Discussão:Leonel de Lima

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«Nascido no castelo da família», qual, se nessa altura (1403) esta família não tinha nenhum castelo documentado, seja por posse, nomeação régia ou herança?

Filho de Fernão Eanes de Lima, «alcaide-mor de Ponte de Lima»? O primeiro alcaide-mor do castelo de Ponte de Lima foi precisamente este D. Leonel de Lima por carta datada de 1464, e por isso seu pai nunca foi alcaide-mor duma alcaidaria que não existia em sua vida.

D. Leonel de Lima era neto por via materna de Rui Gomes da Silva e não de João Gomes da Silva, conforme declara a sua mãe D. Teresa da Silva no seu testamento datado de 1442, onde diz ser filha de Rui Gomes da Silva. Do mesmo modo a sua avó materna nunca foi a citada D. Margarida Coelho. As genealogias que o citam João Gomes da Silva e D. Margarida Coelho estão erradas, conforme provou Anselmo Braamcamp Freire e Luís Bivar-Weinholtz.

O irmão mais velho de D. Leonel de Lima nunca teve o direito de tratamento de Dom, sendo apenas Álvaro Rodrigues de Lima – e não D. Álvaro de Lima. O tratamento de Dom foi dado precisamente a D. Leonel de Lima por carta datada de 1476, e como seu irmão primogénito faleceu em 1428 jamais usufruiu de tal mercê. Álvaro Rodrigues de Lima, irmão de D. Leonel, também nunca foi «cavaleiro fidalgo da Casa Real», foro que a chancelaria nunca lhe confere.

«Príncipe Afonso de Aviz» nunca existiu em Portugal tal coisa, pois enquanto herdeiro Dom Afonso ostentou somente o título de Príncipe: Príncipe Dom Afonso, sem mais nada.

Leonel de Lima nunca foi «amigo, durante a infância» do Príncipe Dom Afonso, por motivos de ordem cronológica e geográfica. O fidalgo minhoto era doutra geração, sendo mais velho 29 anos, porquanto o monarca nasceu em 1432 e o futuro Visconde nascera em 1403 e viveu a infância, a adolescência e a primeira fase da vida adulta em pelo coração do Alto Minho e não está documentada a sua presença na corte régia nessa ocasião. Embora tenha, certamente, vindo dezenas de vezes à Corte, Leonel de Lima somente em 1455 fixou residência definitiva em Lisboa.

Leonel de Lima nunca, mas mesmo nunca esteve na Batalha de Alcácer Quibir, nem tão-pouco foi «comandante de cavalaria», nem nunca serviu ou viu sequer o rei Dom Sebastião por ter morrido 83 anos antes deste acontecimento.

D. Leonel de Lima nunca «casou em segundas núpcias, com D. Brianda da Cunha», tendo enviuvado de D. Filipa da Cunha em 1486. O seu sogro nunca teve o direito a tratamento de Dom, sendo, por isso, tão-somente Álvaro da Cunha.

O artigo é omisso no que interessa para melhor compreensão do presente biografado. Leonel de Lima foi, na realidade: 8.º Senhor das Terras de Coura e Fraião (24 de Janeiro de 1429); 3.º Senhor de S. Martinho, S. Estêvão, Geraz e Valdevez, e do Paço de Giela (24 de Janeiro de 1429); escudeiro da Casa Real (1439); embaixador a Castela, por causa dos conflitos entre o Infante D. Pedro e a Rainha D. Leonor em torno da questão da regência do reino (Setembro de 1442); mercê das terras e devesas de Beiral de Lima (3 de Setembro de 1443); escudeiro fidalgo da Casa Real; membro do Conselho d’El-Rei (1446); participou na Batalha de Alfarrobeira, nas hostes leais ao Rei Dom Afonso V (20 de Maio de 1449); fidalgo da Casa Real (1454); participou na conquista de Alcácer Ceguer (Outubro de 1458); 1.º alcaide-mor do castelo de Ponte de Lima, de juro e herdado (26 de Abril de 1464); participou na conquista de Arzila e Tânger (Agosto de 1471); 1.º Senhor de Vila Nova de Cerveira e seu termo (21 de Outubro de 1471); Senhor da Terra de Beiral de Lima (25 de Outubro de 1475); participa na Batalha de Toro (1 de Março de 1476); 1.º Visconde de Vila Nova de Cerveira (4 de Março de 1476); fundador do Convento de Santo António de Ponte de Lima (1481).

