Saltar para o conteúdo

Menino de Engenho: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Revertidas edições por 189.71.225.217 para a última versão por Salebot (Huggle)
menino de engenho
Etiqueta: Categorias removidas
Linha 1: Linha 1:
'''Resumo da Obra'''
{{ver desambiguação}}
Capítulos de 1 a 3 – Marca a passagem da criança para um
novo mundo a ser apreendido. O pai mata a mãe e vai para um hospício,
e Carlos com apenas quatro anos ouve e vê tudo sob a
perplexidade da compreensão impossível.
Capítulo 4 em diante – O tio Juca leva o menino para o
engenho do avô materno. Inicia-se uma Segunda infância que
vai até a puberdade. Há rápidos flagrantes: a viagem de trem,
a chegada ao engenho, o tio Juca, a tia Maria (irmã de sua mãe), avô José Paulino, os primos, a prima Lili, os moleques, o moleque Ricardo, o banho de rio,
o leite mungido, a primeira visita ao engenho, os meninos e
os banhos ruidosos, proibidos, as brincadeiras e as traquinagens,
o retrato da tia Sinhazinha, brutal e arbitrária, a presença do
cangaço no famigerado Antonio Silvino, a visita aos engenhos vizinhos,
o primeiro castigo da tia Sinhazinha, a revolta contida do órfão,
a enchente, a escola, a professora, as primeiras letras, as “lições de sexo”.


Capítulos 16, 23, 26, 28 e 33 – Mostra o coronel José Paulino e sua propriedade,
'''Menino de engenho''' é um [[romance]] [[brasil]]eiro de [[José Lins do Rego]], publicado em [[1932]].
admiráveis como grandezas interdependentes, o que se amplia para
a dimensão maior do patriarca, senhor do engenho que se confronta
com senhores de engenho, no momento agudo de um poderio
irremediavelmente ameaçado. Sucessivamente aparecem: quadro religioso,
superstições, crendices, o folclore, a literatura oral,
seus transmissores no protótipo que é uma gravura do nosso
universo infantil, notícia ambulante dos engenhos, a briga e
o assassinato, o carneiro e seu cavaleiro, a doença e a medicina caseira,
os incêndios de partido de cana e o heroísmo do homem na luta
contra os elementos de uma natureza em convulsão, os serões,
a mesa de refeição, a cozinha, o casamento da tia Maria e os
preparativos para o colégio e a transferência para este novo mundo,
que ao contrário da primeira transposição, será envolvido pelas
sombras das gameleiras, cheiros, sons e imagens do mundo inesquecível
do “Menino de engenho”.
Crendices Populares: O livro faz referências a crendices populares,
como a do lobisomem, que é citada através de João Cutia,
um comprador de ovos da Paraíba. “Não tinha uma gota de sangue
na cara e andava sempre de noite, para melhor fazer as suas caminhadas,
sem sol”. Achava-se que ele era lobisomem.
“O lobisomem é outro mito presente no imaginário nordestino.”
Esse mito, no Nordeste é explicado de várias formas. Uma delas é
que quando um casal tem sete filho homens, se não der o último
para ser batizado pelo mais velho, ele vira lobisomem. Irmão que
tem relações sexuais com a irmã, se tiver filho, ele será lobisomem.
Também filho de relação sexual entre compadre e comadre tem tudo para
se um “lobo-homem”. Dizem que são nas noites de quinta para sexta-feira,
principalmente se for noite de lua cheia, que a pessoa se transforma.
Para haver o desencantamento há várias maneiras: deve-se tirar sangue dele,
mas sem se sujar, pois se isso acontecer vira-se lobisomem também. Quando ele aparecer,
deve-se fazer o sinal da cruz diante dele que ele corre.
Ou, então, rezar três ave-marias.
José Paulino também fazia remédios – uma crença nos medicamento naturais –
ele tratava de tudo, fazia sinapismos de mostarda, dava banhos quentes,
óleo de rícino, jacaratiá para vermes. Curava assim os negros, os netos,
os trabalhadores.


