Mostrar código-fonte de Museu Judaico de São Paulo

{{Formatar referências|data=fevereiro de 2017}}
{{minidesambig|pela sinagoga que ocupava o prédio antes de se tornar museu|Sinagoga Beth-El}}
{{Info/Museu
|nome          = Museu Judaico de São Paulo
|imagem        = Museu Judaico.jpg
|imagem_legenda= Museu Judaico de São Paulo
|fundação      = {{dtlink|5|12|2021|idade}}<ref name="G1">{{citar web|url=https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/o-que-fazer-em-sao-paulo/noticia/2021/12/05/museu-judaico-de-sao-paulo-abre-ao-publico-pela-primeira-vez-neste-domingo.ghtml|autor=|acessodata=19 de dezembro de 2021}}</ref>
|país          = [[Brasil]]
|cidade        = [[São Paulo]]
|tipo          = Museu de História
|área          = 
|diretor       = Felipe Arruda
|localização=Rua Martinho Prado, 128, Bela Vista, São Paulo|presidente=Sergio Simon|site=http://museujudaicosp.org.br}}
O '''Museu Judaico de São Paulo''' cultiva e mantém vivas as diversas expressões, histórias, memórias, tradições e valores da cultura judaica, em diálogo com o contexto brasileiro, com o tempo presente e com as aspirações de seus diferentes públicos. Localiza-se na Rua Martinho Prado, 128, e pertence à Associação Amigos do Museu Judaico no Estado de São Paulo (AMJSP).<ref name="Quem somos">{{citar web|url=http://museujudaicosp.org.br/quem-somos|título=Quem somos - Museu Judaico de São Paulo|acessodata=5 de novembro de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160918144905/http://www.museujudaicosp.org.br/quem-somos|arquivodata=2016-09-18|urlmorta=yes}}</ref> O edifício que abriga o Museu é a antiga [[Sinagoga Beth-El]], projetada e construída por [[Samuel Roder]] entre [[1927]] e [[1932]].<ref name="Morashá">{{citar web|url=http://www.morasha.com.br/brasil/museu-judaico-de-sao-paulo.html|título=Morashá Brasil - Museu Judaico de São Paulo|acessodata=22 de outubro de 2016}}</ref> O Templo é de estilo [[Arte bizantina|bizantino]] e possui 7 lados, o que remete à [[numerologia]] judaica.<ref name="Morashá" /> Em 2004 a Congregação Israelita Ashkenazi de São Paulo doou o edifício para a AMJSP, foi então assinado um contrato de [[comodato]]<ref name="Quem somos" /> e Associação deu início ao processo de arrecadação de fundos para criar o Museu Judaico naquele espaço.

O Templo Beth-El foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo ([[Conpresp]]) em 13 de setembro de 2013,<ref name="tombamento">{{citar web|url=http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/1413_1382136484.pdf|título=Resolução nº 14/13 - Conpresp|acessodata=26 de outubro de 2016}}</ref> quando já estavam em andamento as obras de restauração para transformar a [[Sinagoga]] em museu. As obras, entretanto, já haviam sido aprovadas pelo Departamento do Patrimônio Histórico e pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano.<ref name="estadão">{{citar web|url=http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,centro-de-sp-abrigara-a-memoria-judaica-imp-,721693|título=Centro de SP abrigará a memória judaica - Estado de S. Paulo|data=20 de maio de 2011|acessodata=22 de outubro de 2016}}</ref> O projeto prevê uma nova fachada de vidro, na entrada lateral do prédio, situada na [[Avenida 9 de Julho]], uma forma de unir a modernidade e as linhas clássicas da Sinagoga.<ref name="projeto">{{citar web|url=http://museujudaicosp.org.br/o-projeto|título=O Projeto - Museu Judaico de São Paulo|acessodata=24 de outubro de 2016}}</ref>

O Museu foi criado com o intuito de retomar o uso do Templo Beth-El, ampliando sua função cultural e mantendo sua função religiosa.<ref name="projeto conceitual">{{citar livro|autor=Departamento de Patrimônio Histórico da cidade de São Paulo|título=Projeto Conceitual, Museológico e Coordenação Técnica de Implantação - Processo DPH nº 2013-0.139.549-4|ano=2013}}</ref> O acervo já conta com aproximadamente 2 mil itens catalogados,<ref name="acervo">{{citar web|url=http://museujudaicosp.org.br/gallery/acervo|título=Acervo - Museu Judaico de São Paulo|acessodata=6 de novembro de 2016}}</ref> incluindo objetos e documentos que contam a história dos judeus no [[Brasil]], enfatizando a fusão das culturas judaica e brasileira.

