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== Biografia ==
== Biografia ==
Filho de judeus, Smolianoff nasceu na cidade russa de [[Kremenchuk]], mas tendo passado parte de sua vida na cidade de [[Odessa]], litoral da [[Ucrânia]].<ref name = SS/> Ainda na [[Rússia]], Smolianoff estudou pintura, mas teve que abandonar o país após o início da [[Revolução Russa]], sendo que seus país estavam do lado oposto a revolução. Após isso, Smolianoff passou a viver em diversos locais da [[Europa]], tendo sido casado em sua passagem pela [[Itália]]<ref>Lawrence Malkin, www.lawrencemalkin.com</ref> e finalmente tentou começar uma nova vida na [[Alemanha]], onde conheceu um falsificador e decidiu se tornar um deles.<ref>Karl Markovics, em um artigo para The Sydney Morning Herald, 9 de maio de 2008</ref> Desde então, passou a ser procurado por diversas forças policiais europeias antes da eclosão da [[Segunda Guerra Mundial]].<ref>Yaron Svaroy, Lawrence Malkin, "Os falsificadores judeus de Hitler", Orion Publishing Group, Limited, ISBN 0304364576, 2006</ref>
Filho de judeus, Smolianoff nasceu na cidade russa de [[Kremenchuk]], mas tendo passado parte de sua vida na cidade de [[Odessa]], litoral da [[Ucrânia]].<ref name = SS/> Ainda na [[Rússia]], Smolianoff estudou pintura, mas teve que abandonar o país após o início da [[Revolução Russa]], sendo que seus pais estavam do lado oposto a revolução. Após isso, Smolianoff passou a viver em diversos locais da [[Europa]], tendo sido casado em sua passagem pela [[Itália]]<ref>Lawrence Malkin, www.lawrencemalkin.com</ref> e finalmente tentou começar uma nova vida na [[Alemanha]], onde conheceu um falsificador e decidiu se tornar um deles.<ref>Karl Markovics, em um artigo para The Sydney Morning Herald, 9 de maio de 2008</ref> Desde então, passou a ser procurado por diversas forças policiais europeias antes da eclosão da [[Segunda Guerra Mundial]].<ref>Yaron Svaroy, Lawrence Malkin, "Os falsificadores judeus de Hitler", Orion Publishing Group, Limited, ISBN 0304364576, 2006</ref>


Acabou sendo preso no mesmo ano da eclosão da Guerra pelo futuro oficial nazista [[Bernhard Krüger]], que o recrutaria para a Operação Bernhard. Smolianoff foi enviado ao campo de concentração [[Mauthausen]], onde foi "útil" aos guardas das [[SS]] como retratista e artista. Ele foi selecionado para a Operação Bernhard e transferido para o campo de concentração de [[Sachsenhausen]], após passar cinco anos em Mauthausen e, eventualmente para o [[Ebensee]], da rede de campo de Mauthausen,<ref>Adolf Burger (1989) Akcia Bernhard: Obchod s miliónmi. Bratislava.</ref> onde foi libertado pelo exército dos [[Estados Unidos]] em [[6 de maio]] de [[1945]].<ref>Max Garcia, "Befreiung des KZ-Nebenlagers Ebensee:. Detalhes historische Neue" Zeitschrift des Zeitgeschichtemuseums Ebensee, 1998.</ref>
Acabou sendo preso no mesmo ano da eclosão da Guerra pelo futuro oficial nazista [[Bernhard Krüger]], que o recrutaria para a Operação Bernhard. Smolianoff foi enviado ao campo de concentração [[Mauthausen]], onde foi "útil" aos guardas das [[SS]] como retratista e artista. Ele foi selecionado para a Operação Bernhard e transferido para o campo de concentração de [[Sachsenhausen]], após passar cinco anos em Mauthausen e, eventualmente para o [[Ebensee]], da rede de campo de Mauthausen,<ref>Adolf Burger (1989) Akcia Bernhard: Obchod s miliónmi. Bratislava.</ref> onde foi libertado pelo exército dos [[Estados Unidos]] em [[6 de maio]] de [[1945]].<ref>Max Garcia, "Befreiung des KZ-Nebenlagers Ebensee:. Detalhes historische Neue" Zeitschrift des Zeitgeschichtemuseums Ebensee, 1998.</ref>

Revisão das 02h43min de 17 de dezembro de 2014

Salomon Smolianoff (Kremenchuk, 1897[nota 1][1]Porto Alegre, 1976) foi um falsificador russo sobrevivente ao Holocausto. Sally, como era conhecido, ficou conhecido mundialmente como um dos maiores falsificadores da sua época, tendo estado envolvido na famosa Operação Bernhard, onde os prisioneiros dos campos de concentração eram obrigados a criarem notas, passaportes, dentre outros documentos falsos. A operação foi retratada no filme Os Falsários, baseada nas memórias de Adolf Burger, que esteve presente na operação.[1] No filme, que conquistou o Oscar de melhor filme estrangeiro,[1] Smolianoff foi interpretado por Karl Markovics.

