Golpe de Estado na Venezuela em 1948

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Golpe de Estado na Venezuela em 1948

Militares em cima do telhado do Congresso venezuelano durante o golpe.
Data 24 de novembro de 1948
Local Venezuela
Desfecho
  • Exílio de Gallegos e instalação de uma junta militar.
  • Ditadura militar na Venezuela até 1958.
Beligerantes
Venezuela Governo da Venezuela Venezuela Junta militar
Comandantes
Rómulo Gallegos Carlos Delgado Chalbaud
Marcos Pérez Jiménez
Luis Llovera Páez

O golpe de estado na Venezuela em 1948 foi um golpe militar na Venezuela ocorrido em 24 de novembro de 1948, que o presidente democraticamente eleito Rómulo Gallegos foi deposto e exilado. Em seu lugar, foi substituído por uma junta militar encabeçada pelo coronel Carlos Delgado Chalbaud.[1]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Após a derrubada do presidente Isaías Medina Angarita, iniciou-se na Venezuela um período conhecido como Trienio Adeco, que trouxe consigo importantes reformas políticas como o sufrágio universal e a Constituição venezuelana de 1947 e foi caracterizado por um forte sectarismo do partido governista, Ação Democrática.[2]

Nesse período desenrolaram diversas tensões políticas, principalmente entre os partidos de oposição com o partido governista; além de conspirações militares e apurações de casos de corrupção envolvendo funcionários do ex-regime andino.[3][4]

Nas eleições presidenciais de 1947, o candidato com apoio do AD, Rómulo Gallegos obteve uma vitória esmagadora e tomou posse em 15 de fevereiro de 1948 como o primeiro presidente eleito democraticamente na história da Venezuela.[2]

Golpe[editar | editar código-fonte]

Os três principais chefes militares; Carlos Delgado Chalbaud, Marcos Pérez Jiménez e Luis Llovera Páez, exigiram 3 pontos essenciais ao governo de Rómulo Gallegos, a saída de Rómulo Betancourt do país, o desarmamento de milícias da Ação Democrática, e uma reorganização do gabinete retirando os militantes adecos e os trocando por pessoas sem partidarismo.[2]

O presidente Rómulo Gallegos se recusou a ceder às reivindicações militares e às suspeitas de um possível golpe de estado em 21 de novembro, suspendendo as garantias constitucionais. Em 24 de novembro de 1948, Gallegos foi deposto e preso, permanecendo assim até 5 de dezembro, quando foi expulso do país.[5] O presidente do Congresso Nacional, Valmore Rodríguez, tentou assumir a presidência da República, designando um gabinete de emergência em Maracay, que não foi realmente estabelecido.[1]

Após a derrubada de Gallegos, formou-se e assumiu uma junta formada exclusivamente por seus ex-aliados militares no golpe de 1945. Era integrada pelo ex-ministro da Defesa de Gallegos, coronel Carlos Delgado Chalbaud, e pelos tenentes-coronéis Marcos Pérez Jiménez e Luis Llovera Páez. Justificaram a sua ação “dada a incapacidade do Governo Nacional para resolver a crise existente no país”.[6] A ditadura duraria até 1958, quando a democracia foi restaurada.

Referências

  1. a b «24 de noviembre de 1948». Fundación Polar 
  2. a b c «24 de noviembre de 1948: Auge y caída de Rómulo Gallegos». VenezuelaTuya 
  3. La década militar, Pérez Jiménez y las relaciones militares y civiles en Venezuela 1948-1958. Irwin, Domingo (2018).
  4. «Junta Revolucionaria de Gobierno». Fundación Polar 
  5. «Golpe militar de 1948: mensaje de Rómulo Gallegos, detenido en la sede de la Escuela Militar». El Nacional 
  6. José Agustín Catalá (editor): El golpe militar de 1948 contra el Presidente Gallegos. El Centauro, ediciones: 2008. ISBN 9789802634101