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Ordem militar

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Comenda de Soultz, França, da Ordem de São João de Jerusalém (Malta)

Uma Ordem militar é uma ordem religiosa cristão. Seus membros se dedicavam à defesa dos lugares sagrados e dos peregrinos, a reconquista, bem como à restauração das práticas religiosas de acordo com a " Escrituras Sagradas ". As ordens militares cristãs mais antigas são os Cavaleiros de São Pedro, os Cavaleiros Templários, os Hospitalários da Ordem de São João de Jerusalém, a Ordem de Santiago, a Ordem de Calatrava. Surgindo na Idade Média em conexão com as Cruzadas e os Estados cruzados, tanto na Terra Santa como na Península Ibérica, elas são as predecessores das ordens de cavalaria. A maioria dos membros das ordens militares eram cavaleiros leigos que faziam votos religiosos, como pobreza, castidade e obediência, de acordo com os ideais monásticos e seguindo as suas regras. Cada ordem tinha uma rede de espaços de moradia, casas fortificadas, fazendas e residências comunitárias chamadas comendas[1], espalhadas por toda a Europa. Essas ordens tinham uma estrutura hierárquica com, geralmente, um Grão-mestre no topo.[1]

Nascidas pela luta contra o Império Islâmico na Espanha e no Oriente, as ordens militares combinavam modos de vida religiosos e militares. Alguns deles, como os cavaleiros Hospitalários, os Cavaleiros de São Tomás e a Ordem dos Santos Maurício e Lázaro, também tinham objetivos de caridade e cuidavam dos doentes e dos pobres. Essas ordens não eram instituições puramente masculinas, já que as freiras podiam se filiar aos conventos das ordens e servir lá.

Origem das ordens militares

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Talvez devêssemos procurar a criação dos "monges soldados" nos Cavaleiros de São Pedro ( milites Sancti Petri ), uma milícia criada em 1053 pelo Papa Leão IX para lutar contra os normandos do sul da Itália, na Batalha de Civitate [2] ou na fundação da ordem canónica regular do Santo Sepulcro, após a captura de Jerusalém em 1099, por Godofredo de Bulhão. A missão dessa Ordem era auxiliar o Patriarca de Jerusalém em suas diversas tarefas. Vários homens de armas, provenientes da cruzada, entraram então ao serviço do patriarca para proteger o Santo Sepulcro[2]. Esses homens, encarregados de garantir a proteção da propriedade do Santo Sepulcro, bem como da comunidade dos cónegos, eram chamados milites Sancti Sepulcri.

Origem das Ordens Militares da Reconquista

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Territórios das ordens militares ibéricas no século XV :

A Península Ibérica foi palco da mais longa guerra santa, com duração de quase oitocentos anos. A partir de 1031, o Califado Omíada de Córdova dividiu-se em taifas, permitindo aos cristãos retomar a iniciativa militar com a conquista de Toledo em 1085. [3] Foi durante este período que os Templários e os Hospitalários se estabeleceram em Espanha, onde fundaram numerosas comendas. [3] Em 1134, Afonso I de Aragão, cedeu seu reino aos Templários, aos Hospitalários e à ordem canónica regular do Santo Sepulcro. [3] Para proteger Toledo dos ataques de Córdova através das altas planícies que a separavam da Serra Morena, o imperador Afonso VII tomou, em 1147, a cidadela de Qualat Rawaah (castelo guerreiro). Encarregou os Templários da defesa deste posto avançado, mas eles, duvidando que pudessem mantê-lo face aos rumores de uma expedição, evacuaram-no em 1157.[4] Após o abandono de Qualat Rawaah, Sancho III de Castela confiou em 1158 a fortaleza de Calatrava ( Qualat Rawaah ) e as terras circunvizinhas a Raimundo de Serrat, abade do mosteiro cisterciense navarro de Santa Maria de Fitero e Diego Velasquez.[5][1] Em 1164 o Papa Alexandre III reconheceu a Ordem de Calatrava como uma ordem religiosa militar, sendo assim a mais antiga da peínsula.[5]

Segue-se uma lista de ordens militares documentadas na Wikipédia, ordenadas pela data da sua militarização:


  • LLULL, Ramon. O Livro da Ordem de Cavalaria (1279-1283). Tradução, Notas e Apresentação: Prof. Dr. Ricardo da Costa (Ufes), São Paulo: Instituto Brasileiro de Filosofia e Ciência Raimundo Lúlio, 2000, 135 p.
  • PRESTAGE, Edgar. A Cavalaria Medieval, Porto, Livraria Civilização, s.d., 265 p.

Referências

  1. a b c Maria Cristina Almeida e Cunha, Estudos sobre a Ordem de Avis (séc. XII-XV) Porto 2009
  2. a b Demurger 2008, p. 25
  3. a b c Seward 2008, p. 130.
  4. Seward 2008, p. 131.
  5. a b Seward 2008, p. 132.

Ligações externas

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