''' Características dos Personagens'''
==Sinopse==
{{portal-literatura}}
Carlinhos – é o protagonista da história. Era um menino triste.
Carlos Melo (o [[protagonista]]) narra — em [[primeira pessoa]] —, com um tom saudoso, a infância vivida no [[engenho]] Santa Rosa. Carlos, ou melhor, Carlinhos, ficou [[órfão]] de mãe e o pai é enviado para um sanatório após assassiná-la. O menino foi viver no engenho Santa Rosa, que pertencia ao seu avô materno, o Coronel José Paulino. A infância de Carlinhos foi dividida entre o "bem" e o "mal"; ou seja, na companhia de sua tia seu comportamento era mais terno (o "bem"), já quando convivia com seus primos, era extrovertido e libertino (o "mal").
Gostava de ter liberdade, de brincar com os meninos, mas no fundo era triste.
Morava em Recife, antes de ir para o engenho Santa Rosa, o qual
ficou por quatro anos. Ficou órfão aos oito anos de idade. O engenho era
tudo para ele. Apesar de tia Maria cuidar dele como mãe,
não davam-lhe notícias a respeito do pai – diziam que estava
doente no hospital e o hospital se tornou para ele um lugar para
onde se vai e nunca mais volta.
A solidão para Carlos deixava falar o que ele guardava
por dentro: as preocupações, os medos, os sonhos.
Gostava de prender os canários com o alçapão.
Eram os seus dias de glória. Faziam todos os gostos para o menino: deram o
carneiro Jasmim e fizeram os arreios em Itaibana.
'''Carlos''' cresce sem orientação e aos doze anos torna-se um corrompido.
'''Avô José Paulino''' – figura representativa da realidade patriarcal
nordestina. Aos olhos de Carlos, um verdadeiro deus, uma figura de
grandiosidade inatingível.
Não era um devoto. “A religião dele não conhecia penitência e
esquecia alguns dos mandamentos da lei de Deus. Não ia às missas,
não se confessava, mas em tudo o que procurava fazer, lá vinha um
“se Deus quiser eu tenho fé em nossa Senhora”.
Todos no engenho respeitavam o senhor José Paulino.
Depois do jantar ele sentava-se numa cadeira perto do grande banco
de madeira do alpendre. Lia os telegramas do “Diário de Pernambuco”
ou dava as suas audiências públicas aos moradores. Todo o dinheiro
dele era para comprar terras.
'''Dona Clarisse''' – mãe de Carlos. É assassinada pelo marido no início do livro.
'''Pai de Carlos''' – homem alto e bonito, com olhos grandes,
bigode preto. Beijava o menino, contava histórias, fazia os seus gostos.
Tudo era para o menino, que mexia nos livros, sujava as roupas.
Por outro lado, discutia com Dona Clarisse. Tinha um coração arrebatado
pelas paixões, um coração sensível demais às suas mágoas. Fica louco e mata
Dona Clarisse.
'''Tia Sinhazinha''' – velha de aproximadamente sessenta anos.
As negras, os moleques, todos tinham que se submeter à sua dureza e crueldade.
Não gostava de ninguém. Só agradava as pessoas para fazer raiva à outras,
depois mudava. Não se aproximava de Carlos. No engenho, trancava a despensa e
andava com a chave.
'''Tio Juca''' – tio que, levando o menino da cidade para o engenho,
apresenta-lhe o mundo novo do engenho e também o próprio avô.
'''Tia Maria''' – moça que, com ternura, amor e carinho
vai substituir a mãe na memória de Carlos.
'''Velha Totonha''' – Vivia a contar história de Trancoso.
Era pequena, tão leve que uma ventania poderia carregá-la, andava muito a pé,
de engenho a engenho. Tinha talento em contar histórias.
“Não tinha nenhum dente na boca, mas dava tons às palavras”.
Recitava contos inteiros em versos, intercalando a prosa com notas explicativas.
“O que fazia a velha Totonha mais curiosa era a cor local
que ela punha nos seus descritivos. Quando ela queria pintar um reino
era como se estivesse falando dum engenho fabuloso. Os rios e as
florestas por onde andavam os seus personagens se pareciam muito
com o Paraíba e a Mata do Rolo. O seu Barba-Azul era um senhor
de engenho do Pernambuco”.
Para Carlinhos, as historias de Totonha possuía um
“pedaço de gênio que não envelhece”.


