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Comunicação proxêmica: diferenças entre revisões

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A proxêmica pedagógica é outra corrente de análise. Trata da observação, na escola, dos fatores intervenientes na comunicação professor-aluno, inclusive a proximidade. Em sua gênese, a escola tinha por cenário espaços ao ar livre, ambientes naturais e soltos, nas praças movimentadas das grandes cidades da antiguidade ou em lugares recolhidos nos limites das cidades, sob as sombras dos arvoredos, era a educação peripatética no sentido restrito e etimológico. A escola se direcionou ao espaço fechado da sala de aula, delimitado por quatro paredes, mesas, cadeiras. Atualmente cuida-se que os espaços possam mais vir a ser fator contributivo aos processo de ensino e aprendizagem que limitadores nessa relação, como a tendência à sala de aula medieval que é a regra até hoje.
A proxêmica pedagógica é outra corrente de análise. Trata da observação, na escola, dos fatores intervenientes na comunicação professor-aluno, inclusive a proximidade. Em sua gênese, a escola tinha por cenário espaços ao ar livre, ambientes naturais e soltos, nas praças movimentadas das grandes cidades da antiguidade ou em lugares recolhidos nos limites das cidades, sob as sombras dos arvoredos, era a educação peripatética no sentido restrito e etimológico. A escola se direcionou ao espaço fechado da sala de aula, delimitado por quatro paredes, mesas, cadeiras. Atualmente cuida-se que os espaços possam mais vir a ser fator contributivo aos processo de ensino e aprendizagem que limitadores nessa relação, como a tendência à sala de aula medieval que é a regra até hoje.
Têm sido amplamente estudados os efeitos da disposição e gestão dos espaços escolares. As conclusões apontam para a influência e contribuição na promoção ou impedimento de determinados tipos de clima, dinâmica de trabalho, relacionamento entre professores e alunos. Mas a tendência continua sendo a da manutenção da disposição em colunas e fileiras, malgrado o distanciamento e a hierarquização que esse dispositivo impõe. Em outras palavras, como em toda comunicação, a comunicação escolar ganha contornos peculiares conforme o modo como organizamos o espaço circunvizinho, a manutenção da disposição geométrica e estamentizada reflete unicamente a estagnação da cultura escolar, incapaz de evoluir ao ponto de partida da educação aristotélica.
Têm sido amplamente estudados os efeitos da disposição e gestão dos espaços escolares. As conclusões apontam para a influência e contribuição na promoção ou impedimento de determinados tipos de clima, dinâmica de trabalho, relacionamento entre professores e alunos. Mas a tendência continua sendo a da manutenção da disposição em colunas e fileiras, malgrado o distanciamento e a hierarquização que esse dispositivo impõe. Em outras palavras, como em toda comunicação, a comunicação escolar ganha contornos peculiares conforme o modo como organizamos o espaço circunvizinho, a manutenção da disposição geométrica e estamentizada reflete unicamente a estagnação da cultura escolar, incapaz de evoluir ao ponto de partida da educação aristotélica.

=={{Ver também}}==
*[[Linguagem corporal]]


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Revisão das 22h08min de 3 de março de 2011

O termo proxêmica (proxemics, em inglês) foi cunhado pelo antropólogo Edward T. Hall em 1963 para descrever o espaço pessoal de indivíduos num meio social, definindo-o como o "conjunto das observações e teorias referentes ao uso que o homem faz do espaço enquanto produto cultural específico". Descreve as distâncias mensuráveis entre as pessoas, conforme elas interagem, distâncias e posturas que não são intencionais, mas sim resultado do processo de aculturação. É um exemplo de proxêmica quando um indivíduo que encontra um banco de praça já ocupado por outra pessoa numa das extremidades, tende a sentar-se na extremidade oposta, preservando um espaço entre os dois indivíduos.

