Discussão:Música sacra

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EI.... no início do texto a palavra é "Igreja" e não "igreja" ... a música sacra é a música própria da Igreja e não da igreja ou "de igreja" ... OK ? Porque ela em termos de espaço poderia ser executada numa catedral, ou numa capela, ou numa basílica... sao coisas diferentes Igreja (religião) igreja (determinádo templo).

Site “O Órgão”

Antepassados:

O Órgão é um instrumento musical bastante complexo e com uma evolução histórica muito especial. É cognominado de “Rei dos Instrumentos” pela sua nobreza e complexidade.

Na segunda metade do século III a.C., na Alexandria Ktesíbios inventou o Hidraulós, que possuía um comando manual de válvulas (antepassado do teclado musical) com que podia ser seleccionada a entrada de vento para cada tubo sonoro. Esse ar era comprimido por um sistema hidráulico. Para cada nota havia uma “tecla” e um tubo sonoro. Este conjunto de tubos sonoros por nota foi aumentado mais tarde para que cada novo conjunto, chamado jogo, soasse um timbre diferente (registo).

No século I foi adicionado um sistema de corrediças que permitiu seleccionar os registos somente desejados. Por esta altura o Hidraulós possuía já dois tipos de tubos sonoros: labiais e de palhetados.

Foi no século III que este instrumento começou a aparecer com um sistema de foles, os tradicionais foles de ferreiro, em substituição do antigo sistema hidráulico. Assim ficaram completas as características necessárias para a constituição de um novo conceito: Organum. É de referir que a evolução semântica acompanhou as transformações: Hidraulós, Órganon Hidraulicon (na Grécia), Organus Hidraulicus (mais tarde em Roma).


O Órgão e o Sagrado:

Fundado assim, este novo instrumento teve um ambiente muito próprio, exclusivo, onde foi tomando personalidade: O culto religioso.

O Hidraulós tinha servido muito nos eventos das cortes imperiais, nas festas de maior importância, jogos de batalha naval, danças e música de lazer. Assim, o Hidraulós e o seu recente sucessor eram claramente conotados com um ambiente profano.

Sobretudo na Europa, este instrumento acompanhou os declínios imperiais, o enfraquecimento cultural, e com eles foi escasseando a sua produção até ter chegado a um quase esquecimento.

Os monges copistas que ficaram com registos de construção do Organum foram os responsáveis por guardar e compilar as técnicas de construção. Começaram a construí-lo com o fim de auxiliar o ensino da música e do canto nos mosteiros. Assim o Organum entra no espaço sagrado como ferramenta auxiliar pedagógica sem função no culto, que não se compatibilizava com instrumentos musicais, típicos da música profana.

Com o tempo o Organum foi sofrendo uma evolução pautada pelas características da música sagrada, ao mesmo tempo que foi possibilitando avanços nela. Assim também ele se foi distinguindo cada vez mais dos outros instrumentos e entrando cada vez mais como suporte à música no culto.

No início o Organum tinha pequenas dimensões e muitas vezes era usado no exterior do templo em procissões. Era portátil, leve, e um mesmo instrumentista podia tanger o seu pequeno teclado ao mesmo tempo que com a outra mão accionava um pequeno fole. A este Organum deu-se mais tarde o nome de Órgão Portátil.

Os jogos sonoros foram crescendo com o tempo tal como o sistema pneumático. As exigências musicais no culto cresceram e o teclado do instrumento alongou-se e número de teclas. Órgão Portátil foi perdendo a sua mobilidade e ganhando posição fixa no templo. Estas circunstâncias fizeram assim surgir o chamado Órgão Positivo. Assim não era mais possível levar o instrumento para junto dos cantores e começou-se a ter em conta a sua localização aquando da construção dos templos, de forma jogar com a funcionalidade do culto.

