Octávio Lixa Filgueiras: diferenças entre revisões
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Estudou Arquitectura na [[Escola Superior de Belas-Artes do Porto]] (ESBAP), de 1942 a 1951 com várias interrupções por motivos de saúde, a que se seguiu o estágio, tendo a sua tese de fim de curso (CODA) ''Urbanismo, um Tema Rural'' obtido a classificação máxima (1954). A partir de 1950 integra a [[Organização dos Arquitectos Modernos]]. De 1955 a 1958 exerce as funções de Arquitecto no Gabinete de Estudos da Direcção do Norte dos Edifícios Nacionais, Ministério das Obras Públicas. Entre 1955 e 1957 é chefe da equipa da zona II do ''[[Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal]]'' e pertence à equipa CIAM/Porto. Docente da ESBAP a partir de 1958, obtém por concurso o lugar de Professor Efectivo em 1962 para o que publica "A Função Social do Arquitecto". No âmbito da disciplina de Arquitectura Analítica de que é regente promove a partir de 1961 os Inquéritos Urbanos. A partir de 1967 e até 1977 tem funções numa comissão sobre preservação do Património Arquitectónico e Urbanístico da [[Junta Nacional de Educação]]. Em 1971 é dispensado, a seu pedido, do serviço na ESBAP tendo ficado ligado ao [[Instituto de Alta Cultura]] e mais tarde à Secretaria de Estado da Cultura, em actividades relacionadas com o Património Cultural. Em 1981 fica destacado no Centro de História da Universidade do Porto (INIC). Com a criação da [[Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto]], em 1985, para ela transita com o restante corpo docente de Arquitectura da ESBAP, tendo passado à categoria de Professor Catedrático em 1989, lugar de que se aposenta em 1991. Membro da [[Academia Nacional de Belas-Artes]] desde 1989. |
Estudou Arquitectura na [[Escola Superior de Belas-Artes do Porto]] (ESBAP), de 1942 a 1951 com várias interrupções por motivos de saúde, a que se seguiu o estágio, tendo a sua tese de fim de curso (CODA) ''Urbanismo, um Tema Rural'' obtido a classificação máxima (1954). A partir de 1950 integra a [[Organização dos Arquitectos Modernos]]. De 1955 a 1958 exerce as funções de Arquitecto no Gabinete de Estudos da Direcção do Norte dos Edifícios Nacionais, Ministério das Obras Públicas. Entre 1955 e 1957 é chefe da equipa da zona II do ''[[Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal]]'' e pertence à equipa CIAM/Porto. Docente da ESBAP a partir de 1958, obtém por concurso o lugar de Professor Efectivo em 1962 para o que publica "A Função Social do Arquitecto". No âmbito da disciplina de Arquitectura Analítica de que é regente promove a partir de 1961 os Inquéritos Urbanos. A partir de 1967 e até 1977 tem funções numa comissão sobre preservação do Património Arquitectónico e Urbanístico da [[Junta Nacional de Educação]]. Em 1971 é dispensado, a seu pedido, do serviço na ESBAP tendo ficado ligado ao [[Instituto de Alta Cultura]] e mais tarde à Secretaria de Estado da Cultura, em actividades relacionadas com o Património Cultural. Em 1981 fica destacado no Centro de História da Universidade do Porto (INIC). Com a criação da [[Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto]], em 1985, para ela transita com o restante corpo docente de Arquitectura da ESBAP, tendo passado à categoria de Professor Catedrático em 1989, lugar de que se aposenta em 1991. Membro da [[Academia Nacional de Belas-Artes]] desde 1989.<!--<ref name="PVAlmACard"/> <ref name="AGarrido19"/> <ref name="MSousaTassoMeneresetal"/> <ref name="FIGuim"/>> |
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Durante a preparação da sua tese de fim de curso, realizou um extenso inquérito sobre a aldeia de Castelo de Paiva, na foz do Paiva ([[Fornos (Castelo de Paiva)]]), tendo tomado contacto com as técnicas tradicionais de construção de barcos da família do [[Barco Rabelo]], assunto pelo qual se interessou e que o levou, em 1956, a publicar o livro ''Rabões da Esquadra Negra'' em que descreve esse método de construção. A partir dessa data continuou a sua investigação nas áreas de Etnologia e Arqueologia Naval, tendo, como bolseiro da [[Fundação Calouste Gulbenkian]], elaborado um inquérito às embarcações tradicionais portuguesas (1961-1962), o qual continuou até aos anos 90. Em 1963 inicia a sua colaboração com o [[Museu de Marinha]], sendo membro fundador do Grupo de Estudos da História Marítima (1964), depois [[Academia de Marinha]]. Em 1976 integra o Grupo de Trabalho para a Defesa do Património Arqueológico Sub-Aquático, sendo depois vogal da Comissão para o Estudo e Aproveitamento do Leito do Mar. Representou a Marinha na reunião de Paris organizada pelo [[Conselho da Europa]] para estudo da defesa do Património Cultural Sub-Aquático, sendo o delegado português no Grupo de Trabalho que em Estrasburgo, de 1980 a 1985, elaborou a proposta de Convenção Europeia para a Defesa do Património Cultural Sub-Aquático. É considerado o mentor da arqueologia subaquática em Portugal. O seu trabalho na área da Etnologia Naval foi considerado fundamental para o rigor da história e cultura da Póvoa de Varzim, comunidade que estudou aprofundadamente, participando na organização da Mostra de Siglas Poveiras (1979), mostra destacada na Europa em 1980, e apoiando a reconstrução da Lancha Poveira; sobre esta comunidade escreveu várias obras. |
