Discussão:Soka Gakkai

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== Discussão Nitiren e Zen == 2012 - - Leiam até o fim vale a pena.

Adorei perceber o crescimento e a mudança dos dois nestes debates.

O mais importante e relevante é que os dois são budistas.

Estão em diferentes esferas. Poderíamos dizer dimensões.

Não importando o que indignou em um ou agregou ao outro, porém sempre evoluindo.

Como sabemos que causa e efeito estão unidos e se manifestam no mesmo instante. E que as cortinas de ilusão da vida podem ser para o bem ou para o mal, e mesmo assim, também, uma depende da outra, como em Yin e Yang.

É magnífico o que nós, seres humanos, somos capazes de fazer.

Lembram de um carinha também muito citado em debates?

" O tempo e o espaço são a mesma coisa." Se manipular um estará alterando o outro.

De acordo com a "Seleção do Tempo", estudada recentemente na Gakkai, percebemos fatos como o da discussão de vocês.

E apesar de acharmos impossível chegar ao topo da cachoeira e virarmos dragão, vamos conseguir.

E cada carpa passa por "suas" próprias adversidades na subida. Sub-julga como quer...E não desistindo no meio o final será idêntico para todas as que conseguirem.

Obrigada pela oportunidade!

Paula Lör - Rio de Janeiro -

" Anjos da paz, mensageiras da cultura, companheiras de pífanos e tambores...




A Soka Gakkai não se trata de uma religião nem uma seita, trata-se, de fato, de uma organização leiga que tem como base filosófica de suas atividades o Budismo de Nitiren Daishonin



Se é um seita ou uma religião ou uma filosofia de vida promovida por uma Organização Laica isso dependerá do observador. Um individuo que pratique o budismo de Nichiren segundo os moldes da sgi dificilmente o considerará uma seita ou um culto pois está demasiado envolvido na experiência para poder ser crítico em relação à Doutrina, um Dogma impossiblita isso. Um observador externo, por outro lado verá no entanto comportamentos semelhantes aos de uma seita ou culto seja ele de génese Cristã, Buddhista, Hindu ou Cientologica. Não quero com isto contestar o facto de ser uma organização leiga. Espero que não seja contestado o facto de ser uma organização polémica. Para maior clareza, vide soka gakkai no en.wikipedia.org Por favor assine os seus comentários na página dicussão. --Breakheretic 16:06, 6 Outubro 2005 (UTC)


Sugiro aos membros da organização que busquem conhecer o Buddhismo através de outras fontes além dos impressos da SGI. Busquem aprender visões distintas sobre a pratica buddhista, pois, isso poderá ser bastante revelador, e impactante se olharmos para o próprio pensamento na busca de compreender o verdadeiro significado do Buddhismo.

As últimas palavras do Buddha foram: "Sê tua própria lâmpada". Ele não disse:"Corram para este ou aquele mestre, ou para aquele centro." Ele apenas falou: "Olhe, sê tua própria lâmpada".

Acho arrogância afirmar que o Buddhismo da SGI seja "O Verdadeiro Budismo". Nos impressos da Gakkai me parece que o principal foco é vangloriar os feitos do Presidente Daisaku Ikeda. Qualquer semelhança entre o Brasil Seikyo e a Folha Universal é mera conhecidência.

29/08/2007 Sanada Hiroyuki


Olá Sanada,

"Verdadeiro Budismo" é em contraposição com as escolas Nitiren divergentes de Nikko, como Nitiren Shu, por exemplo. Fazendo uma extrapolação de conceito (que não é defendido pela SGI), o verdadeiro está em contraposição a provisório, sendo verdadeiro o budismo com base no Sutra de Lótus e que segue a linha defendida teoricamente por Tientai, enquanto os outros ensinos por não terem o Sutra de Lótus como base doutrinária principal são provisórios, ou seja, são efetivos na vida das pessoas dos primeiros e médios dias da Lei mas não nas dos últimos dias da Lei. Quando não se considera algum Sutra, capítulo ou frase como principal se faz interpretações parciais dos ensinos e o próprio ensino se torna contraditório, como vc demonstrou colocando acima estas frases soltas. è o equivalente a ler apenas as leis do código civil, sem ter a própria Constituição como base... cometeremos enagnos e injustiças. Tendo o Sutra do "Respeito Incondicional a Dignidade da Vida" como pilar central, entendo muito bem o que é "ser a minha própria lâmpada"... chamamos de "Levantar-se Só" e está ligado a ação e não a teorização. Quanto a sua interpretação de arrogância, no meu conceito não é arrogância afirmar que Pelé é o maior jogador de futebol de todos os tempos, mesmo que os argentinos discordem e achem que foi o Maradona. Do ponto de vista deles eles não são arrogantes e nós somos, e do nosso ponto de vista estamos apenas falando a verdade. Compreende? Quanto aos impressos da Gakkai e os feitos de Daisaku Ikeda, é calúnia dizer que só servem para isso . Não preciso justificar, basta que alguém tenha acesso a algum deles. Mesmo quando assim o faz, é até mesmo falta de bom senso acusar um impresso interno de uma organização, publicado para ser lido por seus membros e simpatizantes de ser alinhado com o pensamento e ideais desta organização e de dar destaque e promover as ações de seus membros e líderes. Enfim, crítica vazia. Apesar de tudo, ainda recomendo a todos os budistas da Soka Gakkai que busquem conhecer as visões distintas da prática budista por diversas fontes, fora da Gakkai, em outras comunidades da Gakkai, e todas as fontes que encontrarem. Conhecimento nunca é demais. Porém, revelador é a transformação interna que se consegue promover quando se busca o caminho da Revolução Humana em exato acordo e harmonia com os companheiros da Soka Gakkai. Obrigado pela oportunidade.

01/11/2007 Raphael Balbinot Aknatom 18h34min de 1 de Novembro de 2007 (UTC)


Olá Raphael

Entendo sua colocação, mas, apesar de seus argumentos serem embasados, discordo em alguns pontos. O que é Bodisatva? Em minha "crítica vazia", é ser qualitativo e não quantitativo, é ter espiritualidade e não somente religiosidade. Pois qualquer pessoa, mesmo quem não segue doutrinas religiosas tem mais compaixão do que algumas que ficam horas em frente ao Gohonzon recitando Daimoku.

O Kossen Rufu, está diretamente ralacionada ao sentimento de amor, compaixão, paciência, tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção de responsabilidade, noção de harmonia, que trazem felicidade tanto para a própria pessoa quanto para os outros. Todos essas formas de sentimento não se resumem em apenas ensinar um Sutra.

Você já leu algum livro do Dalai Lama? Já leu algum livro sobre o Zen?

"Pode me arrancar a carne e me quebrar os ossos, mas só poderá me convencer usando bons argumentos" (Bruce Lee)

Agradeço a oportunidade.

