Paulo Cézar Lima: diferenças entre revisões

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'''Paulo César Lima''' ([[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], [[16 de junho]] de [[1949]]) é um ex-[[futebol]]ista [[brasil]]eiro. Nasceu na favela da Cocheira e é mais conhecido como '''Paulo Cézar Caju''' devido à cor de seu [[cabelo]] descolorido à época de jogador.

==Biografia==
Paulo Cézar Lima tinha o sonho de fazer sucesso no futebol e sair da miséria. Como a favela onde fora criado ficava no bairro de [[Botafogo (Rio de Janeiro)|Botafogo]], nada era mais natural do que ele fosse tentar a sorte no alvinegro de General Severiano.

Foi revelado pelo [[Botafogo de Futebol e Regatas|Botafogo]], atuou pelo clube dos fins dos [[anos 1960]] ao início [[anos 1970|dos 1970]]. Em [[1967]], aos 18 anos, Paulo Cézar concretizou de vez seu sonho, ao se tornar jogador do time principal do Botafogo e participar de sua primeira temporada no Glorioso. Foi apelidado de "Nariz de Ferro" e "Urubu Feio". Seu futebol habilidoso e provocador foi chamando a atenção de público futebolístico. Em pouco tempo se tornou conhecido em seu Estado natal. Ainda em 1967, Paulo Cézar foi convocado pela primeira vez para a [[Seleção Brasileira]]. Foi campeão [[Campeonato Carioca|carioca]] em [[Campeonato Carioca de Futebol de 1967|1967]], quando marcou três gols no jogo decisivo, contra o [[América Football Club|América]]<ref>"Uma cidade maravilhosa", Paulo Cézar Caju, ''Jornal da Tarde'', 20/5/2008, pág. 16C</ref>, e [[Campeonato Carioca de Futebol de 1968|1968]] e da [[Taça Brasil]] de [[1968]].

Atuava na ponta-esquerda. Aos 21 anos de idade disputou como reserva da [[Seleção Brasileira de Futebol|Seleção Brasileira]] a [[Copa do Mundo de 1970]], no [[México]]. O técnico [[Mário Jorge Lobo Zagalo|Zagalo]] a princípio tentou encaixá-lo no time, mas depois percebeu que com o esquema que pretendia usar os dois não poderiam jogar juntos.<ref>"Nossos pontas jogam errado", Aimoré Moreira, ''Placar'' número 5, 17/4/1970, Editora Abril, pág. 6</ref> Na volta do México, disse a uma emissora de televisão "Não queremos saber do Botafogo", o que causou mal-estar no clube, mas foi contornado depois que o jogador disse ter dado a declaração para livrar-se do repórter.<ref>"Os campeões já chegaram, a crise do Botafogo continua", Fausto Neto, ''Placar'' número 16, 3/7/1970, Editora Abril, pág. 37</ref>

Com a perda do título carioca para o [[Fluminense Football Club|Fluminense]] em [[1971]], Paulo Cézar foi responsabilizado pela derrota e teve que deixar o Botafogo. O motivo da discórdia foi uma jogada que fez em um jogo realizado quando seu clube estava com boa vantagem na tabela, a poucos jogos do fim: Paulo Cézar fez embaixadas diante de seus marcadores, o que foi entendido como uma atitude de desprezo para com os demais adversários do Botafogo, que até então aceitavam a superioridade do time. A partir daí as partidas se tornaram bem mais difíceis, com o time alvinegro perdendo pontos importantes até finalmente ser superado pelo Fluminense, que se sagrou campeão.

En [[1972]] Paulo Cézar transferiu-se para o [[Clube de Regatas do Flamengo|Flamengo]], time pelo qual jogou até [[1974]]. Ganhou o apelido de "Caju" nessa época, graças ao fato de ter comprado um carro com a cor dessa fruta com o dinheiro que ganhou na transferência e de ter usado os cabelos descoloridos, para combinar com o carro em suas saídas pela noite carioca. Na [[Copa do Mundo de 1974]], na [[Alemanha]], foi titular da Seleção Brasileira.

Mas só faria um contrato realmente bom quando foi vendido ao [[Olympique de Marseille]], da [[França]], depois da Copa do Mundo de 1974. "Sempre troquei de time por interesses profissionais", disse à revista ''[[Placar]]'' em [[1979]]. "E acho que deve ser assim mesmo, pois a carreira é curta. Hoje, minha situação financeira é apenas razoável, ao contrário do que muitos podem pensar. Contrato excepcional mesmo só fiz com o Olympique. Os outros foram apenas bons."<ref>"Ciganos da bola", ''Placar'' número 495, 26/10/1979, Editora Abril, pág. 50</ref> Jogaria ainda pelo Fluminense, onde fez parte da lendária equipe que ficou conhecida como Máquina Tricolor ([[1975]]), tendo sido bicampeão carioca em [[Campeonato Carioca de Futebol de 1975|1975]] e [[Campeonato Carioca de Futebol de 1976|1976]], semifinalista dos campeonatos brasileiros nestes anos e conquistado vários torneios internacionais amistosos neste período.