'''Características de linguagem'''
Vivendo no engenho, Carlinhos conheceu as [[desigualdade econômica|desigualdades sociais]] entre os senhores de engenho e os seus empregados; também quase partiu para o [[cangaço]] (chegou a pensar em pedir ao cangaceiro Antônio Silvino para ir com o bando até o conhece-lo melhor). Ali Carlinhos conheceu também o amor, primeiramente com a prima Lili, que veio a falecer ainda criança e depois com outra prima, Maria Clara, que morava no [[Recife]] e foi passar alguns dias no engenho. Maria Clara era um pouco mais velha que Carlinhos e contava-lhe as diversões e novidades da cidade. Mas o romance durou pouco, a prima voltou para o Recife.
O garoto, com apenas doze anos, ficar gálico (contrair [[gonorréia]]).
A linguagem que José Lins do Rego é regionalista, ou seja, a linguagem própria do local que se situa a história, neste caso, o Nordeste.

• Linguagem com poética.
A saída encontrada por seus responsáveis para "endireitar" o garoto foi enviá-lo ao [[colégio]].
• Grande carga afetiva.

• Escritor espontâneo e instintivo.
{{esboço-livro}}
• Narrativa de lugares comuns.

• Combinação de várias formas de relato objetivo: a lenda, a época, a crônica.
[[Categoria:Livros de José Lins do Rego]]
• Reflexão do problema social nordestino, diante do fim do patriarcado rural e o desmoronamento do mundo, com surgimento da usina de açúcar e a mecanização da lavoura.
[[Categoria:Livros de 1932]]
• Submissão da figura feminina.
[[Categoria:Livros do Brasil]]
• Casamento por conveniência.

• Proximidade com a natureza; personagens nativas e rústicas.
[[en:Menino de engenho]]
''' Vocabulário'''
'''Acoito''' – abrigo, acolho, recebo, dou guarida, dou coito.
'''Aperreios''' – dificuldades, submissões, aperturas: aperreiação,
apoquentação.
'''Bexiga-doida''' – espécie de varíola.
'''Bilhetes de sisa''' –imposto de transmissão, imposto sobre
compras e vendas.
''' Bimbinhas''' – pênis de criança, coxas pequenas (de bimba).
'''Bodoque''' – arco para atirar bolas de barro endurecidas ao fogo,
pedrinhas, etc. Também estilingue, atiradeira.
'''Botija''' – vaso de boca estreita, gargalo curto, pequena asa.
Espécie de moringa.
'''Bueiro''' – chaminé de engenho ou usina.
'''Cabroeira''' – os cabras.
'''Cacimbas''' – poços.
'''Camumbembe''' – vadio, plebe, matuto morador de engenho.
'''Doença-do-mundo''' – blenorragia, gonorréia.
'''Enganjentas''' – orgulhosas, vaidosas.
'''Gálico''' – doença venérea (a que pode deixar sífilis),
blenorragia: estar engalicado.
'''Jerimuns''' – abóboras
'''Latomia''' – choro alto, lamúrias.
'''Mezinhas''' – remédios caseiros.
'''Obrando''' – defecando.
'''Papa-figo''' – bicho- papão.
'''Quenga''' – meretriz da pior espécie, vagabunda.
'''Repasto''' – refeição.
'''Rolinha''' – pênis de criança.
'''Sezão''' – febre intermitente.
'''Taboca''' – bambu.
'''Tapurus''' – os bichos que comem as frutas.
'''Varanda''' – guarnição de renda das redes.
'''Xeireiro''' – adulador, pateta.

Revisão das 23h40min de 6 de outubro de 2009

                                Resumo da Obra
      

Capítulos de 1 a 3 – Marca a passagem da criança para um novo mundo a ser apreendido. O pai mata a mãe e vai para um hospício, e Carlos com apenas quatro anos ouve e vê tudo sob a perplexidade da compreensão impossível.

Capítulo 4 em diante – O tio Juca leva o menino para o engenho do avô materno. Inicia-se uma Segunda infância que vai até a puberdade. Há rápidos flagrantes: a viagem de trem, a chegada ao engenho, o tio Juca, a tia Maria (irmã de sua mãe), avô José Paulino, os primos, a prima Lili, os moleques, o moleque Ricardo, o banho de rio, o leite mungido, a primeira visita ao engenho, os meninos e os banhos ruidosos, proibidos, as brincadeiras e as traquinagens,

o retrato da tia Sinhazinha, brutal e arbitrária, a presença do 

cangaço no famigerado Antonio Silvino, a visita aos engenhos vizinhos,

o primeiro castigo da tia Sinhazinha, a revolta contida do órfão, 

a enchente, a escola, a professora, as primeiras letras, as “lições de sexo”.

