Lide (jornalismo): diferenças entre revisões

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O [https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/80216 lide] deve ser objetivo e direto, evitando a subjetividade, e pautar mais pela exatidão, linguagem clara e simples. O leitor ganha interesse pela notícia quando o lide é bem elaborado e coerente.
O [https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/80216 lide] deve ser objetivo e direto, evitando a subjetividade, e pautar mais pela exatidão, linguagem clara e simples. O leitor ganha interesse pela notícia quando o lide é bem elaborado e coerente.


Foi introduzido no Brasil no jornal Diario Carioca em meados da decada 50 por [[Danton Jobim]], baseado no modelo norte americano<ref>{{Citar periódico|ultimo=Lage|primeiro=Nilson Lemos|ultimo2=Faria|primeiro2=Tales|ultimo3=Rodrigues|primeiro3=Sérgio|data=2004-01-01|titulo=Diário Carioca: o primeiro degrau para a modernidade|url=https://periodicos.ufsc.br/index.php/jornalismo/article/view/2195|jornal=Estudos em Jornalismo e Mídia|lingua=pt|volume=1|numero=1|paginas=132–144|doi=10.5007/%x|issn=1984-6924}}</ref>.
Foi introduzido no Brasil no jornal Diario Carioca em meados da decada 50 por Danton Jobim, baseado no modelo norte americano.


== História ==
== História ==

Revisão das 03h42min de 21 de maio de 2018

Em jornalismo, o lide (em inglês: lead é a primeira parte de uma notícia. Geralmente o primeiro parágrafo posto em destaque, que fornece ao leitor informação básica sobre o conteúdo.[1][2][3] A expressão inglesa lead tem, entre outras, a tradução de “primeiro”, “guia” ou “(o que vem) à frente”.

O lide é um elemento fundamental para a funcionalidade do texto jornalístico, que expressa a função das linhas iniciais de uma matéria, no intuito de atrair e conduzir  o leitor aos demais parágrafos. 

De uma maneira geral, o lide deve responder a: o quê (a ação), quem (o agente), quando (o tempo), onde (o lugar), como (o modo) e por que (o motivo) se deu o acontecimento central da história. No caso de não conseguir colocar todas as informações no início, o jornalista tem a opção de colocar o restante no sublead que representa o segundo parágrafo do assunto noticiado. 

O lide, portanto, deve informar qual é o fato jornalístico noticiado e as principais circunstâncias em que ele ocorre. Segundo Adelmo Genro Filho, em “O Segredo da Pirâmide”, o lide deve descrever a maior singularidade da notícia.

Já o lide do texto de reportagem, ou de revista, não tem necessidade de responder imediatamente às seis perguntas. A sua principal função é oferecer uma prévia, como a descrição de uma imagem, do assunto a ser abordado.

O lide deve ser objetivo e direto, evitando a subjetividade, e pautar mais pela exatidão, linguagem clara e simples. O leitor ganha interesse pela notícia quando o lide é bem elaborado e coerente.

Foi introduzido no Brasil no jornal Diario Carioca em meados da decada 50 por Danton Jobim, baseado no modelo norte americano.

História

Fruto de obstáculos de comunicação o lide surgiu no século XIX nos Estados Unidos. Jornalistas que cobriam a Guerra Civil Americana entre os anos de 1861 e 1865, enfrentavam sérios problemas para noticiar. Nessa época o problema girava em torno de muitos jornalistas e poucas linhas de telégrafo para fazer a transmissão das notícias, então era necessário criar uma tática para que as informações mais importantes fossem passadas primeiro. Um parágrafo de cada matéria era transmitido, depois passavam para o segundo e assim por diante, até o fim da notícia. E assim surgiu o lide.

No Brasil , o lide chegou no ano de 1950, trazido pelas agências de notícia norte- americanas. Antes as matérias eram escritas a partir de comentários e uma combinação entre interpretação e informação em que a principal notícia ficava no final.  Esse período foi responsável pelo declínio do jornalismo literário, que era desenvolvido desde o princípio da imprensa.

Após a chegada do lide se desencadeava mais uma estruturação para o texto jornalístico, a pirâmide invertida que é uma técnica de hierarquização dos fatos, da ordem decrescente de relevância dos fatos. Segundo Ricardo Carde, em Manual do Jornalismo “a verdade é que o sistema do lide e da pirâmide invertida possui potencialidades que seria um erro menosprezar”, por isso é importante que o jornalista tenha domínio da técnica na construção da notícia.

O lide permite que a resposta se estruture no esquema da pirâmide investida:

Hierarquia da pirâmide
Hierarquia da pirâmide

Devido ao surgimento do lide o nariz de cera foi eliminado dos textos jornalísticos. O nariz de cera nada mais é que criar um suspense, ou até mesmo como alguns chamam: “enrolação”. Esse esquema fazia com que o cerne da notícia fosse compreendido apenas no fim da matéria.  A padronização para os textos com o uso do lide e da pirâmide invertida tornou a escrita mais objetiva.

Radiojornalismo

O lide no texto para o rádio é algo mais simplificado, menos complicado que no jornal. Atende basicamente “o quê”, o “onde”, e o “quando” tem menos relevância, porém não sendo descartado podendo aparecer em uma outra parte da notícia.

Advérbios de modo e adjetivos devem ser evitados, pois fazem a leitura ser demorada. Verbos no presente indicativo são bem vindos por dá a ideia de atualidade, evidenciando a linguagem oral, pois imediatismo e instantaneidade são características do rádio.

No lide para o rádio também deve ser rejeitado frases negativas ou interrogativas. Outro ponto importante é o tratamento dado a última frase, por ser a que fixa na mente do ouvinte. 

Telejornalismo

Assim como para o impresso e para o rádio, o lide para TV deve ser claro, com breves parágrafos e gerar impacto. Já que um elemento a mais é incluído, a imagem, tal deve está em perfeita sincronização com o texto, fazendo ambos caminharem juntos.

O lide na TV pode ser dito pelo repórter, ou antecipadamente na introdução do assunto anunciado pelo apresentador. Tradicionalmente na TV a abertura da matéria não vai atender absolutamente ao fato principal da notícia, porém com um detalhe atraente que prenda a atenção do telespectador.

A combinação entre a imagem e o texto, o título que corresponde ao lide do jornal impresso, são os principais atributos do lide no texto para o telejornalismo.

Crítica

Alguns críticos do jornalismo são contra ao uso do lide nos textos jornalísticos, alegam ser algo que cortou a criatividade dos jornalistas, que passaram a escrever de forma automática, sempre respondendo as seis perguntas. Outros são a favor, afirmam que há como ser criativo e dinâmico mesmo fazendo o tradicional uso do lide.

Para Dimas Kunsch, jornalista e filósofo, o jornalismo sem o lide seria melhor, argumenta que o mundo nem as pessoas cabem em um simples lide. Ricardo Noblat também se contrapõe a questão, e diz que o texto sem lide, que esteja  mais próximo do literário, visualmente atrativo, tem mais significado.

Referências

  1. «Significado / definição de lide no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa». www.priberam.pt. Consultado em 27 de dezembro de 2015 
  2. «Significado / definição de lead no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa». priberam.pt. Consultado em 27 de dezembro de 2015 
  3. «lide». infopédia. Consultado em 27 de dezembro de 2015