Sanada Hiroyuki - 05/11/2007


Qual é a capacidade de cada pessoa específica de ter religiosidade e compaixão na sua vida diária? Todos os companheiros da Gakkai que eu conheço aprimoram essa capacidade dia após dia. Medir comparando uma pessoa com outras é injusto, a verdadeira comparação é do eu de ontem com o eu de hoje, e nesta compação, os membros da Gakkai sempre vencem. Mesmo que hoje sejam mesquinhos e tenham vários atributos negativos, para quem os conhece, sabe que eles estão infinitamente melhores do que eles eram no passado. Isso é desenvolver a capacidade de Bodhissatva. Dentro os exercícios que esta pessoa fez para ser um ser humano melhor, um deles, o que serve de pilar a todos os outros, é recitar o Daimoku diariamente. Quanto ao segundo parágrafo, concordo plenamente com ele, totalmente com ele. Mas esses sentimentos precisam ter uma base, um ponto de apoio, e este ponto de apoio é o conceito de respeito incondicional a dignidade da vida, baseado na plena capacidade de todo ser vivo manifestar a iluminação por ter a condição de buda intrínsica. Este conceito é expresso no Sutra de Lótus de Sakyamuni e a forma de manifestar, o exercício que permite a manifestação e fortalecimento deste estado de Buda é o ensinado dentro da Soka Gakkai: o daimoku, o estudo, a convivência, o diálogo, o chakubuku, etc. Você se surpreenderia com o tanto de ensinos budistas e não budistas que já lí e com os valores e anti-valores que encontrei em cada um deles, assim como com a quantidade de vezes que mudei de idéia sobre os mesmos. Destes específicos que vc citou, gosto dos textos Zen, apesar de ter críticas, e não gosto dos livros do Dalai Lama, apesar de reconhecer alguns pontos fortes.

Raphael Aknatom 18h16min de 5 de Novembro de 2007 (UTC)


Caro Raphael

Nosso debate está sadio e proveitoso. Conheço a Gakkai internamente. Estou levantando pontos os quais não concordo com a organização, baseado em fatos verídicos que acontecem aqui na comunidade de minha cidade. Então, temos direitos em ter opiniões adversas? O Kossen Rufu inclui sabermos tolerar as diferenças de opinião. Críticas servem para alcançarmos a perfeição, por isso devemos absorver o aprendizado delas e aprimorar-se. "Ninguem é tão ignorante que não possa ensinar, nem tão inteligente que não possa aprender."

"Se os homens soubessem conviver em paz, o mundo seria um paraíso. Infelizmente, porém, todo ser humano nasce com duas naturezas, uma santa e outra diabólica. Um passo em falso o mundo se torna um inferno. Para que isso não aconteça é preciso inibir a ação da metade diabólica, dando o devido valor à cortesia e valorizando a dignidade." - (Miyamoto Musashi)

Acho sua concepção de Bodisatva muito superficial. Pensar que compaixão e religiosidade é apenas ensinar e recitar Daimoku. Isso é cômodo.

Analise este exemplo. Encontro no inverno um mendigo sem abrigo, tão desnutrido que não terá chances de sobreviver ao frio. Então sigo os moldes da Gakkai e digo: "- Você tem que levantar por si só meu camarada. Recite esta oração e você conseguirá coisas maravilhosas em sua vida, vai superar todo o sofrimento." - E pronto, vou para casa de alma lavada, pois ensinei Daimoku para esse mendigo, vou pensando: "-Nossa vou acumular boa sorte e conseguir benefícios, quem sabe eu consiga um Chakubuku." - Só que à noite, este mendigo morre de hipotermia. Será que este foi papel de um Bodisatva? Mas então um dirigente chega e me consola: "-Na outra existência ele vai nascer em um estado de vida mais elevado, pois, ele não aprendeu Daimoku por acaso, foi ligação carmica quem o colocou no caminho dele." Pronto, não fiz nada de concreto para salvar aquela pobre vida, mas estou tranquilo, porque na próxima existência ele poderá vir a ser budista.

Sabemos que no Budismo, há uma outra visão do que é a morte. A morte é o despertar para a verdadeira vida, é se libertar do sofrimento da existência cíclica. Mas, será que um praticante budista, conseguiria dormir de consciência tranquila sabendo que poderia ter ajudado a salvar uma vida de maneira concreta? Sabendo que poderia ter ao menos levado aquela pessoa a um albergue? Se conseguisse dormir tranquilo, com certeza é um demagogo ou um alienado fanático.

Um verdadeiro Bodisatva, com sua sinceridade de coração, mostraria a essa pessoa sua importância como ser humano. Pois, essa pessoa não está na condição de miserável porque gosta. Tudo o que ela precisa é de ser valorizada como pessoa. Ser benevolente consiste em ajudar essa pessoa a sentir-se importante. Ensinar ela a dar valor a vida e criar forças para superar a condição de animalidade que se encontra. E principalmente, ajudaria não somente com palavras, mas se empenharia a salvar aquela vida naquele momento. Somente quem possui o verdadeiro espírito do Bodisatva conseguiria vencer os preconceitos, e ter o espírito de doação necessário para dedicar-se a essa causa. Ainda não conheci pessoalmente uma pessoa que tivesse espírito. Todos que conheci, inclusive eu, sempre tem alguma barreira, ninguém que faça esse tipo de coisa apenas pelo fato de sentir-se feliz, sem barganha. Pois, se você deseja ter boa sorte, já está querendo algo em troca.

Quanto aos livros, prefiro as palavras do Dalai Lama às de Daisaku Ikeda. Já que mencionamos os dois, eles já se encontraram em diálogo? Daisaku Ikeda já esteve com um Papa?

Responda, em sua opinião, o que significa o estado de Buda?

