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Discussão:Polêmica em torno da dialética

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SOBRE A QUESTÃO[editar código-fonte]

Creio que enxergar uma visão da dialética que não seja ao mesmo tempo, leis do pensamento e leis da natureza, algo que neste artigo parece acusar uma deturpação que nasce em Engels e corre no bolchevismo(e no bolchevismo mais degenerado: stalinismo), é cair numa falsa problemática.

Antes de tudo, dar relevância a uma questão tão abstrata como uma das causas da deturpação stalinista do marxismo, é simplesmente querer falar do marxismo de forma não-marxista. As causas que geraram o bolchevismo não está na forma como o bolchevismo se interpreta ou interpreta a realidade, mas na objetividade de sua realidade peculiar que inclusive causa tais deturpações, que era uma espécie de misto entre feudalismo(Estado tzarista tipicamente despótico), pré-capitalismo(camponeses), capitalismo avançado(as grandes indústrias transferidas para Rússia de outros países). Essa é a causa que causou um tragi-cômico partido se auto-denominar comunista num país com maioria camponesa que em geral ainda nascia para o capitalismo. Essa é a única causa, ou a causa mais aproximada de uma análise marxista crítica ao bolchevismo.

Voltando a questão da dialética, julgo que a dialética é sim um instrumento lógico que escapa ou avança dentre outros instrumentos lógicos por se aproximar mais da explicação do real, e só o pode porque sua explicitação coincide com o real. Portanto, podemos presumir que o ideal e o real se aproxima mais numa ponte dialética. Admitir o contrário é aceitar o marxismo apenas como uma tese ideológica, que se diferencia apenas por ser de origem proletária.

Não creio, portanto, que admitir leis dialéticas objetivas seja uma deformação do marxismo, ainda que a dialética materialista histórica é válida somente para um fenômeno humano-social(e não natural). O que já estaria explícito ao se afirmar como "histórica". Mas a dialética, se esta não fosse coincidente com a natureza, necessariamente estaria errada, pois o homem, antes de ser homem( antes de ter a peculiaridade de ser histórico), é animal, é um ser natural, não está fora da natureza. E a história nada mais é do que um fato: a dominação do homem(ser natural) sobre a natureza, ou seja, uma reversão ou retorno. Portanto, está dentro do fenômeno natural, e não fora deste, e se especifica apenas por ter uma natureza(interna) que lhe dá o poder de dominar a natureza(externa), e com isso produzir algo peculiar: a história.

E sobretudo, porque, numa visão coerente com a tradição filosófica, a lógica é a ponte entre a fenomenologia(aparência) e a ontologia(essência). Se a lógica não poder interligar a objetividade(real) com a subjetividade(ideal), ela nem sequer seria lógica, seria apenas uma fantasia, um mito, uma interpretação auto-reconhecidamente imaginária. Cairia no nihilismo do sofista Gorgias, que afirmava que só a palavra se auto-justifica, porque nada pode falar do real. Ou num nihilismo qualquer, aonde a verdade é por si uma ilusão, ainda que não explique como tais ilusões tenham gerado tanto desenvolvimento científico e econômico em toda sua tragetória ilusória. Joran Arbeiter