Durante a preparação da sua tese de fim de curso, realizou um extenso inquérito sobre a aldeia de Castelo de Paiva, na foz do Paiva ([[Fornos (Castelo de Paiva)]]), tendo tomado contacto com as técnicas tradicionais de construção de barcos da família do [[Barco Rabelo]], assunto pelo qual se interessou e que o levou, em 1956, a publicar o livro ''Rabões da Esquadra Negra'' em que descreve esse método de construção. A partir dessa data continuou a sua investigação nas áreas de Etnologia e Arqueologia Naval<!--<ref name="TSoeiro23"/>>, tendo, como bolseiro da [[Fundação Calouste Gulbenkian]], elaborado um inquérito às embarcações tradicionais portuguesas (1961-1962), o qual continuou até aos anos 90. Em 1963 inicia a sua colaboração com o [[Museu de Marinha]], sendo membro fundador do Grupo de Estudos da História Marítima (1964), depois [[Academia de Marinha]]. Em 1976 integra o Grupo de Trabalho para a Defesa do Património Arqueológico Sub-Aquático, sendo depois vogal da Comissão para o Estudo e Aproveitamento do Leito do Mar. Representou a Marinha na reunião de Paris organizada pelo [[Conselho da Europa]] para estudo da defesa do Património Cultural Sub-Aquático, sendo o delegado português no Grupo de Trabalho que em Estrasburgo, de 1980 a 1985, elaborou a proposta de Convenção Europeia para a Defesa do Património Cultural Sub-Aquático. É considerado o mentor da arqueologia subaquática em Portugal. O seu trabalho na área da Etnologia Naval foi considerado fundamental para o rigor da história e cultura da Póvoa de Varzim, comunidade que estudou aprofundadamente, participando na organização da Mostra de Siglas Poveiras (1979), mostra destacada na Europa em 1980, e apoiando a reconstrução da Lancha Poveira; sobre esta comunidade escreveu várias obras.<!--<ref name="AGarrido09"/><ref name="AGarrido19"/>> |
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No âmbito dos seus inquéritos sobre Arquitectura e Urbanismo e sobre Etnologia e Arqueologia Naval, e também das suas actividades relacionadas com o Património Cultural, teve uma produção fotográfica extensa, que tem um valor documental apreciável. |
No âmbito dos seus inquéritos sobre Arquitectura e Urbanismo e sobre Etnologia e Arqueologia Naval, e também das suas actividades relacionadas com o Património Cultural, teve uma produção fotográfica extensa, que tem um valor documental apreciável.<!--<ref name="TSoeiro10"/>> |
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Revisão das 18h53min de 23 de fevereiro de 2024
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Octávio Lixa Filgueiras (Nevogilde, Porto[1], 16 de Agosto de 1922 - Porto, 11 de Março de 1996) foi um arquitecto português que se destacou nas áreas da arquitectura, património cultural, arqueologia e etnologia naval.
Vida e Obra
Estudou Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes do Porto (ESBAP), de 1942 a 1951 com várias interrupções por motivos de saúde, a que se seguiu o estágio, tendo a sua tese de fim de curso (CODA) Urbanismo, um Tema Rural obtido a classificação máxima (1954). A partir de 1950 integra a Organização dos Arquitectos Modernos. De 1955 a 1958 exerce as funções de Arquitecto no Gabinete de Estudos da Direcção do Norte dos Edifícios Nacionais, Ministério das Obras Públicas. Entre 1955 e 1957 é chefe da equipa da zona II do Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal e pertence à equipa CIAM/Porto. Docente da ESBAP a partir de 1958, obtém por concurso o lugar de Professor Efectivo em 1962 para o que publica "A Função Social do Arquitecto". No âmbito da disciplina de Arquitectura Analítica de que é regente promove a partir de 1961 os Inquéritos Urbanos. A partir de 1967 e até 1977 tem funções numa comissão sobre preservação do Património Arquitectónico e Urbanístico da Junta Nacional de Educação. Em 1971 é dispensado, a seu pedido, do serviço na ESBAP tendo ficado ligado ao Instituto de Alta Cultura e mais tarde à Secretaria de Estado da Cultura, em actividades relacionadas com o Património Cultural. Em 1981 fica destacado no Centro de História da Universidade do Porto (INIC). Com a criação da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, em 1985, para ela transita com o restante corpo docente de Arquitectura da ESBAP, tendo passado à categoria de Professor Catedrático em 1989, lugar de que se aposenta em 1991. Membro da Academia Nacional de Belas-Artes desde 1989.
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