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Mercado: diferenças entre revisões

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[[Karl Marx]] em "[[O Capital]]" define a mercadoria como tendo um duplo aspecto:
[[Karl Marx]] em "[[O Capital]]" define a mercadoria como tendo um duplo aspecto:
a) como [[valor de uso]], a mercadoria é algo concreto, um objeto de consumo, que pode ser imediatamente utilizado para satisfazer uma necessidade ou que pode ser consumido produtivamente - ser usado como meio de produção de outros objetos ou como matéria-prima;
a) segundo o pexe verde o valor da mercadoria é algo concreto, um objeto de consumo, que pode ser imediatamente utilizado para satisfazer uma necessidade ou que pode ser consumido produtivamente - ser usado como meio de produção de outros objetos ou como matéria-prima;
b) como [[valor de troca]], a mercadoria é uma coisa que pode ser trocada por outra, diretamente - escambo - ou por meio do dinheiro. Marx afirma que, como valor de troca, as peculiaridades dos objetos são deixadas de lado para considerá-los apenas como quantidades abstratas. Por exemplo, 2 kg de arroz tornam-se iguais a uma caixa de fósforos, enquanto que, como coisas concretas (valores de uso), caixas de fósforos e sacos de arroz não tem nada em comum.
b) como [[valor de troca]], a mercadoria é uma coisa que pode ser trocada por outra, diretamente - escambo - ou por meio do dinheiro. Marx afirma que, como valor de troca, as peculiaridades dos objetos são deixadas de lado para considerá-los apenas como quantidades abstratas. Por exemplo, 2 kg de arroz tornam-se iguais a uma caixa de fósforos, enquanto que, como coisas concretas (valores de uso), caixas de fósforos e sacos de arroz não tem nada em comum.



Revisão das 20h00min de 5 de abril de 2011

Um mercado de rua, como este no Funchal, é o exemplo clássico do local de venda de bens por unidade monetária.
 Nota: Para outros significados, veja Mercado (desambiguação).

Designa-se por mercado o local no qual agentes econômicos procedem à troca de bens por uma unidade monetária ou por outros bens. Os mercados tendem a equilibrar-se pela lei da oferta e da procura.

Existem tanto mercados genéricos como especializados, onde apenas uma mercadoria é trocada. Os mercados funcionam ao agrupar muitos vendedores interessados e ao facilitar que os compradores potenciais os encontrem. Uma economia que depende primariamente das interações entre compradores e vendedores para alocar recursos é conhecida como economia de mercado.

Origem

Originalmente o termo mercado era utilizado para designar o sítio onde compradores e vendedores se encontravam para trocar os seus bens. Contudo, em marketing, os vendedores são vistos como constituindo uma indústria e os compradores como constituindo um mercado. Os vendedores enviam os seus produtos, serviços e comunicações para o mercado, e recebem dinheiro e informação em troca. Nas sociedades mais avançadas os mercados não necessitam de ser lugares físicos onde compradores e vendedores interagem (Internet).

A definição de mercado poderá ser entendida de duas formas distintas:

  • Em sentido amplo: Conjunto de pessoas individuais ou colectivas capazes de influenciar as vendas de um determinado produto
  • Em sentido restrito: Conjunto de dados sobre a importância e evolução das vendas de um produto.

Quanto nos referimos ao mercado, em sentido amplo ou em sentido restrito, existem três classificações de mercado:

  • Mercado real: Volume de vendas efectivo de um determinado produto ou número de consumidores que compram o produto (os consumidores do produto que a empresa fabrica).
Quota de Mercado é o mesmo que Mercado real da Empresa.
  • Mercado potencial: Estimativa do volume a atingir pelas vendas de um determinado produto ou conjunto de compradores que estão em condições de adquirir esse produto (os consumidores que adquirem o tipo de produto fabricado pela empresa e pela concorrência).
  • Mercado total: Engloba o mercado potencial de um determinado produto e o mercado dos que não consomem esse produto (toda a população que tenha condições para vir a adquirir um bem ou serviço, mas sem a garantia de vir a adquiri-lo).

