João, o Reitor

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João, o Reitor
Nascimento desconhecida
Morte século XI
Nacionalidade Império Bizantino
Religião ortodoxia oriental

João, o Reitor (em grego: Ἰωάννης ὁ ῥαίκτωρ; fl. 922-947) foi um oficial bizantino, que serviu como ministro chefe imperial (paradinástevo) no início do reinado do imperador Romano I Lecapeno (r. 920–944). Enfrentando acusações, ele deixou seu ofício e retirou-se para um mosteiro, mas permaneceu como confidente do imperador, por quem ele realizou uma delicada missão diplomática à Bulgária em 929. Ele é, provavelmente, um dos conspiradores que em 947 pretendia depor Constantino VII Porfirogênito (r. 913–959) e restaurar o filho de Romano, Estêvão Lecapeno, ao trono.

Vida[editar | editar código-fonte]

Soldo de Romano I Lecapeno (r. 920–944) e Constantino VII Porfirogênito (r. 913–959)

João é mencionado pela primeira vez em 922, no rescaldo da conspiração fracassada contra o imperador Romano I Lecapeno (r. 920–944) e seu colega júnior Constantino VII Porfirogênito (r. 913–959). Naquele tempo, ele era um presbítero, mantinha o título de reitor, e era um conselheiro chefe (paradinástevo) de Romano. No rescaldo da revelação da conspiração pelo servo de um dos conspiradores, ele levou o servo para a residência imperial. Além disso, ele conseguiu com sucesso a promoção de Constantino Lorícato, o protocárabo (capitão do drómon imperial) e leal partidário de Romano, ao posto de protoespatário da vasilha, que teria sido mantido até então por um dos homens envolvidos na conspiração.[1]

Na primavera de 922, ele foi enviado, junto com o almirante Aleixo Mosele, o doméstico das escolas Potos Argiro e seu irmão Leão Argiro, para confrontar uma invasão búlgara sob Caucano e Menico. Na resultante batalha de Pegas, próximo a Constantinopla, João fugiu do campo de batalha quase imediatamente e procurou refúgio abordo de uma nau próxima, enquanto a batalha resultou em uma fuga dos bizantinos, que perderam muitos homens e oficiais, tanto mortos como cativos.[2] Logo depois, acusações inespecíficas foram trazidas contra ele diante de Romano. Fingindo estar doente, ele deixou o palácio imperial e retirou-se para um mosteiro por ele fundado, próximo a Galacrenas.[1][3] Ele foi sucedido como paradinástevo por Nicolau.[4]

Selo do imperador Pedro I (r. 927–969) com Irene Lecapena (r. 927–966)

Apesar das acusações e dele ter se tornado monge, João parece ter mantido a confiança de Romano, já que provavelmente em 929 ele foi enviado em uma missão diplomática à Bulgária. Oficialmente sua missão era auxiliar na reconciliação do imperador Pedro I (r. 927–969) com seu jovem filho João, que tinha sem-sucesso se revoltado contra ele e tinha sido forçado a se tornar monge, mas na realidade era para Reitor levar João para Constantinopla. Tão logo quando João estava em Constantinopla, ele abandonou seu hábito monástico e casou-se com uma nobre bizantina. Reitor e o filho mais velho e coimperador de Romano, Cristóvão (r. 921–931), foram testemunhas na cerimônia.[1]

João pode provavelmente ser identificado com o João, o Reitor que em dezembro de 947, fez parte de uma conspiração falha para depor Constantino, agora imperador único, e restaurar o filho mais jovem de Romano, Estêvão Lecapeno, ao trono. Os conspiradores foram variadamente cegados, suas orelhas e narizes foram cortados, foram publicamente humilhados através das ruas da capital e então exilados.[1]

Referências

  1. a b c d Lilie 2013, Ioannes (#22937).
  2. Runciman 1988, p. 88.
  3. Runciman 1988, p. 68.
  4. Lilie 2013, Ioannes (#22938).

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt 
  • Runciman, Steven (1988). The Emperor Romanus Lecapenus and His Reign: A Study of Tenth-Century Byzantium (em inglês). Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-35722-5