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Desenvolvimento do pensamento económico nas Crianças[editar código-fonte]

Berti e Strauss reportaram-se à teoria de Piaget fazendo uma correspondência precisa entre os estágios de desenvolvimento cognitivo e os estágios da socialização económica. Strauss, ao usar os estudos de Piaget sobre o desenvolvimento das operações, afirma que a criança vai classificar os papéis económicos como vendedor, produtor e cliente, com base na actividade económica realizada. Burris realizou estudos com crianças para analisar a compreensão do que é comprável/vendável e o que não é, e observou diferenças significativas nas respostas de crianças de diversas idades e a presença de características comuns entre os grupos etários. Especialmente nas crianças mais novas, verificou uma indiferenciação entre a realidade física e a realidade humana, uma característica também observada por Piaget nos seus estudos sobre as concepções da criança. Berti , Strauss e Burris, chegaram à mesma conclusão: a criança constrói sua própria compreensão do mundo económico de maneira activa, não se limitando a receber passivamente as informações dos adultos.

Fases do desenvolvimento[editar código-fonte]

1ª Fase

Antes dos quatro anos de idade, a criança não entende para que serve o dinheiro. Entre quatro e cinco anos, as crianças começam a entender que o dinheiro serve para fazer aquisições. As ideias do que é comprável e vendável começam a aparecer, mas essas ideias ainda são diferentes da realidade. Essa fase corresponde ao período pré-operacional de Piaget, mais precisamente ao sub-estágio intuitivo, no qual a criança apreende um modo de lidar com os problemas, embora ainda sem uma clara representação conceptual. Piaget afirmou que a criança é capaz de realizar operações com imagens mentais concretas, como se essas seguissem as leis do mundo real, sem formular conceptualmente tais leis, impossibilitando a análise do problema de maneira totalmente lógica e a uma resolução verdadeira.

2ª Fase

Nesta fase há a compreensão de que o dinheiro e indispensável à compra, mas ainda não há a compreensão do motivo de haver tantos tipos de dinheiro, como dinheiro de papel e dinheiro de metal. Não há compreensão relativamente a preços e valores monetários nem que cada produto vendido tem um preço próprio e é necessário pagar aquele valor específico. A obtenção do dinheiro também é vista como algo fácil, sendo necessário apenas levantá-lo no banco ou no local de trabalho. Estes lugares são entendidos como lugares em que o dinheiro fica guardado, e não como locais de actividade laboral. Não há a compreensão do troco. O trabalho não é visto como uma actividade que é retribuída, mas sim apenas porque é preciso.

3ª Fase

A terceira fase do desenvolvimento do pensamento económico está classificada ainda no estágio operacional concreto de Piaget. Devido à aquisição das habilidades matemáticas, entre sete e dez anos, a criança é capaz de entender o que é o troco. Também compreende que o banco não é apenas a fonte do dinheiro de onde todos podem obtê-lo, entendendo que o dinheiro obtido no banco foi antes depositado por outras pessoas. Não há ainda entendimento da lei da oferta e da procura. No caso de aumento da procura, a criança pensa que o preço deveria diminuir, pois assim todos poderiam comprar, o que é contrário às leis económicas. O trabalho é visto como a única forma correcta de obter dinheiro.

4ª Fase

Na quarta fase, que acontece em geral após os dez anos, a criança começa a entender que os diversos conceitos e actores económicos são parte do mesmo sistema, no qual as pessoas exercem diferentes papéis. Na teoria de Piaget essa fase coincide com o final do estágio das operações concretas e a transição para o estágio das operações formais, caracterizado pelo raciocínio com possibilidades abstractas e a capacidade de analisar relações lógicas entre variáveis. Nessa idade, a criança diferencia chefe de dono e afirma que o dinheiro pago aos trabalhadores é obtido da venda de produtos ou serviços. Também entende que o preço dos produtos é uma soma do valor de custo e do valor de comercialização.

Referências[editar código-fonte]

Aluja, A., & Garcìa, L. F. (2004). Relationships between big five personality factors and values. Social Behavior & Personality
Baker, W. E., & Jimerson, J. B. (1992). The sociology of money. American behavioral

scientist