também consideram que a visão predominante sobre a Inquisição é um conjunto "de lendas e mitos que, entre os séculos XVI e século XX, estabeleceram o caráter e a percepção dos tribunais inquisitoriais e influenciaram todos os esforços que se seguiram para recuperar sua realidade histórica".<ref name="Peters" />

=== Cruzadas ===
{{Artigo principal|[[Cruzada]]}}
Desde o início do {{séc|VII}} exércitos islâmicos do [[Califado Ortodoxo|Califado]] haviam conquistado grande parte do sul do [[Mediterrâneo]], e representavam uma ameaça para a cristandade,<ref>Vidmar, John (2005). ''The Catholic Church Through the Ages''. Paulist Press. p. 94. ISBN 0809142341.</ref> assim em [[1095]], o imperador bizantino [[Aleixo I Comneno|Aleixo I]] pediu ao [[Papa Urbano II]] para ajudá-lo militarmente contra as invasões muçulmanas,<ref>Riley-Smith, Jonathan (1997). ''The First Crusaders''. Cambridge University Press. P. 6. ISBN 9780511003080.</ref> Urbano convoca a [[Primeira Cruzada]], e os próximos papas as estenderiam até a [[Nona Cruzada|Nona]], destinadas a auxiliar o Império bizantino a retomar os antigos territórios cristãos, especialmente [[Jerusalém]].<ref name="Bokenkotter">Bokenkotter, Thomas (2004). ''A Concise History of the Catholic Church''. Doubleday. pp. 140-141, 192. ISBN 0385505841.</ref> Enquanto alguns críticos veêm as Cruzadas como "[[Terrorismo|violência sistemática]]" por parte da Igreja,<ref>{{Citar web|url=http://www.crosscurrents.org/weaver0701.htm#TEXT1|título=Violence in Christian Theology|acessodata=27 de outubro de 2010|publicado=Cross Currents|ano=2001|autor=J. Denny Weaver}}</ref> outros a consideram um movimento militar defensivo necessário da Europa Ocidental para impedir a dominação islâmica da mesma.<ref name="Aquino"/>

=== Críticas ao papado ===
Muitos estudiosos têm acusado a corrupção de determinados papas ao longo da história como sendo os responsáveis pelos principais erros cometidos pela Igreja Católica e pelas críticas direcionadas a ela, especialmente durante o [[saeculum obscurum]] e o [[Papado Renascentista|renascimento]], destacando a [[simonia]] e o [[nepotismo]].<ref>{{Citar web| url= http://www.cyberessays.com/Term-Paper-on-To-What-Extent-Was-The-Papacy/1292/| último = | primeiro = | título = To What Extent Was The Papacy Responsible For The Growing Criticism Of The Roman Catholic Church?|acessodata=28 de janeiro de 2010 | obra = Site Cyber Essays}}</ref> Católicos, por sua vez, argumentam que estes acontecimentos surgiram dentro do contexto social, cultural e religioso de sua época, sendo [[anacronismo]] interpretá-los fora desse contexto.<ref name= "Igreja e Passado">{{Citar web| url= http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/cti_documents/rc_con_cfaith_doc_20000307_memory-reconc-itc_po.html| último = | primeiro = | título = MEMÓRIA E RECONCILIAÇÃO: A IGREJA E AS CULPAS DO PASSADO|acessodata=2011-01-07 | obra = Site da Santa Sé}}</ref>

=== Contrarreforma ===
{{Artigo principal|[[Contrarreforma]]}}
O alemão [[Martinho Lutero]], ao ouvir discursos não aprovados pela Igreja a respeito de uma salvação concedida por [[Indulgência#Abusos|indulgência]]s, na [[Alemanha]] no [[Século XVI]] para a construção da [[Basílica de São Pedro]], publica [[95 teses]] protestando contra esta atitude, iniciando a [[Reforma Protestante]], que originou o [[Protestantismo]]. Isso deu lugar a [[Contrarreforma]] ou Reforma Católica, usada para combater o [[Protestantismo]] e para expandir a fé católica para lugares além da Europa, mandando missões [[jesuíta]]s para catequizarem outros povos.

