Saltar para o conteúdo

Curral eleitoral: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Etiqueta: Ligações internas removidas
Linha 3: Linha 3:
'''Curral eleitoral''' é uma expressão utilizada por [[historiador]]es [[brasil]]eiros na [[República Velha]] que indicava uma região onde um [[político]] possuía grande influência, é bastante conhecido ou onde é muito bem votado.
'''Curral eleitoral''' é uma expressão utilizada por [[historiador]]es [[brasil]]eiros na [[República Velha]] que indicava uma região onde um [[político]] possuía grande influência, é bastante conhecido ou onde é muito bem votado.


-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
A origem da expressão vem do tempo em que o [[voto]] era [[voto aberto|aberto]] no Brasil. Assim, os [[coronelismo|coronéis]] mandavam [[capanga]]s para os locais de votação, com objetivo de intimidar os eleitores e ganhar votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais eleitorais. Nesses locais o coronel oferecia ao eleitor trabalho, dinheiro, moradia, para votar em seu candidato.


'''Currais eleitorais'''
{{esboço-bra}}



[[Categoria:História do Brasil]]
Quem teve oportunidade de viver ao menos uma parte do período dominado pelo Partido Republicano Paulista (PRP) sabe o que é curral eleitoral . Em poucas palavras, o curral eleitoral é uma forma de reunir eleitores despersonalizados, dando-lhes a personalidade do partido e, assim, a filiação partidária. Foram famosos no período do PRP esses currais , onde os políticos reuniam seus abnegados eleitores e candidatos a eleitores, de forma a fazer permanentemente um sexto sentido político, que pesa nas eleições a favor do candidato submetido ao curral eleitoral.

Com essa fórmula, o PRP e seus congêneres em outros estados pôde manter-se no poder durante muitos anos, vindo-lhes fazer sombra, somente o Partido Democrático de São Paulo (PD), nascido na casa do senador Antônio Prado, de quem fez excelente obra jornalística sobre o que foi o PRP. Os currais eleitorais de então eram norma na política fundada nos grêmios eleitorais e desapareceram com o desaparecimento do PRP.

Estamos, sabendo agora que no Rio de Janeiro surgem novos currais eleitorais , dando-lhes atualidade nos últimos pleitos, como leio n' O Globo de ontem. Diz a notícia que a PF vai apurar a formação de currais eleitorais do crime . Entenda-se que o apoio ostensivo aos eleitores será feito pelos criminosos que atuam nas favelas. Não são, portanto, os currais como eram conhecidos no tempo do PRP, mas, sim, currais eleitorais do crime , obrigando os candidatos ao mandato político à obediência ao criminoso que lhe deu apoio.

Na realidade, os currais eleitorais sempre existiram (com outros nomes), e o significado era o mesmo; quer dizer, atuavam reunindo o eleitorado para a formação dos líderes eleitorais que davam cabo das ordens recebidas dos maiorais do crime. Separamos essa situação da situação carioca, onde predominou, sempre, o domínio da favela sobre o político. Por currais eleitorais entendemos, portanto, a presença de candidatos no curral no dia do pleito e a indisputada opinião do candidato pelo criminoso que lhe deu apoio e a quem ele deve obediência, se quiser ser reeleito.

Vê-se que era fácil manter um curral eleitoral , onde a obediência aos mandões do crime era absoluta, e no Rio, onde as favelas predominam e dão as diretrizes a seguir aos obedientes ao curral.

Revisão das 23h21min de 22 de fevereiro de 2011

Curral eleitoral é uma expressão utilizada por historiadores brasileiros na República Velha que indicava uma região onde um político possuía grande influência, é bastante conhecido ou onde é muito bem votado.


Currais eleitorais


Quem teve oportunidade de viver ao menos uma parte do período dominado pelo Partido Republicano Paulista (PRP) sabe o que é curral eleitoral . Em poucas palavras, o curral eleitoral é uma forma de reunir eleitores despersonalizados, dando-lhes a personalidade do partido e, assim, a filiação partidária. Foram famosos no período do PRP esses currais , onde os políticos reuniam seus abnegados eleitores e candidatos a eleitores, de forma a fazer permanentemente um sexto sentido político, que pesa nas eleições a favor do candidato submetido ao curral eleitoral.

Com essa fórmula, o PRP e seus congêneres em outros estados pôde manter-se no poder durante muitos anos, vindo-lhes fazer sombra, somente o Partido Democrático de São Paulo (PD), nascido na casa do senador Antônio Prado, de quem fez excelente obra jornalística sobre o que foi o PRP. Os currais eleitorais de então eram norma na política fundada nos grêmios eleitorais e desapareceram com o desaparecimento do PRP.

Estamos, sabendo agora que no Rio de Janeiro surgem novos currais eleitorais , dando-lhes atualidade nos últimos pleitos, como leio n' O Globo de ontem. Diz a notícia que a PF vai apurar a formação de currais eleitorais do crime . Entenda-se que o apoio ostensivo aos eleitores será feito pelos criminosos que atuam nas favelas. Não são, portanto, os currais como eram conhecidos no tempo do PRP, mas, sim, currais eleitorais do crime , obrigando os candidatos ao mandato político à obediência ao criminoso que lhe deu apoio.

Na realidade, os currais eleitorais sempre existiram (com outros nomes), e o significado era o mesmo; quer dizer, atuavam reunindo o eleitorado para a formação dos líderes eleitorais que davam cabo das ordens recebidas dos maiorais do crime. Separamos essa situação da situação carioca, onde predominou, sempre, o domínio da favela sobre o político. Por currais eleitorais entendemos, portanto, a presença de candidatos no curral no dia do pleito e a indisputada opinião do candidato pelo criminoso que lhe deu apoio e a quem ele deve obediência, se quiser ser reeleito.

Vê-se que era fácil manter um curral eleitoral , onde a obediência aos mandões do crime era absoluta, e no Rio, onde as favelas predominam e dão as diretrizes a seguir aos obedientes ao curral.