== História ==
=== Família Klabin ===
Na [[Abolicionismo|abolição da escravatura]] e a substituição da [[mão de obra]] escrava pela mão de obra de imigrantes europeus no [[Brasil]], [[Maurício Freeman Klabin|Maurício Klabin]], judeu natural da [[Lituânia]], enxergou a oportunidade de se inserir no mundo dos negócios. Em [[1891]], Klabin desembarcou em [[Santos]] e seguiu para [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], onde conseguiu seu primeiro emprego em uma [[tipografia]], a qual adquiriu posteriormente, começando assim a trilhar seu caminho nos negócios. Com a prosperidade do empreendimento, conseguiu trazer para o [[Brasil]] seus irmãos que ainda viviam na [[Europa]].<ref name="instrução">{{citar livro|autor=Departamento de Patrimônio Histórico da cidade de São Paulo|título=Instrução de Tombamento - Processo DPH nº 2013-0.139.549-4|ano=2013}}</ref> Fundaram juntos a empresa [[Klabin Irmãos & Cia|Maurício Klabin & Irmãos]] e em [[1904]] adquiriram parte da massa falida do Banco União, expandindo seu patrimônio na cidade de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]]. O progresso da família se refletiu na configuração da comunidade judaica paulistana. Em [[1923]], os Klabin doaram terras para a criação do [[Cemitério Israelita da Vila Mariana]] e continuaram doando até [[1947]], quando deixou de ser possível pois as terras ao redor tinha outros proprietários. Depois disso, a família se envolveu na criação do Templo Beth-El.<ref name="instrução" />

=== Templo Beth-El ===
O Templo Beth-El foi construído por iniciativa da Comunidade Israelita [[Asquenazes|Ashkenazim]] que representava a elite da comunidade judaica paulistana na década de 1920, liderada pelas famílias Klabin e Lafer,<ref name="anat">{{citar web|url=http://www.unicamp.br/chaa/rhaa/downloads/Revista%2012%20-%20artigo%206.pdf|título=O domo e o edifício sinagogal: entre a unidade da fé e a afirmação da nacionalidade - Revista de História da Arte e Arqueologia|data=julho de 2009|acessodata=24 de outubro de 2016}}</ref> foi o primeiro templo judaico erguido fora dos redutos do [[Bom Retiro (distrito de São Paulo)|Bom Retiro]]. Dois projetos arquitetônicos foram apresentados, ambos de arquitetos russos, um de Samuel Roder, mais clássico, e outro de [[Gregori Warchavchik]], mais modernista, que era casado com a filha mais velha de [[Maurício Freeman Klabin|Maurício Klabin]]. O projeto de Roder foi o escolhido.<ref name="Morashá" />
[[Ficheiro:Entrada Principal do Museu Judaico de São Paulo 02.jpg|miniaturadaimagem|268x268px|Escritos em hebraico na fachada do Templo]]
A pedra fundamental do Templo foi lançada em dezembro de [[1928]].<ref>{{citar web|url=http://acervo.estadao.com.br/pagina/#!/19281216-18111-nac-0012-999-12-not/busca/TEMPLO+BETH|título=O Templo Beth-Israel - O Estado de S.Paulo|data=16 de dezembro de 1928|acessodata=23 de outubro de 2016}}</ref> Nesse ano, a [[Avenida 9 de Julho]] ainda estava no papel, mas Samuel Roder, que já havia trabalhado na [[Companhia City]], sabia do projeto, por isso indicou o local para a construção do Templo. No início das obras, Roder foi chamado para uma conversa por [[Horácio Lafer]], que transmitia um pedido de [[Mina Klabin Warchavchik]] para que seu marido [[Gregori Warchavchik|Gregori]] participasse do projeto. O arquiteto atendeu ao pedido e [[Gregori Warchavchik|Warchavchik]] ficou a frente do projeto por 6 meses, período no qual foi executado o revestimento em pedra das paredes do Templo. Depois Roder retornou ao comando e deu continuidade ao seu projeto.<ref name="instrução" /> O terreno era complexo, por isso apesar dos esforços de todos os envolvidos, as obras não puderam ser concluídas até [[1929]] como era previsto. O Templo foi entregue provisoriamente para as celebrações do ano novo judeu de [[1930]], com altar e cadeiras improvisados. As obras só foram concluídas em [[1932]], o Templo abriu as portas como uma [[sinagoga]] aberta, de rito [[Asquenazes|asquenazita]], isso significa que aceitava [[rabino]]s das mais diversas origens, confirmando o que está escrito em [[Língua hebraica|hebraico]] na fachada do Templo: “Que esta seja uma casa de orações para todos os povos”.<ref name="Morashá" />