A produção de arte como forma natural de expressar o divino foi tomando cada vez mais significado. As composições renascentistas, período clássico da música sagrada, são hoje exemplo de uma transcendência que se faz ouvir e que faz mais presente algo que se pode sentir. Assim o Órgão Positivo foi assimilando novos recursos e aperfeiçoando a sua qualidade. Acompanhava a música no culto adicionando-lhe suporte e fortalecendo aspectos pertinentes de comunicação, embora ainda de forma rudimentar.

No renascimento contam-se já órgãos com porte e funcionalidades marcantes. O número de teclados cresce, os jogos sonoros crescem em variedade e consequentemente toda a complexidade mecânica e pneumática.

O posterior Órgão Barroco, como seria de esperar, continuou a desenvolver-se para as necessidades do culto. Neste período todo o conhecido desenvolvimento cultural foi reflectido num gosto que se reflectiu também neste instrumento. Há que destacar que características muito particulares obrigaram o órgão a desenvolver-se consoante de forma diferentes consoante as várias zonas da Europa. Assim, enquanto que em países como a França e Alemanha desenvolveram instrumentos mas dirigidos aos recursos que a música exigia, em Portugal e Espanha a aposta foi mais direccionada á estética e ao brilhantismo sonoro. Na nossa opinião, estes aspectos foram também promotores, ou não, da música no culto e de todo o repertório para órgão.

Neste período abundavam já pela Europa instrumentos com teclado de pés (Pedaleira), destinada, sobretudo, a emitir as notas graves da peça musical (Baixo), recurso dispensado nos instrumentos portugueses e espanhóis (Órgão Ibérico). O número de teclados manuais cresceu e por eles foram distribuídos registos com funções próprias na música, alem de a cada teclado corresponderem a grupos de jogos e registos geograficamente distribuídos segundo planos sonoros diferentes, que eram utilizados para enfatizar diálogos e outros efeitos de comunicação musical.

O grande organista, porque para lá do génio reúne todas as características da tradição, é J. S. Bach. A sua música

A importância do aspecto comunicacional da música, pelo seu poder verdadeiramente artístico, foi uma base que abriu porta para o entendimento dos jogos e dos registos como entidades sonoras que podem no culto encarnar personalidade litúrgica. Como rápido exemplo temos o caso de um registo de Trompete 8’ que tem significado justificado no tempo pascal mas que pode ser uma incoerência brutal quando usado em tempo de advento. Alem disto há que referir que a evolução da ciência litúrgica foi seguindo um caminho que se tornou cada vez mais próxima da uma significação natural. Desta forma o órgão vai ganhando aspectos cada vez mais importantes.

O uso da Expressão na dinâmica criou necessidades que o órgão soube incluir no Órgão Romântico com a inclusão da Caixa Expressiva.


No século XIX um conjunto de situações históricas feriram gravemente a Europa, e o panorama musical na Igreja praticamente vazio. Como consequência a música no espaço sagrado foi gradualmente parar a mãos amadoras ao ponto de no culto serem frequentemente ouvidos arranjos musicais de músicas da moda, com o fim de agradar. Os organistas eram gradualmente substituídos por “jeitosos”, a música sagrada deixava de ter qualidade mínima para surtir o efeito para a qual tinha sido criada e essa a contaminação foi alastrando e empurrando a “qualidade” para fora do espaço sagrado. Assim começam a aparecer órgãos fora das igrejas, mais propriamente em salas de concerto.

Como resposta a todo este panorama ridículo a Igreja publicou documentos que permitissem recuperar a dignidade da música no culto e criando licenciaturas em Música, Gregoriano, Órgão e Direcção.

Hoje em dia podemos olhar para o Órgão como conjunto de um processo de selecção “natural” do culto. Da mesma forma, ainda polémico, é o conceito de organista. Este conceito começa com o conceito de órgão e sofreu evoluções segundo uma linha histórica brilhante. Em nosso entender “organista” e “concertista de órgão” não são o mesmo. Concertista de Órgão é aquele instrumentista especializado na execução do repertório para órgão e Organista é o instrumentista especializado na execução musical de órgão no seu âmbito natural (o sagrado). Este último conceito segue a longa tradição da qual o maior representante é Bach e o primeiro conceito é recente e prende-se com a especialização de uma das características do organista.


