Mostrar código-fonte de Iorubás

{{Ver desambiguação||Iorubá}}
{{Má tradução|data=setembro de 2021}}
{{Mais notas|data=maio de 2019}}
{{Info/Grupo étnico
| grupo = Iorubá<br/>Ìran Yorùbá
| bandeira = 
| imagem = [[Imagem:A group of Yoruba people at a public event.png|300px]]
| legenda_imagem = Pessoas iorubás {{small|(2021)}}
| mapa = [[Imagem:Degree_of_Presence_of_The_Yoruba_and_'Yoruba_derived'_groups_in_Nigeria,_Benin_and_Togo_at_Subnational_levels.jpg|300px]]
| legenda_mapa = Presença nativa de Iorubás na Nigéria, Benim e Togo
| população = {{estimativa|49 milhões}}<ref>{{Citar web|url=https://joshuaproject.net/clusters/320|titulo=Yoruba People Cluster {{!}} Joshua Project|acessodata=2023-02-16|website=joshuaproject.net}}</ref>{{nre|Estimativa desconsidera as diásporas anteriores ao século XX com total ou parcial ascendência iorubá}}
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| ref3 = <ref name="Yoruba, Ghana">{{citar web|título=Middlesex University Research Repository, Introduction to the Ethno-Geographic origins of modern Ghana (The Yoruba 1.3%) |url=https://eprints.mdx.ac.uk/13376/1/343944_.pdf |publicado= Amoah, Michael (2001) Ethnonationalism versus political nationalism in Ghanaian electoral politics 1996-2000. PhD thesis, Middlesex University. |acessodata=13 de dezembro de 2022 |língua=en |data= 2001}}</ref>
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| ref5 = <ref>{{Citar web|url=https://data.census.gov/mdat/#/search?ds=ACSPUMS5Y2020&rv=LANP&wt=PWGTP|titulo=MDAT|acessodata=2023-02-16|website=data.census.gov}}</ref>
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| ref9 = <ref>{{citar web|título=Distribution of the Gambian population by ethnicity 1973,1983,1993,2003 and 2013 Censuses – GBoS - Yoruba as 'Aku Marabout', who are basically Yoruba Muslims |url=https://www.gbosdata.org/topics/population-and-demography/distribution-of-the-gambian-population-by-ethnicit|acessodata=2021-06-17|website=www.gbosdata.org}}</ref>
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| população11 = 1 044 {{small|(2020)}}
| ref11 = <ref>{{citar web|url=https://pxnet2.stat.fi/PXWeb/pxweb/en/StatFin/StatFin__vrm__vaerak/statfin_vaerak_pxt_11rl.px/ |título=11rl -- Language according to age and sex by region, 1990-2020. Yoruba; 1,044 speakers among 4,150 Nigerians |publicado= Statistics Finland |acessodata=17 de dezembro de 2022}}</ref>
| línguas = [[Língua iorubá|Iorubá]] e [[Línguas ioruboides]]<br>Outros: [[língua inglesa|Inglês]] ou [[língua francesa|Francês]]
| religiões = {{bar box |bars= {{bar percent|{{RCRI}}{{nre|Maioria [[Igreja Católica|católica]]<ref>{{Citar web|ultimo=Oliveira|primeiro=Umberto|url=https://www.gestaoeducacional.com.br/povo-ioruba-quem-sao/|titulo=Povo Iorubá - Quem são? Como surgiram? História e Formação -|data=2022-06-22|acessodata=2023-05-26|website=Gestão Educacional|lingua=pt-BR|arquivourl=http://web.archive.org/web/20220626120032/https://www.gestaoeducacional.com.br/povo-ioruba-quem-sao/|arquivodata=21 de setembro de 2020|citacao=Atualmente, a maior parte dos Iorubás está na Nigéria, constituindo uma importante etnia que representa cerca de um sexto da população. São na sua maioria católicos, mas uma parte segue também o islamismo, ficando o culto tradicional em terceiro lugar.}}</ref>}}|#9955BB|59.75}} {{bar percent|{{RISL}}|#009000|39.43}} {{bar percent|{{RIRR}}|blue|0.55}} {{bar percent|[[Imagem:Buzios antiq somb cor.jpg|15px]] [[Religião iorubá]]|black|0.20}} {{bar percent|Outras|yellow|0.07}}}}{{small|na Nigéria}}<ref>{{Citar web|ultimo=Project|primeiro=Joshua|url=https://joshuaproject.net/people_groups/16057/NI|titulo=Yoruba, Oyo in Nigeria|acessodata=2023-02-16|website=joshuaproject.net|lingua=en}}</ref>
| etnia = 
| relacionados = [[Binis]], [[Akús]], [[Nupés]], [[Igalas]], [[Itsequiris]], [[Ebiras]], [[Fons]], [[Eués]], [[Nagôs]], [[Tabons]], [[Ajas (Benim e Togo)]], [[Jejes]], [[Línguas bês]], [[Ogus]], [[Maís]], [[Aniis]], [[Possos]], [[Gas (povo)]], [[Kebu]], [[Línguas cuás]], [[Língua adele]], [[Edoides]], [[Afemais]], [[Línguas nupoides]], [[Guaris]], [[Esans]], [[Edos]], [[Isocos]], [[Nupés]], [[Losso]], [[Urrobos]], [[Línguas gur]], [[Baribas]], [[Diáspora africana]], [[Afro-americanos]], [[Afro-brasileiro]], [[Afro-caribenhos]]
}}
Os '''iorubás''',<ref name=":0">[[Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa]]: '''iorubá''' (variantes: ioruba, iorubano): povo africano do sudoeste da Nigéria, República do Benim e República do Togo [Trazido em grandes levas para o Brasil, onde recebeu a denominação de&nbsp;''nagô'', esse povo exerceu na Bahia forte domínio social e religioso sobre outros grupos também escravizados, exceto sobre os grupos islamizados.]</ref><ref>As quatro formas (iorubá, ioruba, iorubano e nagô) encontram-se registradas e atestadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da [[Academia Brasileira de Letras]].</ref> '''iorubas''', '''iorubanos''' ou '''nagôs'''<ref name="FERREIRA, A. B. H. 1986. p. 966">FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 966.</ref> ({{langx|yo|''Yorùbá''}}) constituem um dos maiores [[Linguística antropológica|grupos étnico-linguísticos]] da [[África Ocidental]], com mais de 30 milhões de pessoas em toda a região.<ref>''Joshua Project''. [http://joshuaproject.net/people_groups/16057 Yoruba].</ref> Trata-se do segundo maior [[grupo étnico]] na [[Nigéria]], correspondendo a aproximadamente 21% da sua população total.<ref>''[[CIA World Factbook]]''. [https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/ni.html Nigeria]</ref>

