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Gonçalo Viegas: diferenças entre revisões

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|ocupação= Cavaleiro, Freire, Grão Mestre de Avis.
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'''Gonçalo Viegas de Lanhoso''' (? — 18 de Julho de 1195) Herói esquecido, foi um nobre cavaleiro português, e primeiro grão mestre da [[ordem Militar de Avis]].
'''Gonçalo Viegas de Lanhoso''' (? — 18 de Julho de 1195) Herói esquecido, foi um nobre cavaleiro português, e primeiro grão mestre da [[Ordem de São Bento de Avis]].


==Biografia==
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“A verdade é que quando, ao romper da manhã, a ocorrência de tal facto tão excelso se tornou conhecida da cidade, acorrem os homens, uns desarmados mas outros armados. Estes sustentam, em modos violentos, que o corpo do santo deve ser levado para o mosteiro de uns religiosos situados fora da cidade e aí deposto, os outros, mais ponderadamente, contrapõem que ele deve ser levado para a catedral. E então que, por seu lado, Gonçalo Egas , a quem por aquele tempo o rei acima referido pusera à frente do exército da Estremadura, homem indiscutivelmente valoroso e prudente , dá ordem para se pôr termo a ameaças e discussões e se esperar pela decisão do rei sobre assunto de tamanha importância ”.
“A verdade é que quando, ao romper da manhã, a ocorrência de tal facto tão excelso se tornou conhecida da cidade, acorrem os homens, uns desarmados mas outros armados. Estes sustentam, em modos violentos, que o corpo do santo deve ser levado para o mosteiro de uns religiosos situados fora da cidade e aí deposto, os outros, mais ponderadamente, contrapõem que ele deve ser levado para a catedral. E então que, por seu lado, Gonçalo Egas , a quem por aquele tempo o rei acima referido pusera à frente do exército da Estremadura, homem indiscutivelmente valoroso e prudente , dá ordem para se pôr termo a ameaças e discussões e se esperar pela decisão do rei sobre assunto de tamanha importância ”.
Em 1175 ele é mordomo da Infanta [[Teresa de Portugal, Condessa da Flandres|infanta D. Teresa]] <ref>José Mattoso, Ricos-homens..., pp. 232-235.</ref>
Em 1175 ele é mordomo da Infanta [[Teresa de Portugal, Condessa da Flandres|infanta D. Teresa]] <ref>José Mattoso, Ricos-homens..., pp. 232-235.</ref>
Enfim de 1175-1176 até 1195 ele é nomeado primeiro grão mestre da [[Ordem Militar de Avis]], <ref>Miguel Gomes Martins: em, A arte da Guerra em Portugal 1245 a 1367  p.175 ou Maria Cristina Almeida e Cunha, em Estudos sobre a Ordem de Avis (Séc. XII-XV) 2009, Faculdade de Letras Porto p.40., História de Portugal, direção de José Matoso, Monaquia Feudal 2 p. 79, 1993. Ou enfim '''Livro velho das linhagens de Portugal''', em Provas da história geneaógica da casa real portuguesa Tome I de D. António Caetano de Sousa Coimbra 1946 p 197 '''"D. Gonçalo Viegas o primeiro Mestre q ouve em Aviz"'''</ref> inicialmente chamada milícia de Évora, com o objetivo de defender Évora dos Mouros.
Enfim de 1175-1176 até 1195 ele é nomeado primeiro grão mestre da [[Ordem de São Bento de Avis]], <ref>Miguel Gomes Martins: em, A arte da Guerra em Portugal 1245 a 1367  p.175 ou Maria Cristina Almeida e Cunha, em Estudos sobre a Ordem de Avis (Séc. XII-XV) 2009, Faculdade de Letras Porto p.40., História de Portugal, direção de José Matoso, Monaquia Feudal 2 p. 79, 1993. Ou enfim '''Livro velho das linhagens de Portugal''', em Provas da história geneaógica da casa real portuguesa Tome I de D. António Caetano de Sousa Coimbra 1946 p 197 '''"D. Gonçalo Viegas o primeiro Mestre q ouve em Aviz"'''</ref> inicialmente chamada milícia de Évora, com o objetivo de defender Évora dos Mouros.
O nome dele aparece numa doação régia, do castelo de Coruche e casas em Évora e Santarém de Abril 1176 a Ordem de Avis <ref>Ruy Pinto de Azevedo em Documentos Medievais portugueses</ref>. Depois dessa doação inicial, o seu nome é mencionado nos dois testamentos de D. Afonso I, como no de 1179: “E dei ao Mestre de Évora Gonçalo Viegas mil maravedis para gastar em utilidade e defesa da cidade quando for necessário”. No testamento de Abril de 1181 D. Afonso I lega “ao Mestre Gonçalo Viegas e seus irmãos que demoram em Évora 3 000 Maravedis e quaisquer animais que possuir, e quantos mouros de Santarém eu aí tiver e os que tiver em Lisboa."<ref>transcrição do testamento pelo Prof. Doutor Amadeu Torres.</ref>. Em Janeiro de 1187 e em 1193 desta vez Sancho I, doa ao mestre
O nome dele aparece numa doação régia, do castelo de Coruche e casas em Évora e Santarém de Abril 1176 a Ordem de Avis <ref>Ruy Pinto de Azevedo em Documentos Medievais portugueses</ref>. Depois dessa doação inicial, o seu nome é mencionado nos dois testamentos de D. Afonso I, como no de 1179: “E dei ao Mestre de Évora Gonçalo Viegas mil maravedis para gastar em utilidade e defesa da cidade quando for necessário”. No testamento de Abril de 1181 D. Afonso I lega “ao Mestre Gonçalo Viegas e seus irmãos que demoram em Évora 3 000 Maravedis e quaisquer animais que possuir, e quantos mouros de Santarém eu aí tiver e os que tiver em Lisboa."<ref>transcrição do testamento pelo Prof. Doutor Amadeu Torres.</ref>. Em Janeiro de 1187 e em 1193 desta vez Sancho I, doa ao mestre
Gonçalo Viegas outros bens como os castelos Alcanede, Juromenha, Mafra ...<ref>Miguel Oliveira em Lusitânia Sacra p. 55</ref>
Gonçalo Viegas outros bens como os castelos Alcanede, Juromenha, Mafra ...<ref>Miguel Oliveira em Lusitânia Sacra p. 55</ref>