Capítulos 16, 23, 26, 28 e 33 – Mostra o coronel José Paulino e sua propriedade, admiráveis como grandezas interdependentes, o que se amplia para a dimensão maior do patriarca, senhor do engenho que se confronta com senhores de engenho, no momento agudo de um poderio irremediavelmente ameaçado. Sucessivamente aparecem: quadro religioso, superstições, crendices, o folclore, a literatura oral, seus transmissores no protótipo que é uma gravura do nosso universo infantil, notícia ambulante dos engenhos, a briga e

o assassinato, o carneiro e seu cavaleiro, a doença e a medicina caseira, 

os incêndios de partido de cana e o heroísmo do homem na luta contra os elementos de uma natureza em convulsão, os serões, a mesa de refeição, a cozinha, o casamento da tia Maria e os preparativos para o colégio e a transferência para este novo mundo, que ao contrário da primeira transposição, será envolvido pelas sombras das gameleiras, cheiros, sons e imagens do mundo inesquecível do “Menino de engenho”.

Crendices Populares: O livro faz referências a crendices populares,

como a do lobisomem, que é citada através de João Cutia, 

um comprador de ovos da Paraíba. “Não tinha uma gota de sangue na cara e andava sempre de noite, para melhor fazer as suas caminhadas, sem sol”. Achava-se que ele era lobisomem.

       “O lobisomem é outro mito presente no imaginário nordestino.” 

Esse mito, no Nordeste é explicado de várias formas. Uma delas é

que quando um casal tem sete filho homens, se não der o último 

para ser batizado pelo mais velho, ele vira lobisomem. Irmão que tem relações sexuais com a irmã, se tiver filho, ele será lobisomem. Também filho de relação sexual entre compadre e comadre tem tudo para se um “lobo-homem”. Dizem que são nas noites de quinta para sexta-feira, principalmente se for noite de lua cheia, que a pessoa se transforma. Para haver o desencantamento há várias maneiras: deve-se tirar sangue dele, mas sem se sujar, pois se isso acontecer vira-se lobisomem também. Quando ele aparecer, deve-se fazer o sinal da cruz diante dele que ele corre. Ou, então, rezar três ave-marias.

      José Paulino também fazia remédios – uma crença nos medicamento naturais – 

ele tratava de tudo, fazia sinapismos de mostarda, dava banhos quentes, óleo de rícino, jacaratiá para vermes. Curava assim os negros, os netos, os trabalhadores.

                           Características dos Personagens
      

Carlinhos – é o protagonista da história. Era um menino triste. Gostava de ter liberdade, de brincar com os meninos, mas no fundo era triste. Morava em Recife, antes de ir para o engenho Santa Rosa, o qual ficou por quatro anos. Ficou órfão aos oito anos de idade. O engenho era tudo para ele. Apesar de tia Maria cuidar dele como mãe, não davam-lhe notícias a respeito do pai – diziam que estava doente no hospital e o hospital se tornou para ele um lugar para onde se vai e nunca mais volta.

      A solidão para Carlos deixava falar o que ele guardava 

por dentro: as preocupações, os medos, os sonhos.

      Gostava de prender os canários com o alçapão. 

Eram os seus dias de glória. Faziam todos os gostos para o menino: deram o carneiro Jasmim e fizeram os arreios em Itaibana.

    Carlos cresce sem orientação e aos doze anos torna-se um corrompido.
    
    Avô José Paulino – figura representativa da realidade patriarcal
nordestina. Aos olhos de Carlos, um verdadeiro deus, uma figura de 

grandiosidade inatingível.

      Não era um devoto. “A religião dele não conhecia penitência e 

esquecia alguns dos mandamentos da lei de Deus. Não ia às missas, não se confessava, mas em tudo o que procurava fazer, lá vinha um “se Deus quiser eu tenho fé em nossa Senhora”.

      Todos no engenho respeitavam o senhor José Paulino. 

Depois do jantar ele sentava-se numa cadeira perto do grande banco de madeira do alpendre. Lia os telegramas do “Diário de Pernambuco” ou dava as suas audiências públicas aos moradores. Todo o dinheiro dele era para comprar terras.

