Manobra de flanco

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 Nota: Este artigo é sobre a tática militar. Para a honorária heráldica, veja flanco.
O movimento de flanco dos gregos (em azul) contra os persas na Batalha de Maratona.

A manobra de flanco é uma tática militar ofensiva que visa contornar as alas das posições inimigas atacando os seus flancos (lados) ou a sua retaguarda.[1]

Vantagens[editar | editar código-fonte]

Algumas das possibilidades oferecidas pela manobra de flanco são:

  • Evitar as defesas principais do inimigo.
  • Possibilidade de concentrar forças apenas sobre a fração das tropas inimigas que está no flanco atacado.
  • Possibilidade de causar surpresa tática.
  • Possibilidade de isolar o inimigo da sua retaguarda, interrompendo as suas linhas de comunicações e o influxo de provisões e de reforços.
  • Possibilidade de cortar as vias de retirada do inimigo, evitando que este escape.

Assaltando as posições inimigas lateralmente, o atacante abre a possibilidade de utilizar o fogo enfiado e de rolar o flanco do defensor.

Riscos[editar | editar código-fonte]

Havendo equilíbrio de forças, a manobra de flanco é uma opção tática que acarreta riscos significativos para o atacante. Para evitar a exposição da sua própria retaguarda e para não revelar as suas intenções, o atacante é geralmente obrigado a dividir as suas forças, utilizando uma parte na manobra de flanco, enquanto outra permanece bloqueando a frente do oponente. Isso contraria o princípio de concentração de forças, dando a um inimigo bem preparado a chance de combater cada grupo em separado.

Adicionalmente, as tropas empregadas na manobra de flanco são obrigadas a separarem-se da sua própria retaguarda, arriscando-se a terem as suas linhas de retirada bloqueadas.

Medidas de defesa contra manobra de flanco[editar | editar código-fonte]

Batalha de Gettysburg, assalto final ao Little Round Top. Em vermelho, divisão confederada de John Bell Hood. Em azul, a brigada federal de Strong Vincent. Os confederados do 15th Alabama realizam a manobra de flanco. Os federais do 20th Maine recusam o flanco com sucesso, formando um ângulo na sua linha defensiva.

Os comandantes militares dispõem de algumas medidas preventivas que podem evitar ou diminuir a eficácia de um ataque de flanco. Esses incluem:

  • Estabelecer postos de observação e lançar patrulhas para receber alerta tempestivo do ataque.
  • "Ancorar" os flancos em obstáculos naturais, como montanhas e rios. O trabalho do atacante será muito mais difícil se tiver que realizar o assalto montanha acima, ou atravessando um curso de água.
  • Manter tropas de reserva à retaguarda, prontas para reforçar o flanco atacado.
  • Dispor as defesas em profundidade, e não todas alocadas numa única linha.
  • Preparar posições defensivas secundárias, atrás das linhas de defesa principais, para as quais possa recuar se as defesas principais não puderem sustentar-se.
  • Preparar posições de defesa na lateral das alas, específicas para enfrentar o flanqueamento.
  • Simplesmente alocar mais tropas e armas para os flancos.

Uma vez com o flanco sob ataque, o comandante defensor tem várias opções táticas. Algumas delas são:

  • Mudar parcialmente ou totalmente de frente, voltando-a para a direção do ataque. Essa manobra é conhecida como "recusar o flanco".
  • Reforçar o flanco atacado, utilizando reservas ou tropas das partes que não estão sendo atacadas.
  • Recuar toda a linha defensiva para posições secundárias, atrás das principais. Na sequência, pode ser tentado um contra-ataque.

Batalhas vencidas usando manobras de flanco[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Earl J. Hess (1 de março de 2010). Pickett's Charge--The Last Attack at Gettysburg. [S.l.]: UNC Press Books. pp. 193–. ISBN 9780807871294. Consultado em 28 de junho de 2011 
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