Revisão das 12h56min de 5 de agosto de 2017


Gonçalo Viegas de Lanhoso
Gonçalo Viegas
Cruz da Ordem de Avis
Nome completo Gonçalo Viegas de Lanhoso
Nascimento
Ponte (Vila Verde)
Morte 1195
Alarcos Espanha
Nacionalidade Portugal Portugal
Ocupação Cavaleiro, Freire, Grão Mestre de Avis.

Gonçalo Viegas de Lanhoso (? — 18 de Julho de 1195) Herói esquecido, foi um nobre cavaleiro português, e primeiro grão mestre da Ordem de São Bento de Avis.

Biografia

Gonçalo Viegas (ou Egas), é o mais novo dos filhos de Egas Fafias [1], e embora seja conhecido com Viegas de Lanhoso (a linhagem paternal sendo de Lanhoso), nasceu no concelho de Vila Verde, baixo Minho, em Ponte São Vicente na quinta do Lameiro, (também conhecida mais tarde, como quinta de Sequeiros). A sua família sendo próxima do falecido Henrique de Borgonha conde de Portugal, ele torne-se um homem de confiança do filho, D. Afonso Henriques e será, pelo menos em 1171 alcaide de Lisboa (comandante militar da praça de Lisboa). Depois, Fronteiro da Estremadura (governador militar da Estremadura), onde em setembro de 1173, como representante do Rei e na ausência dele, terá um papel conciliador no conflito durante a transladação das relíquias de São Vicente, (uns queriam que ele fosse sepultado na Sé e outros na Igreja homónima), ele é citado na Miracula de Mestre Estêvão [2] que relata esse evento:

  “A verdade é que quando, ao romper da manhã, a ocorrência de tal facto tão excelso se tornou conhecida da cidade, acorrem os homens, uns desarmados mas outros armados. Estes sustentam, em modos violentos, que o corpo do santo deve ser levado para o mosteiro de uns religiosos situados fora da cidade e aí deposto, os outros, mais ponderadamente, contrapõem que ele deve ser levado para a catedral. E então que, por seu lado, Gonçalo Egas , a quem por aquele tempo o rei acima referido pusera à frente do exército da Estremadura, homem indiscutivelmente valoroso e prudente , dá ordem para se pôr termo a ameaças e discussões e se esperar pela decisão do rei sobre assunto de tamanha importância ”.

