Pedro Afonso de Portugal: diferenças entre revisões

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== Carreira militar ==
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Sob o comando de [[D. Sancho I]], participou na [[História_de_Silves#Reconquista|reconquista a cidade de Silves]], no âmbito da batalha de 1189, com o auxílio de mercenários vindos do Norte da Europa.<ref name=":0">{{citar livro|título=Nova Enciclopédia Larousse vol. 1|ultimo=Bigotte de Carvalho|primeiro=Maria Irene|editora=Círculo de Leitores|ano=1997|local=Lisboa|página=133|páginas=314|isbn=972-42-1477-X|oclc=959016748}}</ref><ref name="Saraiva44">SARAIVA e BARROS, 1986:44-46</ref>
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A batalha de 1189 e a subsequente retomada de Silves por parte das forças maometanas foi descrita pelo historiador islâmico [[:en:Abdelwahid al-Marrakushi|Abdelwahid al-Marrakushi]] na sua obra ''História dos Almóadas'', cujo relato foi traduzido por [[David Lopes]] como<ref name="ArquePort1895">{{citar web|authorlink=David Lopes|url=http://www.patrimoniocultural.gov.pt/static/data/publicacoes/o_arqueologo_portugues/serie_1/volume_1/cousas_arabico_portuguesas.pdf|titulo=Cousas arabico-portuguesas|acessodata=14 de Junho de 2020|jornal=O Arqueólogo Português|publicado=Museu Ethnographico Português|autor=LOPES, David|ano=1895|local=Lisboa|pagina=273-279|via=Direcção Geral do Património Cultural|volume=Série I|número=Volume I}}</ref>:
A batalha de 1189 e a subsequente retomada de Silves por parte das forças maometanas foi descrita pelo historiador islâmico [[:en:Abdelwahid al-Marrakushi|Abdelwahid al-Marrakushi]] na sua obra ''História dos Almóadas'', cujo relato foi traduzido por [[David Lopes]] como<ref name="ArquePort1895">{{citar web|authorlink=David Lopes|url=http://www.patrimoniocultural.gov.pt/static/data/publicacoes/o_arqueologo_portugues/serie_1/volume_1/cousas_arabico_portuguesas.pdf|titulo=Cousas arabico-portuguesas|acessodata=14 de Junho de 2020|jornal=O Arqueólogo Português|publicado=Museu Ethnographico Português|autor=LOPES, David|ano=1895|local=Lisboa|pagina=273-279|via=Direcção Geral do Património Cultural|volume=Série I|número=Volume I}}</ref>:

Revisão das 11h34min de 27 de maio de 2023


Pedro Afonso de Portugal (c. 1130 –1165), meio-irmão de Afonso Henriques, foi um nobre e militar português, antes de entrar no mosteiro de Alcobaça.[1]

Recebeu da coroa terras nas margens do rio Zêzere e, por seu turno, doou as localidades de Arega, Figueiró e Pedrogão ao Mosteiro de Alcobaça.[1]

Carreira militar

Sob o comando de D. Sancho I, participou na reconquista da cidade de Silves, no âmbito da batalha de 1189, com o auxílio de mercenários vindos do Norte da Europa.[1][2]

A batalha de 1189 e a subsequente retomada de Silves por parte das forças maometanas foi descrita pelo historiador islâmico Abdelwahid al-Marrakushi na sua obra História dos Almóadas, cujo relato foi traduzido por David Lopes como[3]:

Posteriormente, D. Sancho I tornou Pedro Afonso alcaide de Seia, alferes-mor e seu testamenteiro.[1] Mais tarde ainda, já no reinado de D. Afonso II, no meio de contendas familiares, Pedro Afonso retira-se para a corte leonesa.[1]

Controvérsias biográficas

Ignora-se quase tudo a respeito de Pedro Afonso, embora haja um documento de 1162 (Estatutos da milícia de Évora), transcrito por Bernardo de Brito,[5] supostamente assinado por ele como “Petrus proles Regis par francorum Magister novae militiae”, Pedro filho de Rei, Par de França, Grão-Mestre da nova milícia (de Évora, futura Ordem de Avis). Ou seja, Pedro Afonso seria então filho bastardo de Afonso Henriques[1], teria sido reconhecido pelo rei de França como um dos seus melhores e mais bravo cavaleiro, (um dos doze Pares de França, na tradição de Carlos-Magno), e finalmente seria o primeiro Grão-Mestre da Ordem de São Bento de Avis.