Sanada Hiroyuki - 05/11/2007


Olá Sanada,

até onde eu saiba, Dalai Lama e Daisaku Ikeda nunca se encontraram. As ações do Dalai Lama, inclusive seus livros e palestras tem por objetivo principal chamar atenção a causa do Tibet e o Japão, pela sua posição histórica e delicada em relação a China, nunca vai apoiar esta causa. Ele não se expõe no oriente, somente no ocidente. Não sei como, em tão poucas linhas, vc chegou a conclusão que a minha concepção de Bodhissatva é apenas ensinar Daimoku. Não escrevi isso e não concordo com isso. Quando realizo os diálogos na minha organização, deixo bem claro existem situações emergenciais, como fome por exemplo, que devem ser solucionadas imediatamente e por ações bem práticas. Na cidade onde minha família conheceu o budismo, quando eu era criança, minha família passou por um período bem difícil sem ter o que comer e nem onde morar. A principal responsável da cidade nos deu um lugar para morar, numa casa que antes ela alugava e toda semana trazia compras. Além disso, todos os dias vinha a nossa casa e fazia Daimoku junto a nós. Eu mesmo, recentemente, ajudei financeiramente uma pessoa que estava conhecendo a Soka Gakkai e, mesmo a pessoa tendo "sumido", não tenho nenhum sentimento negativo e lamento que tenha tomado este enganoso atalho para sua melhora, que foi sumir sem dar explicações. Com certeza, benevolência é muito mais do que ensinar Daimoku. Existem muitas situações que nossa ajuda "prática" é necessária. Mas para que a pessoa possa fazer uma transformação profunda na sua vida, precisamos ensinar o Daimoku e em seguida acolha-la junto ao grupo para que possa crescer na troca diária e fazer as outras práticas. Quanto a sua visão de morte, ela não é compartilhada nem pela Gakkai e nem pelo budismo Nitirem no geral. A morte não é libertação do sofrimento da existência cíclica, é apenas um estado intermediário onde não transformamos nosso carma, nossas tendência, por estarmos numa condição latente. A verdadeira existência, a transformação, a alegria e a dor, existem aqui, no estado manifesto, e mais precisamente neste instante. Sobre estado de Buda podemos dar várias definições, podemos encher de conceitos vazios praticamente ao infinito. Sejamos então concisos: é a condição onde a pessoa independente dos problemas que tenha no momento presente consegue ter clareza de raciocínio e percepção para enxergar sua atual situação exatamente como ela é, sem fantasias e distorções, tem coragem para desafiar as adversidades, tem persistência para não desistir no meio do seu intento e tem uma infinita esperança. É a condição onde independente das circunstâncias, a felicidade está presente, não como algo motivado por acontecimentos externos mas sim como expressão do próprio coração. Nada místico nem transcedental, nenhum poder sobre humano, algo muito próximo do que as pessoas buscam para seu dia a dia. A prática budista conduzida na Soka Gakkai possibilita o desenvolvimento desta condição que para algumas pessoas é fácil, está a um único passo e pode ser realidade em todos os momentos, e para outros está distante, necessitando de muito esforço para que seja realidade em alguns poucos momentos do dia, e infelizmente para estes, geralmente estes momentos são aqueles onde o seu maior sofrimento se manifesta (na família, no trabalho, etc), não tendo uma carga suficiente para assim agir justamente alí, no ambiente da própria organização onde se cultiva este estado. Também estou gostando do diálogo, está sendo muito proveitoso, me fazendo pensar e defender conceitos baseados na realidade que vejo hoje e na que eu já ví no passado e não em idealizações fantasiosas. Sei de muitos problemas que a Soka Gakkai enfrenta, sei de muitas situações onde as atitudes das pessoas não condizem com o correto, nem com o verdadeiro, mas pelo menos para a maioria destes casos, sei como deveria ser, e sempre vou dialogar, verificar pessoalmente se sou eu que estou enganado ou se foi a pessoa que errou. Só não sei se este diálogo é produtivo para a Wikipédia, para o artigo. APesar de estar na sessão de discussão. Se outros editores quiserem comentar algo, ficaria agradecido.

Raphael Aknatom 16h04min de 6 de Novembro de 2007 (UTC)


Olá Raphael

Como está? Por palavras escritas, muitas vezes as emoções que estamos realmente sentindo ao escrever, podem ser fácilmente confundidas com sentimento de desdém ou agressividade. Se minhas palavras expressaram esse tipo de sentimento, não foi intencional.

O Budismo, independente da linhagem é uma filosofia muito concreta. É um manual de instruções para a vida, independente de ser Gakkain, Zen, Vajrayana, todos tem como objetivo comum lapidar o ser humano.

Deixei pouco explicada a questão da morte. Concordo no ponto em que disseste, que o carma somente é transformado durante a existência cíclica. A morte é o despertar para o verdadeiro "eu". Enquanto não nos libertamos, ou, purificamos o carma, estaremos propensos a renascer nos quatro sofrimentos, que são: nascer, envelhecer, adoecer e morrer. O Estado de Buda, Iluminação, Nirvana, seja qual for a denominação, ocorre quando nos libertamos do apego a tudo o que nos prende à ignorância e nos leva ao Samsara. Isso é bastante complexo para se resumir, requer um profundo estudo para não ser confundido com morte forçada, suicídio, etc. Libertar-se do Ciclo da Existência podem durar várias, milhares de vidas. Por isso, simplificando podemos dizer que a cada vida estamos nos lapidando, purificando o carma até alcançar o Nirvana. Os quatro nobres caminhos alcançados através da prática budista nos conduzem a esse despertar.

Gostaria de exclarecer que meu foco de discussão é baseado na comunidade Soka de minha cidade. Os fatos que apresentei, são baseados nos quatro anos de participação. Não são conclusões por suas palavras Raphael, que por sinal são palavras sinceras e concretas. Agradeço a oportunidade do debate, e fico a disposição para dialogar com outros editores.


Dentro da Gakkai temos o conceito de que "Os Sofrimentos são Nirvana". Encaramos o ciclo de renascimento como um aspecto natural da vida, que pode ser experimentado no sofrimento ou na iluminação, não cessando nunca. Iluminação não está ligada a libertar-se do apego mas sim a viver neste mundo concreto, onde o apego é uma realidade, ser ser controlado por este. Também temos, com base no Capítulo Devadatta e a iluminação da filha do Rei Dragão que ocorre no mesmo o conceito de "Iluminação na Presente Forma", que é a manifestação da iluminação no instante atual, sem o necessário polimento do carma que o procede na interpretação da maioria das linhagens budistas. Este é o motivo de uma iluminação mais prática e acessível, não tão "mítica" e distante no futuro. Segundo Nitiren, se a iluminação somente fosse possível após eliminar todo o carma negativo, ela somente seria acessível após incontáveis kalpas no futuro. Este é o ensino dos Sutras provisórios, a essência do Sutra de Lótus é a manifestação da natureza de Buda na presente forma. Realmente, a Gakkai muda em cada cidade, em cada comunidade, em cada bloco. Ela é formada por pessoas que tem diferentes históricos e disposições. O importante é perceber com base na "unicidade de pessoa e ambiente" que as pessoas que estão a nossa volta tem os exatos comportamento e opiniões que nos permitem desenvolver no momento presente. Quando se permite a derrota diante dessas situações, desistindo e se afastando do grupo, perde a pessoa que se afastou pois deixou de crescer com a experiência e perde as pessoas que permaneceram, pelo mesmo motivo. O grande problema é que ambas não conseguem perceber. Aknatom 19h11min de 6 de Novembro de 2007 (UTC)


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Olá, eu nunca escrevi no Wiki e acredito ser este o meio de colocar minha opinião. Desculpe se o caminho está incorreto. Comecei a frequentar reuniões do BSGI recentemente. As pessoas são muito generosas e os ensinamentos aparentam ser bastante lógicos, benéficos, fundamentais e sem aquele romantismo religioso e doutrinador que me afastou da igreja católica. Tenho me sentido melhor após estas reuniões pois são acolhedoras. Mas há coisas que me incomodam um pouco, e que me parecem fugir da essência budista.