Entre as décadas de [[1940]] e [[1960]], foram celebrados no Templo inúmeras cerimônias de [[Brit milá]], [[Bar Mitzvá]], casamentos e Yskor (reza fúnebre). Com o passar do tempo, o Templo foi perdendo sua relevância, principalmente por conta da migração das famílias que frequentavam o espaço para outros bairros da capital.<ref name="Morashá" />

=== O Museu ===
Em abril de [[2000]] representantes de várias entidades judaicas se reuniram na [[A Hebraica|Hebraica]] e fundaram a Associação dos Amigos do Museu Judaico (AMJSP), com a intenção de criar no futuro o Museu Judaico de Sao Paulo. Quatro anos depois, em abril de [[2004]], a Comunidade Israelita Ashkenazim e a AMJSP assinaram um contrato de comodato, sendo assim, a Comunidade continuou utilizando o Templo para grandes festas e a Associação conseguiu o espaço para abrigar o futuro Museu.<ref name="Quem somos" />

A partir de [[2006]], a AMJSP começou a tentar arrecadar fundos para financiar a obra de restauro do Templo, para torná-lo Museu. A obra foi orçada em 22 milhões de reais<ref name="estadão" /> e foi iniciada em [[2011]], um ano após ser aprovada pelo Departamento do Patrimônio Histórico e pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Em [[2013]] o governo alemão doou 900 mil reais para a iniciativa.<ref>{{citar web|url=http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,museu-judaico-ganha-r-900-mil-de-alemaes-imp-,1097533|título=Museu judaico ganha R$ 900 mil de alemães - O Estado S.Paulo|data=17 de novembro de 2013|acessodata=22 de outubro de 2016}}</ref> A obra foi concluída e entregue ao público em [[2021]].<ref name="G1"/>

== Arquitetura ==
=== Arquitetura do Templo Beth-El ===
[[Ficheiro:Salão Principal do Museu Judaico de São Paulo 11.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|223x223px|Vitrais no nível da sinagoga]]
Samuel Roder nasceu em [[Kiev]] em [[1896]], quando a atual capital ucraniana ainda fazia parte da [[Rússia]]. Vindo de uma família judaica abastada, formou-se na Escola de Belas Artes da Academia Imperial de Kiev em [[1913]]. Após viajar pela [[Europa]] e para [[Nova Iorque|Nova York,]] Roder desembarcou no [[Brasil]] em [[1917]] e viu de longe a eclosão da [[Revolução Russa de 1917|Revolução Russa]] e as consequências dela, como a impossibilidade de manter contato e de contar com o suporte financeiro da família. Para se sustentar, Samuel decidiu começar a trabalhar como arquiteto em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]]. Seu primeiro emprego foi na City of São Paulo Improvements and Freehold Land Company Limited, a [[Companhia City]], onde trabalhou até [[1918]].<ref name="anat" /> Depois abriu seu próprio escritório, que funcionou até [[1970]], em sociedade com Fernando Costa.<ref name="instrução" />
[[Ficheiro:Entrada Principal do Museu Judaico de São Paulo 03.jpg|miniaturadaimagem|Torre lateral da fachada do Templo]]
O projeto arquitetônico de Samuel Roder foi inspirado no Templo Tifereth-Israel, localizado em [[Cleveland]], [[Ohio]], projetado por Charles Greco. Roder teria tido acesso a imagens da sinagoga de Greco através da revista ''Architectural Forum'' que publicou um artigo sobre o templo americano em [[1925]].<ref name="anat" /> O historiador [[Lewis Mumford]] afirmava que o uso do estilo [[Arte bizantina|bizantino]] em templos e sinagogas era importante pois ao longo de mais de quinze séculos, ele serviu como uma linguagem universal utilizada por [[judeus]], [[cristão]]s e [[muçulmano]]s na [[Palestina (região)|Palestina]]. Para [[Lewis Mumford|Mumford]] o uso desse estilo era como um retorno aos fundamentos da [[cultura]] e da [[religião]], dessa forma o judeu poderia se manter judeu mesmo em uma [[sociedade]] moderna.<ref name="anat" />
[[Ficheiro:Salão Principal do Museu Judaico de São Paulo 12.jpg|miniaturadaimagem|Cadeiral do Templo em madeira escura]]
O Templo Beth-El foi projetado com 7 lados em sua base e em todas as suas torres, em referência à [[numerologia]] judaica. Sua fachada é emoldurada por duas torres laterais e o [[Domo (arquitetura)|domo]] bizantino com uma suave curvatura.<ref name="anat" /> Seu interior é estruturado com pilares e arcos formando um [[polígono]] que sustenta as galerias. Essas são distribuídas nos três lados desse polígono e suportadas por grandes pilares, criando uma polarização sutil entre a [[Bema]], que é a plataforma utilizada para a leitura da [[Torá]], e o [[Aron Kodesh]], o local onde são guardados os [[Sefer Torá]].<ref name="boletim informativo">{{citar livro|autor=Anat Falbel|título= São Paulo: dois momentos na arquitetura sinagogal da cidade|editora=Arquivo Histórico Judaico Brasileiro - Boletim Informativo nº 27|páginas=32 a 37|ISSN=1519-1109|ano=2003}}</ref>