Por outro lado, diversos historiadores, alegam que a contra-reforma não foi somente um movimento reacionário,<ref name="Rops"/><ref>''História das Religiões. Crenças e práticas religiosas do século XII aos nossos dias''. Grandes Livros da Religião. Editora Folio. [[2008]]. Pág.: 50. ISBN 978-84-413-2489-3</ref><ref>D. W. Jones, Martin (trad. Palomo del Barrio, Federico). La contrarreforma: Religión y sociedad en la Europa moderna. Ediciones Akal. ISBN 84-460-1606-0.</ref> por exemplo, Daniel-Rops, da [[Academia Francesa]], nega a existência de relações de causa e efeito entre a reforma católica da reforma protestante: ''"Nem na ordem cronológica nem na ordem lógica temos o direito de falar de "contrarreforma" para caracterizar esse salto gigantesco, esse admirável esforço de rejuvenescimento e ao mesmo tempo de reorganização que, em cerca de trinta anos, deu à Igreja um rosto novo"…"Se, cronologicamente, a Reforma católica não é uma "contrarreforma", também não é no processo do seu desenvolvimento.".''<ref name="Rops">Daniel-Rops, bibl. cit. vol. V(II) pg. 7-9</ref>

=== Segunda Guerra Mundial ===
A posição da Igreja Católica e do clero perante a [[Alemanha nazista]] é considerada controversa, e existem várias opiniões e conclusões diferentes sobre a questão. Na Alemanha enquanto alguns membros do clero, simpatizaram com o Regime, outros, como o bispo católico de [[Münster]] [[Clemens August von Galen]] eram ferrenhamente antinazistas e anti racistas.<ref>Peter Löffler (Hrsg.): Bischof Clemens August Graf von Galen — Akten, Briefe und Predigten 1933–1946. Ferdinand Schöningh, Paderborn/München/Wien/Zürich, 2. Aufl. 1996, S. 874 ff. ISBN 3-506-79840-5</ref>

Em [[30 de janeiro]] de 1933, [[Adolf Hitler]] foi nomeado [[Chanceler da Alemanha|chanceler]], até então o governo ainda era democrático e pluripartidário, Hitler desejando os votos do [[Partido do Centro Alemão|Partido do Centro Católico]] do [[Palácio do Reichstag|Reichstag]] no intuito de conseguir aprovar a [[Lei de Concessão de Plenos Poderes de 1933]],<ref>La Politica de Los Papas en El Siglo XX -  Karlheinz Deschner (volume 1)</ref><ref name="O Papa de Hitler - John Cornwell">O Papa de Hitler - John Cornwell</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.secularhumanism.org/library/fi/paul_23_4.html |titulo=Cópia arquivada |acessodata=2014-03-27 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140715083318/http://www.secularhumanism.org/library/fi/paul_23_4.html |arquivodata=2014-07-15 |urlmorta=yes }}</ref> afirma desejar uma aproximação e uma [[concordata]] com a Santa Sé, para definir claramente quais os direitos da Igreja na Alemanha,<ref name="Terceiro Reich">''[[Ascensão e queda do Terceiro Reich]] - Triunfo e Consolidação 1933-1939''. Volume I. [[William L. Shirer]]. Tradução de Pedro Pomar. Agir Editora Ldta., [[2008]]. ISBN 978-85-220-0913-8</ref> a concordata (''[[Reichskonkordat]]'') foi assinada em 20 de Julho(a assinatura ocorreu porque o [[Partido do Centro Alemão|Partido do Centro Católico]] votou a favor da [[Lei de Concessão de Plenos Poderes de 1933]]. Porém o governo nazista rapidamente violaria a concordata, dissolvendo organismos da Igreja, bem como o início dos sucessivos atos de violência anti-semíticos, em especial as leis de esterilização obrigatória para as "[[Raça humana|raças inferiores]]" de 25 de Julho, ofenderiam principalmente a Igreja Católica,<ref name="Terceiro Reich"/> que mantinha uma posição tradicional insistindo na [[Doutrina da Igreja Católica|doutrina]] de que ''"perante Deus todos são iguais independente de raça"''.<ref>''Racism: A History'' (em [[Língua portuguesa|português]]: ''Racismo: Uma História''). Documentário da [[BBC]] apresentado pela [[TV Escola]]. [[2009]].</ref> Por conseqüência antes da eclosão da [[Segunda Guerra Mundial]] em [[1937]], a encíclica ''[[Mit brennender Sorge]]'', do [[Papa Pio XI]], "''condenava o neopaganismo da ideologia nazista especialmente sua teoria da superioridade racial (...)''".<ref name=":0">{{Citar web|titulo=Nazistas de Perón|url=https://istoe.com.br/17935_NAZISTAS+DE+PERON+/|obra=ISTOÉ Independente|data=2006-03-01|acessodata=2019-11-18|lingua=pt-BR}}</ref> Adolf Hitler foi descrito como um louco e arrogante, sendo o primeiro documento oficial de denúncia do nazismo feita por qualquer organização importante.<ref name="Bokenkotter" />

