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William Gouge

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William Gouge
William Gouge
Nascimento novembro de 1575
Bow
Morte 1653 (77–78 anos)
Alma mater
Ocupação teólogo
Religião calvinismo, puritanismo
William Gouge, gravura de 1654 de John Dunstall.

William Gouge (1575 – 1653) foi um pastor e escritor puritano inglês. Ele foi ministro e pregador na Igreja de Sant'Ana, em Blackfriars, durante 45 anos (a partir de 1608), e membro da Assembleia de Westminster desde 1643.

Ele nasceu em Stratford-le-Bow, no condado de Middlesex, e fora batizado em 6 de novembro de 1575.[1] Iniciou seus estudos em Felsted, St. Paul's School, Eton College e King's College, na Universidade de Cambridge . Bacharelou-se em 1598 e concluiu o mestrado em 1601.[2][3][4]

Antes de mudar-se para Londres, veio a ser membro e conferencista em Cambridge, onde quase causou alvoroço em razão de sua defesa do Ramismo, em vez dos métodos tradicionais de Aristóteles[5] (essa história sobre Gouge, que lecionou lógica, está relatada em Logic and Rhetoric in England 1500-1700 (1956), de Wilbur Samuel Howell, como um relato de Samuel Clarke, todavia, não é datada de forma confiável).[6]

Na Blackfriars, iniciou como assistente de Stephen Egerton (1554 - 1622), assumindo como conferencista.[7][4]

Gouge propôs um esquema dispensacional inicial.[8] Interessou-se por Calling of the Jewish, de Sir Henry Finch, e publicou-o em seu próprio nome, o que ensejou sua prisão, em em 1621, pelo fato de a publicação haver desagradado o Rei Jaime I da Inglaterra.[9]

Já com quase 70 anos, ele comparecia regularmente à Assembleia de Westminster e fora nomeado presidente em 1644 do comité criado com o objetivo de redigir a Confissão de Westminster. Participaram desse comitê os seguintes:John Arrowsmith, Cornelius Burges, Jeremiah Burroughs, Thomas Gataker, Thomas Goodwin, Joshua Hoyle, Thomas Temple e Richard Vines.[10] Foi nomeado assessor em 26 de novembro de 1647.[9][11] Ele foi nomeado prolocutor da Assembleia Provincial de Londres em 3 de maio de 1647.[12]

Dos deveres domésticos e da família

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William Gouge

Dos deveres domésticos (1622) foi um texto popular e completo de sua época que discutia a vida familiar.[13][14] Gouge argumentou que a esposa, embora acima dos filhos, encontra-se hierarquicamente abaixo do marido e a figura paterna “é um rei em sua própria casa”,[15] e foi um importante livro de conduta de sua época, chegando a edições posteriores.[16][17] Ele considerava o adultério igualmente ruim para ambos os sexos e encorajava casamentos baseados no amor, isto é, não encorajava o chamado "casamento arranjado".[18]

O próprio Gouge fora pai de 13 filhos. Sua esposa Elizabeth Calton, morreu logo após o nascimento do último dos filhos. Eles casaram-se no início do século XVII, na verdade por acordo, quando Gouge foi pressionado por sua família.[2][19][20] Elizabeth fora criada pela esposa de um pastor John Huckle, do condado de Essex, e foi elogiada após sua morte.[21]

Outros escritos

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De acordo com Ann Thompson, The Whole Armor of God (1616) ilustra a mudança da "fé transcendente" para a "fé imanente", de William Perkins e de Samuel Ward, numa geração seguinte de escritores puritanos.[22]

Em As Três Flechas de Deus: Peste, Fome, Espada (1625-1631), Gouge mencionara a ideia de que a peste encontra vítimas nas pessoas mais pobres, porque são mais facilmente poupadas. Não devem ser autorizados a fugir das zonas afetadas, nem os magistrados e os idosos; mas outros podem fazê-lo adequadamente.[23][24] No mesmo entendimento de outros teólogos protestantes de sua época, ele apoiou a ideia da guerra santa.[25][26]

Seu gigantesco Comentário sobre toda a Epístola aos Hebreus surgiu em 1655, dividido em três volumes e repleto de detalhes e esboços de sermões.[27] Fora impresso por seu primogênito, o Rev. Thomas Gouge (1605 - 1681), e foi reimpresso, quase duzentos anos depois, por James Nichol de Edimburgo, em 1866.