==Etimologia==
Como uma descrição [[Grupo étnico|étnica]], a palavra "iorubá" foi registrada pela primeira vez, em referência ao [[Império de Oió]], em um [[Tratado (estudo)|tratado]] escrito por volta do {{séc|XVI}} pelo estudioso [[Songais|songai]] [[Ahmed Baba]]. Foi popularizada pelo uso [[Hauçás|hauçá]] e pela [[etnografia]] escrita em [[Língua árabe|árabe]] e [[Ajami (escrita)|Ajami]] durante o {{séc|XIX}}, originalmente referindo-se ao Oió exclusivamente.

A extensão do termo para todos os falantes de [[dialeto]]s relacionados com a língua de Oió (na terminologia moderna, Noroeste Iorubá) data da segunda metade do {{séc|XIX}}. É devido à influência de [[Samuel Ajayi Crowther]], o primeiro [[bispo]] [[anglicanismo|anglicano]] na Nigéria. Crowther foi ele próprio um iorubá e compilou o primeiro [[dicionário]] iorubá, bem como introduziu um padrão para a [[ortografia]] iorubá.

O nome alternativo '''Akú''', aparentemente um [[exônimo]] derivado das primeiras palavras de [[cumprimento|saudações]] iorubanas (como ''Ẹ kú àárọ?'', "bom dia"; ''Ẹ kú alẹ?'', "boa noite"), tem sobrevivido em certas partes da sua [[diáspora]] como autodescritivo, e em [[Serra Leoa]].<ref>{{citar web|url=http://www.saintleo.edu/media/131009/aihiokhai-ancestors-saint.pdf|título=Ancestorhood in Yoruba Religion and Sainthood in Christianity:Envisioning an Ecological Awareness and Responsibility|autor=SimonMary A. Aihiokhai|página=2|formato=pdf|acessodata=1 de maio de 2014|arquivourl=https://web.archive.org/web/20140522194957/http://www.saintleo.edu/media/131009/aihiokhai-ancestors-saint.pdf|arquivodata=2014-05-22|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{citar web|título=Marriage Rites among the Aku (Yoruba) of Freetown|autor=Olumbe Bassir|volume=24|número=3|página=1|url=http://www.journals.cambridge.org/action/displayAbstract?fromPage=online&aid=7896661|data=7 de fevereiro de 2015|doi=10.2307/1156429|publicado=International African Institute}}</ref>
===Nagôs===
[[Imagem:COLLECTIE TROPENMUSEUM Een Yoruba moeder met kind TMnr 20016858.jpg|thumb|180px|left|Mulher iorubá com criança.]]

"Nagôs" ou '''Anagôs''' era a designação dada aos [[Tráfico negreiro|negros escravizados e vendidos]] na antiga [[Costa dos Escravos]] e que falavam o [[língua iorubá|iorubá]].<ref>''[[Dicionário Houaiss]]'': "nagô"</ref> Os iorubás são um povo do sudoeste da [[Nigéria]], no [[Benim]] (antiga [[República do Daomé]]) e no [[Togo]].<ref name="FERREIRA, A. B. H. 1986. p. 966"/>

Historicamente, habitavam o [[Reino de Queto]] (atual Benim) e o [[Império de Oió]], na [[África Ocidental]]. Do {{séc|XVIII}} e até 1815, foram [[Escravidão africana|escravizados]] e [[Tráfico de escravos para o Brasil|trazidos]] em massa para o [[Brasil]] durante o chamado "Ciclo da [[Costa da Mina]]", ou "Ciclo de Benim e Daomé".<ref>BUENO, E. ''Brasil: uma história''. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 115.</ref>