Organistas:

Aqui resolvemos incluir também o Concertista de Órgão, juntamente com o Organista.

Organista é um músico sacro no cumprimento do ministério litúrgico da música, concretamente na função de organista. Esta função existe também fora da liturgia sempre que se trate de música sacra para órgão dentro do templo, e portanto conservando as características próprias dessa música.

O organista segue uma longa tradição que existe desde que o órgão existe.

Por ainda ser insuficiente o número de músicos sacros a função de organista no culto tem sido ocupada muitas vezes, indevidamente, por amadores ou músicos de outras áreas. A criação de cursos intermédios ou menores para organistas tem ajudado a colmatar a lacuna, proporcionando a existência de graus. O concertista de órgão é um músico não sacro que executa no órgão repertório, fora do contexto sacro. O aparecimento desta actividade data do século XIX. livre333Livre333 07:33, 24 Maio 2006 (UTC)

Na verdade, como Música Sacra compreendemos a música feita segundo os parametros e as regras formalmente estabelecidas pela igreja. É aquela música feita de maneira a seguir a "lógica" estabelecida por Deus na criação. Um exemplo disso são as músicas do grande compositor Palestrina onde jamais se encontrará a palavra montanha em notas graves ou a palavra inferno em notas graves, pois segundo essa lógica a montanha fica no alto e o inferno fica embaixo. Há que se fazer também, no corpo do artigo, a diferenciação entre "Música Sacra" e "Cântico Religioso". Se não houver objeção, iniciarei as modificações. Aματνεξ δ 21h31min de 27 de março de 2010 (UTC)[responder]

Complemento ao conceito de música sacra[editar código-fonte]

Considerando a etimologia da palavra, música sacra é uma música específica para uma determinada religião, associar música sacra a um ritmo musical é anacrônico e obsoleto, A idéia de sacro segundo o dicionário Michaelis é: "sacro = sagrado", A Música sacra não pode ser confundida com o "canto congregacional" que cada denominação tem suas próprias regras musicais e teológicas para a sistematização de seus respectivos hinários ou harpas, a música sacra é um termo genérico a todo tipo de música usado em um determinado culto religioso, por exemplo, se alguma denominação adota cânticos em ritmo de samba em seus respectivos cultos, essa música pode ser considerada sacra, mesmo divergindo do ritmo erudito, tendo em vista que o sentido real e etimológico de sacro não vincula o termo a um tipo de ritmo musical.

fonte:http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=sacro

Bibliografia[editar código-fonte]

Seleção de estudos para aprofundar futuramente o artigo:

Geral

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  • GELINEAU, Joseph. Canto e Música no Culto Cristão: Princípios, Leis e Aplicações. Petrópolis: Vozes, 1968.
  • GROUT, D. J. "Roman Liturgy and Chant". In: A History of Western Music. New York: W. W. Norton, 1960.
  • REILY, S.; DUECK, J. The Oxford Handbook on Music and World Christianities. New York: Oxford University Press, 2016. link.
  • SWAIN, Joseph P. Historical Dictionary of Sacred Music. 2. ed. Lanham, Md.: Scarecrow, 2016. link.
  • WILSON-DICKSON, Andrew. The Story of Christian Music. Oxford: Lion, SPCK, 1992
  • WEBER, José. Canto litúrgico: forma músical, análise e composição. São Paulo: Paulus, 2016. (Coleção Liturgia e música)

No Brasil

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  • AMSTALDEN, J. C. F. A música na liturgia católica urbana no Brasil após o Concílio Ecumênico Vaticano II (1962-1965). São Paulo, 2001. Dissertação (Mestrado em Artes). Instituto de Artes, UNESP, São Paulo, 2001.
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  • _____. Hinário Litúrgico: Domingos do Tempo Comum, Anos A, B e C. São Paulo: Paulinas, 1991. v. 3.
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