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'''Dublinenses''' (''Dubliners'') é um livro de [[James Joyce]], escrito a partir de [[1907]] e publicado em [[1914]]. Consiste em quinze [[conto]]s enfocando diversos aspectos da vida da [[Dublin|cidade]] e seus habitantes. Ênfase especial é dada a experiências de infância, relacionamentos conjugais e ''epifanias'' - súbitas descobertas da '''alma''' de alguma coisa. O conto mais conhecido chama-se ''The Dead''. <ref> Bloom, Harold. James Joyce's Dubliners. New York: Chelsea House, 1988. </ref>
'''Dublinenses''' (''Dubliners'') é um livro de [[James Joyce]], escrito a partir de [[1904]] e publicado em [[1914]]. Consiste em quinze [[conto]]s enfocando diversos aspectos da vida da [[Dublin|cidade]] e seus habitantes. Ênfase especial é dada a experiências de infância, relacionamentos conjugais e ''epifanias'' - súbitas descobertas da '''alma''' de alguma coisa. O conto mais conhecido chama-se ''The Dead''. <ref> Bloom, Harold. James Joyce's Dubliners. New York: Chelsea House, 1988. </ref>


== Publicação ==
== Publicação ==
[[Ficheiro:James_Joyce_by_Alex_Ehrenzweig%2C_1915_cropped.jpg|thumb|left| O escritor [[James Joyce]] em [[1915]].]]
[[Ficheiro:James_Joyce_by_Alex_Ehrenzweig%2C_1915_cropped.jpg|thumb|left| O escritor [[James Joyce]] em [[1915]].]]


[[James Joyce]] começou a escrever os contos que compõem os ''Dlubinenses'' entre 1903 e 1904, enquanto trabalhava também as primeiras versões de ''Um retrato do artista quando jovem'', que seriam publicadas numa revista mensal irlandesa, ''Dana''. Em junho de 1904, Joyce conheceu quem seria sua futura esposa, Nora Barnacle, com quem deixou a [[Irlanda]] para se instalar na Europa Continental. Em 1905, Joyce e Nora se mudaram para Trieste, no norte da [[Itália]], onde escrevia as primeiras versões dos contos.
[[James Joyce]] começou a escrever os contos que compõem os ''Dlubinenses'' entre 1903 e 1904, enquanto trabalhava também as primeiras versões de ''Um retrato do artista quando jovem'', que seriam publicadas numa revista mensal irlandesa, ''Dana''. Em junho de 1904, Joyce conheceu quem seria sua futura esposa, Nora Barnacle, com quem deixou a [[Irlanda]] para se instalar na Europa Continental. Em 1905, Joyce e Nora se mudaram para Trieste, no norte da [[Itália]], onde o autor escrevia as primeiras versões dos contos.


Em outubro do mesmo ano, Joyce havia completado um conjunto de doze contos que se chamariam os dublinenses, e apresentou-os a várias editoras, que recusaram publicá-los. Joyce também apresentou sua coletânea para a editora londrina de Grant Richards, que embora tenha considerado o livro bom, pensou que não faria sucesso no mercado uma vez que tratava da Irlanda. Em 20 de fevereiro de 1906, contudo, Joyce e Richards fizeram um acordo, com Joyce acrescentando uma décima terceira história à coletânea (''Two Gallants''). Esse último conto, contudo, foi considerado demasiado obsceno pelos editores, que pediram que Joyce fizesse algumas alterações em ''Two Gallants'', assim como em ''Counterparts'', se possivel suprimindo ''An Encounter''. Joyce defendeu sua liberdade artística de expressão em negociações posteriores, mas não conseguiu convencer Richards, que lhe enviou as provas de volta no dia 26 de outubro, alegando que seria melhor para a reputação de ambos não publicá-las.<ref>{{Citar web |url=http://books.google.com.br/books?id=-f0IAQAAIAAJ&q=dublinenses+contos&dq=dublinenses+contos&hl=pt-BR&ei=tmWuTbHUJ4Hu0gGmodmxCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CDEQ6AEwAg|título= Joyce, o Romance como forma: ensaio| língua= |autor= Assis Brasil |data= |acessodata=}}</ref>.
Em outubro do mesmo ano, Joyce havia completado um conjunto de doze contos que se chamariam os dublinenses, e apresentou-os a várias editoras, que recusaram publicá-los. Joyce também apresentou sua coletânea para a editora londrina de Grant Richards, que embora tenha considerado o livro bom, pensou que não faria sucesso no mercado uma vez que tratava da Irlanda. Em 20 de fevereiro de 1906, contudo, Joyce e Richards fizeram um acordo, com Joyce acrescentando uma décima terceira história à coletânea (''Two Gallants''). Esse último conto, contudo, foi considerado demasiado obsceno pelos editores, que pediram que Joyce fizesse algumas alterações em ''Two Gallants'', assim como em ''Counterparts'', se possivel suprimindo ''An Encounter''. Joyce defendeu sua liberdade artística de expressão em negociações posteriores, mas não conseguiu convencer Richards, que lhe enviou as provas de volta no dia 26 de outubro, alegando que seria melhor para a reputação de ambos não publicá-las.<ref>{{Citar web |url=http://books.google.com.br/books?id=-f0IAQAAIAAJ&q=dublinenses+contos&dq=dublinenses+contos&hl=pt-BR&ei=tmWuTbHUJ4Hu0gGmodmxCw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CDEQ6AEwAg|título= Joyce, o Romance como forma: ensaio| língua= |autor= Assis Brasil |data= |acessodata=}}</ref>.