Por sua vez, outros historiadores apontam que membros do clero católico, teriam colaborada com o regime nazista, como pelo fato de que após a Segundo Guerra Mundial, [[clérigo]]s teriam ajudado nazi-fascistas a fugirem para a [[América do Sul]], expedindo-lhes passaportes e salvos condutos, no processo denominado de ''[[Ratlines]]'', e durante a Guerra, clérigos terem usado escravos durante o nazismo, pelo que a Santa Sé, achou conveniente indenizar os sobreviventes.<ref>][http://www.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=195190 ]</ref><ref>[http://www.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=47351 ]</ref><ref>{{Citar web|titulo=IGREJA CATÓLICA ALEMÃ INDENIZA 594 ESCRAVOS DO NAZISMO|url=http://www.archivioradiovaticana.va/storico/2005/09/02/igreja_cat%C3%83%C2%B3lica_alem%C3%83%C2%A3_indeniza_594_escravos_do_nazismo/bra-47351|obra=www.archivioradiovaticana.va|acessodata=2019-11-18}}</ref><ref>http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=58222</ref><ref>http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u4420.shtml</ref> O envolvimento destes clérigos com o nacional-socialismo foi relatado em livros como ''A Santa Aliança'', de Eric Frattini,<ref>[http://64.233.169.104/search?q=cache:SGQQA8Q5PEgJ:www.ericfrattini.com/prensa/santa/PRENSA%2520DE%2520PORTUGAL/JORNAL%2520DE%2520NOTICIAS%252026%2520NOVIEMBRE%25202005.pdf+eric+frattini+vaticano+mengele+eichmann&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br&lr=lang_pt]</ref> ''A verdadeira Odessa'', de Uki Goñi.<ref>{{Citar web|titulo=Nazistas de Perón|url=https://istoe.com.br/17935_NAZISTAS+DE+PERON+/|obra=ISTOÉ Independente|data=2006-03-01|acessodata=2019-11-18|lingua=pt-BR}}</ref> O [[papa João Paulo II]] em 2005 pediu desculpas pela igreja não ter agido de forma mais ativa contra o nazismo.<ref name="Desculpasciencia1">[http://veja.abril.com.br/especiais/papa/p_044.html Artigo "Perdoai as nossas ofensas" da revista ''Veja'', em 06/04/2005]</ref> O padre [[Jozef Tiso]], ditador eslovaco, deportou judeus, ciganos e opositores. Ele jamais foi condenado pela igreja.<ref>http://www.wilsoncenter.org/event/no-saint-jozef-tiso-and-the-holocaust-slovakia</ref><ref>http://www.cornellpress.cornell.edu/book/?GCOI=80140100513120</ref> Recentemente, o bispo eslovaco Jan Sokol rezou pela alma de Jozef Tiso, causando polêmica.<ref>http://news.bbc.co.uk/2/hi/europe/6231163.stm</ref> A igreja foi conivente com o regime [[Alemanha Nazista|nazista]] [[Estado Independente da Croácia|croata]] de [[Ante Pavelić|Ante Pavelic]], que promoveu [[holocausto]] e um grande genocídio racista contra judeus, [[Igreja Ortodoxa Sérvia|cristãos ortodoxos]] [[sérvios]] e católicos opositores. O clero croata participou ativamente das atrocidades e inclusive alguns padres eram guardas de [[Campo de extermínio|campos de extermínio]], como [[Campo de concentração de Jasenovac|Jasenovac]] e Jastrebarsko (único complexo de extermínio/concentração e de abate do [[Potências do Eixo|eixo]] para crianças). Os escritores John Cornwell,<ref>http://pt.scribd.com/doc/162636368/O-regime-brutal-da-Croacia-Catolica</ref><ref>http://pt.scribd.com/doc/80704664/John-Cornwell-El-Papa-de-Hitler</ref> Santiago Camacho,<ref>http://pt.scribd.com/doc/79708918/Biografia-No-Autorizada-Del-Vaticano</ref> Karlheinz Deschner<ref>http://pt.scribd.com/doc/79708833/La-Politica-de-Los-Papas-en-El-Siglo-XX-Karlheinz-Deschner-parte-2</ref> e Carlo Falconi<ref>http://pt.scribd.com/doc/80703427/Carlo-Falconi-El-Silencio-de-Pio-XII</ref> abordaram provando a cumplicidade da igreja com [[Ante Pavelic]], e atualmente, o estado moderno da croácia junto com instituições católicas financiam [[Negacionismo do Holocausto|negadores do holocausto]] na croácia. O Vaticano está sendo processado por cumplicidade com Ante Pavelic.