Há um esforço notório em agregar, um incentivo um pouco exacerbado em atrair adeptos e boas-vidas de alguma forma "exageradas". Penso que uma comunidade que está centrada em sua base filosófica acolhe generosamente as pessoas, sem dúvida, mas as deixam livres para ir e vir, aderir ou não, aderir com 100% de entrega ou não, concordando integralmente com todos os passos propostos ou não, e recebê-las da mesma forma, com a mesma postura. Isso não me parece ocorrer no contato com as pessoas nas reuniões.

O outro ponto, com certa relação com o primeiro, é que segundo o BSGI, a recitação do Daimoku (Nam-myoho-renge-kyo), ainda que me agrade seu significado e que eu o recite diariamente, é a "única forma de se encaminhar ao equilíbrio e à salvação, ao estado de Buda". Tenho uma sensação de doutrina com isso, como se não houvessem outros caminhos para o bem, para o "estado puro". Eu jamais concordaria com isso, pois entendo que a vida nos oferece múltiplos caminhos para se atingir objetivos e que não existe nada no mundo com uma só forma de agir. Me sinto "preso", ao invés de libertar-me, que é o que o Budismo prega, quando penso que "apenas recitando o Nam-myoho-renge-kyo atingirei meus objetivos relacionados ao bem-estar, equilíbrio e paz interior. É uma grande contradição no meu modo de ver, pois é justamente na união de vários pensamentos que chegamos ao ponto que, individualmente, é o mais adequado. Segundo Dalai Lama, "você deve ser sua própria luz" e não depender de um mestre, ainda que seja um grande aliado.

Um outro fator que me deixa um pouco defensivo são os grandes e luxuosos templos. Isso deve ter custado muito dinheiro e eu não compreendo a necessidade de grandes construções e acabamentos como mármores nobres etc. Para mim nada disso tem a menor importância quando estou buscando o controle de minha mente e a conexão com as leis do Universo. Eu ficaria muito mais tranquilo e à vontade em uma "cabana" com velas e almofadas reunido com um mestre e um grupo de interesse. Acredito também que o ambiente simples (porém limpo e com conforto apenas o suficiente para o relaxamento) nos mantém no foco do que realmente é essencial: os ensinamentos e no desenvolvimento mental, e nos tira por alguns momentos das visões mundanas de poder e excesso.

Espero, um dia, encontrar uma comunidade budista (ou taoista, hinduista que seja) onde eu me sinta verdadeiramente livre e profundamente respeitado pela minha forma de pensar, onde não haja nenhuma "imposição" como "faça deste modo ou não terá o estado puro em sua mente". Pelas pesquisas que realizei, encontrei alguns artigos citando o "Teravada" como entre as mais próximas do Budismo original, ou fundamental, mas ainda preciso estudar mais sobre as filosofias orientais para identificar o que mais se aproxima do fundamento integral do Budismo.

Finalizando, esse comentário não é contra o BSGI até por que gosto muito das pessoas que conheci que me receberam bem, e ainda continuarei frequentando até que se esgote a relevância de minha presença, se isso realmente ocorrer. Mas acredito ser muito importante sermos imparciais e evitarmos ao máximo a fé inconsciente ou a adoção a uma filosofia de forma emotiva e comovente. Nunca podemos perder o contato com nosso prumo, da tranquilidade de estar ou não estar, a ponto de se entregar a qualquer coisa sem um nível mínimo de consciência, sem que isso cerceie nossa liberdade de ser, estar, agir e pensar com base em nossa própria essência e inuições pessoais e fundamentais, de nossos princípios naturais que nos acompanham desde nosso nascimento.

Um abraço a todos

"O Buda ensinou as quatro Nobres Verdades: a existência do sofrimento; as causas do sofrimento; a cessação do sofrimento e o caminho que conduz à cessação do sofrimento. Ele disse: Em adição ao sofrimento ligado ao nascimento, velhice, doença e morte, os seres humanos experimentam sofrimentos criados por eles mesmos. Devido à ignorância e às falsas visões, as pessoas dizem e fazem coisas que geram sofrimento para elas mesmas e para os demais. Raiva, ódio, suspeição, ciúme e frustração causam sofrimento. tudo isso emerge da falta de consciência. (...) a maior parte do sofrimento é causado por elas mesmas. Você não pode alcançar a liberdade apenas por orar. Você deve olhar profundamente para dentro de sua propria mente e situação a fim de desenraizar as falsas visões que são raízes do sofrimento. (...) Uma vez que tenha compreendido a natureza do sofrimento, ele não poderá mais aprisioná-lo. (...) No caminho da consciência, aprendemos a seguir a nossa respiração a fim de manter a mente atenta. Nós seguimos os preceitos¹ a fim de desenvolvermos concentração e alcançarmos compreensão. Os preceitos são princípios de vida que promovem a paz e a alegria. (...) A Mente Atenta nutre a capacidade de iluminar a verdadeira natureza da nossa mente e do nosso ambiente. Com tal luminosidade sobrevém a compreensão.(...) O Buda pausou por um momento e , então, sorriu antes de prosseguir com sua fala.O sofrimento é apenas uma faceta da vida. A vida tem outra face também, a face das maravilhas. Se pudermos enxergar tal face da vida, teremos felicidade, paz e alegria. Quando nossos corações se desvencilham podemos fazer contato direto com as maravilhas da vida. Quando alcançamos clara compreensão das verdades da impermanência, da ausência de um eu e da originação interdependente, vemos quão maravilhosos são nossos corações e mentes. (...) Quando desvencilhamos da ignorância, descobrimos o vasto reino de paz, alegria , libertação e Nirvana. Nirvana é o desenraizar da ignorância, do apego, da aversão e o florescimento da paz, da alegria e da liberdade. Honoráveis convidados, reservem o tempo para apreciar uma fonte cristalina ou o raiar do sol nascente. Vocês podem experimentar paz, alegria e liberdade. Se ainda estão trancafiados na prisão da lamentação, dos dogmas e da ansiedade, serão incapazes de experimentar as maravilhas do universo, o que inclui a própria respiração, o corpo e a mente. O caminho que descobbri, leva a transceder a lamentação e a ansiedade ao se olhar dentro da sua natureza. Tenho compartilhado este caminho com muitos outros, e eles também foram bem sucedidos em descobrir isso por si mesmos." - Tich Nhat Hanh.O Velho Caminho, Nuvens Brancas. Seguindo as pegadas do Buda. Porto Alegre, 2007. Editora Bodigaya.