Porem, o estudo desse documento, feito no séc. XIX pelo Cardeal Saraiva,[6] não deixa nenhuma dúvida de que esse documento, hoje desaparecido, se alguma vez existiu, era falso. As incongruências, são muitas, nomeadamente no que diz respeito a Pedro Afonso.

Porque, Pedro de Mariz,[7] diz dele, que ele é filho bastardo do Conde D. Henrique de Borgonha, por isso meio irmão de Afonso I, e não filho, e chama-lhe por isso D. Pedro Henriques, diz ainda, que «depois de muitas Cavallarias, que em ajuda de el-Rei seu irmão fez, entrou em a religião de S. Bernardo no mosteiro de Alcobaça, onde morreo e esta sepultado» ; e logo acrescenta, que «delle não dizem mais as historias, senão que na conquista de Santarém mostrara a excellencia da sua pessoa, e o esforço de seu animo». O próprio Bernardo de Brito nos Elogios dos Reis de Portugal[8] descreve D. Pedro Afonso, como filho bastardo do Conde D. Henrique, e diz também que ele foi cavaleiro em antes de seguir a vida monástica no mosteiro de Alcobaça.

Fica, então, bem claro que Pedro Afonso (Henriques) nunca foi Par de França,[9] e ainda menos primeiro Grão-Mestre da Ordem de Avis, tudo não passa dum mito inventado por Bernardo de Brito, por patriotismo, no tempo em que Portugal era dominado pela Espanha, para defender a superioridade e antiguidade da Ordem de Avis, em comparação a Ordem espanhola de Calatrava.

Ligações Familiares

Filho bastardo do Conde D. Henrique de Portugal, não deixou descendência.

Referências

  1. a b c d e f Bigotte de Carvalho, Maria Irene (1997). Nova Enciclopédia Larousse vol. 1. Lisboa: Círculo de Leitores. p. 133. 314 páginas. ISBN 972-42-1477-X. OCLC 959016748 
  2. SARAIVA e BARROS, 1986:44-46
  3. LOPES, David (1895). «Cousas arabico-portuguesas» (PDF). O Arqueólogo Português. Lisboa: Museu Ethnographico Português. p. 273-279. Consultado em 14 de Junho de 2020 – via Direcção Geral do Património Cultural 
  4. «Dicionário Online - Dicionário Caldas Aulete - Significado de frange». aulete.com.br. Consultado em 27 de maio de 2023 
  5. Bernardo de Brito na Chronica de Cister liv. V cap XI, de 1602
  6. Cardeal Saraiva, Memória sobre a instituição da Ordem Militar de Avis em Portugal em Obras completas do Cardeal Saraiva tome 3, 1884 pp 21-37
  7. Pedro de Mariz, Dialogo II, cap. 3°
  8. Bernardo de Brito, Elogio, I, edição de 1600, pag. 6,
  9. D. António Caetano de Sousa, História Genealógica da casa Real Portuguesa Tome 1, p 29: "Nesta conformidade não sey como o Padre Fr. Bernardo de Brito, sendo tão excellente profesor da Historia, se deixou persuadir da noticia de que D. Pedro Affonso tivesse sido creado Par de França."

Notas

  1. Apesar do substantivo «frange», alusivo aos franceses e usado amplamente no Médio Oriente, neste período histórico, para se referir a eles e aos povos cristãos em geral, por sinédoque, sabe-se pela historiografia moderna que as tropas mercenárias seriam vindas de vários territórios do Norte da Europa, abarcando flamengos, dinamarqueses, germânicos e ingleses

Bibliografia

  • Pedro de Mariz, Dialogo II.
  • Cardeal Saraiva, Memória sobre a instituição da Ordem Militar de Avis em Portugal em Obras completas do Cardeal Saraiva , 1884, tome 3.
  • António Caetano de Sousa, Provas da História Genealógica da casa Real Portuguesa Tome 1.
  • D. António Caetano de Sousa, História Genealógica da casa Real Portuguesa Tome 1, pp. 25-29
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