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Deep Purple (1980): diferenças entre revisões

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Rod Evans, bem como os responsáveis pelo golpe, foi processado pelo indevido uso do nome. De todos os envolvidos, Rod foi o mais prejudicado, sendo condenado a pagar 672.000 dólares pelos danos causados (([https://www.minneapolisfed.org/about-us/monetary-policy/inflation-calculator/consumer-price-index-1800- US$2.085.208] em valores de 2019). Por não ter como pagar esta quantia, foi penalizado com a perda dos royalties de todos os álbuns e singles da primeira formação (Mark I) do [[Deep Purple]], nos quais havia participado. Isso praticamente encerrou a carreira dele como músico, já que qualquer dinheiro que futuramente ganhasse teria que ser pago no processo, e desde então não recebe mais royalties pelo seu trabalho com o Deep Purple.
Rod Evans, bem como os responsáveis pelo golpe, foi processado pelo indevido uso do nome. De todos os envolvidos, Rod foi o mais prejudicado, sendo condenado a pagar 672.000 dólares pelos danos causados (([https://www.minneapolisfed.org/about-us/monetary-policy/inflation-calculator/consumer-price-index-1800- US$2.085.208] em valores de 2019). Por não ter como pagar esta quantia, foi penalizado com a perda dos royalties de todos os álbuns e singles da primeira formação (Mark I) do [[Deep Purple]], nos quais havia participado. Isso praticamente encerrou a carreira dele como músico, já que qualquer dinheiro que futuramente ganhasse se apresentado teria que ser pago no processo, e desde então não recebe mais royalties pelo seu trabalho com o Deep Purple.


Tanto [[Ian Paice]] quanto [[Jon Lord]] deixaram claro que o processo não foi pelo dinheiro, mas para salvar o bom nome do Deep Purple. ''Paice declarou: Nós não ficamos com o dinheiro, foi tudo para os advogados envolvidos no processo. Mas a única chance de fazer aquela banda parar foi processando Rod''. Lord reconheceu que não gostou de ter que testemunhar contra Rod no tribunal, e o culpou por "ser bobo".
Tanto [[Ian Paice]] quanto [[Jon Lord]] deixaram claro que o processo não foi pelo dinheiro, mas para salvar o bom nome do Deep Purple. ''Paice declarou: Nós não ficamos com o dinheiro, foi tudo para os advogados envolvidos no processo. Mas a única chance de fazer aquela banda parar foi processando Rod''. Lord reconheceu que não gostou de ter que testemunhar contra Rod no tribunal, e o culpou por "ser bobo".

Revisão das 16h54min de 19 de março de 2020

O Deep Purple de 1980, também conhecido como "New Deep Purple" ou ainda "Bogus Deep Purple", foi uma farsa criada no ano de 1980. O principal envolvido foi o ex-vocalista e um dos fundadores do Deep Purple original, Rod Evans.

História

Em 1980, 11 anos após ter sido despedido do Deep Purple e sendo substituído por Ian Gillan, o ex-vocalista Rod Evans foi procurado por Steve Green, empresário americano dono da empresa Advent Talent Associates.

A empresa de Green era especializada em falcatruas envolvendo nomes de bandas famosas que já haviam acabado, reunindo um ou dois ex-integrantes com outros músicos desconhecidos, algumas vezes colocando o prefixo "New" (em português, novo) à frente do nome da banda. Um dos casos era o "New Steppenwolf", cujos únicos integrantes que realmente haviam passado pela banda eram o baterista Dick Jurgens e o guitarrista Tony Flynn.

Green pensava em reunir novamente o Deep Purple, banda que havia se separado quatro anos antes, e cuja volta trazia muita especulação na imprensa da época. Vários ex-membros do Deep Purple foram procurados por Green, entretanto apenas Rod Evans aceitou a reunião. O ex-baixista Nick Simper, que tocou com Rod Evans na formação original do Deep Purple, recusou, assim como todos os demais ex-membros da banda. Não apenas por já estarem envolvidos com outros projetos (Ian Gillan com sua carreira solo, Ritchie Blackmore com o Rainbow e David Coverdale com o Whitesnake), mas também porque dificilmente participariam daquela falcatrua.

Resolveram então criar um "novo Deep Purple", tendo Evans à frente da banda, Flynn na guitarra e Jurgens na bateria. Os outros músicos, totalmente desconhecidos, eram o baixista Tom de Rivera e o tecladista Geoff Emery. Sem se importarem com o fato da marca Deep Purple já ser registrada internacionalmente e confiando mesmo no embuste, os autores do golpe registraram no escritório de patentes na California a marca Deep Purple, e a banda fez seus primeiros ensaios no Amarillo Civic Center, Texas. Começaram inclusive uma turnê nos EUA e no México, agendando datas e estampando escandalosamente o nome Deep Purple nos cartazes dos shows, sem o "new". [1].