¹ Nobres Preceitos: Não matar; Não roubar; Não cometer adultério; Não beber ou usar intorpecentes; Não mentir

Alguns dizem, que os ensinamentos do Buda são provisórios e difíceis de serem seguidos na atualidade. Ao contrário disso, o ensinamento do Buda é muito simples, requer apenas duas coisas: vontade e ética. Muitas pessoas sentem-se a vontade em falar sobre o Budismo, criticar outras ramificações e se dizerem o verdadeiro caminho. Esse é o maior problema no Budismo, todos pensam conhecer o que na verdade desconhecem. Acham mais fácil proferir palavras manipuladoras de opinião, mastigadas por falsos idealizadores que manipulam as pessoas através dos seus sofrimentos para aumentarem número de praticantes e conseqüentemente seu lucro pessoal. Exibindo títulos honoríferos e nomes em praças. Essas pessoas que manipulam as outras são o verdadeiro e encarnado Mara. É uma pena que poucos consigam enxergar a verdade obscura por trás desses impérios da fé que aumentam como uma doença. São as "Igrejas Universais" do oriente fixando seu império no Brasil. - Hiroyuki Sanada


Olá Sanada, vc esqueceu de assinar seu comentário. Vontade e ética não são atributos naturais que todos os homens possuem em quantidade infinita, podendo utilizar a qualquer momento e da forma como desejar. Nem se quer são atributos desejados pela maioria das pessoas, muitas delas nem conseguem enxergar que precisam dos mesmos para ter uma vida mais tranquila, com mais harmonia e menos conflitos. No meio desta realidade, chamada no budismo de "Era de Mappô", onde o certo é confundido com o errado e o errado é confundido com o correto, praticar o budismo é mais do que ter a sua vontade e ética direcionando as próprias ações: é ter a sua vontade e ética polida todos os dias, aprimorada em todas as atitudes, fortalecida a cada instante. Este é o propósito, a meta, a finalidade da existência da Soka Gakkai. Promover a prática da Revolução Humana, que é a transformação do próprio eu inferior num eu mais abrangente, portanto mais ético, mais convicto portanto mais corajoso. Para isso temos um grande exemplo que é Daisaku ikeda, pessoa que através desta prática proporcionada a todas as pessoas pela Soka Gakkai, transformou totalmente a realidade da sua vida e hoje se tornou um pensador, um filósofo, reconhecido mundialmente. Chamá-lo de "Mestre da Vida" é uma honra pois poucos seres humanos quando se dirigem aqueles que o tem por professor esclarecem que se o objetivo dos mesmos é ser um mínimo que seja inferior a ele, inferior ao professor, precisam estudar mais e se aprimorar muito mais, pois o verdadeiro discípulo é aquele que compartilha um ideal, no caso, a paz e felicidade de cada ser humano, e se torna tão forte na ação em direção a este ideal que supera o próprio mestre. Daisaku Ikeda não é apenas o mestre que me olha lá de cima, ele é o mestre que me ensinou com a sua própria vida o que é ser um digno discípulo. Atualmente, assim como existem as pessoas que tecem críticas, existem as pessoas que reconhecem essa atuação pela felicidade real e prática das pessoas e homenageiam tanto a Soka Gakkai como seu presidente, concedendo distinções como nomes de praças, ruas, parques, títulos honoríficos e títulos acadêmicos. Isso por sí só é um fator encorajador e de esperança pois em outras eras os mesmos eram concedidos apenas para aqueles que conquistavam os mesmos pela força ou dando a vida em troca, raramente aqueles que ao invés de morrerem por um ideal nobre, dedicaram a própria vida ao mesmo. Para finalizar, relembro texto anterior onde Sakyamuni nos convida a viver o caminho e não a teorizar sobre o mesmo. Aknatom (discussão) 18h18min de 13 de Fevereiro de 2008 (UTC)


Políticos e pessoas de altas castas na sociedade também constantemente são contempladas com títulos honoríferos, nomes em ruas e praças (ex: ACM, Fernando Collor, Lula, etc). Nada mais que um alimento do ego.

Tenho minhas próprias conclusões sobre: "Daisaku Ikeda não é apenas o mestre que me olha lá de cima". Você já precisou de uma orientação direta (pessoal) do Sr.Ikeda, mesmo que por carta? Dizer que todas as orientações estão no Brasil Seikyo não considero resposta concreta. Alguns dirigentes de área e regional da BSGI em um momento de grande dificuldade me falaram: "Você não imagina quão benevolente é o Sr. Eduardo Taguchi". Prefiro reservar os comentários sobre o segundo, para não ser interpretado como um lamento, também para que não pareça que estou forjando situações. Como de tudo podemos tirar boas lições, essa situação foi um impulsor. Se tivesse aguardado pela benevolência do Sr. Eduardo Taguchi... sem comentários. Me baseio nas palavras de um Mestre... Sidarta Gautama que disse: "Seja sua própria lamparina, mantenham-se afastados de mestres que proferem palavras que não condizem ao Caminho do Dharma." Os ensinamentos do Tathagata apesar de terem sido ditos há mais de 2000 anos, são muito atuais e praticáveis. Dispensa comercial para converter as pessoas, ao contrário oferece uma vida livre. Simples e prático, somente pede para observar os Cinco Preceitos¹, o Caminho Octópulo², e buscar compreender o Dharma³. Praticar a compassividade, a compreensão e o amor para com todos os seres, coisas baseadas em sua própria experiência e compartilhado com todas as pessoas.

¹Não matar, não roubar, não cometer adultério, não beber ou usar intorpecentes, não mentir. ²A prática da mente atenta; viver na consciência do momento presente. ³Impermanência e Interdependência entre todos os Dharmas (fenômenos, nos quais todos os seres animais, vegetais e minerais estão inclusos).

Para seguir este Caminho não são necessárias doutrinas ou dogmas, o Buda orienta:

"Uma vez que uma pessoa esteja presa à crença em uma doutrina, ela perde toda a sua liberdade. Quando alguém se torna dogmático, acredita que sua doutrina é a única verdade e que todas as demais doutrinas são heresias, disputas e conflitos surgem sempre devido a visões estreitas. (...) Agarrar-se a visões assim é o maior empecilho no caminho espiritual. Ligar-se a visões obtusas deixa a pessoa tão enredada que não é mais possível deixar a porta da verdade aberta. (...) Meu ensinamento não é uma doutrina ou filosofia. Não é o resultado do pensamento discursivo ou de conjecturas mentais, assim como tantas outras filosofias (...) Meu ensinamento não é uma filosofia. É o resultado da experiência direta. As coisas que afirmo vêm da minha própria experiência. Você pode confirmá-las através da sua própria experiência. (...) Minha meta não é explicar o universo, mas ajudar a orientar os outros a terem uma experiência direta da realidade. As palavras podem descrever a realidade. Apenas a experiência direta nos habilita a ver a verdadeira face da realidade. (...) Meu ensinamento não é um dogma ou uma doutrina, mas não resta dúvida de que alguém poderia tomá-lo como tal.Devo mostrar que meu ensinamento é um método para experimentar a realidade, e não a realidade em si mesma, assim como um dedo apontando para a lua. Uma pessoa que somente olhar para o meu dedo, tomando-o como sendo a lua, jamais verá a lua realmente. Meu ensinamento não é algo para se apegar ou adorar. Meu ensinamento é como um barco usado para atravessar o rio. Somente um tolo carregaria o barco depois de já ter alcançado a outra margem, a margem da liberação " - Tich Nhat Hanh.O Velho Caminho, Nuvens Brancas. Seguindo as pegadas do Buda. Porto Alegre, 2007. Editora Bodigaya.