Outros historiadores, apontam que milhares de clérigos católicos também foram perseguidos, assassinados ou mandados para [[campos de concentração]] por se manifestarem contra o regime nazista.<ref name="Terceiro Reich"/><ref name=":0" /><ref>''Chadwick, Owen'' (1995). ''A History of Christianity''. Barnes & Noble. ISBN 0760773327.</ref> A reação de [[Hitler]] devido a condenação de Pio XII do nazismo, foi violenta e recrudesceu fortemente a perseguição de católicos.<ref name="Globo"/> A Igreja Católica também mantinha rotas de fuga usadas por opositores do nazismo, como judeus e ciganos<ref name="Globo"><sup>Sales, Eugênio, jornal ''O Globo'', 8 de novembro de 2008, pg.7.</sup></ref> tendo salvado de 700 mil a 850 mil judeus.<ref name="Globo"/> Posteriormente Pio XII alertou um grupo de peregrinos que o [[anti-semitismo]] é incompatível com o Cristianismo.<ref name=":0" />

=== O Tratado de Latrão ===
{{Artigo principal|[[Tratado de Latrão]]}}
Em fevereiro de [[1929]], o [[Papa Pio XI]] assinou o [[Tratado de Latrão]] com o ditador da Itália [[Benito Mussolini]], nesse acordo que pôs fim à [[Questão Romana]], foi criado o [[Vaticano]], um estado independente da [[Itália]] governado pelo Papa e sucessor dos [[Estados Pontifícios]].<ref>http://www.newadvent.org/cathen/12134b.htm New Advent Pope Pius IX</ref> O [[Tratado de Latrão]] ocorreu porque o papado respaldou a ascensão política de Mussolini e eliminou o Partido Popular (de Dom Luigi Sturzo) para consolidar a ditadura fascista.<ref name="O Papa de Hitler - John Cornwell"/><ref name="ReferenceA">La Politica de Los Papas en El Siglo XX - Karlheinz Deschner (volume 1)</ref>  Em [[1931]], o [[Papa Pio XI]] editou a encíclica ''[[Non abbiamo bisogno]]'' que condenava o [[fascismo]], e como retaliação a sua publicação, o [[ditador]] fascista [[Benito Mussolini]] ordenou que fossem dissolvidas as associações católicas de jovens na Itália.<ref>"[http://www.ewtn.com/library/CHISTORY/histunsustp12.HTM''Hitler's Pope? A Judgment Historically Unsustainable]"'', Cardinal Tarcisio Bertone, S.D.B. Secretary of State, L'Osservatore Romano. Weekly Edition in English
19 November 2008, pág.: 11.</ref> Em [[1937]], o mesmo Papa, por meio da [[encíclica]] ''[[Mit brennender Sorge]]'' condenou o [[nazismo]] [[Alemanha|alemão]] e sua ideologia racista.<ref>[http://www.vatican.va/roman_curia/secretariat_state/card-bertone/2008/documents/rc_seg-st_20081106_convegno-pio-xii_po.html Bertone, Tarcísio, Cardeal] Discurso na Pontifícia Universidade Gregoriana. Visitado em 19.11.2008.</ref> Por outro lado, o escritor alemão K. H. Deschner (em seu livro "A Política dos Papas no século XX) afirma que o papa escreveu essa encíclica contra Mussolini a contragosto, em virtude dos bons negócios do Vaticano com o regime fascista.<ref name="ReferenceA"/> E que Pio XI e Mussolini voltariam a se entender. Segundo o escritor, o motivo do desentendimento entre o Papa e o Duce foram dois: 1) O regime fascista queria monopolizar a educação nacional em detrimento da igreja. 2) O regime fascista queria controlar todas as associações juvenis subordinadas ao Vaticano.

