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Filipe Nobre de Figueiredo: diferenças entre revisões

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Estudou nas Escolas de Belas Artes de Lisboa e do Porto<ref>{{citar web |url=http://arquivo.fba.up.pt/alumniF.html |título=Alumni |acessodata=10 de Novembro de 2011 |autorlink=Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto |língua=português }}</ref>, tendo terminado o curso de Arquitectura nesta última a 11 de Fevereiro de 1936. Aprovado sócio do Sindicato Nacional dos Arquitectos em sessão de 6 de Março de 1944 com nº de inscrição 74.<ref>[SNA - ficha de proposta nº 74 – (nº 30156)]</ref> Estagiou no ateliê do arq. [[Adelino Nunes]], responsável pela estação dos correios de Estoril, um dos edifícios mais representativos do Modernismo no Estoril, onde está agora instalado o [[Museu dos Exílios]].
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O seu primeiro ateliê foi na Rua Garrett em Lisboa, de 1945 a 1954, instalando-se depois no edifício do nº 12 da Rua Manuel Jesus Coelho (6º esqº), de cujo projeto de arquitectura tinha sido autor. O seu espólio profissional foi doado à então Associação dos Arquitectos, hoje [[Ordem dos Arquitetos]], no início dos anos 90. Colaboraram no seu atelier como estagiários [[Rui Jervis Atouguia]]<ref>{{citar web |url=http://www.oasrs.org/conteudo/agenda/noticias-detalhe.asp?noticia=288 |título=Ruy Jervis Athouguia (1917-2006) |acessodata=10 de Novembro de 2011 |autorlink=Ordem dos Arquitectos |língua=português }}</ref>, Álvaro Valladas Petersen e [[Jorge Ferreira Chaves]]. Fez diversos projectos juntamente com [[José Segurado]].
O seu primeiro ateliê foi na Rua Garrett em Lisboa, de 1945 a 1954, instalando-se depois no edifício do nº 12 da Rua Manuel Jesus Coelho (6º esqº), de cujo projeto de arquitectura tinha sido autor. O seu espólio profissional foi doado à então Associação dos Arquitectos, hoje [[Ordem dos Arquitetos]], no início dos anos 90. Colaboraram no seu atelier como estagiários [[Rui Jervis Atouguia]]<ref>{{citar web |url=http://www.oasrs.org/conteudo/agenda/noticias-detalhe.asp?noticia=288 |título=Ruy Jervis Athouguia (1917-2006) |acessodata=10 de Novembro de 2011 |autorlink=Ordem dos Arquitectos |língua=português }}</ref>, Álvaro Valladas Petersen e [[Jorge Ferreira Chaves]]. Fez diversos projetos juntamente com [[José Segurado]].


== Obras ==
== Obras ==
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• Várias estações de correios e telefones como por exemplo a estação dos correios de Évora (tese de licenciatura) e a estação dos telefones do Rossio em Lisboa;
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• Igreja de Pias no Alentejo;
• Igreja de Pias no Alentejo;
• Fábrica de lacticínios em Vale de Cambra e outra na Ilha da Madeira.
• Fábrica de laticínios em Vale de Cambra e outra na Ilha da Madeira.


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* Decoração do bar-restaurante Vela Azul (Caxias - 1946)<ref name=HAP/>.
* Decoração do bar-restaurante Vela Azul (Caxias - 1946)<ref name=HAP/>.
* Posto de Correios (Évora - 1941).
* Posto de Correios (Évora - 1941).


== Concurso para o Monumento ao Infante D. Henrique ==
== Concurso para o Monumento ao [[Infante D. Henrique]] ==