Alterei a ordem das citações, para se enquadradar ao contexto da discussão.

Quando o Buda disse para "viver o caminho e não teorizar" se relacionou à questão de que muitos bhikkhuns estavam se preocupando com questões metafísicas como: a existência do finito ou o infinito, da existência de um eu ou não eu, conseqüentemente se desvencilhando do Caminho. O Buda reprovava debates inúteis dessas questões. Quando algum discípulo perguntava a respeito delas, ele simplesmente sorria e ficava em silêncio, e se negava a responder. Ele dizia detalhadamente sem ocultar qualquer palavra sobre o Caminho, apenas negava dizer coisas que não seriam importantes para atingir o Despertar, respostas que poderiam prender a pessoa a dogmas ou doutrinar. Assim ele dizia aos discípulos para ouvirem e para viverem o Caminho. - Hiroyuki Sanada


"Para encontrar um buda você tem que ver sua natureza. Quem quer que veja sua natureza é um buda. Se você não vê sua natureza, invocar budas, recitar sutras, fazer oferendas e manter preceitos é inútil. Invocar budas resulta em bom carma, recitar sutras resulta em boa memória, manter preceitos resulta em um bom renascimento e fazer oferendas resulta em futuras bênçãos - mas não em budas. (...) As pessoas que não entendem e pensam que podem entender sem estudo não são diferentes daquelas almas iludidas que não podem diferenciar branco do preto. Proclamando falsamente o Dharma de Buda, de fato tais pessoas blasfemam Buda e subvertem o Dharma. Elas rezam como se estivessem chamando chuva. Seu professor é o Rei dos Infernos. Pessoas iludidas que seguem tais instruções desajeitadamente afundam no Oceano de Nascimento e Morte." - O Ensinamento Zen de Bodhidarma

Hiroyuki Sanada




Olá Sanada.

Quando uma pessoa em cargo político recebe uma congratulação na região sobre sua influência direta, realmente pouco se pode dizer sobre isso. Quando um líder "religiosos" e "japonês" recebe títulos de universidades e cidades da "China", isso desafia o senso comum. Quando um líder como Daisaku ikeda recebe um título de pessoas que nem o conhecem pessoalmente, motivados pelo contato que tiveram com as idéias deste e em muitos casos, principalmente com os discípulos deste, estamos totalmente distantes da comparação dos títulos cedidos para as personalidades citadas. Também raramente ví estas personalidades nos discursos de agradecimento compartilharem e até mesmo entregarem todo o mérito de tais homenagens a seus eleitores ou partidários, assim como Daisaku Ikeda faz, repassando a honra integralmente a seu mestre Jossei Toda e a seus discípulos.

Quanto a orientação pessoal, o que me salta aos olhos é a sua confusão. Numa frase "lamenta" a falta de orientação direta de Daisaku Ikeda e deixa subentendido alguma inabilidade ou falta cometida pelo Sr. Eduardo Taguchi, enquanto nas frases seguintes e maior parte do texto deixa claro que o ideal é "ser a sua própria lamparina". Com sinceridade, sempre que precisei de orientações, e não foram poucas as vezes, procurei meus líderes mais próximos pessoalmente e procurei os escritos do meu mestre. Hoje, com uma maior maturidade e um maior acumulo de experiências, de vivências, e tendo lido muito mais dos escritos do meu mestre e de outros escritos budistas, tendo a prática budista tal qual é ensinada na Soka Gakkai como base da minha vida, necessito muito menos destas orientações e quando elas ocorrem é em ambiente de diálogo aberto, onde amigos trocam idéias.

Quanto aos outros textos citados, encaro a pronuncia deles como palavras vazias. Afirmar que na situação social atual do nosso país e do nosso planeta viver os Cinco Preceitos, o Caminho Óctuplo e compreender o Dharma e compartilhá-lo com os outros é um caminho "simples e prático" só pode ser a afirmação teórica de alguém que não trilha este caminho. Qualquer um que o faz, percebe a falta de consistência desta afirmação. É um caminho de extrema felicidade e jubilo mas, definitivamente, não é simples e prático.

Tentar encarar a prática budista da Soka Gakkai como dogmática é bem natural. Geralmente as pessoas vem de outras religiões muito dogmáticas e levam muito tempo para se livrarem do hábito de estarem amarradas. Talvez esse seja o principal ou o primeiro entre os verdadeiros benefícios da prática, que com diferentes pessoas leva diferentes períodos para se manifestarem. Também existe na Soka Gakkai, assim como em qualquer outro grupo de pessoas, habitos tidos como leis que nada mais são do que convenções feitas em situações específicas e que se tornam "pedras sagradas" para situações gerais, em nada contribuindo para nada. São falhas que inerentes a grupos sociais que precisam ser contornadas e transformadas pelas pessoas. Se existe uma lei e esta lei não serve, não derrubamos a lei numa revolução mas sim mostramos sua ineficência. Alguns perceberão e outros se apegarão ainda mais a esta lei, e este é o natural. Viver em sociedade nada mais é do que enfrentar estas situações, e para treinarmos estas situações num ambiente onde todos ao menos compartilham do mesmo objetivo temos a Soka Gakkai, já que na sociedade em geral estas situações são punidas com demissões, expulssões, exílios, prisões e assassinatos. Como costumamos dizer, a diferença entre o buda e o mortal comum é que o buda cria valor em todas as situações, aparentemente boas ou aparentemente más, enqaunto o mortal comum apenas sofre.

Gostei muito da frase Zen, ela é surpreendentemente verdadeira. Estranha para um budismo cua origem abdica dos Sutras e ensina uma iluminação mística, transferida de vida a vida, mas eles tiveram tempo para se corrigirem. Natural e clara, trivial até, para aqueles que praticam na Soka Gakkai e sabem que "prática sem estudo leva ao fanatismo e estudo sem prática leva ao irrealismo". Quando consigo conversar com pessoas naturalmente avessas a própria pessoa do meu mestre da vida, que usa habilmente de artifícios como deixar implicitas acusações infundadas sobre o mesmo e sobre as pessoas que seguem o mesmo caminho, que com uma grande probabilidade está desenvolvendo uma grande repulsa até mesmo por mim já que não aceito tão facilmente um discurso bonito e bem engendrado como o seu e que a seu ver insiste em cair nesta mesma armadilha só que "do outro lado", e mesmo nessas conversas saber que estou conversando com um Buda, e consigo ter gratidão ao papel que vc está exercendo neste momento na minha vida, sei que estou praticando num exatamente de acordo a este ponto de convergência tão dificil de encontrar entre o budismo Zen e o budismo Nitiren.

Muito obrigado pela grandiosa oportunidade de diálogo. Volto a dizer que lamento sua experi~encia negativa na Soka Gakkai e o convido a caso venha morar em Curitiba, ou a passar por aqui, que venha me procurar para termos uma discussão ao vivo, face a face. Para que eu possa apresentar-lhe as organizações das quais faço parte e poder colocá-lo num ambiente onde mesmo aqueles mais reticentes e implicantes conseguem perceber o valor de pessoas que compartilham o meesmo ideal de felicidade para todas as pessoas que Daisaku Ikeda possui. Um grande abraço.