=== Abusos sexuais de crianças ===
{{Artigo principal|[[Abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica]]}}
Foram cometidos atos de [[Abuso infantil|abuso sexual de crianças]] por clérigos (cerca de 2% a 4% dos clérigos nos EUA<ref>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2002/021113_padresebc.shtml Ativistas divulgam nome de padres acusados de pedofilia Brasil]</ref><ref>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2004/02/040227_igrejacg.shtml Relatório da Igreja revela mais 11 mil casos de abuso sexual]</ref>). Foram feitas denúncias de abuso sexual de menores em muitas partes do mundo, com os casos mais notórios a chegarem às primeiras páginas no [[Brasil]],<ref>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/10/061001_panoramaigrejamp.shtml]</ref><ref>[http://www.guardian.co.uk/brazil/story/0,,1651313,00.html]</ref> [[Portugal]],<ref>{{Citar web|titulo=Correio da Manhã: Portugal, Mundo, Sociedade, Cultura. Classificados.|url=https://www.cmjornal.pt/|obra=www.cmjornal.pt|acessodata=2019-11-18|lingua=pt}}</ref> [[Alemanha]],<ref>[http://www.spiegel.de/international/germany/0,1518,675331,00.html]</ref> [[Austrália]],<ref>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2002/020820_igrejacg.shtml]</ref> [[Espanha]],<ref>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2006/10/061005_espanhadenunciaigrejaaffn.shtml]</ref> [[Bélgica]],<ref>[http://www.nytimes.com/1998/02/20/news/20iht-belge.t.html]</ref> [[França]],<ref>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2001/010614_bispo.shtml]</ref> [[Reino Unido]],<ref>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2001/010417_igreja.shtml]</ref> [[Irlanda]],<ref>[http://www.guardian.co.uk/crime/article/0,,1737984,00.html]</ref> [[Canadá]]<ref>[http://www.guardian.co.uk/elsewhere/journalist/story/0,,718891,00.html]</ref> e [[Estados Unidos]].<ref>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2004/12/041204_igrejacl.shtml]</ref><ref>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2005/02/050208_igrejaeuacg.shtml]</ref> Muitas destas denúncias resultaram ou em condenações ou em acordos entre a instituição e os queixosos.<ref>{{Citar web |url=https://www.bbc.com/portuguese/noticias/story/2005/01/050105_igrejacg |titulo=BBC Brasil |acessodata=2020-11-28 |website=www.bbc.com}}</ref> Alguns sociólogos e psicólogos afirmam que esse número é comparável com o de outros denominações e grupos religiosos, bem como que a quantidade de clérigos do sexo masculino envolvidos em abusos sexuais é significativamente menor do que a população geral adulta masculina, que pode dobrar esses números.<ref>Pastoral Psychology, Vol. 52, No. 5, May 2004 ( C ° 2004) The Sexual Abuse Crisis in the Roman Catholic Church: What Psychologists and Counselors Should Know Thomas G. Plante1;2;3 and Courtney Daniels1 Springer Publishing, 2004 http://ww.scu.edu/cas/psychology/faculty/upload/Plante-Clergy-Paper-2.pdf {{Wayback|url=http://ww.scu.edu/cas/psychology/faculty/upload/Plante-Clergy-Paper-2.pdf |date=20110720042251 }}</ref><ref>http://webcast.un.org/ramgen/ondemand/conferences/unhrc/twelfth/hrc090922pm2-eng.rm?start=01:28:49&end=01:31:56</ref>

Face às crescentes denúncias e à gravidade do escândalo, o [[Papa Bento XVI]] (Ratzinger) escreveu, em Março de [[2010]], uma carta pastoral condenando mais uma vez a [[pedofilia]], que já era condenada pela [[doutrina católica]]. Nesta carta, o Papa Bento XVI, que foi acusado de encobrir vários casos de padres pedófilos, expressou a sua profunda "''vergonha''" pelos crimes de pedofilia cometidos pelos clérigos católicos, "''pediu desculpa às vítimas''" e disse ainda "''que os culpados devem responder “diante de Deus e dos tribunais”''". O Papa ainda "''“assinalou erros graves de julgamento e falhas de liderança”''" dentro da Igreja e pediu a continuação dos "''“esforços para remediar os erros passados e prevenir situações idênticas através do [[direito canónico]] e da cooperação com as autoridades civis”''".<ref>[http://pt.euronews.net/2010/03/20/papa-pede-desculpa-as-vitimas-de-pedofilia-atraves-de-carta-pastoral/ Papa pede desculpa às vítimas de pedofilia através de carta pastoral], Euronews, 20 de Março de 2010 (acessado a 3 de Outubro de 2010)</ref><ref>{{citar web | autor=PAPA BENTO XVI| autorlink=Papa Bento XVI | titulo= Carta Pastoral do Santo Padre Bento XVI aos Católicos na Irlanda | publicado = [[Santa Sé]] | url=http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/letters/2010/documents/hf_ben-xvi_let_20100319_church-ireland_po.html | ano= 2010 | acessodata=3 de Outubro de 2010}}</ref>