No nível da sinagoga - ou seja, o local de culto no interior do Templo -, nas galerias e entre o mezanino e a cúpula, foram colocados [[Vitral|vitrais]]. A luz filtrada por eles é um dos únicos elementos decorativos do Templo. Outros elementos como as cadeiras fixas e a [[Bema]], são sóbrios, feitos em madeira escura.<ref name="boletim informativo" /> Samuel Roder tinha intenções de decorar o interior do Templo, mas não pode por conta da falta de recursos.<ref name="instrução" /> A arquitetura interna do Templo, segue o padrão das sinagogas europeias: foi feito um [[mezanino]], para as mulheres ficarem durante as cerimônias realizadas no templo - os homens ficam embaixo - e a parede onde fica o [[Aron Kodesh]] e o altar foi projetada para ficar geograficamente voltada para [[Jerusalém]].<ref name="instrução" />

=== Arquitetura do Museu ===
Para transformar o Templo em Museu, foi necessário uma modernização. O projeto incluía desde a restauração da pintura original da sinagoga até a construção de um anexo de 4 andares. Vários projetos foram analisados e, em [[2010]], o júri, que incluía um membro do Departamento do Patrimônio Histórico,<ref>{{citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2803200515.htm|título=Sinagoga será transformada em museu - Folha de S. Paulo|data=28 de março de 2005|acessodata=30 de outubro de 2016}}</ref> escolheu o projeto da Botti Rubin Arquitetura.<ref name="Morashá" /> O projeto proposto não comprometia a estrutura do Templo, permitia que ainda ficasse claro como funcionava uma sinagoga e incluía novos elementos de forma neutra.<ref name="museu">{{citar livro|autor=Departamento de Patrimônio Histórico da cidade de São Paulo|título=Projeto de reconversão da sinagoga em museu - Processo DPH nº 2013-0.139.549-4|ano=2013}}</ref>

A linha que definiu o projeto foi "[[Modernidade]] e preservação", isso significava manter as características originais do Templo - algumas vezes até as recuperando - e incorporar algo novo, no caso, um anexo que ocupa a área que vai da Rua Martinho Prado até a [[Avenida 9 de Julho]], acompanhando o desnível do terreno com a estrutura de 4 andares.<ref name="projeto" /> Apesar de todos os avanços na área da construção civil, a equipe que coordenou o projeto enfrentou o mesmo problema que Samuel Roder: o [[Córrego do Saracura]], que compõe o [[Ribeirão Anhangabaú]]. O lençol freático fica apenas alguns metros abaixo [[Avenida 9 de Julho]], por isso as estacas de sustentação, que teriam 30 metros, tiveram de ser trocadas por estacas de 50 metros.<ref name="Morashá" />

