Hipogeu da Via Dino Compagni

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Hipogeu da Via Dino Compagni é uma catacumba romana localizada na Via Dino Compagni, no quartiere Appio-Latino de Roma, perto da Via Latina. Por causa disto, ele é conhecido também como Catacumba da Via Latina.

História[editar | editar código-fonte]

Este hipogeu, cuja existência é completamente ignorada pelas fontes antigas, foi descoberto por acaso no início de 1956 durante as escavações para a construção da fundação de um novo edifício. A sua descoberta foi mantida em segredo até o final das obras de construção do edifício acima, o que provocou danos às pinturas e à estrutura da catacumba, causadas tanto pelos ladrões de túmulos oportunistas quanto pelas traves de concreto armado. Somente em novembro do mesmo ano o engenheiro Mario Santa Maria denunciou a descoberta à Pontifícia Comissão de Arqueologia Sacra. O padre Antonio Ferrua foi encarregado de visitar os ambientes e imediatamente percebeu a excepcionalidade da descoberta: a catacumba foi desenterrada nos meses seguintes e a obra terminou em junho de 1956.

O hipogeu, hoje propriedade privada, foi escavado para hospedar os túmulos de uma ou mais famílias aparentadas entre si e cujos membros não eram ainda completamente cristãos: este aspecto é evidente pelo fato de que a catacumba conserva muitas pinturas com temas pagãos e cristãos misturados. Ela foi utilizada por um breve período, cerca de cinquenta anos, do início do século IV até por volta de 350-360. Não se sabe o nome desta família.

Topografia[editar | editar código-fonte]

A catacumba tem uma estrutura muito simples e se desenvolve em um nível único: duas galreias paralelas e distantes entre si cerca de 18 metros são atravessadas perpendicularmente por uma terceira, que termina com uma série de cubículos e criptas, que são as mais interessantes do ponto de vista pictórico e arquitetônico.

A antiga entrada está hoje obstruída pela construção recente logo acima e hoje se chega ao local através de um bueiro na calçada da Via Latina.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Leonella De Santis fez referência à afirmação, segundo a qual, para muitos estudiosos da arte cristã primitiva, o Hipogeu da Via Dino Compagni, devido à riqueza de suas decorações, representa uma verdadeira "pinacoteca do século IV":

Nos subterrâneos, a atmosfera é magnética, a emoção é grande. As cores, luminosas, envolvem o visitante em tons quentes de vermelho, marrom e roxo, com toques amarelos, ocre, laranja e vibrantes de azul, verde e cinza: as cenas pintadas, mais de cem, saltam de uma parede para outra criando um caleidoscópio colorido e variado. Por conta disto, ela foi definida pelos estudiosos como "pinacoteca do século IV"...
 
Leonella De Santis, Le catacombe di Roma, p. 281.

Estas pinturas, que recobrem completamente as paredes internas do hipogeu, têm cenas com temas pagãos alternadas com outras do repertório cristão, do Antigo e do Novo Testamento.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • De Santis, Leonella; Biamonte, Giuseppe (1997). Le catacombe di Roma (em italiano). Roma: Newton Compton Editori. p. 281-289. ISBN 978-88-541-2771-5 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]