== Doutrina ligada à Sexualidade ==
A Igreja Católica considera o [[Sexo]] uma dádiva [[Deus|divina]] e condena atos como [[Masturbação]] e [[Pornografia]].<ref>[http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html Catecismo da Igreja Católica - Compêndio], parte 492</ref> A [[inseminação artificial]] é considerada imoral<ref>[http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html  Catecismo da Igreja Católica - Compêndio], parte 499</ref> tal como qualquer forma de planejamento familiar que não seja ''a continência periódica e o recurso aos períodos infecundos como é o caso do [[Método Billings]]''.<ref>[http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html Catecismo da Igreja Católica - Compêndio], parte 497</ref>

=== Castidade pré-marital ===
A Igreja Católica condena o [[Sexo]] antes do [[casamento]] (chamado de fornicação na Bíblia). Segundo a igreja, o sexo é instrumento divino e abençoado por [[Deus]] que concede aos casais o poder da [[Vida]] e por isso precisa da devida bênção divina, que é dada no ato do Casamento.<ref name="castidade">[http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html Catecismo da Igreja Católica - Compêndio], parte 492 e 346</ref>

=== Proibição de métodos contraceptivos e DST-preventivos ===
A Igreja Católica é contra a grande maioria dos [[métodos contraceptivos]], exceto a [[castidade]], o [[controle de natalidade natural]] e o [[Método de ovulação Billings]]. Por consequência também se opõe ao uso do [[preservativo]] e à [[Pílula contraceptiva|pílula]].

Essa posição é criticada mesmo por alguns<ref>[http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=310784&visual=26&rss=0 RTP1: Católicos "exigem" ao Vaticano que abandone veto ao preservativo]</ref><ref>[http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/07/01/bispo_aposentado_defende_mudanca_na_escolha_de_lideres_fim_do_celibato_obrigatorio_mais_poder_para_mulheres_camisinha_contra_aids-547044714.asp Bispo aposentado defende mudança na escolha de líderes, fim do celibato obrigatório, mais poder para mulheres e camisinha contra Aids]</ref> membros da própria Igreja que alegam que representa risco à saúde da sociedade perante [[Doença sexualmente transmissível|DST]]s e um aumento das situações de [[gravidez]] indesejada.

Para a Igreja, a fidelidade no [[casamento]], a [[castidade]] e a [[abstinência sexual]] são os melhores meios de impedir o avanço do [[HIV]]/[[Aids]]. Ela considera que promover o uso de preservativos incentiva o que julga um estilo de vida imoral. Para os críticos dessa posição, esta representa um comportamento que contribui para o alastramento da doença.

=== Postura ante a homossexualidade ===
{{Artigo principal|[[Homossexualidade e catolicismo]]}}
{{Vertambém|Homossexualidade e religião}}
Os atos sexuais entre pessoas homossexuais são considerados moralmente errados pela Igreja Católica porque violam a "''iconografia de diferenciação e complementaridade sexuais''" entre o homem e a mulher e porque são incapazes de gerar vida.<ref name="Homosex1">{{citar livro|autor=GEORGE WEIGEL|título= A Verdade do Catolicismo |subtítulo= Resposta a Dez Temas Controversos|local=Lisboa|editora=Bertrand Editora|ano=2002|isbn= 972-25-1255-2|páginas='''págs. 114'''}}</ref> Entretanto, para a Igreja, ter tendências homossexuais não é considerado um [[pecado]] nem um castigo, mas apenas uma provação. O pecado está em ceder a essas tendências e adotá-las na prática.<ref name="Homosex2">{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=Catecismo da Igreja Católica|local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 2357 - 2359'''}}</ref><ref>[http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/ccatheduc/documents/rc_con_ccatheduc_doc_20051104_istruzione_po.html Instrução sobre os critérios de discernimento vocacional acerca das pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao Seminário e às Ordens Sacras], acessado 13 de agosto de 2007</ref>