Biografia

Filho de judeus, Smolianoff nasceu na cidade russa de Kremenchuk, mas tendo passado parte de sua vida na cidade de Odessa, litoral da Ucrânia.[1] Ainda na Rússia, Smolianoff estudou pintura, mas teve que abandonar o país após o início da Revolução Russa, sendo que seus pais estavam do lado oposto a revolução. Após isso, Smolianoff passou a viver em diversos locais da Europa, tendo sido casado em sua passagem pela Itália[2] e finalmente tentou começar uma nova vida na Alemanha, onde conheceu um falsificador e decidiu se tornar um deles.[3] Desde então, passou a ser procurado por diversas forças policiais europeias antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial.[4]

Acabou sendo preso no mesmo ano da eclosão da Guerra pelo futuro oficial nazista Bernhard Krüger, que o recrutaria para a Operação Bernhard. Smolianoff foi enviado ao campo de concentração Mauthausen, onde foi "útil" aos guardas das SS como retratista e artista. Ele foi selecionado para a Operação Bernhard e transferido para o campo de concentração de Sachsenhausen, após passar cinco anos em Mauthausen e, eventualmente para o Ebensee, da rede de campo de Mauthausen,[5] onde foi libertado pelo exército dos Estados Unidos em 6 de maio de 1945.[6]

Todos os traços de falsificação de Smolianoff foram perdidos após a sua libertação. Ele foi listado no "Wanted" como falsário, mas também é creditado por falsificar documentos de emigração de judeus tentando ir para a Palestina. Em seguida, ele emigrou para o Uruguai, onde falsificou ícones russos. Acabou sendo pego pela polícia uruguaia e se mudou para o Brasil nos anos 1950, onde entrou no ramo de brinquedos.[1] Smolianoff morreu em Porto Alegre perto de completar oitenta anos, sendo enterrado no Cemitério Israe­lita Porto-Alegrense.[1]

Operação Bernhard

A Operação Bernhard, apontado como o maior programa de falsificação de dinheiro da história, foi dirigida e recrutado pelo oficial nazista Bernhard Krüger, que montou uma equipe com 142 falsificadores presos nos campos de concentração nazistas, primeiramente de Sachsenhausen e, depois de outros campos.[1] Dentre os recrutados, estava Smolianoff, considerado uma dos maiores falsificadores da história e membro mais importante da operação.[1] Enquanto esteve no campo, conheceu o tipógrafo Adolf Burger, que fora preso em 1942 por falsificação de certificados de batismo para salvar os judeus da deportação e, posteriormente integrante da operação.[7] Primeiramente, foram produzidas libras e, em seguida, dólares. Foram produzidas aproximadamente 132 milhões de libras em notas falsas na operação, sendo equivalente a quatro vezes as reservas cambiais do Reino Unido na época e, graças as táticas dos prisioneiros para retardar a operação, poucos dólares foram produzidos.[8]

Notas

  1. Sua data de nascimento é citada em diversas fontes como 1899, mas em seu túmulo, localizado no Cemitério Israe­lita Porto-Alegrense, a data é 1897, a mesma que ele contava para amigos e ex-colegas de ateliê como sua data de nascimento.

Referências

  1. a b c d e f g h "O Falsário de Hitler - PortoAlegre, o último refúgio"
  2. Lawrence Malkin, www.lawrencemalkin.com
  3. Karl Markovics, em um artigo para The Sydney Morning Herald, 9 de maio de 2008
  4. Yaron Svaroy, Lawrence Malkin, "Os falsificadores judeus de Hitler", Orion Publishing Group, Limited, ISBN 0304364576, 2006
  5. Adolf Burger (1989) Akcia Bernhard: Obchod s miliónmi. Bratislava.
  6. Max Garcia, "Befreiung des KZ-Nebenlagers Ebensee:. Detalhes historische Neue" Zeitschrift des Zeitgeschichtemuseums Ebensee, 1998.
  7. Schiefer, Karin (2006). "Stefan Ruzowitzky: The Counterfeiters". Austrian Film Commission. Retirado em 2008-05-13
  8. Marcus Walker and Almut Schoenfeld, "How a Nazi counterfeiting ring saved book printer" www.post-gazette.com 22 de Janeiro de 2007