Mostrar código-fonte de Língua protorromânica

A '''língua protorromânica''' é o ancestral reconstruído [[Linguística comparativa|comparativamente]] de todas as [[línguas românicas]]. Ele reflete uma [[Baixo latim|variedade tardia]] do [[latim]], uma das [[línguas itálicas]] da família [[Línguas indo-europeias|indo-europeia]] que as contém.

Destacando-se como uma exceção em [[linguística comparada]], o '''protorromance''' tem à disposição um abundante corpus de textos escritos em um equivalente aproximado de sua [[protolíngua]], que é o latim. Tal situação, entretanto, acarreta em excesso de confiança por parte de estudiosos em textos em latim, em detrimento da reconstrução do protorromance a partir de suas variantes posteriores.<ref>Dworkin (2016), p. 2</ref>

Por definição, o protorromance é uma abstração, não devendo ser considerado um equivalente exato do latim falado especificamente em uma época ou lugar.<ref>Hall (1976), pp. 10-11</ref> A inteligibilidade geral deve haver existido pelo menos até fins do século III.<ref>Mensching & Remberger (2016), p. 270</ref> O período seguinte daria lugar a uma total convergência completa entre /ɪ/ e /e/, o que não se estendeu todas as áreas.<ref>Adams (2013), p. 51, 61-2, 68</ref>

== Fonologia ==

=== Monotongos ===
{| class="wikitable" style="text-align: center;"
!
![[Vogal anterior|Anterior]]
! [[Vogal central|Central]]
! [[Vogal posterior|Posterior]]
|-
! [[Vogal fechada|Fechada]]
| {{IPA link|i}}
|
| {{IPA link|u}}
|-
! [[Vogal quase fechada|Quase fechada]]
| [[Vogal quase anterior quase fechada não arredondada|ɪ]]
|
| [[Vogal quase posterior quase fechada arredondada|ʊ]]
|-
! [[Vogal semifechada|Semifechada]]
| {{IPA link|e}}
|
| {{IPA link|o}}
|-
! [[Vogal quase aberta|Quase aberta]]
| {{IPA link|ɛ}}
|
| {{IPA link|ɔ}}
|-
! [[Vogal aberta|Aberta]]
|
| [[Vogal aberta|a]]
|
|}

* As vogais quase abertas /ɛ, ɔ/ convergem com /e, o/ em todos os contextos átonos.<ref>Gouvert (2014), pp. 73–6</ref><ref>Ferguson (1976), p. 78</ref>

* Nota-se redução adicional em sílabas intertônicas, em que  /i, u/ se convergem com /ɪ, ʊ/.<ref>Gouvert (2014), pp. 78–81</ref>

* As vogais se tornam longas em sílabas abertas tônicas por alofonia,<ref>Loporcaro (2015), pp. 25–30</ref> com as possíveis exceções de /ɪ/ ou /ʊ/.<ref>Gouvert (2014), p. 69</ref>

* Os fonemas /i, u/ tornam-se [j, w] entre uma consoante e uma vogal. Por sua vez, [j] então desencadeia uma [[palatalização]], por exemplo, /basiáre/ [basʲáːɾe].<ref>Gouvert (2014), p. 83</ref>

=== Ditongo ===
Pode-se reconstruir apenas um ditongo para o protorromance, sendo ele /au̯/. Pode-se encontrar em posições tônicas e átonas.<ref>Ferguson (1976), p. 84</ref> Sua categorização como [[fonema]] é porém questionável, pois também pode ser analisado como uma sequência de /a/ e /u/.<ref>Gouvert, p. 81</ref>

=== Consoantes ===
{| class="wikitable" style="text-align: center;"
!
! colspan="2" |Labial
! colspan="2" | Coronal
! colspan="2" | Velar
! colspan="2" | Palatal
|-
! Nasal
|
| m
|
| n
|
|
|
|
|-
! Oclusiva
| p
| b
| t
| d
| k
| g
|
| rowspan="2" | j
|-
! Fricativa
| f
| β
| s
|
|
|
|
|-
! Labializada
|
|
|
|
| kʷ
|
|
|
|-
! Vibrante
|
|
| colspan="2" | r
|
|
|
|
|-
! Lateral
|
|
| colspan="2" | l
|
|
|
|
|}