Factores de Evolução dos Mercados

Um mercado é um sistema que evolui no tempo, sob o efeito de variáveis cuja influência se verifica a curto/médio e a longo prazo. É importante identificar esses factores, os quais ajudarão a perceber o que de mais importante se vai passando no mercado e assim adoptar as estratégias e políticas mais indicadas.

Factores de Evolução do Mercado a CURTO/MÉDIO PRAZO

  • Conjuntura económica, política e social: todos sabemos que as variações conjunturais se reflectem nas condições para o consumo, quer por parte das pessoas individualmente, quer por parte das empresas.
  • Variações sazonais: é do conhecimento comum que o consumo de muitos produtos varia ao longo do ano – a venda de chapéus-de-chuva aumenta no Inverno e o consumo de gelados sofre um acréscimo no Verão. Existe assim uma certa fragilidade destes mercados, pois um Verão pouco quente e chuvoso pode provocar uma quebra nas vendas de gelados, apenas recuperável num próximo Verão quente.

Factores de Evolução do Mercado a LONGO PRAZO

  • Tempo: muitos mercados evoluem naturalmente ao longo do tempo à medida que o consumo de certos produtos se vai expandindo e entrando nos hábitos das pessoas. É o caso de muitos equipamentos domésticos, como as máquinas de lavar louça ou os microondas.
  • Efeito de substituição de produtos: a substituição de muitos produtos por novos (com o desaparecimento ou não dos antigos) provoca alterações qualitativas e quantitativas nos mercados. Por exemplo, o desaparecimento dos candeeiros de petróleo deu lugar à criação de um espantoso mercado da iluminação eléctrica e o surgimento das máquinas de barbear permitiu, não só a criação desse mesmo mercado, mas também a expansão do próprio mercado concorrente – o das lâminas de barbear.
  • A inovação tecnológica como geradora de novos mercados: actualmente, as empresas procuram na tecnologia grande fontes de inspiração para novos produtos e também para a criação de vantagens concorrenciais.
  • Grau de concorrência: o aparecimento de novos concorrentes no mercado leva à dinâmica de desenvolvimento desses mercados
  • Mercados condicionados: existem mercados que estão condicionados pelo desenvolvimento de outros e, consequentemente, e desenvolvimento deste irá levar ao desenvolvimento do outros. É o caso do mercado da TV por cabo, que está condicionada pelo mercado dos televisores, ou a Internet que está condicionada pelo mercado dos computadores.
  • Envolventes política, económica, cultural, demográfica, tecnológica e social: de uma forma geral, os mercados são influenciados pelas condições gerais envolventes, o que aliás, é de fácil constatação quando apreciamos as cotações da Bolsa de Valores, altamente sensíveis a acontecimentos externos de variadíssima ordem.

Estes factores de evolução podem ser objecto de algum controlo e influência por parte dos agentes económicos, pois nunca podemos esquecer que as empresas são forças activas e actuantes.




Classificação dos Mercados

Existem dois tipos de mercado:

O funcionamento de um sistema de mercado se fundamenta em um conjunto de regras, onde se compram e vendem bens e serviços e também fatores de produção. A quantidade demandada por um bem não depende unicamente do preço do bem em consideração, mas de diversos outros fatores, como, por exemplo, preferências do consumidor, preço de outros bens que possam vir a ser substitutos, renda disponível, etc. A quantidade ofertada de um bem também depende de vários fatores, tais como tecnologia disponível, preço dos fatores de produção, subsídios, impostos, preço do próprio bem, etc.

Mercado de Concorrência Perfeita

É caracterizado pela existência do grande número de pequenos compradores e vendedores; o produto transacionado é homogêneo; há livre entrada de empresas no mercado; perfeita transparência para os vendedores e para os compradores de tudo que ocorre no mercado; perfeita mobilidade dos insumos produtivos. Só existe na teoria.

Demais Estruturas de Mercado

Marketing e o Mercado

Marketing é a gestão dos mercados, fazendo emergir trocas e relações com o intuito de criar valor e satisfazer necessidades e desejos. É um processo através do qual os indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam criando e trocando produtos e valor uns com os outros. Embora muitas vezes pensemos no Marketing como sendo apenas praticado por vendedores, os compradores também participam nas actividades de marketing. Os consumidores fazem marketing quando procuram novos produtos e preços vantajosos, que eles consigam suportar.