D. Leonel de Lima nasceu em 1403, filho de Fernão Eanes de Lima e de D. Teresa da Silva. Casou em 1432 com D. Filipa da Cunha, nascida em 1410 e falecida em 7 de Setembro de 1486, filha de Álvaro da Cunha e de D. Beatriz de Melo. Faleceu 13 de Abril de 1495 e foi sepultado no Convento de Santo António de Ponte de Lima.

Bibliografia sumária: Afonso Eduardo Martins Zuquete, Nobreza de Portugal e do Brasil, volume III, Lisboa, 1961, p. 506.

Anselmo Braamcamp Freire, Brasões da Sala de Sintra, III volume, Lisboa, 1973, p. 79.

Anselmo Braamcamp Freire, Brasões da Sala de Sintra, III volume, Lisboa, 1973, p. 81.

Anselmo Braamcamp Freire, Brasões da Sala de Sintra, III volume, Lisboa, 1973, p. 85.

ANTT, Arquivo dos Viscondes de Vila Nova de Cerveira, cx 12, n.º 5.

ANTT, Chancelaria de Dom Afonso V, livro 10, fl. 35v.

ANTT, Chancelaria de Dom Afonso V, livro 10, fl. 38.

ANTT, Chancelaria de Dom Afonso V, livro 10, fl. 38.

ANTT, Chancelaria de Dom Afonso V, livro 2, fl. 24v; ANTT, Livro 2 de Além Douro, fl. 15v.

ANTT, Chancelaria de Dom Afonso V, livro 22, fl. 50v.

ANTT, Chancelaria de Dom Afonso V, livro 27, fl. 118v.

ANTT, Chancelaria de Dom Afonso V, livro 27, fl. 141.

ANTT, Chancelaria de Dom Afonso V, livro 34, fl. 105.

ANTT, Chancelaria de Dom Afonso V, livro 36, fl. 103v.

ANTT, Chancelaria de Dom Afonso V, livro 4, fl. 14.

ANTT, Chancelaria de Dom Afonso V, livro 5, fl. 70.

ANTT, Chancelaria de Dom Afonso V, livro 8, fl. 111.

ANTT, Livro 3 de Além Douro, fl. 181.

ANTT, Chancelaria de Dom Duarte, livro 1, fl. 16.

ANTT, Chancelaria de Dom João I, livro 4, fl. 110.

ANTT, Chancelaria de Dom João I, livro 4, fl. 134.

ANTT, Livro 2 de Além Douro, fl. 46v.

ANTT, Livro 2 de Místicos, fl. 59v.

ANTT, Livro 3 de Além Douro, fl. 183.

D. António Caetano de Sousa, Provas da História Genealógica da Casa Real Portuguesa, tomo II, 2.ª parte, Coimbra, 1947, p. 105.

Humberto Baquero Moreno, A Batalha de Alfarrobeira: Antecedentes e Significado Histórico, volume I, Coimbra, 1979, p. 162.

Humberto Baquero Moreno, A Batalha de Alfarrobeira: Antecedentes e Significado Histórico, volume II, Coimbra, 1980, p. 836.

Jaime Cepa de Miranda, Quinta e Torre da Silva, Valença, in Cadernos Vianenses, volume VI, p. 152.

Jofre de Lima Monteiro Alves, Lima: De Ponte de Lima a Paredes de Coura – 670 Anos de Genealogia e História Duma Família, 2012.

Atenciosamente.

Jofre de Lima Monteiro Alves