* Em decorrência de palatalização, /t, k, n, l/ tornam-se [tsʲ, c, ɲ, ʎ].<ref>Zampaulo (2019), pp. 50, 78, 94</ref>
* Entre vogais, [c, ɲ, ʎ] passam por [[geminação]] regular.<ref name="Xavier">Gouvert (2014), pp. 92–115</ref> No caso de [tsʲ], a geminação é apenas esporádica.<ref>Wilkin (1926), pp. 11–14</ref>
* Uma [[vogal posterior]] seguinte, ou seja, /u ʊ ɔ/ ou /o/, desencadeia a simplificação de /kʷ/ para /k/.<ref>Grandgent (1907), p. 107</ref>
* No início das palavras, /sC/ sofre [[Prótese (metaplasmo)|prótese]], por exemplo /stáre/ [ɪstáːɾe], salvo quando precedido por vogal.<ref>Gouvert (2014), pp. 125–6</ref><ref>Hall (1976), p. 128</ref>
* Questiona-se a classificação de /kʷ/ como fonema independente ou apenas alofone de /ku/ seguido de vogais.<ref>Gouvert (2014), p. 100</ref>
* Há indícios de que /f/ pode ter sido [[Consoante bilabial|bilabial]], mas o provável é que haja sido [[Fricativa labiodental surda|labiodental]].<ref>Gouvert (2016), p. 38</ref>
* /b, d, g/ representam as fricativas [β, ð, ɣ] entre vogais ou em sequência com com /r/ e /l/.<ref>Gouvert (2016), p. 48</ref>
* Entre vogais, /di, gi/ não ocorrem, uma vez que já haviam se reduzido a /j/.<ref>Zampaulo (2019), p. 87</ref><ref>Gouvert (2016), p. 43</ref>
* /j/ representa [ɟ] em começo de palavra; Entre vogais, a realização era [ɟ]<ref>Zampaulo (2019), pp. 83-8</ref> ou [ʝ ~ ɟɟ].<ref>Gouvert (2014), pp. 83-91</ref>
* /ll/ parece ter tido realização [[Consoante retroflexa|retroflexa]] [ɭɭ].<ref>Gouvert (2014), p. 115</ref><ref>Zampaulo (2019), pp. 71-77</ref>
* É provável que /gn/ fosse [[Consoante fricativa|fricativizado]] para [ɣn].<ref>Gouvert (2014), p. 95</ref><ref>Zampaulo (2019), p. 80</ref>

== Morfologia ==

=== Substantivos ===
Os substantivos protorromânicos tinham três casos: [[Caso nominativo|nominativo]], [[Caso acusativo|acusativo]] e uma combinação entre [[Caso genitivo|genitivo]] e [[Caso dativo|dativo,]] utilizada apenas em referência a humanos.<ref>De Dardel & Gaenge (1992), p. 104</ref>
{| class="wikitable" style="text-align: center;"
!Declinação
| rowspan="6" |
! colspan="2" | I
| rowspan="6" |
! colspan="2" | II
| rowspan="6" |
! colspan="2" | III m.
| rowspan="6" |
! colspan="2" | III f.
|-
! Número
! singular
! plural
! singular
! plural
! singular
! plural
! singular
! plural
|-
! Nominativo
| rowspan="2" | fémɪna
| fémɪne ''{{Nre|This ending was steadily being replaced in Proto-Romance by -as.<ref name="Não_nomeado-xzbO-1">De Dardel & Wüest (1993), p. 57</ref>}}''
| fíʎʎʊs
| fíʎʎi
| pátrɪs ~ pátre
| pátri
| rowspan="2" | mátre
| rowspan="2" | mátres
|-
! Acusativo
| fémɪnas
| fíʎʎu
| fíʎʎos
| pátre
| pátres
|-
! Gen-Dat.
| fémɪne
| femɪnóru
| fíʎʎo
| fiʎʎóru
| pátri
| patróru
| mátri
| matróru
|-
! Reflexo
| colspan="2" | fêmea (mulher)
| colspan="2" | filho
| colspan="2" | pai
| colspan="2" | mãe
|}
Vários substantivos da declinação III tinham inflexões que diferiam em número de sílabas ou tonicidade.<ref>Hall (1983), p. 28</ref>
{| class="wikitable" style="text-align: center;"
!Nominativo
| rowspan="3" |
| ɔ́mo
| rowspan="3" |
| pastor
| rowspan="3" |
| sɔ́ror
|-
! Acusativo
| ɔ́mɪne
| pastóre
| Soróre
|-
! Reflexo
| homem
| pastor
| irmã
|}
Alguns substantivos da declinação II tinham o plural em -''a'' ou ''-ora, sendo'' estes originalmente neutros no latim clássico. Embora seu singular fosse masculino, o plural era tratado como feminino.<ref>Hall (1983), pp. 23–4, 29–30.</ref>
{| class="wikitable" style="text-align: center;"
!Tipo
| rowspan="4" |
! colspan="5" | I
| rowspan="4" |
! colspan="5" | II
|-
! Número
! singular
! plural
| rowspan="3" |
! singular
! plural
! singular
! plural
| rowspan="3" |
! singular
! plural
|-
! Substantivo ''{{Nre|Forms given in the accusative.}}''
| ɔ́βu
| ɔ́βa
| bráccu
| brácca
| tɛ́mpʊs
| tɛ́mpora
| pɛ́ktʊs
| pɛ́ktora
|-
! Reflexo
| colspan="2" | ovo
| colspan="2" | braço
| colspan="2" | Tempo
| colspan="2" | peito
|}
O plural era frequentemente reanalisado como um singular feminino, o que acarretou mudanças de gênero gramatical.<ref>Akire & Rosen (2010), pp. 193–4</ref>
{| class="wikitable" style="text-align: center;"
!Número
| rowspan="4" |
! singular
! plural
| rowspan="4" |
! singular
! plural
|-
! Substantivo original
| fɔ́ʎʎu
| fɔ́ʎʎa
| lɪ́ɣnu
| lɪ́ɣna
|-
! Variante Feminina
| fɔ́ʎʎa
| fɔ́ʎʎas
| lɪ́ɣna
| lɪ́ɣnas
|-
! Reflexo
| colspan="2" | folha
| colspan="2" | lenha
|}
Tal tendência já se fazia presente no latim clássico; por exemplo, o substantivo feminino ''ópera'' surgiu a partir do plural de ''opus'' neutro ''.''