OBS: uma sugestão, crie um usuário da wikipédia. assim colocando quatro acentos ~ seguidos vc assina os seus posts.

Aknatom (discussão) 13h22min de 15 de Fevereiro de 2008 (UTC)


Você é de Curitiba? Recomendações minhas ao Sr.Takao e Srª Neusa Inoue e ao Sr. Jaime.

Você me acusa de implicante e enfadonho (risos). Faz me lembrar o debate entre o Sr. Takao e um padre. Sr. Takao sem argumentos ficou tomado de ira. (risos) Não me sinto abalado ou ofendido (sorrindo).

Sua visão equivocada e estreita sobre as ramificações budistas “me faz saltar os olhos”. (risos) Você sabe distinguir as diferenças entre as linhagens Theravada (Hinayana), Zen (Mahayana) e o Budismo Tibetano (Vajrayana)? Sabe distinguir a diferença entre Sutra e Mantra? Sabe distinguir entre Sakyamuni e Hotei? (risos)

Afirma soberbamente com esse conhecimento superficial coisas absurdas e ingênuas sobre o Budismo, baseado nesses impressos tendenciosos do Sr. Ikeda. Mistura linhagens confundindo o Zen (Mahayana) com Theravada (Hinayana) e Nenbutsu.

Você ironizou, chamando o Zen de atrasado. Sim, é uma prática muito antiga, tem seguido os mesmos moldes de meditação sentada e silenciosa há mais de dois milênios. (risos) Mas não impediu de ser praticável em qualquer época até o presente. O mundo atual com suas confusões e conflitos é a melhor época para praticar o Zen. Só quem desconhece esse Caminho quem acha absurdo e impossível. “Realmente se adestra aquele que convive entre a mentira, a impureza, a dúvida e a competição; enfim, com todos os tipos de tentação, e não se deixa macular.”

Fico espantado que pessoas esclarecidas tenham uma visão tão estreita a respeito dos ensinos de Buda. Você é incapaz de não matar? Incapaz de não roubar? Incapaz de não mentir? Incapaz de não trair sua companheira? Incapaz de não ingerir bebidas ou drogas?

O Caminho Óctuplo não é sobrenatural ou místico. Consiste na prática da visão correta, do pensamento correto, da fala correta, da ação correta, do modo de vida correto, da atenção correta e da devoção correta. Isso não requer isolamento. A meditação sentada é um exercício para adestrar a mente. Não possui nenhum conteúdo sobrenatural. Ninguém deseja soltar Hadoken ou Kamehameha (risos). Compreender o Dharma, não é algo sobre humano, nem requer poderes místicos. Observe o quanto depende de infinitos seres vivos e a interdepência e impermanência no mundo. Observe sua comida, pois, você pode ver o universo através do simples ato de comer. Na comida você pode observar o quanto depende de outros seres, assim infinitos outros seres dependem de você. “Árvores precisam de Chuva e a Chuva precisa de Árvores.”

O estado de Buda é o estado mais natural do ser humano. Viver na ignorância é a aberração criada pelo apego aos desejos sensuais e de riqueza. Ignorância que torna a pessoa enredada e incapaz de ver as maravilhas da vida. É a errônea visão de um “eu” independente que cega às pessoas e as aprisiona na ignorância e no egocentrismo. A ignorância do apego é o obstáculo mais difícil a ser transposto na prática budista. Sempre há algo a que nos apegamos. Os resultados da prática são obtidos em longo prazo. Um treinamento que leva a vida toda. Todos têm a capacidade de alcançar a Iluminação na presente existência. Isso não depende de recitar mantras. Depende da diligência sobre si mesmo. Sutras são estudados e recitados em todas as ramificações budistas. Sutras são registros dos ensinos mais importantes de Buda e recitados como prática de memorização. Poderia aqui me aprofundar na classificação dos Sutras, mas estenderia demais esse tópico. Sutras são como os goshôs de Nitiren.

Você já se interessou em conhecer a tradução do Sutra de Lótus (gongyô)? Daimoku é a recitação de um mantra. Isso mostra que Daishonin se baseou em moldes do Mahayana para criar sua seita. Onde está seu pensamento enquanto faz daimoku? A gakkai é conflitante aos ensinos budistas, falam que o daimoku é um remédio que cura desde a dor de barriga (risos) até a aids. Bodhidharma adverte quando diz “elas rezam como se estivessem pedindo chuva.” Você já se interessou em conhecer a tradução do Sutra de Lótus (gongyô)?

Bom, devo frisar que na Soka Gakkai, Nitiren Daishonin se tornou apenas um figurante, e o protagonista é Sr. Ikeda. Como uma dirigente me disse: “O mestre nos traz o ensinamento do buda mastigadinho.” (da forma que mais lhe convém... risos) E muitos gakkains só conseguem enxergar o Buda dentro do butsudan. Exemplo disso é no final da meditação que muitos falam: “Obrigado gohonzon”. Nitiren Daishonin pela grande maioria dos gakkains só é lembrado uma vez ao mês nas reuniões de palestra durante 10 minutos de explanação do goshô, onde 99% estão fazendo rostos felizes de quem está escutando, mas com o pensamento na morte da bezerra (risos). 99% fazem daimoku e recitam gongyô sem ao menos compreenderem a profundidade do ensinamento de Nitiren, nem sabem o que significa. Repetem o gongyô e daimoku como papagaios de pirata (risos). Nem na hora do daimoku Nitiren é lembrado. Os membros saem ensinando daimoku até para a sombra, como uma frase de marketing. Qual era o discurso para conversão que a gakkai usava após a II Guerra? “Faça daimoku para ficar rico”. Uma boa estratégia para conseguir fiéis, visto que o Japão estava tomado pela miséria do pós-guerra. Pergunte a algum praticante antigo sobre isso.

A Soka Gakkai está tomando um rumo o qual não será baseado no budismo de Nitiren Daishonin. Dentro de alguns anos ou décadas estarão enredados ao “budismo de daisakushonin”. É fácil criar uma seita, manipular o entendimento de antigas escrituras e conseguir prestígio com a fé das pessoas. Principalmente quando se promete solução fácil para os problemas mais presentes, apenas recitando um mantra como exemplo.

O mantra não é mentiroso. Mas, a forma como é usado para adquirir fiéis, acaba tirando a essência. Bodhidharma adverte: “então as pessoas de agora que recitam alguns sutras e mantras, e pensam que isso é o Dharma são tolas. Exceto você veja sua mente, recitar tanta prosa é inútil”.

O discurso de alguns dirigentes me faz lembrar bispos da “Igreja Universal do Reino de Deus” e suas curas milagrosas. Há também grande semelhança entre o Brasil Seikyo e a Folha Universal. Basta ter algumas edições de ambos para comparar.

