Dora Avante

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Dora Avante, ou Dorinha, é uma personagem criada por Luís Fernando Veríssimo em suas crônicas.

Com Dora Avante, Veríssimo critica as dondocas da alta sociedade, com suas ideias fúteis, a instabilidade de seus relacionamentos amorosos e a obsessão pela eterna juventude, manifestada nas operações plásticas e na insistência em não revelar a própria idade.

Dora é sempre apresentada como ravissante, um adjetivo francês bem característico das colunas sociais (em português, esfuziante). Não revela sua idade nem sob tortura e garante que só Deus e Pitanguy sabem quantos anos ela tem e ela confia na discrição dos dois. [1]Mas ela própria dá algumas pistas de sua longevidade: é verdade que carregou Getúlio Vargas no colo, mas ele já era presidente na ocasião; foi a primeira mulher a fazer topless numa praia brasileira, mas nega que teve que parar porque o Padre Anchieta protestou.[2]

Por fazer coisas não apropriadas para sua idade, Dora passa por vários vexames. Acidentou-se no último carnaval, quando desfilou na Sapucaí como madrinha da bateria de uma escola porque não conseguiu acompanhar o ritmo da escola e foi atropelada pela bateria. Além dos arranhões e da perda de miçangas sofreu o que ela chama de “escoriações morais”, pois tudo aconteceu bem na frente do camarote da Brahma.[3]

Dora lidera as Socialaites Socialistas junto com suas amigas Tatiana (“Tati”) Bitati, Betania (“Be”) Steira, Cristina (“Kika”) Tástrofe, entre outras. O grupo luta pela implantação no Brasil do socialismo soviético no seu estágio mais avançado, a volta ao czarismo e, por isso, participou de vários movimentos da política nacional.[4] No grande comício pelas diretas já, Dorinha estava no palanque, mais especificamente embaixo do palanque dando uma aula de democracia participativa a um jovem ativista.Ela apoiou a eleição do Collor, mas foi dela a iniciativa das caras-pintadas contra o Collor, embora sua ideia original fosse pintar todo o corpo nu, não só a cara. [5]

Conhecemos as façanhas de Dorinha pelas cartas que ela manda para Veríssimo, sempre escritas com tinta lilás em papel turquesa, cheirando a “Mange moi”, um perfume proibido em vários países, e iniciadas invariavelmente pelo vocativo “Caríssimo”! Nas cartas, Dorinha apresenta as propostas mais estapafúrdias para solucionar os problemas brasileiros e mundiais.[3]

Referências

  1. http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2014/03/02/outra-carta-da-dorinha-por-luis-fernando-verissimo-522630.asp
  2. «Cópia arquivada». Consultado em 2 de março de 2014. Arquivado do original em 24 de setembro de 2015 
  3. a b http://blogcarlossantos.com.br/outra-carta-da-dorinha/
  4. Zero Hora, Porto Alegre, edição de 14.12.2013
  5. Zero Hora, Porto Alegre, edição de 11.02.2014