  • Toda a armadura de Deus (1616)
  • Dos deveres domésticos (1622)
  • Um Guia para Ir a Deus: ou, uma Explicação do Padrão Perfeito de Oração, a oração do Pai Nosso. (1626)
  • Sermão da dignidade da chiualrie (1626) para a Companhia de Artilharia de Londres
  • Um Breve Catecismo (1635)
  • Uma recuperação da apostasia (1639)
  • A Santificação do Sábado (1641)
  • Sermão rápido do Apoio do Santo (1642) no Parlamento
  • O Progresso da Divina Providência (1645)
  • Comentário sobre toda a Epístola aos Hebreus (1655)

Dentre seus tios, cinco foram notáveis teólogos e pregadores puritanos, quais sejam: Laurence Chaderton e William Whitaker, que se casaram com suas tias maternas, enquanto Nathaniel, Samuel e Ezekiel Culverwell eram seus tios maternos, irmãos de sua mãe.[2] Sua prima, Mary Culverwell, casou-se com Ezekiel Cheever. Seu filho mais notável fora o pregador puritano Thomas Gouge.

  1. «Stratford-le-Bow | British History Online» 
  2. a b c Francis J. Bremer, Tom Webster, Puritans and Puritanism in Europe and America: A Comprehensive Encyclopedia (2006), p. 111.
  3. Slightly different dates are given in William Gouge" in J. Venn e J. A. Venn, Alumni Cantabrigienses. 10 vols. (Cambridge: Cambridge University Press, 1922–1958) ACAD - A Cambridge Alumni Database
  4. a b «Fire and Ice: Puritan and Reformed Writings». web.archive.org. 28 de junho de 2017. Consultado em 12 de setembro de 2023 
  5. William T. Costello, S.J., A Cambridge Prevarication in the Earlier Seventeenth Century, Renaissance News, Vol. 8, No. 4 (Winter, 1955), pp. 179–184.
  6. «Logic and Rhetoric in England 1500 1700». Russell & Russell. 1961 
  7. Francis J. Bremer, Tom Webster, Puritans and Puritanism in Europe and America: A Comprehensive Encyclopedia (2006), p. 87.
  8. Ehlert, Arnold D. (outubro de 1944). «A Bibliography of Dispensationalism: Part 4». Bibliotheca Sacra: 447–448. Consultado em 23 de agosto de 2021 
  9. a b Concise Dictionary of National Biography
  10. «Philip Schaff: Creeds of Christendom, with a History and Critical notes. Volume I. The History of Creeds. - Christian Classics Ethereal Library» 
  11. Minutes of the Westminster Assembly - 26 November 1647
  12. John Rushworth, 'Historical Collections: Parliamentary proceedings, May 1647', in Historical Collections of Private Passages of State: Volume 6, 1645-47 (London, 1722), pp. 475–500. British History Online accessed 6 April 2016
  13. Anthony Fletcher, The Protestant Idea of Marriage, in Anthony Fletcher, Peter Roberts editors, Religion, Culture and Society in Early Modern Britain: Essays in Honour of Patrick Collinson (2006), p. 165.
  14. Mary Abbott, Extracts in Life Cycles in England, 1560-1720: Cradle to Grave (1996), pp. 180–189.
  15. William Gouge, Of Domesticall Duties (1622), p. 258.
  16. «Renaissance Household». Performing Life. Consultado em 23 de agosto de 2021. Arquivado do original em 15 de outubro de 2012 
  17. «Essay: Marriage in Early Modern England: Page 1» 
  18. Christopher Hill, The World Turned Upside Down, p. 309.
  19. Kathryn Sather, Sixteenth and Seventeenth Century Child-Rearing: A Matter of Discipline, Journal of Social History, Vol. 22, No. 4 (Summer, 1989), pp. 735–743.
  20. Phyllis Mack, Visionary Women: Ecstatic Prophecy in Seventeenth-Century England 919940, p. 37.
  21. Jacqueline Eales, Women in Early Modern England, 1500-1700 (1998), p. 28.
  22. Ann Thompson, The Art of Suffering and the Impact of Seventeenth-Century Anti-Providential Thought (2003), p. 69 and p. 73.
  23. Christopher Hill, Liberty Against the Law (1996), p. 61.
  24. Keith Thomas, Religion and the Decline of Magic (1973), p. 790.
  25. Norman Housley, The Later Crusades, 1274-1580: From Lyons to Alcazar (1992), p. 456, mentioning also Thomas Barnes, Stephen Gosson, and Alexander Leighton.
  26. Anthony Milton, Catholic and Reformed: The Roman and Protestant Churches in English Protestant Thought, 1600-1640 (2002) p. 37, mentioning Thomas Taylor and Joseph Hall.
  27. N. Clayton Croy, Endurance in Suffering: Hebrews 12:1-13 in Its Rhetorical, Religious, and Philosophical Context (1998), p. 18.

Ligações externas

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  • Obras de William Gouge na Post-Reformation Digital Library