Com relação ao seu convite, é para debate ou embate? O tom indigesto de suas palavras parece um convite à segunda opção. Seus argumentos não são plausíveis. São baseados nos impressos tendenciosos do Sr. Ikeda. Quando se colocam emoções pessoais e totalitaristas frente à realidade, o debate acaba tomando um rumo desnecessário.

“Um carroceiro ao adestrar o asno, primeiro ganha a lealdade do animal. Ensina os comandos. Então, tapa os olhos do animal fazendo-o enxergar só o que vê à frente enquanto puxa a carroça. Assim o asno tem a vida desperdiçada seguindo cegamente o caminho determinado pelo carroceiro. Esse recebe todo prestígio e o lucro sobre o trabalho duro do animal. O animal perde seu livre arbítrio e se torna dependente do carroceiro.”

Recebi a visita de inquisidores há poucos dias, (risos) sinto pena de pessoas que chegam a um fanatismo tão grande. Seus olhos eram malévolos. A ponto de quase deixarem triste uma pessoa feliz em nome da felicidade (risos), por pouco não estragaram meu domingo (risos). Fazendo desdém e sorrisos debochados, como se fossem os donos da verdade, ainda diz que a BSGI não promove a rivalidade entre religiões (risos) hipócritas. Afirmando com todas as letras que o praticante Zen tem uma morte precoce e trágica, que o nenbutsu leva ao inferno, que os japoneses são esquisitos por praticarem Zazen. (ouvir isso de um japonês foi hilário) Que os ensinamentos de Sidarta deixariam de ter valor após 2.000 anos (esqueci de ler o rótulo, risos). Nunca ouvi tanta lorota de pessoas as quais eu pensava serem esclarecidas (Dirigentes de Área Campos Gerais e Regional Sul, não vou citar nomes).

Foi idêntico ao seu discurso Raphael, apenas se preocuparam em me chamar de ignorante (risos). Isso, que em momento algum reagi de forma agressiva ao desdém que me atribuíram. Nem mexi com o “mestre da vida”, muito menos apontei os argumentos desse tópico de discussão (risos) em respeito à amizade. Somente fui honesto em dizer que estava praticando o Zen. Mas, é demais para um gakkain acreditar que alguém pode ser feliz sem fazer parte da BSGI.

Fico grato pela oportunidade e pela dica. Mas, é mera formalidade assinar, o IP já equivale pela assinatura.


Olá Sanada,

respondendo as questões iniciais, sim, sei distinguir as diferentes linhagens budistas. Não confundo Mahayana com Hinayana, nem Zen com Hinayana, sei diferenciar o Zen ensinado inicialmente na China onde se deveria ignorar os Sutras e o Soto Zen atual do Japão onde essa recomendação é deixada de lado. Tenho poucos conhecimentos sobre o Vajrayana, admito, mas a impressão que tenho é que internamente recomendam o Hinayana para os monges e o Mahayana para as pessoas em geral, e que ainda seguem algumas crenças ancestrais.

Também estudo os Sutras e suas traduções, e não apenas o Sutra de Lótus. Quando estou fazendo o Gongyo procuro lembrar da tradução do texto que estou lendo e consigo em muitas partes (não em todo, infelizmente). Considero o daimoku como uma meditação, uma meditação com entoação de mantra, ao contrário da meditação silenciosa promovida no Zen. Quando estou recitando o Nam-Myoho-Rengue-Kyo e visualizando o Gohonzon, procuro visualizar a minha vida como o Gohonzon, a minha vida organizada a partir do Estado de Buda, e fico me lembrando constantemente que a minha vida é o Gohonzon e é todo o universo.

Não consigo ser elitista a ponto de achar que todos devem conseguir praticar desta forma e que somente com este nível de compreenssão é possível transformar algo na vida. Ser feliz é estar avançando, e para um analfabeto avançar é conseguir ler o preço de um produto no supermercado, tarefa trivial e corriqueira, que não contribui para o crescimento de um universitário. Se determinada pessoa ainda está no estágio de "pedir" ao Gohonzon, vamos incentivar o seu desenvolvimento e dialogar até que ela passe a "sentir" que merece, a "determinar" que vai conseguir. Se ainda não está nem fazendo a prática, vamos fazer com que ao menos peça. Se não conhece a prática vamos levá-la em uma atividade, vamos fazer uma visita. Se nem o Daimoku conhece, vamos ao menos fazer com que ouça o Nam-Myoho-Rengue-Kyo. Um passo de cada vez, na capacidade de cada um.Recitar o Nam-Myoho-Rengue-Kyo não é a totalidade da prática na Soka Gakkai, é a base da mesma. Ampliar o vocabulário não é a totalidade da vida intelectual de uma pessoa, mas é a base da mesma.

Talvez o que vc tenha entendido como ofensivo tenha sido a minha total descrença na capacidade de praticar os cinco preceitos, o caminho óctuplo e seguir o dharma na vida atual, manifestando assim o Estado de Buda. Sinto muito mas continuo descrente. A vida é impermanência e todo o controle mental, todo o controle sobre o estado de vida desenvolvido ao longo de décadas desaba diante de situações triviais do nosso dia a dia. Vemos isso também na Soka Gakkai, mesmo um veterando quando deixa de se exercitar diariamente sucumbe diante das dificuldades. Para ser mais claro, os cinco preceitos é o mínimo que se exige para um bom convívio social mas pensamento correto, ação correta, etc não é tão trivial assim.

Quanto a confusão entre Nitiren e Ikeda, questão de interpretação sua. Daisaku Ikeda é o meu mestre da vida por juntos compartilharmos o objetivo do Kossen-Rufu, que é o mesmo objetivo de Nitiren. Reverencio Nitiren Daishonin como um grande mestre, aquele que estabeleceu a base de ação e os objetivos. Tenho Daisaku Ikeda como meu companheiro de luta, como a pessoa que me mostra claramente o que consegue um ser humano quando coloca 100% do ensinamento de Nitiren no seu dia à dia, como a pessoa que possibilitou que o grande sonho de paz mundial com base na filosofia humanística de respeito incondicional a dignidade da vida humana ensinada por Nitiren se tornasse acessível a humanidade. Na minha opinião é indissociável a pessoa de Nitiren da Soka Gakkai, assim como é indissociável a de Daisaku Ikeda, Jossei Toda e Makiguti.

Quanto ao meu convite, é para debate e não embate. Já fiz várias visitas para membros da seita Niken inclusive e nem nestes diálogos houve embate. Vc colocará seu ponto de vista, eu colocarei o meu, com direito a ambos de discordar e mostrar o porque. Será recepcionado como um amigo, como alguém que busca o mesmo objetivo de auto-reforma, como alguém com quem posso aprender. Se quiser continuar o diálogo privadamente, me deixe uma mensagem passando um e-mail que eu farei o mesmo. Abraços.

Aknatom (discussão) 13h35min de 4 de Março de 2008 (UTC)

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