Dadaísmo: diferenças entre revisões
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O '''movimento Dadá (Dada)''' ou '''Dadaísmo''' foi um movimento artístico da chamada [[vanguarda]] artística [[Modernismo|moderna]] iniciado em [[Zurique]], em [[1916]] durante a Primeira Guerra Mundial, no chamado ''[[Cabaret Voltaire]]''. Formado por um grupo de [[escritor]]es, [[poeta]]s e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço militar alemão, liderados por [[Tristan Tzara]], [[Hugo Ball]] e [[Hans Arp]]. |
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Embora a palavra ''dada'' em francês signifique cavalo de madeira, sua utilização marca o ''non-sense'' ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na fala de um bebê). Para reforçar esta ideia foi estabelecido o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, desta forma, abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se um estilete sobre ela. Isso foi feito para simbolizar o caráter antirracional do movimento, claramente contrário à [[Primeira Guerra Mundial]] e aos padrões da arte estabelecida na época. Em poucos anos o movimento alcançou, além de Zurique, as cidades de [[Barcelona]], [[Berlim]], [[Colônia (Alemanha)|Colônia]], [[Hanôver]], [[Nova York]] e [[Paris]]. Muitos de seus seguidores deram início posteriormente ao [[surrealismo]] e seus parâmetros influenciam a arte até hoje.<ref>{{Link||2=http://www.portalartes.com.br/portal/historia_arte_moderna.asp |3=Portal Artes artigo sobre Arte Moderna e seu surgimento no Brasil}}</ref><ref name="Livro 1">Richter, Hans. '''Dadá: arte e antiarte'''. Ed. Martins Fontes. 1993.</ref> |
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== Modelo Dadaísta == |
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{{quote|Eu redijo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou por princípios contra manifestos (...). Eu redijo este manifesto para mostrar que é possível fazer as ações opostas simultaneamente, numa única fresca respiração; sou contra a ação pela contínua contradição, pela afirmação também, eu não sou nem para nem contra e não explico por que odeio o bom-senso''|[[Tristan Tzara]]<ref>{{citar web|url=http://www.tecnolegis.com/provas/comentarios/18834|título=Tristan Tzara, um dos protagonistas do Dadaísmo|acessodata=28 de novembro de 2012|publicado=Tecnolegis}}</ref>}} |
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O impacto causado pelo Dadaísmo justifica-se plenamente pela atmosfera de confusão e desafio à lógica por ele desencadeado. Tzara opta por expressar de modo inconfundível suas opiniões acerca da arte oficial, e também das próprias vanguardas("''sou por princípio contra o manifestos, como sou também contra princípios''"). |
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Dada vem para abolir de vez a lógica, a organização, a postura racional, trazendo para arte um caráter de espontaneísmo e gratuidade total. A falta de sentido, aliás presente no nome escolhido para a vanguarda. Segundo o próprio Tzara: |
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{{quote|''Dada não significa nada: Sabe-se pelos jornais que os negros Krou denominam a cauda da vaca santa: Dada. O cubo é a mãe em certa região da Itália: Dada. Um cavalo de madeira, a ama-de-leite, dupla afirmação em russo e em romeno: Dada. Sábios jornalistas viram nela uma arte para os bebês, outros jesus chamando criancinhas do dia, o retorno a primitivismo seco e barulhento, barulhento e monótono. Não se constrói a sensibilidade sobre uma palavra; toda a construção converge para a perfeição que aborrece, a ideia estagnante de um pântano dourado, relativo ao produto humano.''|Tristan Tzara<ref>{{citar web|url=http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=15614|título=Tristan Tzara, o incendiário líder dadaísta|acessodata=28 de novembro de 2012}}</ref>}} |
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O principal problema de todas as manifestações artísticas estava, segundo os dadaístas, em almejar algo que era impossível: explicar o ser humano. Na esteira de todas as outras afirmações retumbantes, Tzara decreta: "''A obra de arte não deve ser a beleza em si mesma, porque a beleza está morta''". |
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No seu esforço para expressar a negação de todos os valores estéticos e artísticos correntes, os dadaístas usaram, com frequência, métodos deliberadamente incompreensíveis. Nas pinturas e esculturas, por exemplo, tinham por hábito aproveitar pedaços de materiais encontrados pelas ruas ou objetos que haviam sido jogados fora. |
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Foi na literatura, porém que a, ilogicidade e o espontaneísmo alcançaram sua expressão máxima. No último manifesto que divulgou, Tzara disse que o grande segredo da poesia é que "''o pensamento se faz na boca''". Como uma afirmação desse tipo é evidentemente incompreensível, ele procurou orientar melhor os seus seguidores dando uma receita para fazer um poema dadaísta: |
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{| class="wikitable" border="1" |
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|<poem>*Pegue um jornal. |
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* Pegue a tesoura. |
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* Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. |
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* Recorte o artigo. |
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* Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco. |
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* Agite suavemente. |
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* Tire em seguida cada pedaço um após o outro. |
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* Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco. |
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* O poema se parecerá com você. |
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* E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.</poem> |
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Embora muitas das propostas dadaístas pareçam infantis aos nossos olhos modernos, precisamos levar em consideração o momento em que surgiram. Não é difícil aceitar que, para uma Europa caótica e em guerra, insistir na falta de lógica e na gratuidade dos acontecimentos deixa de ser um absurdo e passa a funcionar como um interessante espelho crítico de uma realidade incômoda. |
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{{Referências}} |
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== {{Ligações externas}} == |
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{{Link||2=http://www.portalartes.com.br/portal/historia_arte_moderna.asp |3=Portal Artes artigo sobre Arte Moderna e seu surgimento no Brasil}} |
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* {{Link||2=http://www.lib.uiowa.edu/dada/index.html |3=Arquivo internacional Dada - Universidade de Iowa (EUA)}} |
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== Bibliografia == |
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* Richter, Hans. '''Dadá: arte e antiarte'''. Ed. Martins Fontes. 1993. |
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* Chilvers, Ian. '''Dicionário Oxford de Arte'''. Tradução:Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 1996. |
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* Dempsey, Amy. '''Estilos, escolas e movimentos'''. Tradução: [[Carlos Eugênio Marcondes de Moura]]. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. 304 p. |
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{{História da arte e design}} |
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{{Portal3|Arte}} |
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{{DEFAULTSORT:Dadaismo}} |
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[[Categoria:Arte moderna]] |
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[[Categoria:Dadaísmo| ]] |
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[[Categoria:Movimentos da poesia moderna]] |
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[[Categoria:História do design gráfico]] |
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{{Link FA|he}} |
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[[zh:达达主义]] |
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[[zh-min-nan:Dada]] |
Revisão das 11h57min de 29 de novembro de 2012
Lucas e Gay