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Revisão das 17h54min de 5 de outubro de 2009
Jean Manzon (Paris, 2 de fevereiro de1915 - Reguengos de Monsaraz, 1 de julho de 1990) foi um fotógrafo francês radicado no Brasil que inovou o fotojornalismo brasileiro.
Começou trabalhando, na França, para as revistas Paris Match, Vu e Paris Soir.
Em 1940, mudou-se para o Rio de Janeiro fugindo da Segunda Guerra Mundial.
Trabalhou como como diretor de fotografia e cinema no Departamento de Imprensa e Propaganda do governo da ditadura de Getúlio Vargas com salários bem altos. Tornou-se o fotógrafo preferido de Getúlio Vargas que adorava ver fotos suas publicadas na imprensa internacional[1].
Em 1943, foi trabalhar na revista "O Cruzeiro", tornando-se parceiro do jornalista David Nasser em uma das mais notáveis e polêmicas duplas jornalísticas da história da imprensa no Brasil. As reportagens que fez em parceria com com David Nasser de 1943 a 1951 foram fundamentais para o sucesso de vendas da revista "O Cruzeiro" cuja tiragem atingiu níveis inesperados para a época[2]. Tornou-se então o mais famoso fotógrafo brasileiro do período entre as décadas de 1940 e 1970.
Inovou o fotojornalismo brasileiro, até então pouco criativo, com novos enquadramentos, "closes" extremos e ângulos bizarros que atraiam a atenção dos leitores[1].
Suas fotos, ao contrário do que propõe a maioria do fotojornalistas, foram, na maior parte das vezes, posadas. Tampouco tinha preocupação com a veracidade do fato fotografado. Uma vez, alguns monges recusaram-se a ser fotografados para uma matéria jornalística; Jean Manzon chamou dois amigos, vestiu-os com batas, tirou as fotos necessárias e as enviou para a redação, que as publicou como autênticas.
Tinha espírito de aventura e não tinha medo e arriscar-se visitando locais remotos e selvajens do Brasil[3]. Foi um dos primeiros fotógrafos, junto com Henri Ballot e José Pinto, a revelar ao mundo as diversas faces dos índios do Xingu.
Não se vexava em tratar assuntos polêmicos de forma abominável. Em 1945, a dupla David Nasser e Jean Manzon publicou em "O Cruzeiro" uma matéria ilustrada na qual pretendiam ensinar aos brasileiros a distinguir um japonês de um chinês pelo "aspecto repulsivo, míope, insignificante"[4][5]
Até o início dos anos 1980, era obrigatória a apresentação de documentários em todos os cinemas antes do filme principal. A partir de 1952, Jean Manzon dirigiu e produziu mais de 900 documentários, vários deles a serviço do IPES. A maior parte foi veiculada nos cinemas de todo o Brasil. Durante o período da ditadura militar de 1964, os documentários de Jean Manzon ficaram conhecidos pelos elogios exacerbados que faziam às realizações e obras do governo.
Casou-se três vezes e teve dois filhos.
Referências
- ↑ a b Natalie Lima. Resenha do livro "Cobras criadas: a vida de um brilhante cascateiro" de Luiz Maklouf, in Observatório da Imprensa, 27 de janeiro de 2001 (visitado em 20 de agosto de 2008)
- ↑ FERNANDES, Millôr. "Um coleguinha capaz. E petulante" in VEJA, 27 de janeiro de 2007 (visitada em 20 de agosto de 2008)
- ↑ O Debret da Cãmera. O Cruzeiro - 17 de outubro de 1964.
- ↑ SUZUKI Jr, Matinas. História da discriminação brasileira contra os japoneses sai do limbo in Folha de São Paulo, 20 de abril de 2008(visitada em 17 de agosto de 2008)
- ↑ SUZUKI Jr, Matinas. Rompendo silêncio in Blog Controvérsia, 27 de abril de 2008(visitada em 08 de março de 2009)
Atualmente, o acervo do Fotografo encontra-se na Cepar Cultural. Mais informaçoes: http://www.ceparcultural.com.br/