Representantes do MJSP criaram parcerias com museus judaicos de [[Jerusalém]], [[Nova Iorque|Nova York]] e [[Berlim]] garantindo assim um [[cronograma]] de exposições temporárias internacionais para os primeiros anos de funcionamento do Museu.<ref name="Morashá" /> A entrada lateral pela [[Avenida 9 de Julho]] conta com a grande fachada de vidro, que se estende pelos 4 andares. No nível da [[Avenida 9 de Julho]] há uma área educativa para alunos de escolas da cidade de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]] e outras crianças em visita, onde há monitores para esclarecer os temas abordados nas diversas exposições do Museu. A intenção é educar as crianças sobre o [[antissemitismo]], [[discriminação]] e [[cidadania]]. No segundo [[subsolo]], há exposições temporárias que podem ser próprias do Museu ou internacionais, fruto das [[parceria]]s do MJSP com museus ao redor do mundo.<ref name="Morashá" /> Para receber essas exposições, o Museu precisou criar uma sala com sistema de [[climatização]] especial e de [[segurança]], além de itens como suportes expográficos.<ref name="projeto museológico">{{citar livro|autor=Departamento de Patrimônio Histórico da cidade de São Paulo|título=Projeto Conceitual, Museológico e Coordenação Técnica de Implantação - Processo DPH nº 2013-0.139.549-4|ano=2013}}</ref>
[[Ficheiro:Entrada Principal do Museu Judaico de São Paulo 04.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Entrada principal na Rua Martinho Prado]]
[[Ficheiro:Salão Principal do Museu Judaico de São Paulo 03.jpg|miniaturadaimagem|231x231px|Salão interno do Templo]]
No primeiro [[subsolo]] há uma exposição fixa sobre a [[trajetória]] dos judeus no [[Brasil]], desde o [[Descoberta do Brasil|Descobrimento]] até a última grande onda migratória, entre as décadas de [[1960]] e [[1970]], que trouxe ao Brasil judeus naturais do [[Líbano]], [[Síria]] e [[Egito]]. Nesse mesmo andar, uma sala será dedicada somente ao Memorial do [[Holocausto]], ela incluirá a história da relação do [[Brasil]] com a [[Alemanha]] da época, tomada pelo [[nazismo]], focando inclusive nos [[refugiado]]s judeus e nazistas que vieram para o país.<ref name="Morashá" /> Na altura da Rua Martinho Prado, no edifício original do Templo Beth-El, há uma exposição fixa sobre o [[Judaísmo]], centrada na [[Bema]] do Templo. Essa exposição mostra de forma didática - para atender também os leigos no assunto - como são os rituais e festas tradicionais da [[cultura judaica]].<ref name="Morashá" /> Logo acima, no [[mezanino]], que costumava ser reservado às mulheres, há criada uma área de [[pesquisa]], que conta com diversos [[computador]]es. Além disso, há uma [[biblioteca]] com volumes relacionados ao Judaísmo sobre os mais diversos temas como [[história]], [[ética]], [[religião]] etc. No último andar há uma área reservada para a história do [[Israel|Estado de Israel]] e de judeus que tiveram destaque na história brasileira como [[escritor]]es, [[político]]s, artistas, banqueiros, industriais etc. Além dessa área, há nesse andar uma loja do Museu, um restaurante com comida típica judaica.<ref name="Morashá" />

== Significado Histórico e Cultural ==
A comunidade judaica foi marcada pela perseguição que sofreram e pela guerra, isso se refletiu na sua produção cultural, na sua visão crítica, na criação de instituições judaicas, que transmitissem o valor desse povo, e de sociedades beneficentes, que auxiliassem judeus recém-chegados nos mais diversos países. O [[período entreguerras]] foi marcado por grandes transformações na comunidade judaica e justamente nesse período foi construído o Templo Beth-El.<ref name="instrução" /> Os [[imigrante]]s judeus que viviam em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]], buscavam construir na [[cidade]] uma [[história]], para assim definirem sua identidade. O Templo foi essencial nesse processo.

Em 15 de novembro de [[2002]], foi aberto o processo de tombamento do Templo pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo ([[Conpresp]]), o tombamento foi requerido pela Secretaria Municipal de Cultura.<ref>{{citar web|url=http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/upload/5677c_19_APT_Templo_Beth_El.pdf|título=Resolução nº 19/02 - Conpresp|acessodata=25 de outubro de 2016}}</ref> Desde a abertura do processo até sua conclusão, o Templo deixou de ser apenas templo para se tornar também o Museu Judaico de São Paulo. Isso foi levado em conta para a decisão final sobre a importância histórica e cultural do edifício.