Na mesma linha, a Igreja repudia também qualquer reconhecimento legal das uniões entre pessoas do mesmo sexo,<ref>{{citar web | autor= CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ | titulo= Considerações sobre os projectos de reconhecimento legal das uniões entre pessoas homossexuais | publicado = Santa Sé | url=http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20030731_homosexual-unions_po.html | ano= 2003 | formato= '''n. 11''' | acessodata= 8 de Junho de 2009}}</ref> tendo-as identificado como (citações durante o ano de 2006): ''teoria obscura'',<ref name="portugalgay.pt">[http://portugalgay.pt/news/index.asp?uid=070605A]</ref> ''loucura'',<ref>[http://portugalgay.pt/news/index.asp?uid=080906B]</ref> ''ataque violento contra a família e o matrimônio tradicional'',<ref>[http://portugalgay.pt/news/index.asp?uid=300606A]</ref> ''forma de ofuscar ou suplantar a família'',<ref>[http://portugalgay.pt/news/index.asp?uid=200506A]</ref> ''ataque diabólico para eliminar as famílias'',<ref name="portugalgay.pt"/> ''uma transgressão, uma falsa liberdade'',<ref>[http://portugalgay.pt/news/index.asp?uid=120406B]</ref> entre outras.

Em [[2005]], o acesso ao sacerdócio na Igreja passou a ser explicitamente negado a quem tenha ''tendências homossexuais profundas'' ou ''apoie a cultura gay'', mesmo que não pratique a homossexualidade. No entanto tal regra não se aplica aos padres já ordenados.<ref>[http://portugalgay.pt/news/index.asp?uid=071005H]</ref>

== Questões ligadas ao conceito de alma e ao valor da vida ==
=== Aborto ===
O [[aborto]] é acerrimamente condenada pela Igreja Católica, que alega que o direito à vida consagrado na Bíblia é o mais importante e deve ser respeitado em qualquer circunstância.<ref>''[[Compêndio do Catecismo da Igreja Católica]]'', n. 470</ref>

=== Pesquisas com células-tronco ===
A Igreja é contra as pesquisas usando células-tronco embrionárias. Nos métodos utilizados atualmente para a pesquisa necessita-se utilizar embriões recém-formados, o que para a Igreja é pecaminoso pois ela considera que o início da vida se dá no instante da [[fecundação]], visto que de acordo com seus preceitos a vida não pode ser tirada de qualquer forma.<ref name="Celtronco">[[Congregação para a Doutrina da Fé|CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DA FÉ]], Instrução [http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20081208_dignitas-personae_po.html "''Dignitas Personae''"] ([[2008]])</ref>

A Igreja Católica não se opõe ao uso de células-troncos adultas pois, de acordo com ela, estas células podem ser obtidas sem a necessidade de se tirar a vida de um [[ser humano]].<ref name="Celtronco"/>

== Questões hierárquicas e de organização ==
[[Ficheiro:Priests rome.jpg|thumb|left|Cristo escolheu apenas homens para seu grupo de 12 apóstolos, por isso a Igreja postula que só homens devem ser sacerdotes.{{Carece de fontes|data=Dezembro de 2008}}]]

=== Celibato dos ordenados ===
Salvo algumas exceções, nomeadamente de casos de ex-pastores protestantes convertidos ao catolicismo e de padres dos [[ordinariatos pessoais para anglicanos]], o [[celibato]] é obrigatório para todos os [[clérigo]]s da [[Igreja Católica Latina]].<ref name="celibato">{{citar web | titulo= Celibato | publicado = Enciclopédia Católica Popular | url=http://www.ecclesia.pt/catolicopedia/ | acessodata= 4 de Outubro de 2010}}</ref><ref name="anglicanorum1">{{citar web | autor= PAPA BENTO XVI | titulo= Anglicanorum Coetibus | publicado = Santa Sé | url=http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/apost_constitutions/documents/hf_ben-xvi_apc_20091104_anglicanorum-coetibus_po.html | ano= 2009 | acessodata= 4 de Outubro de 2010}}</ref><ref name="anglicanorum2">{{citar web | titulo= Normas Complementares à Constituição Apostólica Anglicanorum coetibus | publicado = Santa Sé | url=http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20091104_norme-anglicanorum-coetibus_po.html | ano= 2009 | acessodata= 4 de Outubro de 2010}}</ref>

