Nantilda
Nantilda | |
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Representação de Nantilda e Clóvis II na obra Chroniques de France ou de St Denis do século XIV. | |
Rainha Consorte da Austrásia, Nêustria e Borgonha | |
Reinado | 629 ou 630 – 19 de janeiro de 639 |
Antecessor(a) | Gomatruda |
Sucessor(a) | Rangetruda |
Nascimento | c. 610 |
Morte | 642 (32 anos) |
Landry, Reino da Borgonha (atualmente em Saboia, França) | |
Sepultado em | Basílica de Saint-Denis, Paris, França |
Cônjuge | Dagoberto I |
Descendência | Clóvis II Ragentruda Irmina Adela |
Casa | Merovíngia (por casamento) |
Pai | Landegisel |
Nantilda, também conhecida como Nantilde (c. 610 – Landry, 642)[1] foi rainha da Austrásia, Nêustria e Borgonha como a segunda esposa de Dagoberto I. Ela atuou como regente em nome do filho, Clóvis II, de 639 a 642.
Família
[editar | editar código-fonte]Nantilda era de origem saxã, filha de Landegisel, um proprietário de terras da região de Limusino,[1] hoje parte da Nova Aquitânia.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Segundo Fredegar, Nantilde era uma donzela dos quartos no palácio, por quem Dagoberto se interessou.[1] Para se casar com ela, em 629, ele repudiou sua primeira esposa, Gomatruda, que era a irmã da madrasta de Dagoberto, e cujo casamento foi arranjado pelo seu pai, Clotário II, contra a vontade do filho. Dagoberto não teve filhos com Gomatruda.
Nantilda se casou com o rei em 629 ou em 630, e com ele teve um filho, o seu futuro sucessor na Nêustria e Borgonha, Clóvis II. Clóvis tinha um meio-irmão mais velho, Sigeberto III, que era filho da concubina Ragnetruda. Sigeberto veio a suceder o pai na Austrásia, e ficou conhecido como o primeiro "Rei Preguiçoso", pois, nessa época, o Mordomo do palácio detinha maior poder do que o próprio monarca.
Em 633, Nantilda e Dagoberto fundaram juntos a cidade de Hasnon.[2] A rainha também fundou uma abadia em Saint-Maur-des-Fossés, em 638.
Após a morte do marido em janeiro de 639, a rainha tornou-se regente do reino durante a menoridade de Clóvis, ao lado de Aega, o Mordomo do palácio da Nêustria. Dagoberto, no seu leito de morte, tinha colocado a esposa sob a proteção de Aega. Seguindo os desejos do mordormo, a rainha regente ficou com apenas um terço do tesouro real para si, e dividiu o resto entre o filho e o enteado.[2]
Aega era um oponente do poderoso contingente de nobres liderados por Burgundofaro (também conhecido como Santo Faro), o conde de Guînes e bispo de Meaux, cuja sede ficava localizada em Meaux. Quando Aega faleceu em 641, a rainha nomeou Erquinoaldo, um parente da mãe de Dagoberto, Haldetruda, como seu sucessor.[2]
No ano seguinte, em 642, com o objetivo de reduzir a independência da Borgonha dentro do palácio, Nantilda arranjou o casamento da sobrinha, Ragnoberta, com Flaocado, além de ter orquestrado para que os magnatas e bispos da Borgonha o aclamassem Mordomo do palácio da Borgonha, em Orleães, no ano de 642. Por meio dessa aliança, ela garantiu a lealdade de Borgonha para Clóvis, e ainda enfraqueceu a influência de Sigeberto naquela região.[2]
A rainha faleceu em 642, com aproxidamente 32 anos de idade, em Landry, na Borgonha (hoje em Saboia), onde morou por muito tempo. Ela foi enterrada na Basílica de Saint-Denis. É possível que Nantilda tenha sido envenenada ou secretamente assassinada, pois sua morte prematura deixou o seu filho vulnerável à influência da nobreza.[3]
Descendência
[editar | editar código-fonte]- Clóvis II (633 – outubro ou novembro de 657)[4] sucessor do pai na Nêustria e Borgonha. Foi casado com Batilda, com quem teve três filhos, os reis Clotário III, Quilderico II e Teodorico III;
- Regentruda, cujo nome aparece na fonte De Rebus Treverensibus sæculi VIII-X Libellus, mas sua existência é duvidosa. Segundo a mesma fonte, ela era casada, mas não se sabe o nome de seu suposto marido;[5]
- Irmina, cujo nome aparece na fonte De Rebus Treverensibus sæculi VIII-X Libellus, mas sua existência é duvidosa. Segundo a mesma fonte, ela era uma freira em Tréveris, na atual Alemanha;[6]
- Adela, cujo nome aparece na fonte De Rebus Treverensibus sæculi VIII-X Libellus, mas sua existência é duvidosa. Segundo a mesma fonte, ela fundou um mosteiro na cidade de Palciolum, no 12.º ano do reinado de Teodorico, onde se tornou a primeira abadessa.[7]
Referências
- ↑ a b c «MEROVINGIANS». Foundation for Medieval Genealogy
- ↑ a b c d Wemple, Suzanne Fonay (2015). «Wives and Mothers in Merovigian Society». Women in Frankish Society Marriage and the Cloister, 500 to 900. [S.l.]: University of Pennsylvania Press, Incorporated. p. 67. 368 páginas. Consultado em 16 de Agosto de 2024
- ↑ «Arquivo de Wayback Machine». Consultado em 16 de Agosto de 2024
- ↑ «MEROVINGIANS (Clóvis)». Foundation for Medieval Genealogy
- ↑ «MEROVINGIANS (Regentruda)». Foundation for Medieval Genealogy
- ↑ «MEROVINGIANS (Irmina)». Foundation for Medieval Genealogy
- ↑ «MEROVINGIANS (Adela)». Foundation for Medieval Genealogy