Discussão:Barnabé (Bíblia)

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Último comentário: 3 de setembro de 2012 de 189.15.207.101 no tópico Paulo e Barnabe

Paulo e Barnabe[editar código-fonte]

O texto sobre Barnabe e Paulo disponibilizado na Wikipedia eh bom, todavia, ha algumas questoes que ele nao aborda. Por isso, socializo um texto que fiz neste ano, cf texto abaixo. Se possivel, gostaria que o mesmo fosse disponibilizado na pagina. Att, Antonio

Formação de Lideranças à Luz de Paulo e Barnabé Nesse semestre em que estudamos os escritos paulinos, varias são as reflexões sobre Paulo, que estamos e continuaremos fazendo, tanto em âmbito acadêmico quanto no reflexo na vida pessoal e pastoral. Nesse sentido, também eu me atrevo a socializar uma simples reflexão sobre a relação entre Paulo e Barnabé. Quero partilhar sobre algo que nos é muito caro na vida eclesial: a formação de Lideranças. O que me proponho aqui, então, não é fazer um artigo científico, mas tão somente refletir essa realidade a partir destes dois personagens do Novo Testamento e, em seguida, responder à seguinte pergunta: o que tem tudo isso haver com a formação da Igreja de hoje? Esses termos podem não existir de modo explícito nos textos bíblicos, e portanto, muito menos no que diz respeito a Paulo, todavia, a realidade se faz muito presente em várias narrativas, tanto sobre ele quanto nos seus escritos. Junto com Paulo, entao, trago presente a pessoa de Barnabé, seu “formador”! Vejamos um pouco sobre essa grande figura muito bem enfatizada em Atos dos Apostolos. Barnabé, chamava-se José, um levita natural de Chipre. Os apóstolos o apelidaram de Barnabé, que significa “Filho da Consolação”(At 4,36); e é assim que ele fica conhecido. Barnabé foi um dos primeiros que se despojaram de todos os bens, para fazer parte daquela nova comunidade. Ganhou a confiança dos apóstolos, vivia em Jerusalém e tornou-se um grande líder. Homem “aberto ao novo”, foi enviado para discernir se os gregos, que aderiam à Boa Nova, estavam ou não sendo fiéis seguidores dela, afinal, ele era um homem cheio do Espírito Santo e de fé (cf. 11,22-24). Esse curriculo todo, fez com que ele fosse a pessoa mais indicada para introduzir Paulo na comunidade dos seguidores de Jesus Cristo, e consequentemente, também na respectiva missão: há uma relação de “mestre e discípulo”. Foi graças à missão dos dois, que, ainda hoje, os discípulos de Jesus Cristo são chamados de cristãos (cf. 11,26). Interessante ressaltar que, desde At 11, eles sempre estão juntos, e o nome de Barnabé sempre vem primeiro. Isso até o capítulo 13. Barnabé é o mestre, o coordenador da missão, o pai espiritual de Paulo etc. No capítulo 13, Paulo já é citado primeiro. Em outras palavras: o aluno está ocupando o lugar do mestre. Paulo demonstra ter aprendido o que Barnabe ensinara e destaca-se na liderança. Ainda há uma oscilação entre citar um ou o outro por primeiro (cap 14 por ex.), até o grande conflito narrado no capítulo 15, à primeira vista, devido à discordância de quem seria o companheiro na missão. Barnabé defende João Marcos (que é seu primo, cf. Cl 4,10) e Paulo discorda. A comunidade tenta conciliar a situação.Mas, no capítulo 15, acontece a ruptura entre Barnabé e Paulo. Não é mais a comunidade, quem o envia. E o próprio Paulo quem se sente responsável pela missão e por causa dessa, ele mesmo assumi a responsabilidade de ir, só que com outro companheiro e nao mais com Barnabe, e nem com João Marcos conforme desejo de seu mestre. Percebemos que a discussão levou dias. Discutir à tensão é algo normal nas primeiras comunidades (ex. Lc 24,15). No entanto, chega-se a um ponto em que realmente parece melhor que a missão tenha duas vertentes. E natural se perguntar se um ponto de vista diferente pode justificar uma ruptura