Porém, respeitando as tradições orientais, a [[Santa Sé]] permitiu nas [[Igrejas orientais católicas]] [[sui iuris]] que o celibato seja apenas obrigatório para os [[bispo]]s, que são escolhidos de entre os sacerdotes celibatários, nomeadamente os [[monge]]s. Nestas Igrejas orientais, os homens casados podem ser ordenados sacerdotes, mas é proibido aos sacerdotes solteiros contraírem "''[[matrimónio|matrimônio]] depois da [[Ordem (sacramento)|ordenação]]''". Isto quer dizer que eles só podem casar antes de se ordenarem, ou seja, antes de se tornarem sacerdotes.<ref name="celibato" /><ref name="celibsac">[http://www.vatican.va/holy_father/paul_vi/encyclicals/documents/hf_p-vi_enc_24061967_sacerdotalis_po.html SACERDOTALIS CAELIBATUS], [[encíclica]] do [[Papa Paulo VI]] ([[1967]]); n. 38 e 40</ref>

=== Ordenação de mulheres ===
A posição católica oficial e definitiva é a de que as mulheres não podem ser padres ou bispos devido à doutrina de [[sucessão apostólica]]. Os padres e os bispos são sucessores dos [[Apóstolo]]s e, uma vez que Jesus Cristo escolheu apenas homens para o seu grupo de doze apóstolos, só homens se podem tornar padres ou bispos.<ref>{{citar livro|autor=IGREJA CATÓLICA|título=[[Catecismo da Igreja Católica]] |local=Coimbra|editora=Gráfica de Coimbra|ano=2000|isbn= 972-603-208-3|páginas='''N. 1577'''}}</ref> Além disso, tem sido claramente estes os ensinamentos da Igreja desde o tempo dos Apóstolos.{{Carece de fontes|data=Dezembro de 2008}} A [[22 de Maio]] de [[1994]], o Papa João Paulo II emitiu uma carta apostólica, ''[[Ordinatio Sacerdotalis]]'' (Ordenação sacerdotal) que reafirmou tal posição e lhe deu uma definição definitiva:

: ''Embora a doutrina sobre a ordenação sacerdotal que deve reservar-se somente aos homens, se mantenha na [[Tradição católica|Tradição]] constante e universal da Igreja e seja firmemente ensinada pelo [[Magistério da Igreja Católica|Magistério]] nos documentos mais recentes, todavia actualmente em diversos lugares continua-se a retê-la como discutível, ou atribui-se um valor meramente disciplinar à decisão da Igreja de não admitir as mulheres à ordenação sacerdotal.''

: ''Portanto, para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cfr Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja.''

== Ver também ==
{{Div col}}
* [[Anticatolicismo]]
* [[Antissemitismo]]
* [[Anticristianismo]]
* [[Apostasia]]
* [[Ateísmo]]
* [[Atitudes da sociedade em relação à homossexualidade]]
* [[Crítica da Religião]]
* [[Críticas ao espiritismo]]
* [[Discriminação contra ateus]]
* [[Discurso de ódio]]
* [[Educação religiosa]]
* [[Doutrina católica sobre os Dez Mandamentos]]
* [[Estado secular]]
* [[Fanatismo religioso]]
* [[Fundamentalismo cristão]]
* [[Homofobia no Brasil]]
* [[Intolerância religiosa no Brasil]]
* [[Irreligião]]
* [[Islamofobia]]
* [[Mulher na história]]
* [[Mulheres na Idade Média]]
* [[Padroado]]
* [[Pensamento livre]]
* [[Racismo no Brasil]]
* [[Religiões no Brasil]]
{{Div col fim}}

{{Notas}}

{{Referências|col=2}}

== Bibliografia ==

* Saraiva, António José. (2001) - ''The Marrano Factory: The Portuguese Inquisition and Its New Christians 1536-1765 -''  Brill.

==Ligações externas==
* {{Link||2=http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19651207_gaudium-et-spes_po.html |3=Sobre a Igreja no mundo atual - Texto do Vaticano}}

{{Catolicismo}}
{{Portal3|Religião|Cristianismo|Catolicismo}}

{{DEFAULTSORT:Criticas A Igreja Catolica}}
[[Categoria:Anticatolicismo| ]]
[[Categoria:Crítica da religião]]