Pesquisa participativa

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Os Princípios fundamentais da pesquisa participativa: Segundo HAGUETTE, T. M. F. Metodologias Qualitativas na Sociologia. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 1999. 224p. são:

a) a possibilidade lógica e política de sujeitos e grupos populares serem os produtores diretos ou associados do próprio saber que mesmo popular não deixa de ser científico;

b) o poder de determinação de uso e do destino político do saber produzido pela pesquisa, com ou sem a participação de sujeitos populares em suas etapas;

c) o lugar e as formas de participação do conhecimento científico erudito e de seu agente profissional do saber, no ‘trabalho com o povo’ que gera a necessidade da pesquisa, e na própria pesquisa que gera a necessidade da sua participação.

As pesquisas tendo como princípio único a geração de conhecimentos de especialistas, para serem transmitidos de forma vertical aos atendidos pelos seus resultados, assim como a própria transferência de tecnologia, vêm sendo questionadas em suas concepções e eficiências.

Um exemplo: Muitos agricultores sob este conceito de pesquisa, abandonaram o campo e desistiram de suas profissões, por causa de ideias muito bem pesquisadas mas completamente fora da realidade de quem as recebia e para quem eram destinadas. Isto se deveu as pesquisas por não considerarem, em algumas vezes, o contexto, a quem se destinavam, ou sua realidade, ou fatores que eram importantes aos mesmos, muitas vezes culturais, educacionais, sociais, ambientais ou econômicos. Outra razão forte para esta decadência da pesquisa tradicional é que os pesquisadores muitas vezes não retornavam os resultados de suas pesquisas aos seus objetos de estudo. O que é mais difícil de ocorrer em pesquisas feitas de forma participativa.

Formas de Participação:

De acordo com vários autores, existem diferentes tipos de participação. Por exemplo, a autora Sherry R. Arnstein criou 8 degraus da escada da participação, nos quais cada degrau acima aumenta o grau de participação:

Níveis de poder cidadão:

8 Controle cidadão; 7 Delegação de poder; 6 Parceria.

Níveis de concessão mínima de poder:

5 Pacificação; 4 Consulta; 3 Informação.

Não-Participação:

2 Terapia; 1 Manipulação.

Formas de Pesquisa participativa:

- Pesquisa participativa, segundo Souza e outros (2008): uso de técnicas como entrevistas, interação pesquisadores, extensionistas e agricultores com o objeto pesquisado, ênfase nos processos e em trabalhos de campo contínuos. Segundo Barbier (1996): “definição de uma estratégia de intervenção baseada na construção de relações mais democráticas entre os atores”.

Existem algumas semelhanças entre a pesquisa a pesquisa-ação e a participante, pois ambas se caracterizam pela interação entre os pesquisadores e as pessoas envolvidas nas situações investigadas. A principal diferença está no caráter emancipador da pesquisa-participante. Enquanto a pesquisa-ação supõe alguma forma de ação, que pode ser de caráter social, educativo, técnico ou outro, a pesquisa participante tem como propósito fundamental a emancipação das pessoas ou das comunidades que a realizam[1].

- Pesquisa-ação segundo Souza e outros (2008): observação, análise, coleta de dados, identificação e definição de problemas, planejamento de ações, execução e avaliação em conjunto. Segundo Barbier (1996): “... permite avanços no diálogo técnico, ampliando a percepção dos atores envolvidos quanto à realidade dos agricultores, a ponto de produzir conhecimentos para transformá-la”. O termo pesquisa-ação foi cunhado em 1946 por Kurt Lewin, nos Estados Unidos no período, que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, com propósitos de integração social, ao desenvolver trabalhos que tinham como propósito a integração de minorias étnicas à sociedade norte-americana. Assim, definiu pesquisa-ação como uma pesquisa que não apenas contribui para a produção de livros, mas também conduz a ação social.[2]

- Pesquisa participante

A visão dos modelos de pesquisa participativa para a Administração:

Pode-se dizer que os modelos participativos tendem a gerar maior eficiência nos processos e rotinas da organização possibilitando aos gestores delegar maior responsabilidade e funções aos colaboradores.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

- [Pesquisa Participante: uma introdução|https://web.archive.org/web/20090107050849/http://www.euromovements.info/html/pesquisa-participante.htm]

Referências

  1. Antonio Carlos, GIL (27 de abril de 2019). «Pesquisa-ação». Metodologia Científica. Consultado em 11 de maio de 2019 
  2. GIL, Antonio Carlos (2010). Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5. ed. ed. São Paulo: Atlas 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ARNSTEIN, Sherry R. Uma escada da participação cidadã. In: Revista da Associação Brasileira para o Fortalecimento da Participação – PARTICIPE. Porto Alegre/Santa Cruz do Sul. Janeiro 2002. Vol.2, No.2, p. 4-13.
  • BARBIER, R. La recherche action. Ed. Anthropos/Economica - Paris, 1996. 112p.
  • HAGUETTE, T. M. F. Metodologias qualitativas na sociologia. 6 ed. Petrópolis: Vozes, 1999. 224p.
  • SOUZA, Fred Newton da Silva; ALVES, Juliana Mariano; D'Agostini, Luiz Renato. Agricultores experimentadores: aprender com a experiência e experimentar para saber. Palmas: UNITINS, 2008. 56p.