=== Adjetivos ===

==== Absolutos ====
Flexionam-se de maneira similar aos substantivos.<ref>Hall (1983), pp. 31-33</ref>

==== Comparativos ====
Embora o sufixo latino ''[[wiktionary:en:-ior#Latin|-ior]]'' ainda existisse, era presente apenas em um número limitado de adjetivos.<ref>Hall (1983), pp. 32, 119-20</ref>
{| class="wikitable" style="text-align: center;"
!Adjetivo
| mɛ́ʎʎor
| pɛ́ɟor
| máɟor
| mɪ́nor
|-
! Reflexo
| melhor
| pior
| maior
| menor
|}
Nos outros casos, convencionalmente, formava-se o comparativo com o emprego de ''plus'' ou ''mai̯s'' (ambos significando 'mais') a um adjetivo absoluto. Tal uso também existia em latim clássico, embora com menos frequência.<ref>Maltby (2016), pp. 340–5.</ref>

==== Superlativos ====
Não havia especificamente uma desinência que expressasse o superlativo. Em seu lugar, empregavam-se várias alternativas, tais como um advérbio de intensidade (''mʊ́ltu'', ''bɛ́ne'', etc.) ou um comparativo simples.<ref>Bauer (2016), pp. 340, 359</ref>

==== Possessivos ====
No diagrama abaixo esquematiza-se um exemplo do feminino singular. Muitos deles tinham variantes átonas ('fracas').<ref>Lyons (1986), pp. 20-4</ref>
{| class="wikitable" style="text-align: center;"
!
!Primeira pessoa
! Segunda pessoa
! Terceira pessoa
! Interrogativo
|-
! singular
| mɛ́a ~ ma
| tʊ́a ~ ta
| rowspan="2" | sʊ́a ~ sa
| rowspan="2" | kúɟa
|-
! plural
| nstra
| βɔ́stra
|}

