Irmãozinho e Irmãzinha

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Ilustração da fábula por Franz Müller - Münster (1867)

Irmãozinho e Irmãzinha (em alemão: “Brüderchen und Schwesterchen”) é um conto de fadas alemão recolhido pelos Irmãos Grimm, no primeiro volume dos “Contos das crianças e do Lar”, publicado em 1812, sendo registrado sob o número 11. Ele está posto no Sistema de classificação de Aarne-Thompson, sob o número 450.

História[editar | editar código-fonte]

Um irmão e uma irmã, cansados de ser maltratados por sua madrasta, um dia, decidem partir para longe de casa. A madrasta, que também é uma bruxa, apercebe-se da fuga e lança um feitiço sobre a floresta, onde os dois irmãos se refugiam. Embora o irmão sinta muita sede, sua irmã o impede de beber, pois ao se aproximar de uma fonte, ouviu o murmúrio da água advertindo para ele não beber, para não se transformar numa fera selvagem. Incapaz de controlar, o rapaz bebe e é transformado num cervo. A irmã chora, desconsolada. Depois de muito andar, eles chegam a uma casa onde passaram a viver, e, por algum tempo, levam uma vida feliz.

Escultura baseada em Irmãozinho e Irmãzinha, realizada em 1970, em Berlim, por Katharina Szelinski-Singer.

Ali foram crescendo, até que, um dia, nas cercanias da floresta soa uma buzina e ouve-se os latidos dos cães, pois o rei está caçando. O cervo diz à irmã que deseja sair para ir ver, ao que ela concorda com a condição de que seja por um curto período de tempo, e que ao retornar anuncie: "Irmãzinha, deixa-me entrar". Os caçadores o perseguem por toda a floresta, mas não conseguem capturá-lo. No dia seguinte, os caçadores finalmente conseguiram feri-lo. O cervo foi para casa, mancando, e um caçador ouviu-o pedindo à irmã que o socorresse. O caçador contou tudo ao rei, que ordenou que, no dia seguinte, os caçadores voltassem a caçar o cervo, mas sem feri-lo, levando-o para casa. E assim aconteceu. Quando o rei viu a moça, ele se apaixonou e pediu-lhe em casamento. A irmã, ainda um pouco assustada, finalmente aceitou, com a condição de que o cervo pudesse viver com eles, no castelo. O rei prometeu e todos deixaram a casa, juntos. Depois do casamento, eles viveram felizes por muitos anos até que a velha madrasta soube que eles estavam felizes, na corte do rei, e novamente decidiu a conspirar contra eles. Ela foi para o castelo, usando de ardis, prendeu a rainha, que tinha dado à luz uma criança. A bruxa lançou-lhe um feitiço, através de uma fumaça na sala de banho, deixando-a inconsciente, porém, sonâmbula, para amamentar a criança, à noite. Em seguida, com magia, deu à sua filha (feia e sem um olho), a aparência da rainha; porém, não lhe pode devolver o olho perdido, pelo que colocou-lhe uma toca que cobria o lado caolho. Quando o rei voltou para o castelo, soube que tinha um filho e queria estar imediatamente com sua bela rainha, mas a bruxa, disfarçada como serviçal, fez todo o possível para detê-lo. Naquela noite, a ama, que dormia no quarto do bebê, viu entrar a verdadeira rainha que, sem nada dizer, amamentou seu bebê e acariciou o veado, e saiu. E assim ocorreu também por muitas noites, até que a rainha falou, perguntando do bebê e do cervo, a seguir disse que viria só mais duas noites e não viria mais. Na terceira, noite, a ama contou tudo ao que o rei, que ficou acordado para ver com seus próprios olhos. Quando ele a reconheceu, quebrou o feitiço e ela voltou à vida. A bruxa e sua filha foram condenados à morte: a velha foi queimada na fogueira e a filha atirada às feras da floresta. O cervo foi capaz de retomar a sua forma humana, vivendo assim felizes para sempre.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]