{{Quote2|A nação nagô, ou a etnia iorubá, seria do âmbito das formações imaginárias – identidades ou tradições inventadas para dar conta de eventos culturais, políticos e econômicos – que neste caso, começou a tomar a configuração atual, entre os anos de 1890 e 1940 – uma [[identidade cultural|identidade]] 'criada em uma [[sociedade]] [[crioulos|crioula]] da [[litoral do Brasil|Costa]], que estava em constante diálogo com as nações religiosas emergentes da [[diáspora]] afro-latina'.<ref>Matory, op. cit.: 272.</ref> Como o candomblé e o xangô são referidos como de modelo nagô, em termos das [[religiões de matriz africana|matrizes míticas africanas]] (as [[Nação (candomblé)|nações]]), no [[Recife]] – talvez para que não restem dúvidas das diferenças entre o nagô [[Bahia|baiano]] e o nagô [[Pernambuco|pernambucano]] – o termo "nagô" é utilizado apenas para o [[Xangô de Pernambuco|xangô]], e para o modelo baiano a denominação utilizada é o candomblé-de-nação.<ref>[https://web.archive.org/web/20060619005315/http://www.naya.org.ar/congreso2000/ponencias/Luis_Rios.htm A fluxização da umbanda carioca e do candomblé baiano em Terras Brasilis e a reconfiguração dos campos afro-religiosos locais] [[Luís Felipe Rios]]</ref>}}

'Nagô' é o nome pelo qual se tornaram conhecidos, no Brasil, os africanos provenientes da [[Iorubalândia]]. Segundo [[Roy Clive Abraham|R. C. Abraham]] (1890-1963), a palavra ''ànàgó'' designa os Iorubás de Ipó Quiá (''Ìpo kìyà''), localidade situada na província de [[Abeocutá]]. Segundo a tradição, eram provenientes de [[Ifé|Ifè]]. Entre eles viviam também alguns representantes do povo popo, do antigo [[Reino do Daomé|Daomé]].<ref name=RC>[https://archive.org/details/dictionaryofmode0000abra/page/54/mode/2up?q=an%C3%A0g%C3%B3 "ànàgó", in ''Dictionary of modern Yoruba'']. London: University of London Press, 1958, p.55.</ref> Segundo [[Vivaldo da Costa Lima]], citando o antropólogo francês [[Paul Mercier (antropólogo)|Paul Mercier]] (1922-1976),o termo proviria do [[Língua fon|fon]] ''anagô'' e teria, originalmente, o significado pejorativo de "piolhento". Isso porque os iorubás, ao chegarem à fronteira do antigo Daomé, fugindo de conflitos interétnicos, estariam famintos, esfarrapados e cheios de [[piolho]]s. Todavia, o próprio Costa Lima levanta dúvidas sobre essa hipótese, considerando que os iorubás "que se autodenominam Anago e só conhecem este nome" não insultariam a si próprios. Lança então dúvida de que o vocábulo fosse uma criação fon. Posteriormente, [[João José Reis]] viria a concluir que, de fato, ''anagô'' é um [[Empréstimo (linguística)|empréstimo]] do iorubá ao fon, sendo que  "a omissão da sílaba inicial, abreviando 'anagô' para 'nagô', é característica nos empréstimos de palavras iorubás pelo fon." <ref name=Reis>Lima, Vivaldo da Costa. ''A família do Santo'', pp.23-24, ''apud'' [[João José Reis]], [https://atarde.com.br/opiniao/sobre-o-significado-de-nago-669465 Sobre o significado de nagô], in ''[[A Tarde]]'', 11 de fevereiro de 2015.</ref> Segundo [[William Bascom]], o nome ''nàgó'' ou ''nago'' se refere ao subgrupo iorubá Ifo-nyin. Na [[Jamaica]], o nome ''nago'' designa o [[culto]] de origem iorubá. <ref>'nagô' in [[Nei Lopes|Lopes, Nei]]. [https://books.google.com.br/books?id=rtTDBAAAQBAJ&printsec=copyright&hl=pt-br&source=gbs_pub_info_r#v=onepage&q&f=false ''Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana'']. Selo Negro, 2004.</ref>

Termos como "nagôs", "[[jejes]]", "angolas", "[[congos]]" e "[[fulas]]" representavam identidades étnicas criadas pelo [[tráfico de escravos]], onde cada termo continha um leque de tribos escravizadas de cada região. "Nagô" era o nome que se dava ao iorubano ou a todo negro da [[Costa dos Escravos]] que falava ou entendia o [[língua iorubá|iorubá]]. Migeod assinala que "nagô" é nome dado, no antigo [[Reino do Daomé|Daomé]], pelos franceses ao iorubano: do [[Língua eué|efé]] ''anagó''.<ref>MIGEOD, Frederick William Hugh. ''The Languages of West Africa''. [https://archive.org/details/languageswestaf00migegoog ''The Languages of West Africa'']. II, p. 360. K. Paul, Trench, Trubner & Co. in London, 1911.</ref> Acredita-se que 'nagô' seja uma corruptela do efé ''anago'', um termo que designa os povos de língua iorubá da costa da [[África Ocidental]].<ref>PRAHLAD, Anand. ''The Greenwood Encyclopedia of African American Folklore: A-F''. Greenwood Press, 2006</ref>

Os portugueses construíram, em 1498, o forte [[São Jorge da Mina]], ou Feitoria da Mina, ou Mina, no [[Gana]], um posto estratégico na rota dos europeus ao litoral da [[África Ocidental]], onde os cativos eram mantidos à espera de transporte para o [[Novo Mundo]].

O [[tratado de paz]] de 1657, assinado entre a rainha [[Jinga Ambande]] e a [[reino de Portugal|Coroa Portuguesa]], com mediação do [[papa Alexandre VII]], encerrou a guerra no [[Reino do Congo]] e o tráfico escravista europeu na região.