Revisão das 05h22min de 20 de abril de 2011

Dublinenses (Dubliners) é um livro de James Joyce, escrito a partir de 1904 e publicado em 1914. Consiste em quinze contos enfocando diversos aspectos da vida da cidade e seus habitantes. Ênfase especial é dada a experiências de infância, relacionamentos conjugais e epifanias - súbitas descobertas da alma de alguma coisa. O conto mais conhecido chama-se The Dead. [1]

Publicação

O escritor James Joyce em 1915.

James Joyce começou a escrever os contos que compõem os Dlubinenses entre 1903 e 1904, enquanto trabalhava também as primeiras versões de Um retrato do artista quando jovem, que seriam publicadas numa revista mensal irlandesa, Dana. Em junho de 1904, Joyce conheceu quem seria sua futura esposa, Nora Barnacle, com quem deixou a Irlanda para se instalar na Europa Continental. Em 1905, Joyce e Nora se mudaram para Trieste, no norte da Itália, onde o autor escrevia as primeiras versões dos contos.

Em outubro do mesmo ano, Joyce havia completado um conjunto de doze contos que se chamariam os dublinenses, e apresentou-os a várias editoras, que recusaram publicá-los. Joyce também apresentou sua coletânea para a editora londrina de Grant Richards, que embora tenha considerado o livro bom, pensou que não faria sucesso no mercado uma vez que tratava da Irlanda. Em 20 de fevereiro de 1906, contudo, Joyce e Richards fizeram um acordo, com Joyce acrescentando uma décima terceira história à coletânea (Two Gallants). Esse último conto, contudo, foi considerado demasiado obsceno pelos editores, que pediram que Joyce fizesse algumas alterações em Two Gallants, assim como em Counterparts, se possivel suprimindo An Encounter. Joyce defendeu sua liberdade artística de expressão em negociações posteriores, mas não conseguiu convencer Richards, que lhe enviou as provas de volta no dia 26 de outubro, alegando que seria melhor para a reputação de ambos não publicá-las.[2].

Em 1909, Joyce tentou publicar seu livro junto a uma editora irlandesa especializada na publicação de novos textos irlandenses. Um dos diretores da firma, contudo, achou as menções a Eduardo VII em um dos contos preocupante, levando as negociações a um impasse que culminou, em 1911, com Joyce publicando uma carta à imprensa irlandesa na qual expunha suas dificuldades para imprimir os dublinenses. Em setembro de 1912, os editores irlandeses se recusaram terminantemente a publicar a obra de Joyce, com medo de sofrerem represálias pelo conteúdo dos contos.

As negociações com Richards foram retomadas em 1914, quando Joyce, tendo cuidadosamente considerado as possibilidades de ação legal contra a editora, aceitou realizar algumas alterações no texto dos Dublinenses. Além disso, acabou adicionando novos contos à coletânea. O livro foi finalmente publicado em 15 de junho de 1914, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, tendo sido recebido por um completo silêncio por parte da crítica e do público. [3]


Contos

  • As Irmãs (The Sisters).
  • Um encontro (An Encounter).
  • Arábia (Araby).
  • Eveline.
  • Após a corrida (After the Race).
  • Dois galantes (Two Gallants).
  • A pensão (The Boarding House).
  • Uma pequena nuvem (A Little Cloud).
  • Contrapartida (Counterparts).
  • Argila (Clay).
  • Um caso doloroso (A Painful Case).
  • Dia de Hera na lapela (Ivy Day in the Committee Room).
  • Mãe (A Mother).
  • Graça (Grace).
  • Os mortos (The Dead).[4].

Referências

  1. Bloom, Harold. James Joyce's Dubliners. New York: Chelsea House, 1988.
  2. Assis Brasil. «Joyce, o Romance como forma: ensaio» 
  3. Ellmann, Richard. James Joyce. Oxford University Press, 1959, revised edition 1983.
  4. James Joyce. «Dublinenses» 

Ligações externas