missionária, ou se, na realidade, isso foi - como diríamos - “a gota d’água”, pois pode ser que houvesse um crescente desconforto sobre quem deveria ser o chefe da missão entre Barnabé e Paulo. Barnabé era um homem conhecido pela sua autoridade e experiência, desde os tempos de Jerusalém. Como poderia deixar um homem novo (Paulo), que muitos ainda não conheciam, que em Jerusalém ainda não era bem visto e, por isso, poderia desacreditar a missão, ser um lider? De um lado, vê-se o peso da responsabilidade de Barnabé, do outro, as crescentes iniciativas de Paulo. Paulo procurava a ruptura com o judaísmo e Barnabé, pelo contrário, tinha grandes amizades com a Igreja judeu-cristã. Barnabé não aderia a essa postura de Paulo por pensar nas possíveis conseqüências. Ele entrevia a ruptura! Poderiamos, ainda, discutir também sobre o prisma da personalidade destes dois lideres, mas não me atrevo a dizer sobre esta area. Isto fica para quem é mestra no assunto, e que podera ser socializado posteriormente em sala... Creio que em nossas vidas eclesiais, todos tivemos um Barnabé. Alguém que foi nosso mestre, pai espiritual, inseriu-nos na missão. Alguém que nos apresentou à comunidade, uma espécie de avalista diante de algumas questões que estávamos inseridos/as no momento em que nem todos apostavam na nossa pessoa. Creio que tivemos alguém que apostou em nós, investindo seu tempo, sua vida, o espaço que já havia alcançado, para que também pudéssemos mostrar a riqueza que trazíamos em nosso ser. Independente da idade em que você se encontra, penso que tenha havido um Barnabé em sua vida. Inclusive, talvez, nesse sentido, você seja um Barnabé na vida de alguém! A Igreja é permeada de Paulos e Barnabés. Constantemente temos jovens entrando “no caminho” e temos pessoas mais experientes sendo seus “mestres/as”. E quanto mais tornarem essa relação profunda, e não meramente institucional, mais os Paulos serão capacitados/as a responderem os sinais que o tempo coloca como desafio. Ressalto que foi Barnabé quem o capacitou, mas que não o prendeu a si. Confiou nele, mesmo quando houve uma grande discordância. Alguém poderia dizer que por trás de tudo havia a questão do poder. De quem destacava mais na missão, de quem dava a última palavra, ou algo do gênero. Se houve isso, a relação deles com as questões da Igreja de hoje ficam mais plausíveis, pois é possível que alguns Barnabés de hoje tenham certas dificuldades nessa área, assim como também alguns Paulos. Aí entra o papel da comunidade. É ela quem ilumina o discernimento, ela quem ilumina a penumbra em que a liderança se encontra. Não é só quem toma à frente na Missão,quem tem o poder, quem possui a Luz do Espirito Santo. As vezes, os anônimos, tratados simplesmente como comunidade, é quem fazem o discernimento correto. Encoraja e ratifica que seus líderes tomem duas frentes de trabalho, por exemplo. A missão não pode parar. Parece que o texto quer dizer que ela (a missão) é mais importante do que o missionário em si. Certamente, esse foi o ponto fundamental para a separação desses dois grandes amigos. Eles sofreram? Creio que sim. Ninguém quer separar-se de quem o capacitou, mas se, ainda hoje, isso se faz necessário, não me parece bíblico não ser missionário/a ad gentes só para poder estar junto de quem aprendemos a seguir Jesus Cristo por amor. O outro, aquele que carece de minha presença evangelizadora, passa a ser o critério fundamental de onde nossos pés estarão. E eles só estarão junto a esses se meu coração estiver aberto à tal locomoção. Enfim, quis partilhar esta reflexao, a qual podera ser discutida em sala na proxima aula. Att, Antonio Jacauna 05 de marco de 2012.--189.15.207.101 (discussão) 18h22min de 3 de setembro de 2012 (UTC)--189.15.207.101 (discussão) 18h22min de 3 de setembro de 2012 (UTC)Responder