Um projeto que o absorveu com particular intensidade foi o do Concurso Internacional para o Monumento ao Infante D. Henrique em Sagres (1955 e 1956), tendo ficado em 2º lugar num total de 59 candidatos, dos quais apenas cinco foram admitidos a uma segunda fase. Esse projeto consistia num marco de linhas simples com 160 metros de altura e base em forma de triângulo isósceles em que a aresta virada para o mar estaria iluminada de noite a toda a altura. Previa-se também um museu, uma cripta na zona central do monumento, 12 estátuas de 6 metros de altura representando os principais colaboradores do Infante, paineis de mosaicos e baixos relevos. O projeto de engenharia foi da responsabilidade do eng. Manuel Duarte Gaspar, a estatuária a cargo do escultor [[António Duarte]], a pintura da responsabilidade do mestre [[Guilherme Camarinha]] e os mosaicos da competência do mestre [[António Lino]]. Para se poder avaliar o relevo que este concurso teve no panorama arquitectónico da época basta ler opiniões tais como “Dos cinco projectos premiados três são, em minha opinião, triunfos da arquitectura contemporânea: o 1º do arq. [[Mello Breyner]]; o 2º do arq. Nobre de Figueiredo e o 5º do arq. [[Cassiano Branco]].” de [[Jorge de Sena]] no Diário Popular de 10-1-1957 e de outros intelectuais nos jornais e revistas desse tempo.
Um projeto que o absorveu com particular intensidade foi o do Concurso Internacional para o Monumento ao Infante D. Henrique em Sagres (1955 e 1956), tendo ficado em 2º lugar num total de 59 candidatos, dos quais apenas cinco foram admitidos a uma segunda fase. Esse projeto consistia num marco de linhas simples com 160 metros de altura e base em forma de triângulo isósceles em que a aresta virada para o mar estaria iluminada de noite a toda a altura. Previa-se também um museu, uma cripta na zona central do monumento, 12 estátuas de 6 metros de altura representando os principais colaboradores do Infante, paineis de mosaicos e baixos relevos. O projeto de engenharia foi da responsabilidade do eng. Manuel Duarte Gaspar, a estatuária a cargo do escultor [[António Duarte]], a pintura da responsabilidade do mestre [[Guilherme Camarinha]] e os mosaicos da competência do mestre [[António Lino]]. Para se poder avaliar o relevo que este concurso teve no panorama arquitectónico da época basta ler opiniões tais como “Dos cinco projectos premiados três são, em minha opinião, triunfos da arquitectura contemporânea: o 1º do arq. [[Mello Breyner]]; o 2º do arq. Nobre de Figueiredo e o 5º do arq. [[Cassiano Branco]].” de [[Jorge de Sena]] no Diário Popular de 10-1-1957 e de outros intelectuais nos jornais e revistas desse tempo.

Revisão das 22h39min de 21 de abril de 2013

Filipe Figueiredo
Nome completo Filipe Nobre de Figueiredo
Nascimento 1913
Cascais
Morte 1989 (76 anos)
Lisboa
Nacionalidade Portugal Portuguesa
Movimento Modernismo

Filipe Nobre de Figueiredo (1913 - 1989) foi um arquitecto português[1].

Biografia

Filipe Nobre de Figueiredo nasceu na Rua Afonso Sanches em Cascais a 9 de outubro de 1913. O pai, Alfredo António de Figueiredo, distinguiu-se como construtor civil tendo realizado obras como a Casa Seixas, atual Messe da Marinha (aprox 1930), a reconstrução da Igreja dos Navegantes e inúmeras habitações, algumas das quais de considerável complexidade, tendo chegado a dar emprego em simultâneo a largas dezenas de trabalhadores. A mãe, Adelaide Nobre de Figueiredo de Faria e Silva, doméstica, auxiliava-o na gestão da sua casa de construção (na parte da contabilidade). Faleceu a 24 de abril de 1989, sem filhos.

Durante a juventude dedicou-se sempre a atividades ao ar livre com especial predileção pela vela e pela pesca, tendo chegado a ser instrutor de vela. Em colaboração com o amigo Jorge Carvalho construiu uma embarcação de madeira para duas pessoas (batizada de Filjor) na oficina de carpintaria da empresa do pai. Participou em competições nacionais onde conquistou alguns prémios, tais como a Taça Martinho Crespo do Clube dramático e Sportivo de Cascais a 11 de outubro de 1931 e a Taça D. António de Herédia a 25 de março de 1934. Foi sócio fundador do Clube Naval de Cascais, tendo concebido o logotipo: dois cavalos marinhos amarelos sobre fundo azul escuro.

Estudou nas Escolas de Belas Artes de Lisboa e do Porto[2], tendo terminado o curso de Arquitectura nesta última a 11 de Fevereiro de 1936. Aprovado sócio do Sindicato Nacional dos Arquitectos em sessão de 6 de Março de 1944 com nº de inscrição 74.[3] Estagiou no ateliê do arq. Adelino Nunes, responsável pela estação dos correios de Estoril, um dos edifícios mais representativos do Modernismo no Estoril, onde está agora instalado o Museu dos Exílios.

O seu primeiro ateliê foi na Rua Garrett em Lisboa, de 1945 a 1954, instalando-se depois no edifício do nº 12 da Rua Manuel Jesus Coelho (6º esqº), de cujo projeto de arquitectura tinha sido autor. O seu espólio profissional foi doado à então Associação dos Arquitectos, hoje Ordem dos Arquitetos, no início dos anos 90. Colaboraram no seu atelier como estagiários Rui Jervis Atouguia[4], Álvaro Valladas Petersen e Jorge Ferreira Chaves. Fez diversos projetos juntamente com José Segurado.

