Ernest Huet

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Ernest Huet
Ernest Huet
Ernest Huet, recém-chegado ao México, 1867
Nascimento 1820 ou 1822
Paris
Morte 10 de janeiro 1882
Cidade do México
Cônjuge Catalina Brodeke
Filho(a)(s) Maria, Pedro Adolfo
Ocupação Professor

Ernest Huet[nota 1][1] (Paris, 1822? – Cidade do México, 10 de janeiro de 1882)[2] foi um professor e poliglota francês. Dedicou sua vida a propagar e lecionar a linguagem de sinais para a população surda. Na França, fundou uma escola para surdos na cidade de Bourges.[3] No Brasil e no México, foi pioneiro no ensino da linguagem de sinais: no Rio de Janeiro, fundou o Collégio Nacional para Surdos-Mudos, o atual Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES);[4] e na Cidade do México fundou a Escola Municipal de Surdos-Mudos.[5]

Fisicamente, foi descrito como "um senhor de cabelos ruivos, pele branca, testa larga, olhos azuis, com olhar enérgico e doce; usava óculos no nariz adunco, bigodes compridos e queixo largo.".[6]

Era surdo, e além de se comunicar utilizando linguagem de sinais, também conseguia se expressar escrita e verbalmente em quatro idiomas: francês, alemão, espanhol e português.[2]

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

Nasceu em uma família da nobreza francesa — seu pai possivelmente foi um conde.[2] Apesar disso, passou por dificuldades financeiras durante a vida — inclusive brigou com o governo do México para que o pagassem salários pendentes do ano de 1867.[2] Não há certeza sobre a data de nascimento exata de Huet, já que é possível encontrar documentos fazendo referência a dois anos: 1820 e 1822.[2]

Surdez[editar | editar código-fonte]

Há duas versões sobre a causa de sua surdez. A primeira versão é que Huet era surdo desde seu nascimento, como afirmam os que o conheceram pessoalmente.[2] A segunda versão é confirmada pela sua bisneta e por alguns autores brasileiros, que afirmam que ele ficou surdo entre os 12 e 13 anos de idade, devido ao Sarampo.[2]

Estudos[editar | editar código-fonte]

Estudou e se formou professor no Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Paris, instituição pioneira e conhecida como a "capital do mundo surdo" na época.[3]

Após terminar os estudos, fundou em Bourges uma escola para surdos, por volta de 1848.[2]

Casamento[editar | editar código-fonte]

Em 1851, se casou com uma alemã chamada Catalina Brodeke, mulher que também se tornou professora de alunos surdos.[6] Imigraram para o Brasil em 1852, e tiveram dois filhos: Maria (nascida em 1854) e Pedro Adolfo (nascido em 1856). Ambos os filhos trabalharam durante muitos anos na educação dos surdos.[2]

Notas

  1. Na literatura, há diversas grafias utilizadas para se referir a Huet: Ernest Huet, Eduard Hüet, Édouard Huet, Ernesto Hüet, Hernest Huet.

Referências

  1. Normalidade, diversidade e alteridade na história do instituto nacional de surdos, p. 8.
  2. a b c d e f g h i Oviedo 2007, p. 2.
  3. a b Delaporte 2005, p. 3.
  4. https://www.gov.br/ines/pt-br/acesso-a-informacao-1/institucional/conheca-o-ines. Consultado em 12 de março de 2023.
  5. Oviedo 2007, p. 4.
  6. a b Jullian 2008, seção El Eduardo Huet histórico, parágrafo 5.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]