Hall demonstrou que a distância social entre os indivíduos pode ser relacionada com a distância física. Nesse sentido, menciona quatro tipos de distância:

  • Distância íntima: para abraçar, tocar ou sussurrar; envolve contacto físico entre os corpos; não permitida em habitual em público na maior parte das culturas (0-45 cm);
    • Modo próximo: maior proximidade possível, contacto entre a pele e músculos;
    • Modo afastado: apenas as mãos estão em contacto; proximidade provoca visão distorcida do outro, distância na qual se fala aos sussurros.
  • Distância pessoal: para interação com amigos próximos; distância que o indivíduo guarda dos outros (45-120 cm);
    • Modo próximo: permite tocar no outro com os braços; a posição/distância revela o relacionamento que existe entre os indivíduos;
    • Modo afastado: limite do alcançe físico em relação ao outro; distância habitual da conversação pessoal;
  • Distância social: para interação entre conhecidos; definida por Hall como o "limite do poder sobre outrem"; a esta distância os indivíduos não se tocam.(1,2-3,5 m);
    • Modo próximo: adotado quando várias pessoas dividem o mesmo espaço de trabalho ou em reuniões pouco formais;
    • Modo afastado: adotado quando de relações sociais ou profissionais formais;
  • Distância pública: para falar em público; situa-se fora do círculo mais imediato do individuo; vista em conferências. (acima de 3,5 m).
    • Modo próximo: relações formais; permite a fuga ou a defesa caso o indivíduo se sinta ameaçado;
    • Modo afastado: modo no qual a possibilidade de estabelecer contacto com alguém é nula, devido à distância.

Hall indicou que diferentes culturas mantêm diferentes padrões de espaço pessoal. Nas culturas latinas, por exemplo, aquelas distâncias relativas são menores e as pessoas não se sentem desconfortáveis quanto estão próximas das outras; nas culturas nórdicas, ocorre o oposto.

As distâncias pessoais também podem variar em função da situação social, do gênero e de preferências individuais.

Comunicação proxêmica

A comunicação proxêmica é uma das abordagens em voga, trata do jogo de distâncias e proximidades que se entretecem as pessoas no espaço. Traduz os modos pelos quais nos colocamos e movemos uns em relação aos outros, como gerimos e ocupamos o espaço envolvente, considerada a presença do outro. São fatores relevantes a tal linha de análise a relação que os comunicantes estabelecem entre si, a distância espacial entre eles, a orientação do corpo e do rosto, a forma como se tocam ou se evitam, o modo como dispõem e se posicionam entre os objetos e os espaços, permitindo captar mensagens latentes. Uma obra conhecida do grande público que faz esse tipo de abordagem, mas sem usar a palavra proxêmica, é O corpo fala [1], acessível a qualquer um e facilmente encontrada, inclusive por suas enormes tiragens e sucessivas reedições.

Proxêmica pedagógica

A proxêmica pedagógica é outra corrente de análise. Trata da observação, na escola, dos fatores intervenientes na comunicação professor-aluno, inclusive a proximidade. Em sua gênese, a escola tinha por cenário espaços ao ar livre, ambientes naturais e soltos, nas praças movimentadas das grandes cidades da antiguidade ou em lugares recolhidos nos limites das cidades, sob as sombras dos arvoredos, era a educação peripatética no sentido restrito e etimológico. A escola se direcionou ao espaço fechado da sala de aula, delimitado por quatro paredes, mesas, cadeiras. Atualmente cuida-se que os espaços possam mais vir a ser fator contributivo aos processo de ensino e aprendizagem que limitadores nessa relação, como a tendência à sala de aula medieval que é a regra até hoje. Têm sido amplamente estudados os efeitos da disposição e gestão dos espaços escolares. As conclusões apontam para a influência e contribuição na promoção ou impedimento de determinados tipos de clima, dinâmica de trabalho, relacionamento entre professores e alunos. Mas a tendência continua sendo a da manutenção da disposição em colunas e fileiras, malgrado o distanciamento e a hierarquização que esse dispositivo impõe. Em outras palavras, como em toda comunicação, a comunicação escolar ganha contornos peculiares conforme o modo como organizamos o espaço circunvizinho, a manutenção da disposição geométrica e estamentizada reflete unicamente a estagnação da cultura escolar, incapaz de evoluir ao ponto de partida da educação aristotélica.

Ver também

Referências

  1. WEIL, Pierre e TOMPAKOW, Roland (Editora Vozes).