Disco

O New Deep Purple tinha também intenção de gravar um disco, que seria lançado em novembro de 1980. As únicas faixas conhecidas seriam "Blood Blister" and "Brum Doogie", mas as fitas se perderam.[2]

Shows

Antes de serem processados pelo empresário do verdadeiro Deep Purple, a banda conseguiu realizar apenas 11 shows nos EUA e no México entre maio e setembro de 1980, todos com baixa audiência e que terminaram em tumulto e quebra-quebra. Não apenas por não serem o Deep Purple, mas também por tocarem muito mal.

Durante um show no dia 12 de agosto de 1980 em Quebec, Canadá, a banda começou a tocar Might Just Take Your Life quando Evans anunciou: essa é uma do nosso álbum Burn. A plateia começou a vaiar e a jogar objetos no palco. Ao final da canção, o microfone de Rod pifou. A banda começou a tocar Wring That Neck, uma canção instrumental, para que o microfone fosse arrumado. A plateia, impaciente, vaiava cada vez mais alto. Rod voltou anunciando Space Truckin, quando uma pessoa que estava no balcão do Capitol Theatre jogou de lá uma cadeira, que caiu perto da bateria. Rod deixou o palco. A banda tentava terminar a canção sem os vocais quando outra cadeira foi jogada, desta vez atingindo a bateria. A plateia aplaudiu fortemente o acontecido. A banda deixou o palco. Após um momento, Tony Flynn retornou, pegou o microfone e gritou: quem quiser ver o verdadeiro Deep Purple está convidado a ficar. O resto de vocês, vão se f..., causando revolta na plateia que continuava vaiando e jogando mais objetos. Tony sai do palco e não volta, assim como o restante da banda.

Um cartaz anunciando um show em Long Beach em 19 de agosto de 1980 constava Deep Purple featuring Rod Evans, mostrando que ele seria o único integrante da banda que estaria presente. Logo abaixo, um aviso advertia que Ritchie Blackmore, David Coverdale, Ian Gillan, Roger Glover, Glenn Hughes (grafado incorretamente com apenas um n), Jon Lord e Ian Paice não tocariam naquele show. Na Cidade do México, em 28 de junho de 1980, um estádio de rugby onde ocorreu um show teve as portas e os gols quebrados. Em outro show em Somersett (Massachusetts), parte das 300 pessoas presentes na plateia tentou agredir os integrantes da banda.

Há notícias de um show no qual os instrumentistas que haviam tocado no falso Steppenwolf (organizado pelo mesmo empresário alguns anos antes) abriram para o "New Deep Purple", usando exatamente a mesma banda de apoio.

O único registro conhecido do New Deep Purple é um vídeo gravado por um canal de TV do México, no qual aparecem tocando Smoke on the Water.

Processo

Rod Evans, bem como os responsáveis pelo golpe, foi processado pelo indevido uso do nome. De todos os envolvidos, Rod foi o mais prejudicado, sendo condenado a pagar 672.000 dólares pelos danos causados ((US$2.085.208 em valores de 2019). Por não ter como pagar esta quantia, foi penalizado com a perda dos royalties de todos os álbuns e singles da primeira formação (Mark I) do Deep Purple, nos quais havia participado. Isso praticamente encerrou a carreira dele como músico, já que qualquer dinheiro que futuramente ganhasse se apresentado teria que ser pago no processo, e desde então não recebe mais royalties pelo seu trabalho com o Deep Purple.

Tanto Ian Paice quanto Jon Lord deixaram claro que o processo não foi pelo dinheiro, mas para salvar o bom nome do Deep Purple. Paice declarou: Nós não ficamos com o dinheiro, foi tudo para os advogados envolvidos no processo. Mas a única chance de fazer aquela banda parar foi processando Rod. Lord reconheceu que não gostou de ter que testemunhar contra Rod no tribunal, e o culpou por "ser bobo".

Também há notícias de que os "New Deep Purple", principais responsáveis pelos tumultos e destruição, foram obrigados a indenizar as casas de espetáculos onde ocorreram os shows.

O verdadeiro Deep Purple, com sua formação clássica (Ian Gillan, Roger Glover, Ritchie Blackmore, Jon Lord e Ian Paice) reuniu-se apenas em 1984, quando lançou o álbum Perfect Strangers.

Ligações externas

Referências

  1. [1]
  2. «Cópia arquivada». Consultado em 21 de fevereiro de 2013. Arquivado do original em 10 de julho de 2015