No que se refere ao [[Brasil]], o tráfico irá paulatinamente se deslocar em direção à chamada [[Costa da Mina]], onde se localizava o Reino do Daomé e o [[reino de Ardra]],<ref>[http://www.persee.fr/web/revues/home/prescript/article/jafr_0037-9166_1968_num_38_1_1429?_Prescripts_Search_tabs1=standard& Les côtes d'Afrique occidentale entre «Rio Volta » « et Rio Lagos » (1535-1773)]. Por [[Pierre Verger]]. ''Journal de la Société des Africanistes''. 1968, vol. 38 n° 38-1, pp. 35-58</ref> vinculados ao [[Império de Oió]] - Ioruba ou Nagô, segundo Verger,<ref>[http://pt.scribd.com/doc/6898406/Pierre-Verger-Os-Orixas-pdf Os Orixás] {{Wayback|url=http://pt.scribd.com/doc/6898406/Pierre-Verger-Os-Orixas-pdf |date=20111117052820 }}, por Pierre Verger.</ref> no final do {{séc|XVII}} e início do XVIII. Entre os anos de 1681 a 1710&nbsp;um grande número de embarcações carregadas de [[fumo]] foram para Costa da Mina e [[Angola]].

O fumo ([[tabaco]]) da [[Bahia]] era rejeitado pelos europeus, que o achavam de má qualidade, e era destinado aos traficantes de escravos, sendo muito apreciado pelos africanos. Graças ao fumo, [[Salvador (Bahia)|Salvador]] tornar-se-ia a capital mundial do tráfico de escravos.

Introduzidas no Brasil com a [[escravidão no Brasil|escravidão]], as culturas africanas imprimiram, cada uma com suas peculiaridades e em diferentes graus, marcas profundas em quase toda a extensão da alma e do território brasileiro. E na Bahia essa presença - que se recria hoje em importantes instituições como as comunidades de [[terreiro]] - é devida basicamente à cultura dos nagôs, que, vinda da [[África Ocidental]], foi, entre o fim do {{séc|XVIII}} e o fim do XIX, das últimas a serem escravizadas no Brasil.

[[candomblé Queto|Queto]], [[ebás]], [[ebadós]] e [[Sabé]] são alguns dos segmentos nagôs que vieram para a Bahia provenientes da grande área iorubá que compreende sul e centro da atual [[República de Benim]], ex-Daomé; parte da República do [[Togo]]: e todo sudoeste da [[Nigéria]]. E todos eles - com destaque para os Queto - contribuíram decisivamente para a implantação da cultura nagô naquele Estado, reconstituindo suas [[instituição|instituições]] e procurando adaptá-las ao novo meio, com o máximo de fidelidade aos padrões básicos de origem, fidelidade essa em parte facilitada pelo intenso comércio que se desenvolveu entre a Bahia e a costa ocidental da [[África]] durante todo o {{séc|XIX}} até os primeiros anos que se seguirem à [[Lei Áurea|Abolição]].

Para entender o predomínio da etnia iorubá-nagô na Bahia, é necessário recordar que, nas últimas décadas do tráfico negreiro, um enorme contingente de escravos dessa região foi trazido para [[Salvador (Bahia)|Salvador]]. Nesse momento, os [[família|núcleos familiares]] também não foram tão desmembrados como no início da [[escravidão no Brasil|escravatura]], permitindo uma maior manutenção da [[cultura]] e dos [[costume]]s.

Nos dizeres de [[Edison Carneiro]], no clássico ''Candomblés da Bahia'': "Os nagôs logo se constituíram numa espécie de [[elite]] e não encontraram dificuldade de impor, à massa escrava, a sua [[religião]]". E complementa: "Quanto aos negros [[islamismo|muçulmanos]] ([[malês]]), uma [[minoria]] entre as minorias, que poderiam ser êmulos (rivais) dos nagôs, pelo seu [[sectarismo]], afastavam não só os escravos como toda a sociedade branca". A própria [[Eugênia Ana dos Santos|Mãe Aninha Obá Bii]] era filha de um casal de africanos da etnia [[grunci]], os negros Anió e Azambió, mas fora [[Iniciação Queto|iniciada]] no [[candomblé]] pelos nagôs da [[Casa Branca do Engenho Velho]]. A presença de [[Xangô]], seu [[orixá]], solidificou ainda mais as tradições iorubás em sua trajetória.

====No candomblé====
Em [[Pernambuco]], "nagô"{{Nota de rodapé|O termo "nagô" é mais usado na região do nordeste, onde se localizam os xangôs, e não muito usado para se referir aos [[candomblé]]s da Bahia. Segundo [[Luís Felipe Rios]], "como o [[candomblé]] e o [[xangô]] são referidos como de modelo nagô, em termos das matrizes míticas africanas (as nações), no [[Recife]] – talvez para que não restem dúvidas das diferenças entre o nagô baiano e o nagô pernambucano – o termo "nagô" é utilizado apenas para o xangô: para o modelo baiano, a denominação utilizada é o candomblé de nação"}}<ref>{{Citar web |url=http://www.naya.org.ar/congreso2000/ponencias/Luis_Rios.htm |titulo=Luís Felipe Rios A fluxização da umbanda carioca e do candomblé baiano em Terras Brasilis e a reconfiguração dos campos afro-religiosos locais. |acessodata=2016-06-03 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20080411234052/http://www.naya.org.ar/congreso2000/ponencias/Luis_Rios.htm |arquivodata=2008-04-11 |urlmorta=yes }}</ref> é o nome de uma nação ligada a uma [[religião afro-brasileira]] denominada [[Xangô do Nordeste|Xangô de Pernambuco]] ("nagô-egbá"). No [[Rio Grande do Sul]], "nagô" sinaliza o nome de uma nação de [[orixá]] ligada ao ritual de [[batuque (religião)|batuque]]. Na Bahia, o [[candomblé de caboclo]] é chamado de "nagô" por ter semelhança com o xangô de Pernambuco, e cultuarem, na mesma casa, [[orixá]]s, [[Vodum|voduns]] e [[inquice]]s.