  Dona Clarisse – mãe de Carlos. É assassinada pelo marido no início do livro.
  
  Pai de Carlos – homem alto e bonito, com olhos grandes, 

bigode preto. Beijava o menino, contava histórias, fazia os seus gostos. Tudo era para o menino, que mexia nos livros, sujava as roupas. Por outro lado, discutia com Dona Clarisse. Tinha um coração arrebatado pelas paixões, um coração sensível demais às suas mágoas. Fica louco e mata Dona Clarisse.

    Tia Sinhazinha – velha de aproximadamente sessenta anos. 

As negras, os moleques, todos tinham que se submeter à sua dureza e crueldade.

Não gostava de ninguém. Só agradava as pessoas para fazer raiva à outras, 

depois mudava. Não se aproximava de Carlos. No engenho, trancava a despensa e andava com a chave.

   Tio Juca – tio que, levando o menino da cidade para o engenho, 

apresenta-lhe o mundo novo do engenho e também o próprio avô.

   Tia Maria – moça que, com ternura, amor e carinho 

vai substituir a mãe na memória de Carlos.

   Velha Totonha – Vivia a contar história de Trancoso. 

Era pequena, tão leve que uma ventania poderia carregá-la, andava muito a pé,

de engenho a engenho. Tinha talento em contar histórias. 

“Não tinha nenhum dente na boca, mas dava tons às palavras”. Recitava contos inteiros em versos, intercalando a prosa com notas explicativas.

      “O que fazia a velha Totonha mais curiosa era a cor local

que ela punha nos seus descritivos. Quando ela queria pintar um reino

era como se estivesse falando dum engenho fabuloso. Os rios e as 

florestas por onde andavam os seus personagens se pareciam muito com o Paraíba e a Mata do Rolo. O seu Barba-Azul era um senhor de engenho do Pernambuco”.

      Para Carlinhos, as historias de Totonha possuía um 

“pedaço de gênio que não envelhece”.

                     Características de linguagem
  
A linguagem que José Lins do Rego é regionalista, ou seja, a linguagem própria do local que se situa a história, neste caso, o Nordeste. 

• Linguagem com poética. • Grande carga afetiva. • Escritor espontâneo e instintivo. • Narrativa de lugares comuns. • Combinação de várias formas de relato objetivo: a lenda, a época, a crônica. • Reflexão do problema social nordestino, diante do fim do patriarcado rural e o desmoronamento do mundo, com surgimento da usina de açúcar e a mecanização da lavoura. • Submissão da figura feminina. • Casamento por conveniência. • Proximidade com a natureza; personagens nativas e rústicas.

                          Vocabulário
     
      Acoito – abrigo, acolho, recebo, dou guarida, dou coito.
      Aperreios – dificuldades, submissões, aperturas: aperreiação, 
      apoquentação.
      Bexiga-doida – espécie de varíola.
      Bilhetes de sisa –imposto de transmissão, imposto sobre 
       compras e vendas.
       Bimbinhas – pênis de criança, coxas pequenas (de bimba).
      Bodoque – arco para atirar bolas de barro endurecidas ao fogo, 
       pedrinhas, etc. Também estilingue, atiradeira.
      Botija – vaso de boca estreita, gargalo curto, pequena asa. 
      Espécie de moringa.
      Bueiro – chaminé de engenho ou usina.
      Cabroeira – os cabras.
      Cacimbas – poços.
      Camumbembe – vadio, plebe, matuto morador de engenho.
      Doença-do-mundo – blenorragia, gonorréia.
      Enganjentas – orgulhosas, vaidosas.
      Gálico – doença venérea (a que pode deixar sífilis), 
      blenorragia: estar engalicado.
      Jerimuns – abóboras
      Latomia – choro alto, lamúrias.
      Mezinhas – remédios caseiros.
      Obrando – defecando.
      Papa-figo – bicho- papão.
      Quenga – meretriz da pior espécie, vagabunda.
      Repasto – refeição.
      Rolinha – pênis de criança.
      Sezão – febre intermitente.
      Taboca – bambu.
      Tapurus – os bichos que comem as frutas.
      Varanda – guarnição de renda das redes.
      Xeireiro – adulador, pateta.