Língua lamahólot

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O lamahólot, também conhecido como solor, é um contínuo dialetal malaio-polinésia central falado nas ilhas de Flores, Solor, Lembata e Pantar, na Indonésia. As variedades podem não ser todos mutuamente inteligível; Keraf (1978) relata que existem 18 línguas sob o nome.[1] A linguagem mostra evidências de um substrato de línguas papuas (não-austronésio).

Falantes[editar | editar código-fonte]

No ano de 2010 existiam cerca 180 mil pessoas falantes da língua lamahólot.[2]

Resquícios da língua portuguesa[editar | editar código-fonte]

Devido as influências dos portugueses nas ilhas onde esta língua é falada durante vários séculos, atualmente ainda existem muitos resquícios da língua portuguesa no lamahólot (e também no snáing). Trata-se basicamente de reminiscências lexicais, muitas delas relacionadas com o catolicismo.[3][4]

Expressões portuguesas usadas na região de Larantuca e Maumere (em lamahólot e snáing):

  • Dias da semana (usados até hoje):

Segunda-fera, tersa-fera, kwarta-fera, kinta-fera, sesta-fera, sábadu, domingo.

  • Nomes próprios:

Da Silfa, Da Gomes, Joanes Ribéra, Pârera, Da Cuña, Da Lopez, Carvalo, De Rosari, De Ornai, Rita.

  • Relação familiar:

Tio/tia, cuñadu/cuñada, pa (pai), ma (mãe), nina (menina), siñu Da Gomes (senhorzinho Gomes, no sentido de pequeno ou de carinho), nina Da Gomes (senhorita Gomes, no mesmo sentido).

  • Catolicismo:

Prosesi (procissão), Reña Rosari (santa padroeira de Larantuka), Tuang Mâ (Nossa Senhora), Tuang Deo (Deus), San Domingu, San Juan, konféria (confraria), gereja (igreja), katedral, kapela, paroki, cruz, promesa, kristang (cristão), missa, paji (padre), tuang paji (teu padre, senhor padre).

  • Termos do dia a dia:

pasear, jandela, meja, bangku, kadéra, garfu, sâpátu, almari (armário), sem (sem), nyora (senhora), statua (estátua), berok (barco), minyoka (minhoca), redaku, sândál (sandália), ose (você), senyor (senhor: para pessoas que têm autoridade ou para os mais velhos), espada, kamija (camisa), mamonti (prato cheio, como um "monte"), tésta.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Keraf, Gorys. 1978. Komposisi. Ph.D. dissertation, Flores.
  2. «Lamaholot» (em inglês). Ethnologue. Consultado em 23 de junho de 2015 
  3. «Língua Portuguesa em Flores - Indonésia. Especialmente região de Larantuka e Maumere». Consultado em 23 de junho de 2015 
  4. «Na Indonésia a ilha de Flores mantém resquícios de colonização portuguesa há 500 anos». Crônicas macaenses. Consultado em 23 de junho de 2015