:Com relação ao termo "nagô", muito usado no Brasil, Yeda Pessoa de Castro fala em uma entrevista:

{{Quote2|De que níveis socioculturais de linguagem a senhora fala?<ref>[http://www.topbooks.com.br/frEntrev_FalaresAfricanos.asp Entrevista com Yeda Pessoa de Castro]</ref>
- Falo dos cinco níveis que identificamos no processo de integração dos aportes africanos em direção ao [[português do Brasil]], tomando, como ponto de partida e como modelo, a [[linguagem litúrgica]] dos [[candomblé]]s, um sistema [[léxico|lexical]] baseado em diferentes línguas africanas que foram faladas no Brasil e, por sua própria natureza, mais resistente à mudança e à integração sob a influência do português. Nesse nível, tratamos dos casos de [[glossolalia]], ou seja, do falar em [[transe]] dos [[Preto velho|pretos velhos]] e erês, dos [[caboclo]]s e dos "santos". Já no nível 2 - a linguagem do povo de santo - discutimos a questão do conceito de "nação de candomblé" e o significado do termo "nagô", confundido com o iorubá moderno, e que muita gente pensa que é a língua africana falada no candomblé da Bahia, como se o continente africano fosse um país singular, uma África única, de língua e cultura iorubá. Os níveis seguintes - 3,4 e 5 - abordam a questão da linguagem popular, do português regional da Bahia e da integração dos aportes africanos no português brasileiro.|[[Yeda Pessoa de Castro]] em uma entrevista sobre falares africanos na Bahia - Um vocabulário afro-brasileiro}}

==Idioma==
{{Principal|Língua iorubá}}

A cultura iorubá foi originalmente de [[tradição oral]], e a maioria do povo iorubá são falantes nativos da língua iorubá. O número de falantes é estimado em cerca de 30 milhões em 2010.<ref>
O número de falantes da língua iorubá foi estimado em cerca de 20 milhões em 1990. Não há estimativa confiável de data mais recente conhecida. ''Metzler Lexikon Sprache'' (4ª ed. 2010) estima cerca de 30 milhões, com base em números do crescimento da população durante os anos 1990 e 2000. A [[demografia da Nigéria|população da Nigéria]] (onde a maioria dos iorubás vive) cresceu 44% entre 1995 e 2010, de modo que a estimativa Metzler para 2010 parece plausível.</ref>

O iorubá é classificado dentro das [[línguas edequiris]], que, juntamente com a isolada [[língua igala|igala]], formam o grupo de línguas [[línguas ioruboides|ioruboide]] no âmbito das [[línguas volta-níger|Ramo volta-níger]] da família [[Níger-Congo]]. Igala e iorubá têm relações históricas, sociais e culturais importantes. As línguas dos dois grupos étnicos têm uma semelhança tão estreita que pesquisadores como Forde (1951) e Westermann e Bryan (1952) consideraram igala como um dialeto do iorubá.

Acredita-se que as línguas ioruboides se desenvolveram a partir de um grupo Volta-Níger indiferenciado no {{AC|I milênio|x}}
Há três áreas dialetais principais: Noroeste, Central e Sudeste <ref>Esta classificação amplamente seguida baseia-se em (1982) estudo dialectológico de Adetugbo - a classificação se originou em sua tese de PhD 1967 ''The Yoruba Language in Western Nigeria: Its Major Dialect Areas''. Ver também Adetugbo 1973: 183-193.</ref> Como os dialetos Noroeste iorubá mostram mais inovação linguística, combinadas com o fato de que as áreas do Sudeste e Centro iorubá geralmente têm assentamentos mais antigos, sugere-se uma data posterior da imigração para Noroeste iorubá.<ref>Adetugbọ 1973:192-3. (Ver também a seção [[#Dialetos|dialetos]].)</ref>

A área onde Noroeste iorubá (NWY) é falado corresponde ao histórico [[Império de Oió]].
Sudeste iorubá (SEY) foi, provavelmente, associado à expansão do [[Império do Benin]] após c. 1450.<ref>Adetugbọ 1973:185.</ref>
iorubá Central formam uma área de transição, em que o léxico tem muito em comum com NWY, ao passo que ele compartilha muitas características etnográficas com SEY.

Na [[literatura iorubá]], a variedade padrão aprendida na [[escola]] e falada por locutores de notícias na rádio, tem sua origem na gramática iorubá compilada em 1850 pelo bispo [[Samuel Ajayi Crowther]]. Embora em grande parte baseada nos dialetos [[Império de Oió|Oió]] e [[Ibadã]], incorpora várias características de outros dialetos.