A comunidade judaica e geral paulistana precisava de um espaço idealizado especificamente para resgatar e conservar o patrimônio produzido pelos judeus nos mais diversos campos do conhecimento ao longo dos anos. Não havia, em [[São Paulo (estado)|São Paulo]], um museu que mostrasse a unidade do [[judaísmo]], os diversos grupos nacionais e a integração das comunidades judaicas com os seus vizinhos mais próximos, que contasse a história da minoria [[Grupo étnico|étnica]] judaica inserida no contexto da cultura geral e nacional, das centenas de anos da presença dos [[Judaísmo no Brasil|judeus no Brasi]]<nowiki/>l e que ainda tivesse um acervo com objetos e documentos que sintetizam essa história e mostram como a [[cultura judaica]] e a brasileira se fundiram.<ref name="processo preliminar">{{citar livro|título=Processo Preliminar - Processo DPH nº 2013-0.139.549-4|autor=Departamento de Patrimônio Histórico da cidade de São Paulo|ano=2013}}</ref> Por isso, o Museu Judaico de São Paulo, que ainda estava somente no papel, foi considerado um patrimônio histórico e foi tombado pelo [[Conpresp]] em 13 de setembro de [[2013]].<ref name="tombamento" />
== Lei Rouanet ==
Em 2017  o [[Ministério da Cultura (Brasil)|Ministério da Cultura do Brasil]], pelos critérios da [[Lei Rouanet]], deu aval para  a captação de R$ 12.943.694,75 para os finalmentes da construção.<ref>[https://blogs.oglobo.globo.com/ancelmo/post/ultima-fase-de-criacao-de-museu-judaico-podera-captar-ate-r-129-mi-pela-lei-rouanet.html Última fase de criação de Museu Judaico poderá captar até R$ 12,9 mi pela Lei Rouanet]. O Globo. Página consultada em 18 de janeiro de 2018.</ref>
== Verba do BNDES==
Em 27 de janeiro de 2017 o site oficial do [[Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social]]  informava que o BNDES: "aprovou apoio financeiro de R$ 7,8 milhões para restauração da antiga sinagoga Templo Beth-El e construção de prédio anexo onde será instalado o Museu Judaico de São Paulo. Os recursos são não reembolsáveis, dedutíveis no âmbito da Lei Rouanet, e destinam-se à [[Associação dos Amigos do Museu Judaico no Estado de São Paulo]] (AMJSP), instituição sem fins lucrativos responsável pelo projeto. O apoio do Banco representa 29,7% do valor total da etapa de obras, após a qual terão início as fases de [[museologia]] e expografia".<ref>[https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/imprensa/noticias/conteudo/bndes-aprova-7-8-milhoes-para-instalacao-do-museu-judaico-de-sp BNDES aprova R$ 7,8 milhões para instalação do Museu Judaico de SP].bndes.gov.br. Acesso em 19 de fevereiro de 2019</ref>

<gallery caption="Galeria" mode="packed" heights="150px">
Museu Judaico de São Paulo 03.jpg|miniaturadaimagem|Fachada da Rua Martinho Prado (em reforma)
Entrada Principal do Museu Judaico de São Paulo 01.jpg|miniaturadaimagem|Entrada da Rua Martinho Prado (em reforma)
Salão Principal do Museu Judaico de São Paulo 08.jpg|miniaturadaimagem|Vitral entre o mezanino e a cúpula e lustre central
Salão Principal do Museu Judaico de São Paulo 07.jpg|miniaturadaimagem|Bancos no interior do Templo
Salão Principal do Museu Judaico de São Paulo 06.jpg|miniaturadaimagem|Detalhe do banco no interior do Templo
Salão Principal do Museu Judaico de São Paulo 09.jpg|miniaturadaimagem|Detalhe do banco no interior do Templo
</gallery>

== Ver também==
{{Commons|Category:Museu Judaico de São Paulo}}
* [[Centro da Cultura Judaica]]
* [[Congregação Israelita Paulista]]
* [[Sinagoga Beth-El]]
* [[A Hebraica]]

{{referências}}

{{Museus da cidade de São Paulo}}
{{Controle de autoridade}}
{{Portal3|História|Cultura|Judaísmo|Religião|São Paulo}}

[[Categoria:Museus da cidade de São Paulo]]
[[Categoria:Museus de história do Brasil]]
[[Categoria:Judaísmo no Brasil]]
[[Categoria:Sinagogas do Brasil]]
[[Categoria:Edifícios religiosos da cidade de São Paulo]]
[[Categoria:Patrimônio histórico do estado de São Paulo]]
[[Categoria:Projetos culturais financiados por meio da lei Rouanet]]
[[Categoria:Bela Vista (distrito de São Paulo)]]