Discussão:Conde de Vila Flor: diferenças entre revisões

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Caro usuário 195.77.95.141,

Parece-me que não tem consciência do que significa ser titular e do que é uma enciclopédia. Permita-me explicá-lo.

Os títulos nobiliárquicos eram conferidos pelo Rei. Rei no sentido de Coroa. Coroa no sentido de Estado.

Durante a Monarquia, ser titular conferia automaticamente estatuto e privilégios reconhecidos pela Coroa - isto é, Estado - ao agraciado. Um titular ocupava, pelo simples facto de o ser, um determinado lugar na hierarquia da Corte e da sociedade - aquilo a que hoje, mutatis mutandis, chamamos o Protocolo de Estado. Ser titular é isto. É ter lugar, pelo simples facto de se ser titular, no Conselho de Estado, ou de Guerra, na Câmara dos Pares, ou Senado, etc., etc. É ter certos direitos, prerrogativas ou isenções quanto a aspectos fiscais, judiciais, etc., etc. É pessoas inferiores na hierarquia terem que dar precedência ao titular ou arriscar sofrer a pena da lei. Não é uma questão de se ser representante ou descendente legítimo com mais ou menos quebras de varonia. Porque o Rei, ao titular alguém, mesmo um reles campesino, confere todos os privilégios associados à respectiva dignidade. A linhagem fundamentalmente não interessa.

Ser titular é isto: privilégios. Nas ainda monarquias europeias no Norte da Europa, os titulares têm ainda certos privilégios pelo simples facto de serem titulares. Na ultra-democrática e egalitária Dinamarca, por exemplo, a quase totalidade dos condes dinamarqueses são ainda camareiros da Corte com funções na mesma, encarregados de, por exemplo, receber e acompanhar embaixadores estrangeiros durante a sua primeira audiência perante o monarca. Ser titular é isto.

Poderá o usuário 195.77.95.141 dizer-me em que consistem os privilégios do suposto "12.º Conde de Vila Flor"?

Desde 1910, nada disto existe em Portugal. Pessoalmente, isto muito me entristece. Muito gostaria eu de ver em Portugal uma monarquia digna. Com uma classe aristocrata igualmente digna. No entanto, não é isso o que temos. A República não reconhece títulos nobiliárquicos. E o Estado não reconhece privilégios a descendentes de titulares.

Pelo estatuto especial que tinham faz todo o sentido enumerar os titulares do reino de Portugal em enciclopédias - assim como devemos enumerar por exemplo bispos, embaixadores e ministros. Mas em República não existem nem os titulares nem os seus privilégios. E por isso não devem os seus descendentes ser mencionados numa enciclopédia simplesmente por ser descendentes. Porque uma enciclopédia não é um livro de linhagens. Para isso temos nobiliários e anuários de nobreza. E a conversa acaba aqui.

Quando um descendente de titulares por mérito próprio merece destaque deve obviamente ser mencionado. Se é "pretendente" ou "representante" da Casa de tal e tal interessa menos. Parece-me justo que se mencione o que sem sombra de dúvida de facto é, ou foi: ministro, diplomata, Prémio Nobel, etc. E por fim, talvez, descendente dos marqueses de tal e tal. E isto, por uma simples questão de dignidade, deve ser suficiente.

Já arrogar reconhecimento público de dignidades hoje inexistentes, e especialmente fazer alarde de longas listas de títulos e senhorios perdidos, é mais vaidade que outra coisa, e muito pouco digno de alguém que se diz nobre. Chega em certos casos a ser patético, e por vezes verdadeiramente triste. Veja-se o exemplo absolutamente vergonhoso da página que deveria ser - mas não é - sobre um dos grandes vultos do Portugal de Oitocentos, o [[Duque da Terceira]].
'''Aqui, como em quase tudo, "less is more". Haja dignidade.'''

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Tendo dito isto, quero comentar especificamente a última intervenção do usuário 195.77.95.141, hoje mesmo, dia 22 de Janeiro de 2013.

Escrevi eu que as armas dos condes da Atalaia no ''Thesouro de Nobreza'' (fl 24r) são idênticas às do conde de Vila Flor, apesar dos condes da Atalaia não partilharem a mesma ascendência dos Manuel de Castela, "como faz ver Braamcamp Freire." E dei a devida referência.
Isto foi apagado pelo usuário 195.77.95.141 sem mais explicação. Não sei bem que outra coisa lhe chamar, se não um acto de vandalismo. A não ser, claro, que o caro usuário tenha conhecimentos que escaparam a Braamcamp Freire. Assim sendo, peço-lhe que tenha a bondade de os partilhar.

Por tudo isto desfaço as edições do usuário 195.77.95.141, nomeadamente as inclusões de títulos de fantasia e a exclusão de uma informação de interesse nobiliárquico, linhagístico e heráldico e a respectiva referência bibliográfica, de uma autoridade incontestável. Se o usuário tiver realmente interesse em contribuir para esta enciclopédia, sugiro que escreva artigos sobre aqueles que foram de facto titulares e ainda não se encontram descritos.

Cumprimentos, [[Usuário(a):Igor Zyx|Igor Zyx]] ([[Usuário(a) Discussão:Igor Zyx|discussão]]) 23h13min de 22 de janeiro de 2013 (UTC)


Prezado Usuário,
Vê-se que desconhece a protecção que a República confere aos títulos enquanto figura próxima do direito ao nome no Código Civil. Estes têm direito a ser tratados pelos seus títulos e eles são protegidos pelos Tribunais. O mesmo se passa em Itália, França e Alemanha. Existem, pelo contrário monarquias, sem títulos como o Japão ou a Noruega.
Isto aplica-se quer aos títulos sempre usados, como seja o de Vimioso ou Cadaval, quer a títulos recém recriados como seja o de Conde da Ponte de Santa Maria ou de Marquês das Minas, que foram descontinuados, estiveram extintos, mas, uma vez renovados pelas instituições nobiliárias competentes, nem por isso merecem menos protecção e consideração.

Revisão das 19h15min de 19 de novembro de 2013