Em 1175 ele é mordomo da Infanta infanta D. Teresa [3] Enfim de 1175-1176 até 1195 ele é nomeado primeiro grão mestre da Ordem de São Bento de Avis, [4] inicialmente chamada milícia de Évora, com o objetivo de defender Évora dos Mouros. O nome dele aparece numa doação régia, do castelo de Coruche e casas em Évora e Santarém de Abril 1176 a Ordem de Avis [5]. Depois dessa doação inicial, o seu nome é mencionado nos dois testamentos de D. Afonso I, como no de 1179: “E dei ao Mestre de Évora Gonçalo Viegas mil maravedis para gastar em utilidade e defesa da cidade quando for necessário”. No testamento de Abril de 1181 D. Afonso I lega “ao Mestre Gonçalo Viegas e seus irmãos que demoram em Évora 3 000 Maravedis e quaisquer animais que possuir, e quantos mouros de Santarém eu aí tiver e os que tiver em Lisboa."[6]. Em Janeiro de 1187 e em 1193 desta vez Sancho I, doa ao mestre Gonçalo Viegas outros bens como os castelos Alcanede, Juromenha, Mafra ...[7] Gonçalo acaba sua vida heroica, morrendo com muitos dos seus freires de São Bento na batalha de Alarcos (Espanha) em 18 de Julho de 1195, contra os Mouros.

Brasão de Gonçalo Viegas

Ainda é bom referir, que o paço da quinta paternal, em Ponte São Vicente, serviu de sede a mais antiga comenda da Ordem de Avis de 1187 [8] [9], pouco tempo depois da criação dessa ordem, até 1410 [10], prova que houve um grande empenho por parte de toda a família dos Fafias na criação da ordem militar de Avis.

Relações familiares

Foi filho de Egas Fafes de Lanhoso filho de fafes Lux de Lanhoso e de D. Urraca Mendes de Sousa, filha de D. Mem Viegas de Sousa . Não teve filhos.

Referências

  1. Nobiliário da Famílias de Portugal, Felgueiras Gayo Vol. IX Teixeiras
  2. Miracula de S. Vicentii de Mestre Estêvão, chantre da catedral de Lisboa, Legendário alcobacense (Lisboa, B . N . , Ale. 420) publicado por Fr. ANTÓNIO BRANDÃO, em Monarquia Lusitana, 3.º parte, Lisboa, 1632, fls. 296-300 ou Portugaliae Monumenta Histórica, Scriptores, vol. I, fase. I, Lisboa, 1856, p p . 96-101.
  3. José Mattoso, Ricos-homens..., pp. 232-235.
  4. Miguel Gomes Martins: em, A arte da Guerra em Portugal 1245 a 1367  p.175 ou Maria Cristina Almeida e Cunha, em Estudos sobre a Ordem de Avis (Séc. XII-XV) 2009, Faculdade de Letras Porto p.40., História de Portugal, direção de José Matoso, Monaquia Feudal 2 p. 79, 1993. Ou enfim Livro velho das linhagens de Portugal, em Provas da história geneaógica da casa real portuguesa Tome I de D. António Caetano de Sousa Coimbra 1946 p 197 "D. Gonçalo Viegas o primeiro Mestre q ouve em Aviz"
  5. Ruy Pinto de Azevedo em Documentos Medievais portugueses
  6. transcrição do testamento pelo Prof. Doutor Amadeu Torres.
  7. Miguel Oliveira em Lusitânia Sacra p. 55
  8. bula papal de Gregório VIII, Quo­ties a nobis petítur, de 4 de Novembro de 1187, confirmada pela bula de 1201, Maio 17, Latrão – Bula Religiosam vitam, de Inocêncio III:” Specialiter autem possessiones quas habetis in Elbora, Culuchi, Benevente, Sanctaren, Ulixbona, Mafara, Alcanede, Alpedriz, Hooriz...” E pela bula de 1214, Maio 20, Roma – também de Inocêncio III, Quotiens a nobis: “Innocentius episcopus servus servorum Dei. Dilectis magistro et fratribus de Calatrava tam presentibus quam futuris secundum Ordinem Cisterciensium fratrum viventibus, in perpetuum. Quotiens a nobis petitur ............................................................ ......................................... In Portugal in civitate quae vocatur Elbore duos alcazares vetus et novum cum omni haereditate regia et hospitale quod in eadem civitate cum capella Sancti Michaelis ad suscipiendos pauperes, peregrinos, orphanos et captivos evadentes servitutem sarracenicam construxistis cum omnibus pertinentiis suis. Castellum de Culuchio cum pertinentiis suis. Domus de Sanctaren cum hereditate regia de Ortalaguna cum pertinentiis suis. Benamisi cum pertinentiis suis. Juromenia, Albofeira, Cazorobotom, Oriz cum pertinentiis suis...” PORTUGALIAE MONUMENTA MISERICORDIARUM vol. 2 do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, União das Misericórdias Portuguesas, 2003 p.28 BULARIO de la Ordem Militar de Calatrava. Reprodução fac-similada da ed. de Madrid (1761). Barcelona: [s.n.], 1981, p. 36 e p. 42.
  9. blog pontesaovicente.blogspot.pt
  10. Maria Cristina Almeida Cunha em, A Comemda de Oriz da Ordem de Avis, em Bracara Augusta vol. XL Braga.