=== Pronomes ===

==== Pessoais ====
Equivalentes a 'eu, nós, tu, vós' etc.<ref>De Dardel & Wüest (1993), pp. 39-43</ref><ref name="Hall">Hall (1983), p. 39</ref>
{| class="wikitable" style="text-align: center;"
!Pessoa
| rowspan="5" |
! colspan="2" | I
| rowspan="5" |
! colspan="2" | II
| rowspan="5" |
! colspan="2" | III f.
| rowspan="5" |
! colspan="2" | III m.
|-
! Número
! singular
! plural
! singular
! plural
! singular
! plural
! singular
! plural
|-
! Nominativo
| ɛ́ɣo
| rowspan="2" | nos
| tu
| rowspan="2" | βos
| rowspan="2" | ɪɭɭa
| ɪɭɭe ''{{Nre|This ending was steadily being replaced in Proto-Romance by -as.<ref name="Não_nomeado-xzbO-1"/>}}''
| colspan="2" | ɪlle~ɪɭɭi
|-
! Acusativo
| me~mene
| te~tene
| ɪɭɭas
| ɪɭɭu
| ɪɭɭos
|-
! Gen-Dat.
| mi~mɪβɪ
| noβɪs
| ti~tɪβɪ
| βoβɪs
| ɪɭɭi~ɪɭɭɛ́i
| ɪɭɭis~ɪɭɭóru
| ɪɭɭi~ɪɭɭúi
| ɪɭɭis~ɪɭɭóru
|}

==== Relativos ====
Destaca-se que kúi̯ foi perdido nas [[Línguas românicas orientais|variantes românicas orientais]].<ref>Elcock (1975), pp. 95-6</ref>
{| class="wikitable" style="text-align: center;"
!
!Masc. ou Fem.
! Neutro
|-
! Nominativo
| ku̯i
| rowspan="2" | kod
|-
! Acusativo
| ku̯ɛn
|-
! Gen-Dat.
| colspan="2" | kui̯
|}
Os pronomes interrogativos são os mesmos, exceto a forma neutra nominativa-acusativa, que é ''ku̯ɪd''.

=== Verbos ===
Os verbos protorromânicos dividem-se em [[Verbo#Conjuga%C3%A7%C3%B5es%202|três classes principais]], cada uma das quais caracterizada por uma vogal temática diferente (/a/, /e/, /i/). Suas conjugações são construídas em três [[Tema (linguística)|temas]] que envolvem várias combinações de modo, aspecto e tempo.<ref>Hall (1983), pp. 47–50</ref>

==== Presente do indicativo ====
As formas do presente também podem referir ao futuro.<ref>Hall (1983), pp. 52–7</ref>
{| class="wikitable" style="text-align: center;"
!
| rowspan="7" |
! colspan="2" |Primeira pessoa
| rowspan="7" |
! colspan="2" | Segunda pessoa
| rowspan="7" |
! colspan="2" | Terceira pessoa
| rowspan="7" |
! rowspan="2" | Tradução
|-
! Número
! singular
! plural
! singular
! plural
! singular
! plural
|-
! Conjugação I
| kánto
| kantámʊs
| kántas
| kantátɪs
| kántat
| kántant
| cantar
|-
! Conjugação II
| dɔ́rmo
| dormímʊs
| dɔ́rmɪs
| dɔrmítɪs
| dɔ́rmɪt
| dɔ́rment~dɔ́rmʊnt
| dormir
|-
! Conjugação III
| bátto
| battémʊs
| báttes
| Battétɪs
| báttet
| báttent
| bater
|-
! rowspan="2" | Irregular
| sʊ́n
| sʊ́mʊs~sémʊs
| ɛ́s~sɛ́s
| ɛ́stɪs~sɛ́tɪs~sʊ́tɪs
| ɛ́st
| sʊ́nt
| sou/é/somos
|-
| áo~áɟo
| aβémʊs
| ás
| aβétɪs
| át
| ánt~áu̯nt
| hei/há/havemos
|}

==== Particípios ====
Declinavam como adjetivos.<ref>Hall (1983), pp. 122–3</ref>
{| class="wikitable" style="text-align: center;"
!
| rowspan="4" |
!Presente Ativo
| rowspan="4" |
! Tradução
| rowspan="4" |
! Passivo pretérito
| rowspan="4" |
! Tradução
|-
! Conjugação I
| Amánte
| adorando
| amáta
| amada
|-
! Conjugação II
| Finɛ́nte
| findando
| finíta
| findada
|-
! Conjugação III
| aβɛ́nte
| havendo
| aβúta
| havida
|}

== Relação com o latim escrito ==
Segundo Roger Wright, a princípio não se fazia distinção entre o latim e o românico, sendo latim a forma escrita arcaica da fala. Por exemplo, embora no início da [[Espanha]] medieval a palavra /sjeglo/ 'século' fosse bastante grafada como ⟨saeculum⟩, um monge não a leria em voz alta como /sɛkulum/, do mesmo modo que um lusófono não pronunciaria ⟨theatro⟩ como */tʰeatɾo/.<ref>Wright (1982), pp. 44–50</ref>

