Fenômeno de Ashman

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Fenômeno de Ashman é também conhecido como batimentos de Ashman e corresponde a um tipo particular de complexo QRS largo, frequentemente ocorrendo isoladamente e tipicamente presente na fibrilação atrial. É mal interpretado como um batimento ventricular prematuro.[1]

Recebe o nome em homenagem a Richard Ashman (de Nova Orleães, EUA) (1890 –1969), após a primeira descrição por Gouaux e Ashman em 1947.[2]

Os batimentos de Ashman são descritos como complexos QRS largos que sucedem um intervalo R-R curto, e este último precedido por um intervalo R-R longo. Tipicamente apresenta morfologia de bloqueio de ramo direito e representa um complexo de origem acima do nó atrioventricular (supraventricular) conduzido de forma aberrante e não um complexo com origem no ventrículo direito ou esquerdo.

O fenômeno de Ashman ocorre porque a duração do período refratário do miocárdio é proporcional ao intervalo R-R do ciclo antecessor. Um intervalo R-R curto é associado com uma duração mais curta do potencial de ação e vice-versa. Um longo ciclo R-R prolongará o período refratário seguinte e, se um ciclo curto o suceder, o batimento que encerrará o ciclo terá mais probabilidade de ser conduzido de forma aberrante. Como o período refratário do ramo direito é mais longo que o esquerdo, o ramo direito ainda estará no período refratário quando o impulso supraventricular atingir o sistema His Purkinje, resultando em um complexo com morfologia de bloqueio de ramo direito.

Clinicamente é quase sempre assintomático e de natureza benigna.

Referências

  1. «Fenômeno de Ashman» (em inglês). Microsoft Academic. Consultado em 14 de agosto de 2020 
  2. JL Gouaux e R. Ashman (Setembro de 1947). «Auricular fibrillation with aberration simulating ventricular paroxysmal tachycardia.». American Heart Journal. 34 (3). pp. 366–73. PMID 20262631. doi:10.1016/0002-8703(47)90487-0