Hamade ibne Bologuine

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Hamade ibne Bologuine
Emir hamádida
Reinado 1015 - 1028
Antecessor(a) Badis ibne Almançor (zírida)
Sucessor(a) Alcaide ibne Hamade
 
Nascimento século X
Morte 1028
Descendência Alcaide
Iúçufe
Maomé
Alanas
Uiguelane
Casa hamádida
Pai Bologuine
Religião Islamismo

Hamade ibne Bologuine/Boloquine[1] (Hammad ibn Bulukīn) foi fundador e primeiro emir do Reino Hamádida, governando de 1015 até sua morte em 1028. Era filho de Bologuine ibne Ziri (r. 972–984), o fundador do Reino Zírida da Ifríquia. Em 1015, decidiu secessionar e criar um domínio próprio centrado em Alcalá dos Banu Hamade, que mandou construir.

Vida[editar | editar código-fonte]

Hamade era filho de Bologuine ibne Ziri (r. 972–984), o fundador da dinastia zírida da Ifríquia, e pai de Alcaide, Iúçufe, Maomé, Alanas e Uiguelane.[2] Sob o reinado de seu irmão Almançor (r. 984–995), foi feito governador do Magrebe Central, a oeste da Ifríquia.[3] Sob seu sobrinho Badis (r. 995–1016), em 998-999, pacificou os revoltosos zenetas do Magrebe Central e repeliu outros grupos zenetas, sobretudo os magrauas, que marcharam do Magrebe Ocidental sob Ziri ibne Atia contra os zíridas. Badis foi obrigado a dar a seu tio vastos feudos no Magrebe Central, onde Hamade fundou, em 1007-1008, a cidade fortificada de Alcalá dos Banu Hamade, sua capital, que controlava importantes rotas comerciais e vasta região. Em 1015, proclamou sua independência, rompeu laços com o Califado Fatímida do Cairo e reconheceu a suserania do Califado Abássida de Bagdá.[4][5]

Badis sitiou o Alcalá e após 6 meses conseguiu uma vitória decisiva ainda em 1015. Entretanto, sua morte em maio de 1016 impediu-o de concluir a submissão do tio. Seu filho e sucessor Almuiz (r. 1016–1062) continuou a campanha contra Hamade e em 1017 venceu-o esmagadoramente, obrigando Hamade a pedir um perdão que foi concedido. A paz, consolidada por alianças matrimoniais, garantiu a Almuiz o controle total sobre o Magrebe Central e foi respeitada até a morte de Hamade em 1028. Além disso, os hamádidas reaceitaram a suserania dos fatímidas.[5]

Referências

  1. Herculano 1916, p. 313.
  2. ibne Caldune 1854, p. 46.
  3. Perkins 2016, p. 159.
  4. Hrbek 2010, p. 388.
  5. a b Idris 1986, p. 137.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Hrbek, Ivan (2010). «Capítulo XII - O advento dos fatímidas». In: El Fasi, Mohammed; Hrbek, I. História Geral da África – Vol. III – África do século VII ao XI. São Carlos; Brasília: Universidade Federal de São Carlos 
  • ibne Caldune (1854). Histoire des Berbères et des dynasties musulmanes de l'Afrique Septentrionale Vol. 2. Traduzido por Slane, William Mac Guckin. Paris: Imprensa do Governo 
  • Herculano, Alexandre de. Historia de Portugal desde o começo da monarquia até o fim do reinado de Afonso III. 8. Lisboa: Aillaud & Bertrand 
  • Idris, H. R. (1986). «Hammadids». The Encyclopedia of Islam, New Edition, Volume III: H–Iram. Leida e Nova Iorque: Brill. ISBN 90-04-09419-9 
  • Perkins, Kenneth J. (2016). Historical Dictionary of Tunisia. Lanham, Boulder, Nova Iorque e Londres: Rowman & Littlefield