==História<ref>Cf. por exemplo, a seguinte observação por Adetugbo (1967, como citado em Fagborun 1994:25): "Enquanto a ortografia acordada pelos missionários representados em grande grau os fonemas do dialeto Abeocutá, a sintaxe-morfo refletiu os dialetos Oió-Ibadan".</ref>  ==
{{Principal|História dos iorubás}}
{{Anexo|Ifé|Mitologia iorubá}}

A partir do {{-séc|VII}} os povos africanos que viviam em [[Iorubalândia]], não foram inicialmente conhecidos como iorubá, embora eles compartilhassem um grupo de etnia e língua comum. O desenvolvimento do iorubá histórico '' in situ '', fora de anteriores populações Mesolíticas [[Volta-Níger]], por volta do {{AC|I milênio|x}}

A história oral registrada sob o [[Império de Oió]] deriva o iorubá como um grupo étnico da população do reino mais antigo do [[Ifé|Ilê-Ifé]].
Arqueologicamente, o povoado de Ifé pode ser datado do {{-séc|IV}}, com estruturas urbanas aparecendo no {{séc|XII}} (a fase urbana de Ifé antes da ascensão de Oió, c. 1100-1600, um pico significativo de centralização política no {{séc|XII}})<ref>{{citar livro|url=http://books.google.com.ng/books?id=umyHqvAErOAC&pg=PA672&lpg=PA672&dq=yoruba+kingdom+Oió+encyclopedia+african+history&source=bl&ots=xIfuQUcwa2&sig=NXwsyFJoL1MubFhWxoC6Va9gQOE&hl=en&sa=X&ei=g0-BU7-iCoXeOv_rgcAL&ved=0CDMQ6AEwBA|título=Ife, Oyo, Yoruba, Ancient:Kingdom and Art|obra=Encyclopedia of African History|autor =Kevin Shillington|isbn=978-1579-582-456|página=672|publicado=Routledge|data=22 de novembro de 2004|acessodata=1 de maio de 2014}}</ref><ref>{{citar livro|título=Hegemony and culture: politics and religious change among the Yoruba|primeiro =David D.|último =Laitin|página=111|publicado=[[University of Chicago Press]]|ano=1986|isbn=0-226-46790-2|url=http://books.google.com/books?id=dHbrDvGQEbUC&pg=PA111}}</ref> é comumente descrita como uma "idade de ouro" de Ifé. O [[obá (rei)|obá]] ou governante de Ifé é referido como o [[Oni (rei)|oni]] de Ifé''.<ref>{{Citar web |url=http://au.encarta.msn.com/encyclopedia_781536070/Ife_(kingdom).html |titulo=Encarta.msn.com |acessodata=2015-02-07 |arquivodata=2009-11-01 |arquivourl=https://www.webcitation.org/5kx5Ant2O?url=http://au.encarta.msn.com/encyclopedia_781536070/Ife_(kingdom).html }}</ref>

'''Oió, [[Ilê-Ifé]] e Lagos'''

O assentamento em Ifé parece ter entrado nesta "idade de ouro", com o aparecimento de estruturas urbanas pelo {{séc|XII}}.
Este parece ser o período de formação dos iorubás como refletido na [[mitologia iorubás|tradição oral]] e devido a isso, Ifé continua a ser vista como a "pátria espiritual" do iorubá. A cidade foi superada pelo [[Império de Oió]]<ref>{{citar livro|título= Peoples of Africa, Volume 1|primeiro1 =Fiona|último1 =MacDonald|primeiro2 =Elizabeth|último2 =Paren|primeiro3 =Kevin|último3 =Shillington|primeiro4 =Gillian|último4 =Stacey|primeiro5 =Philip|último5 = Steele|página=385|publicado=Marshall Cavendish|ano=2000|isbn=0-7614-7158-8|url=http://books.google.com/books?id=joh5yHfcF-8C&pg=PA385}}</ref> com o dominante poder militar e político iorubá, no {{séc|XVII}}.<ref>[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/437048/Oió-empire Oió Empire] at Britannica.com</ref>

O Império de Oió e seu Obá, conhecido como o [[alafim de Oió]], era ativo no [[Escravidão em África|comércio de escravos Africanos]] durante o {{séc|XVIII}}. O iorubá muitas vezes exigiu escravos como uma forma de homenagem das populações objeto, que por sua vez, às vezes faziam guerras contra outros povos para capturar os escravos necessários. Parte dos escravos vendidos pelo Império de Oió entrou no [[Comércio atlântico de escravos|tráfico Atlântico de escravos]].<ref>{{citar livro|último =Thornton |primeiro =John |ano=1998 |título=Africa and Africans in the Making of the Atlantic World, 1400–1800 |edição=2nd |publicado=Cambridge University Press |páginas=122, 304–311 }}</ref><ref>{{citar livro|último =Alpern |primeiro =Stanley B. |ano=1998 |título=Amazons of Black Sparta: The Women Warriors of Dahomey |publicado=New York University Press |página=34 |isbn= }}</ref>

A maioria das cidades-estados foram controladas por [[Obá (rei)|Obás]] (ou soberanos reais com vários títulos individuais) e os conselhos compostos de [[Obá (rei)|Oloiês]], reconhecidos líderes reais, nobre e, muitas vezes, até mesmo de origem comum, que se juntaram a eles em governar sobre os reinos através de uma série de alianças e cultos. Diferentes estados viram relações diferentes de poder entre os reinos e os conselhos dos chefes. Alguns, como Oió, teve poderosos monarcas autocráticos com o controle quase total, enquanto que em outros, como as cidades-estado de Ijebu, o conselho do senado teve mais influência do poder de governao Balde, referido como o Awujale de Ijebuland, foi mais limitado.

Assentamentos iorubás são frequentemente descritos como principalmente um ou mais dos principais grupos sociais chamados de "gerações": {{carece de fontes|data=setembro de 2012}}
* A "primeira geração" inclui as cidades conhecidas como capitais originais do fundador do reino iorubá ou estados.
* A "segunda geração" consiste em assentamentos criados pela conquista.
* A "terceira geração" consiste em aldeias e municípios que surgiram após as guerras mortíferas do {{séc|XIX}}.

