João Félix Pereira

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João Félix Pereira (Lisboa, 1822 - 1891) foi um polígrafo português, escritor e tradutor, que contribuiu no seu tempo para a divulgação de várias disciplinas, como a Medicina, História e Economia. É autor de originais e traduziu para português obras do latim, grego, espanhol, francês, inglês, alemão e russo, e teria conhecimentos também de dinamarquês, sueco e holandês.[1]

João Félix era um escritor compulsivo, que escrevia para editar, por vezes adaptando e reaproveitando textos já publicados. O seu método de escrita e a sua obra, que era considerada enfadonha, fizeram de João Félix motivo de troça entre os intelectuais da sua época e hoje é lembrado apenas como um dos "excêntricos" do século XIX.[2]

Ramalho Ortigão e Eça de Queirós dedicam-lhe algumas das suas farpas a propósito do seu livro Preceitos de Civilidade: "O mestre das maneiras portuguesas não é Talma, nem madame de Girardin, nem Balzac, nem Emerson, nem Carlos Dickens. É simplesmente o Sr. João Félix Pereira, médico, engenheiro civil e agrónomo. (...) Apesar da existência em oitava edição da grande obra do Sr. João Félix a respeito da civilidade, vemos com certa angústia que nem todos os jovens se têm nutrido nos meios daquela doutrina."[3]

Obras[editar | editar código-fonte]

Algumas obras do autor:

  • Pecúlio do orador Português ou Colecção de frases Portuguesas, [1], (1873)
  • Princípios de Química, [2], (1864)
  • Vocabulário usual das línguas portuguesa e inglesa: precedido de um resumo de gramática inglesa e seguido de um glossário dos termos comerciais, [3], (1880)
  • O General António Pedro de Azevedo ou Conselhos aos pais de família, [4], (1876)
  • Vocabulário sónico, ou enumeração das principais palavras portuguesas escritas segundo as regras da ortografia fonética precedido da refutação da ortografia etimológica e seguido de um episódio dos Lusíadas, escrito sónicamente, [5], (1888)
  • Corografia do Brasil, [6], (1854)
  • Natureza e extensão do progresso considerado como lei da humanidade: : aplicação especial desta lei às belas artes, [7], (1863)
  • História da Grécia: para uso das escolas, [8], (1869)
  • A companhia do olho vivo: drama original em quatro actos e um prólogo, [9], (1876)
  • Compêndio de cronologia, [10], (1878)
  • Preceitos de Civilidade, [11]m (1876)

Referências

  1. Fernandes, Joana Isabel Plácido (2015). Uma selecta de textos alemães traduzidos por João Félix Pereira: estudo e edição genética (dissertação de mestrado). [S.l.]: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Consultado em 15 de outubro de 2017 
  2. Prista, Luís (2007). «Um manuscrito de João Félix Pereira: a Carta sobre a Reforma Ortográfica de Barbosa Leão». Veredas (8). Porto Alegre: Associação Internacional de Lusitanistas. pp. 147–169. Consultado em 15 de outubro de 2017 
  3. Ortigão, Ramalho; Queirós, Eça de (2004). As farpas: crónica mensal da política, das letras e dos costumes. [S.l.]: Lucerna. pp. 100–103. Consultado em 15 de outubro de 2017