Obras

Edifícios no cruzamento das Avenidas de Roma e dos Estados Unidos da América

Na qualidade de arquiteto elaborou largas centenas de projetos, de entre os quais se destacam:

  • Em Cascais:

• Uma grande parte dos edifícios da baixa de Cascais; • Trabalhou gratuitamente no projeto da Praça de Touros de Cascais, elaborado a pedido da Santa Casa da Misericórdia de Cascais (à época a 2ª maior arena do Mundo, já demolida); • Clube Naval de Cascais (já fortemente modificado); • Foi co-responsável pelo projeto do Casino Estoril em colaboração com o arq. José Segurado (1966); • Bairro das Caixas de Previdência, em Cascais; • Capela do Cemitério da Guia em Cascais; • Capela da Quinta da Bicuda, em Cascais (antiga Quinta das Farias); • Hotel Cibra no Estoril (já fortemente modificado, hoje Hotel Vila Galé); • Hotel Nau (já demolido); • Numerosas moradias particulares;

  • Em Lisboa:

• Edifícios da Av. João XXI (1948 a 1950); • Os edifícios do cruzamento da Av. de Roma com a Av. dos Estados Unidos da América bem como outros edifícios desta última avenida (1952); • Parte de arquitectura do monumento a Pedro Alvares Cabral, junto ao jardim da Estrela (1960); • Cinema Alvalade, em Lisboa (já demolido);

  • No País:

• Várias estações de correios e telefones como por exemplo a estação dos correios de Évora (tese de licenciatura) e a estação dos telefones do Rossio em Lisboa; • Igreja de Pias no Alentejo; • Fábrica de laticínios em Vale de Cambra e outra na Ilha da Madeira.

  • Projecto Geral de arquitetura do Casino do Estoril (1966) juntamente com José Segurado[5].
  • Conjunto de edifícios no cruzamento das avenidas de Roma e dos Estados Unidos da América (1952), juntamente com José Segurado[6][7]
  • Decoração do bar-restaurante Vela Azul (Caxias - 1946)[6].
  • Posto de Correios (Évora - 1941).

Concurso para o Monumento ao Infante D. Henrique

Um projeto que o absorveu com particular intensidade foi o do Concurso Internacional para o Monumento ao Infante D. Henrique em Sagres (1955 e 1956), tendo ficado em 2º lugar num total de 59 candidatos, dos quais apenas cinco foram admitidos a uma segunda fase. Esse projeto consistia num marco de linhas simples com 160 metros de altura e base em forma de triângulo isósceles em que a aresta virada para o mar estaria iluminada de noite a toda a altura. Previa-se também um museu, uma cripta na zona central do monumento, 12 estátuas de 6 metros de altura representando os principais colaboradores do Infante, paineis de mosaicos e baixos relevos. O projeto de engenharia foi da responsabilidade do eng. Manuel Duarte Gaspar, a estatuária a cargo do escultor António Duarte, a pintura da responsabilidade do mestre Guilherme Camarinha e os mosaicos da competência do mestre António Lino. Para se poder avaliar o relevo que este concurso teve no panorama arquitectónico da época basta ler opiniões tais como “Dos cinco projectos premiados três são, em minha opinião, triunfos da arquitectura contemporânea: o 1º do arq. Mello Breyner; o 2º do arq. Nobre de Figueiredo e o 5º do arq. Cassiano Branco.” de Jorge de Sena no Diário Popular de 10-1-1957 e de outros intelectuais nos jornais e revistas desse tempo.


Ver também

Referências

  1. «Filipe (Nobre) Figueiredo» (em inglês). Consultado em 10 de Novembro de 2011 
  2. «Alumni». Consultado em 10 de Novembro de 2011 
  3. [SNA - ficha de proposta nº 74 – (nº 30156)]
  4. «Ruy Jervis Athouguia (1917-2006)». Consultado em 10 de Novembro de 2011 
  5. «Casino do Estoril, 1966». Consultado em 10 de Novembro de 2011 
  6. a b Paulo, Pereira (1995). «Decoração e Desenho - Tradição e Modernidade». História da Arte Portuguesa. Do Barroco à Contemporaneidade. [S.l.]: Círculo de Leitores e Autores. p. 479. ISBN 972-42-1225-4  Parâmetro desconhecido |volumes= ignorado (|volume=) sugerido (ajuda);
  7. «Conjunto de edifícios no cruzamento das avenidas de Roma e dos Estados Unidos da América». Consultado em 10 de Novembro de 2011 
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