Falantes não nativos de latim, porém, como o clero de origem anglo-saxônica ou irlandesa, possivelmente usassem uma pronúncia bastante diferente, na tentativa de pronunciar cada palavra conforme sua grafia.<ref>Wright (1982), pp. 98-103</ref> A [[Renascença carolíngia|Renascença Carolíngia]] na França aplicou essa pronúncia artificial também para falantes nativos de latim pela primeira vez. Por exemplo, a palavra ⟨viridiarium⟩ 'pomar' já não deveria ler-se em voz alta como o equivalente em [[francês antigo]] */verdʒjær/, e sim precisamente conforme grafado, com todas as seis sílabas: /vi.ri.di.a.ri.um/.<ref>Wright (1982), pp. 104–7</ref>

Esse tipo de mudança radical teve como consequência os [[Sermão|sermões em]] latim completamente ininteligíveis para o público geral, que falava variades populares, e com isso os funcionários, posteriormente, no [[Sínodo|Conselho]] de [[Tours]] a instruir os padres a ler os sermões em voz alta à moda antiga, em ''rusticam romanam linguam'' ou 'língua rústica romana (ou românica)'.<ref>Wright (1982), pp. 118-20</ref>

Como já não havia forma direta de determinar se um texto deveria ser lido em voz alta como latim ou [[Línguas românicas|romance]], foram feitas várias tentativas na França de estipular uma nova ortografia apenas para o linguajar popular; entre os primeiros exemplos estão partes dos [[Juramentos de Estrasburgo]] e da [[Sequência de Santa Eulália]] . À medida que as [[Renascença carolíngia|reformas carolíngias]] disseminaram a pronúncia latina "adequada" da França para outras áreas de língua românica, os estudiosos locais sentiram a necessidade de criar ortografias para seus próprios dialetos, iniciando assim a fase literária do romance medieval.<ref>Wright (1982), pp. 122–32, 143–4</ref>
{{Notas}}
{{Listanota-lg}}