== Descrição ==
A maioria dos iorubás falam a [[língua iorubá]] ([[língua iorubá|iorubá]]: ''èdèe Yorùbá'' ou ''èdè''). Vivem em grande parte no sudoeste da [[Nigéria]]; também há comunidades de iorubás significativas no Benim, [[Togo]], [[Serra Leoa]], [[Cuba]], [[República Dominicana]] e [[Brasil]]. Os iorubás são o principal grupo étnico nos estados de [[Equiti (estado)|Equiti]], [[Kwara (estado)|Kwara]], [[Lagos (estado)|Lagos]], [[Ogum (estado)|Ogum]], [[Ondô (estado)|Ondô]], [[Osun (estado)|Osun]], e [[Oió (estado)|Oió]]. Um número considerável de iorubás vive na República do Benim, ainda podendo ser encontradas pequenas comunidades no campo, em [[Togo]], [[Serra Leoa]], [[Brasil]], [[República Dominicana]] e [[Cuba]].

Compartilham fronteiras com os [[borgus]] no noroeste, os [[nupés]] e os [[ebiras]] no norte, os [[Edo]], que também são conhecidos como [[binis]], e os [[Ẹsan]] e [[afemais]] para o sudeste. Os [[igalas]] e outros grupos relacionados encontram-se no nordeste, e os [[eguns]], [[fons]] e outros povos das [[Línguas bês]] no sudoeste. Embora a maioria dos iorubás viva no sudoeste da [[Nigéria]], há também importantes comunidades iorubás indígenas na República do Benim, Gana e Togo.

A maioria dos iorubás é [[Cristianismo|cristã]], e os ramos locais das igrejas [[Igreja Anglicana da Nigéria|Anglicana]], [[Igreja Católica|Católica]], [[Igreja Pentecostal|Pentecostal]], [[Igreja Metodista|Metodista]], e nativas de que são adeptos. O [[Islão|islamismo]] inclui aproximadamente um quarto da população iorubá, com a tradicional [[religião iorubá]] respondendo pelo resto. Os iorubas têm uma história urbana que data do ano 500. As principais cidades iorubás são [[Lagos (estado)|Lagos]] (capital da [[Nigéria]]), [[Ibadã]], [[Abeocutá]], [[Acurê]], [[Ilorim]], [[Ogbomoso]], [[Ondô (cidade)|Ondô]], [[Otá (Nigéria)|Otá]], [[Sagamu]], [[Iseyin]], [[Oxobô]], [[Ilexá]], [[Oió (estado)|Oió]] e [[Ifé|Ilê-Ifé]].

Os iorubás deixaram uma presença importante no Brasil, e particularmente muito significativa no estado brasileiro da [[Bahia]]:

{{quote2|"Os nagôs (iorubás) são, ainda hoje, os africanos mais numerosos e influentes nesse estado (Bahia). Existiam aqui quase todas as pequenas nações iorubanas. Os mais numerosos são os de Oyó, capital do reino de Iorubá, que, naturalmente, foram exportados ao tempo em que os [[hauçás]] invadiram o reino, destruíram sua capital e tomaram Ilorim. Depois, em ordem decrescente de número, vêm os de Ijêsá, de que sobretudo há muitas mulheres. Depois os de Egbá, principalmente da sua capital Abeokutá. Em menor número, são os de Lagos, Queto, Ibadã. Em geral, os nagôs do centro da Costa dos Escravos, os de Oió, Ilorim, Ijexá etc., são quase todos, na Bahia, muçurumins, malês ou muçulmanos, e a seus compatriotas se deve atribuir a grande [[Revolta dos Malês|revolta de 1835]]. Durante o último período da escravatura, os iorubás foram concentrados nas zonas urbanas, então em pleno apogeu; nas regiões suburbanas ricas e desenvolvidas do [[Região Norte do Brasil|Norte]] e [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]], particularmente em [[Salvador (Bahia)|Salvador]] e no [[Recife]]. Ligados pela origem mítica comum, pela prática religiosa e semelhança dos costumes, rapidamente os diversos grupos nagôs passaram a inter-relacionar-se. Não perderam contato com a África, dada a intensa atividade comercial entre a Bahia e a Costa Africana".<ref>[http://www.novaera.blog.br/index.php?option=com_content&view=article&catid=6:candomble&id=17:presenca-dos-iorubas-no-conjunto-de-influencias-africanas-no-brasil&Itemid=2 Presença dos iorubás no conjunto de influências africanas no Brasil]</ref><ref>[http://www.revistatopoi.org/numeros_anteriores/topoi13/Topoi%2013_artigo%201.pdf A Diáspora dos Falantes de Iorubá, 1650-1865: Dimensões e Implicações]. Por David Eltis.</ref>|}}

==Pesquisas==
Segundo diversos pesquisadores, citados por Pierre Verger em sua obra Orixás, o termo "iorubá" é recente.<ref>[https://books.google.com.br/books?id=dpleDwAAQBAJ&pg=PT233&dq=termo+iorub%C3%A1+recente+Pierre+verger&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiT1qrf1IDdAhVCgpAKHTD1BJgQ6AEIKDAA#v=onepage&q=termo%20iorub%C3%A1%20recente&f=false Segundo ]Biobaku<span>, aplica-se a um grupo linguísticOrí: A cabeça como divindade: História, Cultura, Filosofia e Religiosidade ...Por Márcio de Jagun</span></ref> o de vários milhões de indivíduos. Ele acrescenta que, "além da [[língua]] comum, os iorubas estão unidos por uma mesma [[cultura]] e tradições de sua origem comum, na cidade de Ifé, mas não parece que tenham jamais constituído uma única entidade política, e também é duvidoso que, antes do {{séc|XIX}}, eles se chamassem uns aos outros por um mesmo nome". [[Arthur Erskine Ellis|A. E. Ellis]] mencionou-o, judiciosamente, no título do seu livro ''The Yorùbá speaking people'' ("O povo que fala iorubá"), dando a significação de língua a uma expressão que teve a tendência a ser posteriormente aplicada a um povo, a uma expressão ou a um território.

