Maleque ibne Alhaitame Alcuzai

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Maleque ibne Alhaitame
Nacionalidade Califado Abássida
Etnia Árabe
Ocupação General e governador
Avanço da Revolução Abássida no Califado Omíada
Dinar de ouro do califa Almançor (r. 754–775)

Abonácer Maleque ibne Alhaitame Alcuzai (Abu Nasr Malik ibn al-Haitham al-Khuza'i - lit. Abonácer Maleque, filho de Alhaitame, o Chuza) foi um antigo apoiante abássida e líder militar do século VIII.

Vida[editar | editar código-fonte]

Um árabe coraçane da tribo Banu Cuza'a, ele era o primeiro dos mais antigos apoiantes do esforço missionário abássida (dauá) no Coração, e posteriormente tornar-se-ia um dos principais líderes ("os 12 nacaba") do - ainda secreto - movimento abássida.[1] Com a eclosão da Revolução Abássida no final de 747, ele foi escolhido pelos líderes abássidas como comandante de campo e saíbe da xurta ou chefe de polícia sob o primeiro comandante abássida, Abu Muslim, enquanto seu filho Nácer foi nomeado como seu subcomandante.[2] Nesta capacidade, Maleque participou nas batalhas da Revolução Abássida no Coração e na ofensiva a oeste sob Abu Muslim.[3]

Após o sucesso da revolução, Maleque tornou-se um dos mais próximo adeptos de Abu Muslim. Após a supressão da revolta de Abedalá ibne Ali contra o califa Almançor (r. 754–775) na Síria em 754, a longa tensão entre Abu Muslim - que tinha vindo a governar o Coração com um príncipe quase-soberano, praticamente independente da família abássida - e Almançor veio à tona. Maleque aconselhou Abu Muslim a retornar direto para Coração para sua própria segurança, mas ele estava relutante em efetuar uma violação completa e aceitar as convocações do califa. Durante a audiência subsequente, o califa executou Abu Muslim.[4] Após o assassinato de Abu Muslim, Maleque foi brevemente preso, mas reconciliou-se com os abássidas e readquiriu o favor do califa quando auxiliou Almançor durante a rebelião Rawandiya em 758/759.[5] Ele foi então recompensado com o governo de Moçul, que ele manteve de 759/760 até 763. Ele não é mais mencionado, e provavelmente morreu aproximadamente por esta época.[3][6]

No entanto, sua família permaneceu entre as mais poderosas nos Khurasaniyya, o exército coraçane que colocou os abássidas no poder e manteve-se como principal pilar do começo do regime abássida,[7] e seus descendentes através de seus filhos Nácer, Hâmeza, Jafar, Daúde e especialmente Abedalá continuaram a manter altos ofícios militares e administrativos até bem no século IX.[8][9]

Referências

  1. Sharon 1990, p. 104.
  2. Sharon 1990, p. 104–105.
  3. a b Crone 1980, p. 181.
  4. Kennedy 1986, p. 61–62, 80.
  5. Kennedy 1986, p. 63, 80.
  6. Kennedy 1986, p. 80.
  7. Kennedy 1986, p. 76–79.
  8. Crone 1980, p. 181–183.
  9. Kennedy 1986, p. 80–81.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Crone, Patricia (1980). Slaves on horses: the evolution of the Islamic polity. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-52940-9 
  • Kennedy, Hugh N. (1986). The Early Abbasid Caliphate: A Political History. Londres e Sidnei: Croom Helm. ISBN 0-7099-3115-8 
  • Sharon, Moshe (1990). Revolt: the social and military aspects of the ʿAbbāsid revolution. Jerusalém: Graph Press Ltd. ISBN 965-223-388-9