{{Referências}}

== Bibliografia ==

* Alkire, Ti; Rosen, Carol (julho de 2010). ''Línguas românicas: uma introdução histórica'' . Nova York: Cambridge University Press.{{ISBN|9780521717847}} .
* {{Citar periódico |ultimo= |primeiro= |ultimo2= |data=2014-11-14 |editor-sobrenome2=Schweickard |editor-sobrenome3=Gouvert |editor-sobrenome4=Kramer |titulo=Dictionnaire Étymologique Roman (DÉRom) |periódico=Beihefte zur Zeitschrift für romanische Philologie |volume= |paginas= |doi=10.1515/9783110313482 |isbn=9783110313482}}<bdi>{{Citar periódico |ultimo= |primeiro= |ultimo2= |data=2014-11-14 |editor-sobrenome2=Schweickard |editor-sobrenome3=Gouvert |editor-sobrenome4=Kramer |titulo=Dictionnaire Étymologique Roman (DÉRom) |periódico=Beihefte zur Zeitschrift für romanische Philologie |volume= |paginas= |doi=10.1515/9783110313482 |isbn=9783110313482}}</bdi> {{Citar periódico |ultimo= |primeiro= |ultimo2= |data=2014-11-14 |editor-sobrenome2=Schweickard |editor-sobrenome3=Gouvert |editor-sobrenome4=Kramer |titulo=Dictionnaire Étymologique Roman (DÉRom) |periódico=Beihefte zur Zeitschrift für romanische Philologie |volume= |paginas= |doi=10.1515/9783110313482 |isbn=9783110313482}}
* {{Citar livro|título=Dictionnaire Étymologique Roman (DÉRom) 2|ultimo=|primeiro=|ano=2016|editor-sobrenome=Buchi|localização=|páginas=|isbn=978-3-11-045361-4|oclc=963581913|editor-sobrenome2=Gouvert|publicação=De Gruyter}}<bdi>{{Citar livro|título=Dictionnaire Étymologique Roman (DÉRom) 2|ultimo=|primeiro=|ano=2016|editor-sobrenome=Buchi|localização=|páginas=|isbn=978-3-11-045361-4|oclc=963581913|editor-sobrenome2=Gouvert|publicação=De Gruyter}}</bdi> {{Citar livro|título=Dictionnaire Étymologique Roman (DÉRom) 2|ultimo=|primeiro=|ano=2016|editor-sobrenome=Buchi|localização=|páginas=|isbn=978-3-11-045361-4|oclc=963581913|editor-sobrenome2=Gouvert|publicação=De Gruyter}}
* {{Citar periódico |ultimo=De Dardel |primeiro=R. |ultimo2=Gaeng |primeiro2=P. A. |data=1992 |titulo=La Declinaison Nominale du Latin Non Classique: Essai d'une Methode de Synthese |periódico=Probus |volume=4 |paginas= |doi=10.1515/prbs.1992.4.2.91 |issn=0921-4771}}
* {{Citar periódico |ultimo=De Dardel |primeiro=Robert |ultimo2=Wüest |primeiro2=Jakob |data=1993 |titulo=Les systèmes casuels du protoroman |url=https://elibrary.narr.digital/article/99.125005/vox199310025 |periódico=Vox Romanica |volume=52 |paginas=25–65 |issn=0042-899X |via=eLibrary}}
* {{Citar periódico |ultimo=Dworkin |primeiro=Steven N. |data=2016-01-01 |titulo=Do Romanists need to reconstruct Proto-Romance? |periódico=Zeitschrift für romanische Philologie |volume=132 |paginas=2 |doi=10.1515/zrp-2016-0001 |issn=1865-9063}}
* {{Citar livro|título=A History of the Romance Vowel Systems through Paradigmatic Reconstruction|ultimo=Ferguson|primeiro=Thaddeus|data=1976-01-31|localização=Berlin, Boston|páginas=78|doi=10.1515/9783110806960|isbn=978-3-11-080696-0|publicação=De Gruyter}}<bdi>{{Citar livro|título=A History of the Romance Vowel Systems through Paradigmatic Reconstruction|ultimo=Ferguson|primeiro=Thaddeus|data=1976-01-31|localização=Berlin, Boston|páginas=78|doi=10.1515/9783110806960|isbn=978-3-11-080696-0|publicação=De Gruyter}}</bdi> {{Citar livro|título=A History of the Romance Vowel Systems through Paradigmatic Reconstruction|ultimo=Ferguson|primeiro=Thaddeus|data=1976-01-31|localização=Berlin, Boston|páginas=78|doi=10.1515/9783110806960|isbn=978-3-11-080696-0|publicação=De Gruyter}}
* {{Citar livro|título=Proto-Romance Phonology|ultimo=Hall, Robert Anderson|primeiro=|data=1976|localização=|páginas=|isbn=0-444-00183-2|oclc=422266905|publicação=Elsevier}}<bdi>{{Citar livro|título=Proto-Romance Phonology|ultimo=Hall, Robert Anderson|primeiro=|data=1976|localização=|páginas=|isbn=0-444-00183-2|oclc=422266905|publicação=Elsevier}}</bdi> {{Citar livro|título=Proto-Romance Phonology|ultimo=Hall, Robert Anderson|primeiro=|data=1976|localização=|páginas=|isbn=0-444-00183-2|oclc=422266905|publicação=Elsevier}}