Antes de se ter conhecimento do termo "iorubá", os livros dos primeiros viajantes e os mapas antigos, entre 1656 e 1730, são unânimes em usar o termo ''Ulkumy'' ou ''Ulcuim'', com algumas variantes. Depois de [[Snelgrave]], em 1734, o termo ''Ulkumy'' desapareceu dos mapas e foi substituído por ''Ayo'' ou ''Eyo'' (para designar Oió).

[[Francisco Pereira Mendes]], em 1726, comandante do [[forte]] [[Portugal|português]] de [[Ajudá]], já mencionava, em seus relatórios enviados à [[Bahia]], os ataques dos aiôs (''ayos'') contra os territórios de [[Agadjá]],<ref>[https://books.google.com.br/books?id=FZgihSGIthMC&pg=PA15&lpg=PA15&dq=Agadj%C3%A1&source=bl&ots=KWaoJcdg1L&sig=ykHKSPgEyxj6MNR1J8dMUULVccs&hl=pt-BR&sa=X&ei=ITHWVM2bKoejgwTutYKoBw&ved=0CDcQ6AEwBjgK#v=onepage&q=Agadj%C3%A1&f=false Dicionário escolar afro-brasileiro Por [[Nei Lopes]].]</ref> rei de [[Reino do Daomé|Daomé]], chamado de "o Revoltoso" por haver atacado [[Allada]] em [[1724]], e que iria, posteriormente, conquistar [[Uidá]], em [[1727]]. Foi esse povo, chamado, atualmente, ''uidá'' (''glébué'' para os daomeanos, ''igéléfé'' para os iorubás, ''ajudá'' para os [[Portugal|portugueses]], ''juda'' ou ''grégoy'' para os [[França|franceses]], ''Whidah'' para os [[Inglaterra|ingleses]] e ''fida'' para os [[Holanda|holandeses]]) ou ''hwéda'', que controlou o principal ponto de exportação dos [[escravos]] originários das regiões vizinhas, inimigos do Daomé.

{{notas}}

{{referências}}

== Ligações externas ==
{{Commons|Category:Yoruba}}
* [http://www.capoeiravadiacao.org/attachments/423_Orixas%20-%20Pierre%20Fatumbi%20Verger.pdf Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo, [[Pierre Verger]] ]
* http://www.dialogarts.uerj.br/admin/arquivos_emquestao/[1]Ioruba.pdf  Cultura Iorubá Costumes e Tradições
* [http://www.capoeiravadiacao.org/attachments/199_Alma%20Africana%20no%20Brasil.pdf Alma Africana no Brasil Os iorubás]
* [http://www.centroanastacia.com/index.php/historia-povo-yoruba Os Yorubás]
*{{link||2=http://www.fa.indiana.edu/~conner/yoruba/cut.html|3=Cutting to the Essence}}. Por  Michael Conner. Artigo ilustrado  sobre arte iorubá em madeira e metal.
*{{link||2=http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-69092001000300003&script=sci_arttext|3=O Candomblé e o tempo: Concepções de tempo, saber e autoridade da África para as religiões afro-brasileiras.}} Por [[Reginaldo Prandi]]. ''Revista Brasileira de Ciências Sociais'', vol. 16 n° 47 São Paulo outubro de 2001 ISSN 0102-6909
*{{link||2=http://www.pallaseditora.com.br/produto/Os_Yoruba_do_novo_mundo/210/3/|3=''Os Yoruba do novo mundo: Religião, Etnicidade e Nacionalismo negro nos Estados Unidos'', de Stefania Capone}} (sinopse)
*[http://aulobarretti.wordpress.com/revista-ebano-ile-ife/a-formacao-do-povo-yoruba/ A Formação do Povo ''Yorùbá''. Os Oba Omo Oodua - Descentes de Odùduwà : filhos e/ou netos]. Por Aulo Barretti Filho
*{{link||2=http://pt.radiovaticana.va/bra/articolo.asp?c=538420|3=Benim: história, população e presença da Igreja Católica}}.  [[Rádio Vaticano]].
*[http://aulobarretti.wordpress.com/orisaismo/clerigos-yoruba/ Clérigos iorubás ]
*[http://dierklange.com/pdf/LOST_TRIBES_OF_ISRAEL.pdf Origin of the Yoruba and "The Lost Tribes of Israel"]. Por Dierk Lange. ''Anthropos'' 106.2011: 579 –595
*[http://www.casadasafricas.org.br/wp/wp-content/uploads/2011/08/Africa-um-novo-olhar.pdf África um Novo Olhar.pdf Por:José Maria Nunes Pereira]

{{Grupos étnicos na Nigéria}}
{{Nação sem Estado}}
{{tópicos iorubás}}

[[Categoria:Iorubás]]