Mercadoria

Mercadoria segundo Karl Marx

Karl Marx em "O Capital" define a mercadoria como tendo um duplo aspecto: a) segundo o pexe verde o valor da mercadoria é algo concreto, um objeto de consumo, que pode ser imediatamente utilizado para satisfazer uma necessidade ou que pode ser consumido produtivamente - ser usado como meio de produção de outros objetos ou como matéria-prima; b) como valor de troca, a mercadoria é uma coisa que pode ser trocada por outra, diretamente - escambo - ou por meio do dinheiro. Marx afirma que, como valor de troca, as peculiaridades dos objetos são deixadas de lado para considerá-los apenas como quantidades abstratas. Por exemplo, 2 kg de arroz tornam-se iguais a uma caixa de fósforos, enquanto que, como coisas concretas (valores de uso), caixas de fósforos e sacos de arroz não tem nada em comum.

Para Marx, esses dois aspectos são constituintes de toda e qualquer mercadoria e formam uma unidade inseparável ao mesmo tempo que conflitante (contraditória). Ele define a sociedade capitalista como tendo posto o valor de uso como meio para o aumento do valor de troca, enquanto as sociedades mercantis pré-capitalistas colocavam o valor de uso como fim e o valor de troca como meio.

Em "O Capital", Marx vê a sociedade capitalista se constituindo na interação e interrelacionamento de três tipos de mercadorias (cada uma tendo o duplo aspecto de valor de troca/valor de uso), que são: a mercadoria-simples, a mercadoria força de trabalho e a mercadoria-capital, sendo que esta última domina e dirige a produção e reprodução dos outros dois tipos. A mercadoria-capital consiste, enquanto valor de uso, nos meios de produção que se acumulam revolucionando-se indefinidamente, e, enquanto valor de troca, no valor que busca se valorizar indefinidamente (a mercadoria-capital não deve ser confundida com o capital propriamente dito, pois este é uma relação social, enquanto a mercadoria-capital é apenas uma coisa econômica); a mercadoria simples consiste, como valor de uso, em objetos que satisfazem uma necessidade e nas matérias primas, e, como valor de troca, no valor que desaparece com o uso ou tende a conservar seu valor ao ser usada como matéria prima; a mercadoria força de trabalho consiste, enquanto valor de uso, nas habilidades e aptidões humanas e, enquanto valor de troca, no valor que se consome na reprodução da força de trabalho (reprodução das habilidades e aptidões), isto é, o salário, mas é unicamente a utilização da força de trabalho que cria o valor que se acumula indefinidamente na mercadoria-capital. Para uma descrição da interação entre estas mercadorias, ver o artigo mais-valia.

Um aspecto fundamental para entender "O Capital", é o conceito de fetichismo da mercadoria, segundo o qual, na troca de mercadorias, a relação entre pessoas “assume a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas”. Numa sociedade mercantil (capitalista ou pré-capitalista) ocorre que a troca de mercadorias é a única maneira na qual os diferentes produtores isolados se relacionam entre si. Dessa maneira, o valor das mercadorias é determinado de modo independente dos produtores individuais, e cada produtor deve produzir sua mercadoria em termos de satisfação de necessidades alheias. Disso resulta que a mercadoria mesma (ou o mercado) parece determinar a vontade do produtor e não o contrário. O fetichismo da mercadoria é o fenômeno social e psicológico onde as mercadorias aparentam ter uma vontade independente de seus produtores.

O desdobramento que Marx faz da crítica do fetichismo da mercadoria forma o núcleo de "O Capita" como crítica do capital, afirmando que este é uma relação social onde o trabalho morto (as coisas, os meios de produção,etc.) domina o trabalho vivo (a atividade dos homens), de modo que os homens passam a existir como meras peças das máquina e instrumentos que, embora sejam os próprios homens que as operam e produzem, formam um sistema mundial que se alimenta do trabalho vivo e busca se acumular indefinidamente.

Ver também

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