* {{Citar livro|título=Proto-Romance Morphology|ultimo=Hall, Robert Anderson|primeiro=|data=1983|localização=|páginas=|isbn=90-272-3522-8|oclc=10773070|publicação=John Benjamins Pub. Co}}<bdi>{{Citar livro|título=Proto-Romance Morphology|ultimo=Hall, Robert Anderson|primeiro=|data=1983|localização=|páginas=|isbn=90-272-3522-8|oclc=10773070|publicação=John Benjamins Pub. Co}}</bdi> {{Citar livro|título=Proto-Romance Morphology|ultimo=Hall, Robert Anderson|primeiro=|data=1983|localização=|páginas=|isbn=90-272-3522-8|oclc=10773070|publicação=John Benjamins Pub. Co}}
* {{Citar livro|título=Vowel Length From Latin to Romance|ultimo=Loporcaro|primeiro=Michele|data=2015|localização=|páginas=25–30|isbn=978-0-19-965655-4|oclc=1107082342|publicação=Oxford University Press}}<bdi>{{Citar livro|título=Vowel Length From Latin to Romance|ultimo=Loporcaro|primeiro=Michele|data=2015|localização=|páginas=25–30|isbn=978-0-19-965655-4|oclc=1107082342|publicação=Oxford University Press}}</bdi> {{Citar livro|título=Vowel Length From Latin to Romance|ultimo=Loporcaro|primeiro=Michele|data=2015|localização=|páginas=25–30|isbn=978-0-19-965655-4|oclc=1107082342|publicação=Oxford University Press}}
* {{Citar livro|título=Early and Late Latin: Continuity or Change?|ultimo=Vincent|primeiro=Nigel|ultimo2=Adams|primeiro2=J. N.|ultimo3=Maltby|primeiro3=Robert|ano=2016|localização=|páginas=|isbn=978-1-107-13225-2|publicação=Cambridge University Press}}<bdi>{{Citar livro|título=Early and Late Latin: Continuity or Change?|ultimo=Vincent|primeiro=Nigel|ultimo2=Adams|primeiro2=J. N.|ultimo3=Maltby|primeiro3=Robert|ano=2016|localização=|páginas=|isbn=978-1-107-13225-2|publicação=Cambridge University Press}}</bdi> {{Citar livro|título=Early and Late Latin: Continuity or Change?|ultimo=Vincent|primeiro=Nigel|ultimo2=Adams|primeiro2=J. N.|ultimo3=Maltby|primeiro3=Robert|ano=2016|localização=|páginas=|isbn=978-1-107-13225-2|publicação=Cambridge University Press}}
* {{Citar livro|título=Notes on the development of -KJ-, -TJ- in Spanish and Portuguese|ultimo=Wilkinson, Hugh E.|data=1926|localização=|páginas=11–14|isbn=|oclc=1055897845|publicação=Aoyama Gakuin University}}
* {{Citar livro|título=Late Latin and Early Romance in Spain and Carolingian France|ultimo=Wright|primeiro=Roger|ano=1982|localização=Liverpool|páginas=|isbn=0-905205-12-X|publicação=Francis Cairns}}<bdi>{{Citar livro|título=Late Latin and Early Romance in Spain and Carolingian France|ultimo=Wright|primeiro=Roger|ano=1982|localização=Liverpool|páginas=|isbn=0-905205-12-X|publicação=Francis Cairns}}</bdi> {{Citar livro|título=Late Latin and Early Romance in Spain and Carolingian France|ultimo=Wright|primeiro=Roger|ano=1982|localização=Liverpool|páginas=|isbn=0-905205-12-X|publicação=Francis Cairns}}
* {{Citation|último =Zampaulo|primeiro1 =André|título=Palatal Sound Change in the Romance languages|data=2019-08-22|volume=|páginas=150–199|publicado=Oxford University Press|doi=10.1093/oso/9780198807384.003.0006|isbn=978-0-19-880738-4}}<bdi>{{Citation|último =Zampaulo|primeiro1 =André|título=Palatal Sound Change in the Romance languages|data=2019-08-22|volume=|páginas=150–199|publicado=Oxford University Press|doi=10.1093/oso/9780198807384.003.0006|isbn=978-0-19-880738-4}}</bdi>
* {{Citar livro|título=The Romance Languages|ultimo=Elcock, W. D.|data=1975|localização=|páginas=|isbn=|oclc=604561391|publicação=Faber and Faber}}
* {{Citar periódico |ultimo=Lyons |primeiro=Christopher |data=1986 |titulo=On the Origin of the Old French Strong-Weak Possessive Distinction |periódico=Transactions of the Philological Society |volume=84 |paginas=1–41 |doi=10.1111/j.1467-968x.1986.tb01046.x |issn=0079-1636}}
* Ramat, Paolo; Ricca, Davide; Guido, Mensching; Eva-Maria, Remberger (2016-06-30), "Romance", The Oxford Guide to the Romance Languages, Oxford University Press, pp. 50-62,{{ISBN|978-0-19-967710-8}}, recuperado em 2020-08-31
* Adams, JN (James Noel). (2013). ''Variação social e a língua latina'' .{{ISBN|1-316-62949-X}} . [[Online Computer Library Center|OCLC]]&nbsp;958098176.
* Grandgent, CH (Charles Hall). (1907). ''Uma introdução ao latim vulgar'' . DC Heath & Co. [[Online Computer Library Center|OCLC]]&nbsp;1170227140.

[[Categoria:Linguística]]
[[Categoria:Latim]]