Teve uma primeira passagem pelo [[Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense|Grêmio]] em [[1978]] e 1979. Saiu do clube gaúcho e passou ainda por [[Clube de Regatas Vasco da Gama|Vasco da Gama]] e [[Sport Club Corinthians Paulista|Corinthians]], que fez um apelo publicitário aos seus torcedores para arrecadar dinheiro para a contratação.<ref>"Olha só quem o ''JT'' contratou", ''Jornal da Tarde'', 19/5/2008, pág. 14C</ref> Retornou ao tricolor gaúcho, onde foi campeão do [[Mundial de Clubes]] em [[Mundial Interclubes de 1983|1983]]. Em livro autobiográfico afirmou categoricamente que o time do Grêmio jogou sob efeito de ''[[doping]]'' na partida contra o [[Hamburgo SV|Hamburgo]]. Ameaçado de processo por [[calúnia]] e [[difamação]] por ex-atletas daquele time e pelo presidente do Grêmio, [[Paulo Odone Ribeiro|Paulo Odone]], Caju pediu à editora para alterar o parágrafo. "Foi uma loucura do Caju. Mas, agora, a verdade histórica foi reposta. Vou consultar o presidente [[Fábio Koff]] (presidente do Grêmio em [[1983]]), mas acho que não ingressaremos na Justiça", afirmou Odone.

Em [[1997]] foi a estrela de um documentário cinematográfico sobre sua vida, feito para lançamento durante a fase promocional da [[Copa do Mundo de 1998]], na França. Embora as filmagens se concentrem em mostrar dez dias de seu cotidiano como ex-jogador sem que o mesmo preste qualquer depoimento ou entrevista formal, há algumas referências sobre a sua bem-sucedida e polêmica carreira, além de mostrar belas jogadas preservadas em arquivos diversos.

Em [[2005]] foi homenageado pelo [[Botafogo de Futebol e Regatas|Botafogo]] com o lançamento de uma camisa comemorativa, com seu nome e o número 11 às costas. A partir de maio de [[2008]], passou a escrever às terças-feiras para o ''[[Jornal da Tarde]]''<ref>"Olha só quem o ''JT'' contratou", ''Jornal da Tarde'', 19/5/2008, pág. 15C</ref>, onde prometeu "soltar o verbo".<ref>"Uma cidade maravilhosa", Paulo Cézar Caju, ''Jornal da Tarde'', 20/5/2008, pág. 16C</ref>

==Ficha técnica==
*'''Posição:''' ponta-esquerda e meia;
*'''Principais clubes:''' [[Botafogo de Futebol e Regatas|Botafogo]], [[Clube de Regatas do Flamengo|Flamengo]], [[Olympique de Marselha]], [[Fluminense Football Club|Fluminense]], [[Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense|Grêmio]], [[Clube de Regatas Vasco da Gama|Vasco da Gama]] e [[Sport Club Corinthians Paulista|Corinthians Paulista]];
*'''Principais títulos:'''
**[[Mundial Interclubes]]: em [[1983]], pelo Grêmio
**[[Taça Brasil]]: em [[1968]], pelo Botafogo;
**[[Campeonato Carioca]]: em [[1967]] e [[1968]], pelo Botafogo, em [[1972]], pelo Flamengo, e em [[1975]] e [[1976]], pelo Fluminense;
**[[Copa do Mundo]] de [[1970]]: pela Seleção Brasileira.
*'''Jogos pela [[Seleção Brasileira]]:''' 77 jogos;
*'''Gols pela [[Seleção Brasileira]]:''' 17 gols.

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{{Seleção Brasileira de Futebol de 1974}}

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[[Categoria:Futebolistas do Rio de Janeiro]]
[[Categoria:Futebolistas do Clube de Regatas do Flamengo]]
[[Categoria:Futebolistas do Botafogo de Futebol e Regatas]]
[[Categoria:Futebolistas do Fluminense Football Club]]
[[Categoria:Futebolistas do Sport Club Corinthians Paulista]]
[[Categoria:Futebolistas do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense]]
[[Categoria:Fluminenses da cidade do Rio de Janeiro]]
[[Categoria:Jogadores da Copa do Mundo de 1970]]
[[Categoria:Jogadores da Copa do Mundo de 1974]]

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Revisão das 02h37min de 22 de dezembro de 2008