Discussão:O Presidente Negro

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--20h58min de 26 de janeiro de 2012 (UTC)20h58min de 26 de janeiro de 2012 (UTC)20h58min de 26 de janeiro de 2012 (UTC)~--201.14.188.202 (discussão) 20h58min de 26 de janeiro de 2012 (UTC)Monteiro Lobato refez continuamente, ao longo da vida, suas posições quanto a questões políticas, sociais e, em particular, étnicas. Seu ponto de partida é a perspectiva etnocêntrica européia, proposta como científica no final do século XIX. A tese de superioridade racial e de estreita relação entre aspectos físicos e psicológicos, proposta, por exemplo, por Cesare Lombroso, articula-se com forte afirmação nacionalista nas obras de Scipio Sighele (A multidão criminosa, 1891) e Gustave Le Bon (Psicologia das Multidões, 1895). São traços que se encontram em poderosos movimentos políticos surgidos nesse período, como o nazismo e, em certa medida, o sionismo (ambos em Viena, Áustria), mas que se desdobram por toda parte, na denúncia da miscigenação e na hierarquia dos povos, pela qual se explicaria a dominação de uns por outros. Os textos citados, principalmente o de Le Bon, que plagia Sighele, iriam influir tanto na articulação da propaganda política de Joseph Goebbbels quanto nos trabalhos iniciais americanos sobre marketing e relações públicas, sobrevivendo hoje, ainda, no discurso que exalta a irracionalidade das multidões (concentradas) e das massas (dispersas). O Presidente Negro foi escrito numa época em que já não era essa a convicção de Lobato. No entanto, a vivência anterior dessas teorias permitiu-lhe perceber, com extrema acuidade, a natureza profunda da cisão entre etnias na formação da cultura norte-americana, que o impressionava, principalmente, pelos êxitos obtidos com o dinamismo capitalista (ele que, mais tarde, e tornaria simpático ao comunismo). O livro capta essa cesura social que opõe brancos a negros, denuncia o "perigo amarelo" e desqualifica latinos (à exceção, em parte, dos franceses). Constata que a proporção de negros tendia a crescer na população americana e que eles não poderiam ser considerados iguais pelo segmento branco, rico e saudável. Admite implicitamente - como ocorre até hoje nos Estados Unidos, e não só lá - a inexistência de status diferenciado para os mestiços, considerados "negros" (embora, é claro, sejam tão brancos quanto negros em termos de herança genética e , do ponto de visa físico, tanto possam parecer brancos quanto pardos ou pretos). Contrapôs isso ao conceito de democracia fundado em eleições periódicas e escolha binária, basilar no sistema político da América. Imagina, com acuidade, a propensão do mundo futuro (o nosso) para buscar na tecnologia soluções para conflitos de natureza social. Arma-se.assim, a estrutura dramática da novela, convergindo para um desfecho surpreendente e brilhante em sua concepção, até mesmo pelo pragmatismo - outro traço da cultura americana. As avaliações da obra de Lobato baseadas no atual estágio dos conflitos étnicos - sua apresentação como racista - é oportuna do ponto de vista da militância política que promove a africanidade e, assim, pode fazer sentido agora; no entanto, seria melhor criticá-la como tentativa de julgar o passado com valores do presente. Afinal, é um autor que execrou e, depois, exaltou o caipira e cujas contradições podem ser comparadas às de Euclides da Cunha que, no mesmo texto, considera herois os mestiços do sertão e vilões os mulatos raquíticos do litoral Vejamos, por excemplo: os negros foram trazidos ao Brasil conhecendo apenas as línguas de seus povos de origem: misturados, impuseram-lhes a língua dos senhores, sem qualquer ensino sistemático. Dividiram-se entre ladinos, que melhor conseguiam exprimir-se, e boçais, que não tiveram o mesmo desempenho, por incapacidade ou resistência cultural. Os ladinos, certamente, deram-se melhor. No entanto, seria incompatível com o realismo literário que motivava Lobato, apresentar,em personagem como Tia Nastácia, do Sítio do Picapau Amaarelo, o discurso um português escorreito. O fato de essa fala diferenciada ter desaparecido aqui, nos anos subsequentes, e não nos Estados Unidos, é algo que deve ser meditado em qualquer comparação que se pretenda entre as duras sociedades. Da mesma forma, a comparação de feitos acrobáticos com o movimento de macacos pode ser feita - e é - para quaisquer pessoas, porque macacos estão para a agilidade como raposas para a esperteza ou leões para a imponência. São, ou podem ser, contas de chegar ideológicas.[responder]


Códigos estranhos[editar código-fonte]

Olá, fiz uma modificação mais cedo e vi que não foi corrigido, porque é um problema de código. Se trata dessa expressão 'ppzkv znvb avh\jkslbnjk\ bvh bjhb \ik lbv', dei um Google e o resultado retornou algumas wikis, então é algum código que está gerando. É apenas para sinalizar. 189.55.195.109 (discussão) 17h11min de 27 de agosto de 2019 (UTC)[responder]